Gilmar Mendes: declaração de Bolsonaro sobre minuta do golpe ‘parece’ confissão

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As declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no ato de domingo passado sobre a minuta do golpe “parece” uma confissão de que ele sabia da existência do documento, segundo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o ministro avaliou que Bolsonaro saiu de uma situação de “possível autor intelectual para pretenso autor material” da tentativa de golpe de Estado. “Temos esses dados e por isso talvez ele decidiu fazer esse movimento, para mostrar que tem apoio popular, que continua relevante na opinião pública. Isso não muda uma linha em relação às investigações, nem muda qualquer juízo ou entendimento do STF”, disse. Em relação à proposta de anistia pelos 8 de Janeiro, Gilmar disse que essa discussão “não faz o menor sentido”. “Estamos falando da ameaça mais grave à democracia em todos esses anos pós-ditadura. Aqueles que tiveram participação menor no evento já foram consagrados com medidas muito mais leves. A maioria dessas pessoas foi liberada. Essa dosimetria a Justiça já está fazendo.” (Estadão)

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Em outra entrevista, à Carta Capital, Gilmar disse que o país deu passos importantes para evitar arbitrariedades registradas na Lava Jato, mas é preciso manter a atenção. Ele citou como avanço a criação da figura do juiz de garantias, para que o responsável pelo inquérito não cuide do julgamento do caso. “Eu tenho dito sempre: o combate à corrupção ou o combate ao crime como um todo não pode envolver cometimento de crimes”, afirmou. “No Brasil produzimos uma singularidade: supostos combatentes da corrupção cuidavam de ganhar dinheiro, de fazer dinheiro e de administrar fundos, o que é extremamente preocupante.” (Carta Capital)

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