Haddad prepara opções de cortes de gastos para levar a Lula
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levará ao presidente Lula uma série de opções para desindexar os gastos do Orçamento federal, conta Alvaro Gribel. Uma das ideias é estabelecer o teto de 2,5% acima da inflação para despesas vinculadas ao salário mínimo, como os benefícios previdenciários, e os pisos da saúde e educação, atrelados à arrecadação do governo. Pelo modelo a ser proposto, esses gastos ficariam sujeitos ao mesmo limite do arcabouço fiscal, corrigindo a distorção de se ter rubricas obrigatórias com crescimento acelerado, que acabam comprimindo gastos para investimentos e custeio da máquina pública. A solução foi apresentada por Haddad no encontro que teve com investidores na última sexta-feira. Mas a decisão depende do aval de Lula. Por isso, a percepção de risco aumentou muito desde sexta-feira. O dólar mais alto, que chegou a tocar R$ 5,38 nesta segunda-feira, aumenta a pressão sobre a inflação, diminuindo a margem de manobra do Banco Central para cortar a taxa básica de juros. Nesse sentido, a disparada do dólar acaba sendo um aliado de Haddad para convencer o presidente, sob influência do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que não conseguem compreender a urgência do ajuste fiscal nem do risco político para a eleição de 2026. (Estadão)