Temor de recessão derruba principais índices de Wall Street; dólar sobe a R$ 5,85
As preocupações com os efeitos econômicos da intensificação da guerra comercial travada por Donald Trump e a forte liquidação de ações de tecnologia até então em alta derrubaram os principais índices americanos. Esse choque de volatilidade segue a entrevista de domingo do presidente americano à Fox News em que se recusou a descartar a possibilidade de recessão ou de aumento da inflação, minimizando as preocupações comerciais sobre a falta de clareza em seus planos tarifários. O S&P 500 desabou 2,7%, após acumular perda de 3,1% na semana passada, o pior desempenho semanal em seis meses, com os grandes bancos americanos abandonando as previsões otimistas para o mercado de ações neste ano. O Dow Jones caiu 2%. O Nasdaq despencou 4%, pior dia em dois anos e meio, e já acumula retração de mais de 13% em relação ao pico de dezembro. A Tesla, de Elon Musk, derreteu 15,4%, apagando todos os ganhos pós-eleição e acumulando desvalorização de mais de 50% desde a alta de dezembro. A gigante de chips Nvidia, um dos destaques em meio ao entusiasmo com a inteligência artificial, caiu 5,1%. As ações de bancos também caíram, com Morgan Stanley e Goldman Sachs perdendo, respectivamente, 6,4% e 5%. (Financial Times)
No Brasil, o Ibovespa abriu a semana com queda de 0,41%, aos 124.519 pontos, sob a influência negativa das bolsas de Nova York. O dólar acompanhou a tendência global de alta da moeda americana e subiu 1,06% frente ao real, cotado a R$ 5,85. No exterior, o movimento também foi de valorização, com o índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de divisas fortes, subindo 0,13%. (Bloomberg Línea)