Brasil receberá cúpula do Brics em meio a pressão de Trump contra bloco
No comando do Brics em 2025, o Brasil vai liderar as discussões do grupo tendo que lidar com os desafios da volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O Brasil ocupa a presidência do bloco formado pelas maiores economias de países emergentes do mundo. A cúpula do Brics — quando líderes se reúnem presencialmente e divulgam um comunicado conjunto — ocorrerá no primeiro semestre, provavelmente no Rio de Janeiro. Antes, as delegações se reúnem para tratar de negociações. A primeira reunião será entre os dias 10 e 12 de fevereiro em Brasília, menos de um mês após a posse de Trump, no dia 20 do janeiro. O americano é contra pautas defendidas pelo bloco, como o fortalecimento de organizações multilaterais e a criação de uma moeda única para as transações comerciais. Trump fez uma guerra comercial contra a China em seu primeiro mandato e já ameaçou aumentar as tarifas de produtos importados do Brasil. Esse cenário exigirá uma maior cautela dos membros do Brics para evitar que os Estados Unidos interpretem as iniciativas do grupo como retaliações, diz Marianna Albuquerque, professora do instituto de relações internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O fato de o Brasil ocupar a presidência do grupo no primeiro ano de mandato do presidente eleito permite ao país direcionar o bloco para os assuntos que considera importantes, afirma Albuquerque. “O país que assume a presidência tem um maior poder de agenda para escolher temas prioritários e liderar as negociações dos compromissos e declarações. O Brasil fez isso no G20 com o combate à fome e à pobreza, por exemplo.” (UOL)