Gastos com Previdência e BPC sobem R$ 11,3 bi e forçam bloqueio no Orçamento
Os gastos com aposentadoria e assistência social surpreenderam o governo no terceiro bimestre de 2024 e levaram ao bloqueio de R$ 11,2 bilhões no Orçamento deste ano. As duas despesas subiram R$ 11,3 bilhões em relação à previsão do último bimestre, obrigando o Executivo a segurar gastos para cumprir o arcabouço fiscal, com meta de déficit zero. Com isso, a previsão de déficit primário para este ano ficou em R$ 28,8 bilhões. Os dados foram divulgados no 3º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas. O governo também contingenciou R$ 3,8 bilhões diante da frustração com a arrecadação. A estimativa de receitas obrigatórias aumentou de R$ 2 trilhões para R$ 2,029 trilhões, impulsionada pela elevação da projeção com benefícios previdenciários. As despesas com benefícios de Previdência, do INSS, subiram R$ 4,9 bilhões, para R$ 923,1 bilhões. A expectativa para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) avançou de R$ 105,1 bilhões para R$ 111,5 bilhões. (Globo)
O presidente Lula disse que fará bloqueios no Orçamento “sempre que precisar” e que traz a responsabilidade fiscal “nas entranhas”. O presidente se referiu ao corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024, anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista a agências internacionais, Lula enfatizou que essa não é a primeira vez que o governo faz cortes e manteve uma posição crítica à autonomia do Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto. “Como pode um rapaz que se diz autônomo, presidente do Banco Central, estar incomodado com o fato do povo mais humilde estar ganhando aumento de salário?”, questionou. (g1)