Parlamento português derruba premier e país terá a terceira eleição em três anos
O Parlamento português derrubou a moção de confiança apresentada pelo primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, depois de a oposição questioná-lo sobre conflito de interesses envolvendo os negócios de uma empresa de consultoria fundada por ele e administrada por sua mulher e filhos. A situação do primeiro-ministro ficou insustentável após vir à tona que a sua empresa, Spinumviva, recebe pagamentos mensais por consultoria e proteção de dados. Com a derrota, o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, vai convocar eleições gerais antecipadas em maio — a terceira em pouco mais de três anos. Do Partido Social Democrata (PSD), Montengero liderava há um ano um governo minoritário e dependia de outros partidos para governar. As principais siglas de oposição — o Partido Socialista, de centro-esquerda, e o Chega, de extrema direita — tiveram importante papel para derrubá-lo. “Não pratiquei qualquer crime. Quem não deve não teme e eu tenho a minha consciência tranquila”, afirmou Montenegro. Acuado e diante da abertura de uma CPI, proposta pelo PS, o premier preferiu apresentar uma moção de confiança sabendo que não teria como aprová-la. E será candidato novamente, mas sob a desconfiança dos eleitores. “O objetivo é ir para eleições para evitar a CPI”, disse Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS. (Globo)