Lula critica uso de força militar na América Latina

Receba as notícias mais importantes no seu e-mail
Assine agora. É grátis.
Em seu discurso na 4ª Cúpula da Celac com a União Europeia, na Colômbia, o presidente Lula disse que o “uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe”. A afirmação, vista como crítica indireta à presença dos EUA na região, foi feita enquanto Donald Trump avalia uma ofensiva contra a Venezuela. No domingo, Lula deixou por algumas horas os preparativos da COP30, em Belém, para participar do encontro, e cobrou que a cúpula discutisse os barcos militares americanos em águas caribenhas. Defendeu uma resposta regional baseada na cooperação e no multilateralismo, dizendo que “democracias não combatem o crime violando direitos constitucionais”. O presidente também pediu que a América Latina e o Caribe retomem seu projeto de integração, lamentando a “balcanização” e o avanço do extremismo político. Defendeu ainda o Acordo Mercosul-União Europeia, que espera ver concluído em dezembro, e propôs que a região lidere a transição energética a partir da COP30. (Globo)
A COP30 começa oficialmente hoje. Dos 198 países signatários do Acordo de Paris, apenas 104 submeteram até agora suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para 2035 — ou seja, quase metade das metas ainda não estão sobre a mesa. O presidente da COP, embaixador André Correia do Lago, divulgou no domingo a sua décima e última carta à comunidade internacional, convocando os países para um ciclo de ação no enfrentamento da crise climática global. (Exame e Agência Brasil)
O diálogo, porém, não será simples. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconhece que todos os países estão vivendo “as contradições da transição energética” e que não é possível abandonar por decreto os combustíveis fósseis. (Globo)
Transição energética, metas de emissão de carbono, financiamento para ações contra as mudanças climáticas... Entenda o que está em discussão na COP30. (g1)
A Primeira Turma do STF rejeitou por unanimidade na última sexta-feira os recursos contra a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. A defesa do ex-presidente já prepara os próximos passos — a apresentação de embargos infringentes, recurso que busca reverter o resultado do julgamento. Os ministros julgam no plenário virtual os chamados embargos de declaração, que servem para pedir esclarecimentos sobre omissões, contradições e obscuridades nos votos. O julgamento no plenário virtual vai até esta sexta-feira e até lá os ministros podem mudar de voto. Só então correm os prazos para execução da pena, quando poderá ser determinada a prisão. (g1)
No domingo, a Primeira Turma formou maioria para tornar réu Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no TSE. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por tentar abolir o Estado Democrático de Direito, violar sigilo funcional e obstruir investigações sobre atos antidemocráticos. Segundo a PGR, Tagliaferro divulgou diálogos sigilosos de servidores do STF e do TSE para favorecer uma organização criminosa envolvida na disseminação de notícias falsas e na tentativa de golpe de Estado. Vivendo na Itália, Tagliaferro é alvo de um pedido de extradição do governo brasileiro, mas, em redes sociais, afirmou ter “medo zero dessa turma”. (Folha)
Para ler com calma. Teorias da conspiração seguem influentes no debate político brasileiro, segundo a pesquisa A Cara da Democracia. Crenças falsas sobre temas políticos chegam a convencer mais da metade dos eleitores de direita e de esquerda, a depender do assunto. Entre os entrevistados, 32% acreditam que a facada sofrida por Jair Bolsonaro em 2018 foi encenada, índice que sobe para 53,3% entre eleitores de esquerda. Já as alegações de que a vitória de Lula em 2022 foi fraudada e de que há um plano da esquerda para tomar o poder são vistas como verdadeiras por 52,2% e 57,7% dos eleitores de direita, respectivamente. O cientista político Leonardo Avritzer, da UFMG, pesquisador do estudo, afirma que a eleição de Bolsonaro em 2018 abriu “um atalho cognitivo” que facilitou a autoidentificação dos brasileiros com a direita. Para Avritzer, apesar do julgamento em curso, “o ex-presidente segue sendo o principal eleitor do campo da direita”. (Globo)
O governo americano quer que o Brasil enquadre o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas, seguindo o modelo de Argentina e Paraguai. O tema ganhou força após a megaoperação na Penha e no Alemão, que deixou 121 mortos. Em resposta, o governo federal enviou ao Congresso um projeto para endurecer o combate ao crime organizado, mas o relator, deputado Guilherme Derrite (PL-SP), propôs equiparar as punições das facções às aplicadas a terroristas. Um relatório da inteligência da PM mostra que o Comando Vermelho atua em 70 dos 92 municípios fluminenses. (Globo)
Oito senadores da ala centrista do Partido Democrata sinalizaram um acordo com os republicanos para aprovar o financiamento ao governo federal, o que pode levar ao encerramento do mais longo “shutdown” (quando o Executivo tem de interromper serviços e pagamentos por falta de verbas) na história do país. Em troca ele exigem um aumento nos subsídios ao Afordable Care Act, apelidado de Obamacare, que garante acesso de pessoas de baixa renda a planos de saúde privados. (CNN)
Nos bastidores do poder, nem tudo vira manchete. No Meio Premium, a gente te mostra o que está por trás das decisões, negociações e silêncios que moldam o país. Assine e tenha acesso ao melhor deste Meio.
Energia da Evolução
Com a COP30 em Belém, os olhos do mundo se voltam para a Amazônia e pela primeira vez a conferência global do clima será realizada no coração da floresta. O Brasil ocupa uma posição única na discussão energética, pois, ao mesmo tempo em que lidera as energias renováveis comparado a outros países, ainda sustenta boa parte de sua economia na exploração de petróleo e gás. A transição não pode ser uma ruptura abrupta, mas uma reconfiguração paulatina que lide com os combustíveis fósseis e garanta a segurança energética, enquanto se prepara para ter uma economia e uma matriz energética voltada à sustentabilidade. Por isso, o setor de óleo e gás está se colocando não como obstáculo, mas como agente da transição. (Além da Superfície)
E o presidente Lula voltou a defender o uso do dinheiro obtido com a exploração de petróleo pela Petrobras no financiamento da transição energética do país. Em artigo sobre a COP30 ele afirma que empresas como a Petrobras terão inevitavelmente de se transformar em companhias de energia. Lula argumenta que o direcionamento desses recursos será essencial para garantir uma transição “justa, ordenada e equitativa”. O presidente também escreveu que a mudança no setor energético precisa colocar as pessoas no centro das decisões, com foco em combater desigualdades e garantir acesso à energia limpa, especialmente para populações mais vulneráveis. (Globo)
O conselheiro comercial da Embaixada da França no Brasil, Eric Frajole, disse que a transição energética é uma oportunidade econômica concreta para Brasil e França, e não apenas um desafio. Ele destacou que o país europeu é o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil desde o ano passado e as principais empresas francesas atuantes aqui são do setor de energia. Para ele, as companhias da França no Brasil estão comprometidas com a cooperação bilateral na agenda climática e o país europeu ainda aposta em parcerias em energia solar, eólica, hidrogênio verde e bioeconomia para uma nova fase econômica conjunta. (CNN Brasil)
Viver
Um tornado com ventos acima de 250 km/h destruiu quase toda a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná. O fenômeno, confirmado como de categoria F3 pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná, deixou seis mortos, cinco na cidade e um em Guarapuava, além de mais de 750 feridos. Além disso, cerca de mil pessoas ficaram desalojadas e 28 desabrigadas. O governador Ratinho Júnior decretou estado de calamidade pública e classificou a tragédia como “sem precedentes”. O governo federal anunciou o envio de ajuda humanitária e uma força-tarefa foi mobilizada para reconstruir moradias. Veja fotos do município afetado. (CNN Brasil e g1)
O tema da redação do Enem 2025 é “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”. A proposta, apresentada neste domingo no primeiro dia de provas, mantém a linha do Inep dos últimos anos de escolher assuntos ligados a debates sociais recentes e grupos sociais marginalizados. Anteriormente, na Cartilha do Participante, o órgão havia reforçado a importância da autenticidade textual e orientou que os candidatos evitem citações prontas e fórmulas repetidas. Ao todo, 4,8 milhões de pessoas estão inscritas no exame, que segue no próximo domingo com as provas de matemática e ciências da natureza. (Folha)
Mariliz Pereira Jorge: “O que a ação policial na Penha e no Alemão tem a ver com a ofensiva contra o aborto legal em casos de estupro? O mesmo Estado, que falha com políticas públicas de planejamento familiar. Acolhimento aparece no fim com fuzil e moralismo, culpando mães e meninas”. Confira a coluna De Tédio a Gente Não Morre. (Meio)
Cultura
A escritora Ana Maria Gonçalves tomou posse da cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras na sexta-feira, substituindo Evanildo Bechara, morto em maio deste ano. Ela é a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na instituição. A cerimônia foi realizada na sede da ABL, no Rio de Janeiro. Ana Maria é a 13ª mulher a ser eleita e a sexta entre os atuais “imortais”. Com 54 anos (completa 55 esta semana) é a acadêmica mais jovem a ser eleita. (g1)
Os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia são os únicos brasileiros indicados ao Grammy 2026 concorrendo a Melhor Álbum de Música Global com o disco Caetano e Bethânia Ao Vivo. No ano passado, Milton Nascimento e Anitta foram os representantes do Brasil no Grammy Awards. A premiação acontece no dia 1 de fevereiro de 2026, em Los Angeles. (g1)
Já o rapper porto-riquenho Bad Bunny fez história na sexta-feira ao ser o primeiro artista em língua espanhola a figurar entre os indicados nas três principais categorias do Grammy no mesmo ano. Seu disco recente Debí Tirar Más Fotos foi nomeado na categoria de álbum do ano, três anos após seu Un Verano Sin Ti ser o primeiro álbum em espanhol concorrendo ao prêmio. Ele também disputa nas categorias de música e gravação do ano. Kendrick Lamar lidera as indicações na edição de 2026. (Variety)
A banda AC/DC anunciou dois shows extras em sua passagem pelo Brasil em 2026. Além da primeira apresentação confirmada para 24 de fevereiro, o grupo australiano retorna no dia 28 do mesmo mês e em 04 de março. Todas as performances serão no estádio Morumbis, em São Paulo, com a turnê Power Up, que divulga o álbum homônimo. Os ingressos já estão à venda no Ticketmaster. (Folha)
Cotidiano Digital
Com 50 milhões de usuários e 140 milhões de mensagens por dia, o Brasil é um dos três maiores mercados do ChatGPT no mundo, segundo Sam Altman. Em entrevista, o CEO da OpenAI afirmou que o país está no centro da estratégia da companhia, que planeja abrir um escritório em São Paulo até o fim do ano. Para Altman, “a energia será o limitador de longo prazo da quantidade de IA que podemos ter no mundo”, prevendo matrizes nuclear e solar como dominantes no futuro. Altman defendeu o uso da IA em setores como saúde, sobretudo em regiões com poucos médicos, e no jornalismo. (Veja)
A Amazon lançou o aplicativo Amazon Bazaar, destinado à compras de baixo custo direcionado a mercados na Ásia, África e América Latina, onde a maioria dos itens custa menos de US$ 10. O app está disponível em 12 países, e o Brasil ainda não está contemplado. A novidade usará credenciais da Amazon e tem objetivo de concorrer diretamente com plataformas de compras chinesas como Temu e Shein. (TechCrunch)
A Dinamarca vai impor uma idade mínima nacional para redes sociais. Menores de 15 anos não poderão acessar plataformas com conteúdos ou funções prejudiciais, exceto se tenham pelo menos 13 anos e o aval dos pais. O pacote inclui o investimento de 160 milhões de coroas em iniciativas de proteção digital, como fiscalização de influenciadores. A primeira-ministra Mette Frederiksen já havia defendido limites ao uso de redes por crianças, alertando para impactos na saúde mental. (Deutsche Welle)

As furadeiras ainda ecoavam em Belém quando o presidente Lula abriu a reunião de líderes da COP30, evocando a Rio 92. Mais de 30 anos depois, o cenário é outro: uma cúpula esvaziada, marcada pela ausência das grandes potências e pelo baixo comprometimento das nações ricas. Na Edição de Sábado, Yan Boechat traz os bastidores da conferência; Luiza Silvestrini conversa com Andrew McLuhan, neto do teórico da comunicação Marshall McLuhan; e Guilherme Werneck apresenta o trabalho da atriz e diretora Renata Carvalho, em cartaz com Diamba e Antígona Travesti. Continue a leitura no Meio Premium e explore as histórias.




