‘Novo normal’ da Disney

Os efeitos da pandemia e o “novo normal” ficam bem evidentes na Disney. Nenhuma grande empresa de mídia depende mais da proximidade social e física de seus clientes do que a companhia. Para controlar a crise, seu CEO Bob Iger teve que voltar ao comando do grupo depois de anunciar sua saída em fevereiro deste ano. Com a disseminação do vírus, a maior divisão da empresa que faturou mais de US$ 26 bilhões em junho passado, teve que fechar todos os seus parques temáticos, da Califórnia a Xangai, e paralisar suas linhas de cruzeiros. A sua área de televisão também sofre. Em um mundo sem esportes, a ESPN transmite atletas jogando videogame. O terceiro grupo, o estúdio, esperava trazer a maior parte de sua receita com a abertura de salas de cinemas, que agora estão fechadas. A paralisação de sua produção também afeta a oferta de novos conteúdos para o seu streaming Disney+.

Essa interconexão entre os seus negócios é o que tornou a empresa um modelo para outras. Basicamente, os negócios da Disney dependem de lançamentos de filmes que despertam interesse em tudo, desde spin-offs de TV a produtos de consumo e parques temáticos. Mas é exatamente essa estratégia que está gerando um efeito cascata durante essa crise. A empresa estaria perdendo US$ 30 milhões ou mais por dia, segundo estimativa de um analista. No final de março, fez um empréstimo de US$ 6 bilhões.

Iger admitiu que a estratégia da empresa será profundamente alterada pela crise. O esboço que ele desenhou para o futuro pós-pandemia é uma Disney com mais medidas de segurança como medir a temperatura dos visitantes. Essa já é a realidade do outro lado do mundo. Em seu resort em Xangai, que está parcialmente em funcionamento, os hóspedes devem usar máscaras o tempo todo, horários e capacidade são limitados. E para entrar os visitantes devem se submeter a uma verificação de temperatura e apresentar um código QR controlado pelo governo em seu telefone, indicando que não têm o vírus.

O CEO ainda está usando esse momento para mudar os negócios permanentemente. Pode ser o fim de práticas caras e tradicionais de televisão, como publicidade de frente e produção de pilotos para programas que podem nunca ir ao ar. Ainda é provável que a Disney reabra com menos espaço de escritório e menos funcionários.

Esse novo normal da Disney não é exclusividade da empresa. Na Holanda, por exemplo, está sendo criado um novo conceito de escritório pós-pandemia. Escudos transparentes separam as mesas, marcadores direcionam o tráfego de pedestres e forros para mesas que captam os germes podem ser descartados quando o trabalhador vai embora. Empresas e faculdades ainda têm considerado manter o home office a longo prazo e criar rodízios para evitar aglomerações dentro dos seus ambientes. A American Airlines está pensando em acabar com o serviço de bordo. Os passageiros poderiam pegar suas próprias bebidas e lanches ao embarcar pelas pontes de acesso, nos voos mais curtos. A tradição de comissários servindo lanches poderá se tornar uma memória de épocas passadas — pelo menos até termos uma vacina.

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