Rio Grande do Sul: chuvas já mataram 55; acompanhe as atualizações

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O Rio Grande do Sul continua sob fortes chuvas neste fim de semana. Foram confirmados 55 mortes e 74 desaparecimentos pela Defesa Civil no boletim das 18h. Dos 497 municípios gaúchos, 371 foram afetados pelos temporais, atingindo aproximadamente 510,5 mil pessoas. Cerca de 69,2 mil pessoas estão desalojadas e outras quase 13,3 mil, desabrigadas. Ainda conforme o boletim da Defesa Civil, algo em torno de 350 mil residências estão com dificuldades no fornecimento de energia e mais de 860 mil casas estão com o abastecimento de água comprometido. Na capital, Porto Alegre, o aeroporto Salgado Filho fechou as portas por tempo indeterminado desde as 20h30 de sexta-feira. A saída por terra também é impossível, já que a rodoviária, que fica na avenida Júlio de Castilhos, uma das mais importantes do município, está alagada. O Lago Guaíba, um dos principais postais da cidade, ultrapassou a cota de 5 metros, a maior cheia do espelho d’água desde 1941. Várias regiões da cidade foram inundadas, incluindo o Centro Histórico, e bairros como Humaitá registraram quedas de energia. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrou 76 ocorrências em aberto, com 53 casos de bloqueio total de vias públicas. Apenas na capital são 2,5 mil desabrigados. A Prefeitura planeja abrir o ginásio Gigantinho, vizinho ao Guaíba, para receber as vítimas das enchentes. O prefeito Sebastião Melo (MDB) comparou a situação porto-alegrense a um cenário de guerra. É a maior inundação já registrada na cidade. Por questões de segurança, o Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE) suspendeu as operações de tratamento, o que pode acarretar em desabastecimento de água potável em pelo menos 68 bairros da capital. Quatro das seis estações de água estão paradas. (g1, Zero Hora e Correio do Povo)

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Segundo as autoridades municipais, cidades como Eldorado, Canoas e São Leopoldo concentram, hoje, a maior parte dos resgates a pessoas ilhadas. As ações são divididas entre as forças públicas e a população que tem condições para tal. Em alguns casos, as duas frentes se misturam, como quando o bombeiro militar Lucas Moraes, de Candelária, mas que atua em Santa Cruz do Sul, pegou uma lancha na terça-feira, acompanhado de voluntários, e desceu pelos rios em busca de sobreviventes. Encontrou 16 em um bairro mais distante, mas teve de tirá-los em pequenos grupos, e apenas para se abrigarem em outro local. Dois dias se passaram até que ele conseguisse carregar o celular e compartilhar a localização com as equipes de resgate. “Tudo o que queria era ver meu filho de novo”, disse Moraes à Zero Hora após o desfecho. Canoísta profissional e medalhista pan-americano, Givago Ribeiro usou as habilidades esportivas para resgatar 11 pessoas na divisa entre Santa Maria e Silveira Martins, no sul do estado. (Zero Hora)

Além do trabalho de abrigar as pessoas e de conter os danos da chuva que ainda cai sobre o estado, as autoridades gaúchas lidam com desaparecimentos em função dos temporais. Em Roca Sales, onde foi encontrada a ex-miss Brasil Natália Anderle, grávida de sete meses, que estava havia quatro dias desaparecida, a prefeitura estima que 15 pessoas estejam soterradas pelos desmoronamentos na região. Doações via pix podem ser feitas para diversas instituições, inclusive para a Prefeitura de Porto Alegre e ao governo do RS. Principais times do estado, Grêmio, Internacional e Juventude ajudam na distribuição de alimentos e também na arrecadação de donativos, através de mobilização nas redes sociais. (Agência Brasil, G1 e Prefeitura de Porto Alegre)

Na tarde deste sábado, o Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, precisou ter parte das operações paralisadas em função dos alagamentos que castigam a capital gaúcha. A unidade, que fica no bairro Menino Deus, no centro-sul da cidade, fechou o atendimento de emergência e transferiu pacientes a outros aparelhos médicos da região. Em Canoas, na região metropolitana da capital, um outro hospital foi evacuado devido ao avanço da água sobre pacientes e equipamentos. Também em Porto Alegre, mas na Zona Norte, uma explosão num posto de gasolina deixou pessoas feridas. As autoridades ainda não confirmaram quantos foram atingidos ou a gravidade dos ferimentos, mas se sabe que dois frentistas e um cliente estavam no local no momento da explosão. Uma pessoa foi encaminhada ao hospital. De acordo com relatos, um gerador explodiu logo após a chegada de um barco que iria reabastecer. (O Comércio e G1)

Não bastasse a interdição de unidades de saúde, fechamento de aeroporto e rodoviária e inutilização de vias de acesso à cidade, Porto Alegre corre o risco de ficar sem oxigênio em seus hospitais. O prefeito Sebastião Melo (MDB) afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que o principal entrave é o isolamento da capital gaúcha, algo que impede a chegada de novos carregamentos. O chefe da cidade disse, ainda, que “a situação vai piorar” para os porto-alegrenses nos próximos dias. (CNN Brasil)

O lago Guaíba voltou a crescer em volume na tarde deste sábado. De acordo com a Defesa Civil, o espelho d’água chegou a bater a marca de 5,19m na Usina do Gasômetro, o dique mais importante para contenção das águas. O nível está mais de 2,5m acima da Cota de Alerta e 2m a mais que a Cota de Inundação. Os dados são coletados pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA). À noite, pela primeira vez desde o começo das chuvas, o nível do Guaíba recuou levemente. (Zero Hora e Correio do Povo)

A previsão é que a água dê uma pequena trégua no domingo, devido à chegada de um anticiclone vindo de Uruguai e Argentina. O fenômeno se caracteriza por um esquentamento de massas de ar que são “forçadas” a descer por outras nuances meteorológicas. Ainda assim, é previsto o retorno de chuvas intensas para a segunda-feira. O desastre que se abate sobre os gaúchos é resultado de três fenômenos que se derramam no estado: um cavado, que é uma corrente intensa de vento sobre a região; um corredor de umidade vindo da Amazônia que estacionou sobre o Sul do Brasil; e um bloqueio atmosférico causado pela onda de calor que tem atuado aqui no Centro-Oeste. (iG e g1)

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), são esperados de 30 a 50mm de precipitação até o final do domingo, o que corresponde de 20% a 35% do esperado para o mês inteiro. A Serra Gaúcha, uma das regiões mais atingidas pelos temporais, deve registrar o maior volume de água entre sábado e domingo. (Zero Hora)

Em São Leopoldo, na região serrana do Rio Grande do Sul, um dique de contenção às margens do Rio dos Sinos se rompeu e espalhou água pela cidade, gerando alagamentos. O prefeito, Ary Vanazzi (PT), anunciou via X que as autoridades já estão providenciando a evacuação das redondezas, além de pedir auxílio de helicópteros para retirar pessoas que moram perto do dique. A cidade, que viveu uma corrida às compras pelo medo de desabastecimento, tem o principal abrigo lotado e teve de abrir uma nova área, em uma universidade local, para receber pessoas desabrigadas. O UOL reuniu vídeos que mostram o momento em que a água ganha as ruas da cidade. Confira. (UOL)

Três dias depois de chegar ao estado com uma comitiva de ministros, oferecer apoio logístico e financeiro e acatar o estado de calamidade pública decretado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), o presidente Lula deve voltar ao Rio Grande do Sul neste domingo. A nova visita do petista foi anunciada pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Teixeira, e Lula deve embarcar rumo a Porto Alegre às 10h30. Pimenta e Waldez Góes, chefe do Ministério do Desenvolvimento Social, chegaram ao estado neste sábado e aguardam pelo chefe do Executivo. (UOL)

O governo do Rio Grande do Sul anunciou a instalação de pontos de apoio ao redor do estado para auxiliar moradores, voluntários e equipes de resgate que estão em áreas ilhadas pelas chuvas. Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Lajeado vão receber as bases logísticas já a partir do domingo. Os postos contam com capacidade para operação aérea, armazenamento de alimentos essenciais, água e medicamentos. Apesar de garantir a ação dos helicópteros em áreas tidas como preferenciais, que oferecem maiores riscos à população, a administração estadual garantiu que aviões cargueiros serão enviados ao interior, ainda que haja preocupação com o abastecimento dessas aeronaves dado o alagamento no aeroporto Salgado Filho, que está fechado por tempo indeterminado. (Zero Hora)

Em virtude das chuvas no estado, que tem cerca de 86 mil inscritos no Concurso Nacional Unificado (CNU), o governo federal adiou a prova em todo o país. Veja o que fazer neste caso. (Exame)

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