Aras facilitou movimento golpista, diz procurador
Responsável por acompanhar, no Ministério Público Federal em Brasília, as providências de autoridades de segurança pública em relação às manifestações contra o resultado das eleições presidenciais de 2022, o procurador da República Anselmo Cordeiro Lopes afirma, em despacho do último dia 25, que Augusto Aras, procurador-geral da República no governo de Jair Bolsonaro, contribuiu para que o avanço da trama golpista. Semanas antes do 8 de Janeiro, a primeira instância do MPF na capital recomendou que os órgãos de segurança agissem para evitar manifestações violentas e monitorassem “conjuntamente e continuamente” possíveis pontos de tensão. Mas, segundo o despacho de Lopes, conta Rodrigo Rangel, Aras impediu que o documento chegasse às autoridades militares que deveriam cumprir as medidas. O então PGR ordenou que a recomendação fosse devolvida por extrapolar as atribuições dos procuradores de primeira instância que a assinavam. Aras também mandou encerrar grupos de trabalho montados para monitorar os movimentos golpistas. No despacho, Lopes solicita, via PGR, o compartilhamento das provas obtidas nas apurações do Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro e generais das Forças Armadas. (Metrópoles)