Haddad diz que Brasil é uma ‘encrenca’, mas que tem condições de ser ‘grande’

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse neste sábado que o Brasil é um “encrenca”, “um negócio difícil de administrar”, mas que tem condições de ser “grande”, sem precisar “ser quintal de ninguém”. As declarações foram feitas em um evento sobre empreendedorismo, organizado pelo Instituto Conhecimento Liberta (ICL).

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“O Brasil não precisa ser quintal de ninguém, somos metade da América do Sul, temos que ser parceiros dos Estados Unidos, da Europa, da China, integrar o continente latinoamericano”, disse.

O ministro reclamou da falta de condições de diálogo com o atual Congresso e que, “as vezes”, pessoas em posição de poder não fazem “a coisa certa pelo país. “Quando vamos para Brasília, não vamos dialogar, vamos nos defender. Você fica o tempo todo apreensivo. Por que essa espuma toda para criar cizânia na sociedade? Por que não focamos no que vai mudar pra melhor a vida as pessoas?”, questionou o ministro. “Estou dentro do Estado em posição de responsabilidade, não de poder”, declarou.

Haddad tentou mostrar que entende de economia na prática e não só na academia, reforçando que não trocaria sua experiência de 18 anos trabalhando na loja de seu pai pelos diplomas em Economia, Filosofia e Direito na USP. “Foi um período muito rico, de aprender a respeitar as pessoas”, disse.

O ministro afirmou que não é político profissional, mas que se vê como professor. Ele lamentou ainda brasileiros que dizem querer mandar seus filhos para o exterior, caso prosperem economicamente. “Não é esse país que queremos.” “Nunca vi país que deu certo sem um projeto coletivo”, disse Haddad.

Questionado sobre a vocação do país, ele afirmou que o Brasil tem condições de ser
uma “potência sócio-ambiental”, mas que barreiras protecionistas estão se elevando
no mundo, e que questionamentos sobre a sustentabilidade da produção nacional
serão usados por países desenvolvidos para tentar barrar as exportações brasileiras
e de outras nações em desenvolvimento.

Haddad citou preocupação, ainda, com o fato do desenvolvimento tecnológico poder
compensar a falta de recursos naturais em outros países. “Se não aproveitarmos, o
mundo vai acabar superando as nossas vantagens naturais com tecnologia”, disse
Haddad. “Se você der tempo para a tecnologia, ela dá a volta por cima, supre o que a
natureza não ofereceu.” (Valor)

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