Em dia caótico, Ibovespa cai menos do que no exterior e fecha com recuo de 0,46%
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O dia que começou com a derrocada de 12,4% do índice de japonês Nikkei, na maior baixa diária desde o crash de 1987, terminou a Segunda-feira Sangrenta com perdas mais suaves do que se esperava no Brasil. O Ibovespa encerrou o dia com recuo de 0,46%, aos 125.269,54 pontos, bem menos do que as Bolsas americanas, com Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq em baixa de, respectivamente, 2,60%, 3% e 3,43%. Já o dólar, que chegou a R$ 5,86 na máxima do dia, perdeu força frente ao real em meio ao enfraquecimento da moeda americana ante outras divisas emergentes e a dados positivos do setor de serviços nos Estados Unidos, que diminuíram a preocupação de agentes de mercado com uma possível recessão no país. Ainda assim, ao subir 0,56%, a R$ 5,741, o dólar atingiu a maior cotação desde 20 dezembro de 2021 (R$ 5,745).
O melhor desempenho do Ibovespa frente aos índices americanos se deve ao fato de o referencial brasileiro já estar em um patamar mais baixo, segundo analistas. Com a performance desta segunda-feira, o Ibovespa recua 5,60% no ano, ou seja, já registrou muitas perdas e está longe de seu nível histórico. Os índices americanos, por sua vez, ainda avançam no ano: Dow Jones tem a menor alta, de 2,68%, enquanto Nasdaq tem a maior, com 7,62%. As bolsas europeias também encerraram o dia com fortes perdas: FTSE 100 de Londres caiu 2,04%, DAX de Frankfurt encerrou em baixa de 1,95%, enquanto o CAC 40 de Paris perdeu 1,42%.
A valorização do iene devido à alta dos juros no Japão, a queda nas ações tecnologia e o temor de uma recessão nos EUA formaram uma tempestade perfeita. As ações de Alphabet, Amazon, Meta, Microsoft e Tesla, bem como da Apple e Nvidia, caíram até 6,5%. As perdas nas ações do grupo conhecido como “Sete Magníficas” estavam encaminhadas para perder quase US$ 650 bilhões em valor de mercado combinado.
Ruy Alves, gestor de multimercado da Kinea, diz que difícil dizer se a queda nas Bolsas desta segunda-feira foi “excessiva”. “Talvez exagerada fosse a posição anterior [dos investidores] que estava muito alavancada. Agora, [a alocação] está voltando para tamanhos mais ‘naturais’ vis a vis à volatilidade”. (InfoMoney)