‘Não há movimento contra Lira’, diz ministro após demitir de primo do presidente da Câmara

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O ministro de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT-SP), afirmou que não há  um movimento do governo contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Essa ideia veio a tona na manhã desta terça-feira em um encontro do ministro com Lira, na residência oficial da Câmara, em que os dois conversaram sobre demissão do primo do alagoano, César Lira, do cargo de superintendente regional do Incra de Alagoas.

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César Lira ocupava o cargo há três anos e sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça. Lira reclamou de ter ficado sabendo da demissão pela publicação. Teixeira, no entanto, disse que já havia comunicado o desligamento na tarde de domingo.

“Ele acha que é um movimento do governo contra ele e eu fui lá dizer a ele que não se trata disso. Inclusive, eu disse que ele pode oferecer um nome que dialogue com os movimentos sociais agrários e que não brigue com o MST”, disse Teixeira, em conversa com o Meio.

O ministro disse, no entanto, que o clima não está bom por parte do presidente da Câmara e que, nesse contexto, Lira não indicou um nome.

A demissão de César Lira é uma questão antiga. No ano passado, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupou a sede da autarquia em Alagoas e entre as reinvindicações estava a saída dele do órgão.

“Em vez de estabelecer um diálogo com os movimentos, César Lira dobrou a aposta e continuou brigando. Depois, ele disse que sairia candidato a prefeito de Maragogi (AL) e, diante disso, nós esperamos pela saída dele do cargo. Como ele não saiu, foi demitido agora”, contou o ministro, que recebeu uma carta pedindo a saída de César Lira, assinada pelo MST e outros seis movimentos agrários — Comissão Pastoral da Terra, Frente Nacional de Luta, Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, Movimento Popular de Luta, Movimento Social de Luta e Movimento Terra Livre.

“O senhor, ministro Paulo Teixeira, por três vezes, estabeleceu prazo para exoneração e não honrou com a palavra”, cobraram no documento.

Após receber a carta, no domingo, Teixeira ligou para Lira para tratar da demissão do primo do alagoano e combinaram de se encontrar na tarde de segunda. Só que Lira não pôde comparecer ao encontro e, segundo o ministro, ele precisou respeitar o “tempo da política” no chamado Abril Vermelho, quando se intensificam a luta pela reforma agrária.

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