MP: A Vale sabia

A Vale sabia do risco de rompimento na barragem de Brumadinho e em outros oito depósitos de rejeitos desde outubro do ano passado. Essa é a avaliação do Ministério Público de Minas Gerais em ação que corria em segredo de Justiça do TJ mineiro. O rompimento da barragem matou 165 pessoas e deixou 160 desaparecidos. Apesar dos alertas, diz o MP, a empresa classificou a estrutura de Brumadinho como de “baixo risco”. A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou ontem que barragens do mesmo tipo passem a ser vistoriadas diariamente, não mais a cada 15 dias. Existem 88 delas no país, sendo 41 somente em Minas Gerais.

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Duas semanas após uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito intestinal, o presidente Jair Bolsonaro recebeu dos médicos autorização para ter alta a partir desta quarta-feira, quando termina o tratamento com antibióticos para conter uma infecção. A data da saída, porém, será decidida pelo Planalto. (Estadão)

“Você quer me matar?”, perguntou Bolsonaro, por telefone, a Hamilton Mourão no sábado. Mas foi uma brincadeira. O presidente, submetido à rígida dieta hospitalar, reagiu assim ao saber que seu vice estava indo a um churrasco. O próprio Mourão contou a história para mostrar a recuperação de Bolsonaro. (Globo)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, deve receber ainda hoje de seus auxiliares a proposta final da reforma da Previdência. O texto, já alinhado com a Casa Civil, vai aguardar o aval do presidente Jair Bolsonaro.

Para aprovar a reforma, o governo federal acena com alívio nas contas dos governadores, que assumiram boa parte dos estados diante de uma grave situação fiscal. Uma das ideias é incluir na PEC da reforma a autorização para que estados antecipem receitas futuras. Esse dinheiro, porém, só poderia ser usado em fundos previdenciários para pagar aposentadorias e pensões, hoje os gastos que mais pesam nas contas estaduais. (Globo)

A Receita Federal negou, em nota, ter encontrado, durante uma investigação preliminar, indícios de sonegação e lavagem de dinheiro por parte do ministro do STF, Gilmar Mendes, e da mulher dele, a advogada Guiomar Mendes, e que existe um processo contra eles. Na semana passada, Gilmar ficou furioso com a divulgação pela imprensa de que era investigado pelo Fisco e cobrou providências do presidente do Supremo, Dias Toffoli. Na nota divulgada nesta segunda-feira, a Receita diz estar apurando quem vazou as informações sobre o caso.

Um acidente de helicóptero matou nesta segunda-feira em São Paulo o jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, apresentador do Jornal da Band e de programas na rádio Band. Segundo testemunhas, o piloto, que também morreu, tentou fazer um pouso de emergência em uma das pistas do Rodoanel, quando atingiu um caminhão e explodiu. O corpo do jornalista estava fora das ferragens, o que corrobora relatos de que ele teria pulado da aeronave antes da explosão. A tragédia pode ser mais um número nas estatísticas da negligência, pois a aeronave não tinha licença para transportar passageiros.

Ao longo de uma carreira iniciada nos anos 1970, sob a batuta de Ibrahim Sued, Boechat passou pelas mais importantes redações do Brasil, até deixar o Globo em 2001 em meio a uma crise. Foi o início de uma migração para o rádio, na Band, onde se transformaria em um dos jornalistas mais populares do país, criticando duramente, mas com seriedade, autoridades e políticos de todas as cores ideológicas. Além da paixão pela notícia e dos comentários ácidos, Boechat marcou o público ao tratar abertamente de seu quadro de depressão. Veruska, viúva do jornalista, fez uma homenagem no Instagram ao marido, enquanto os colegas do Jornal da Band prestaram em vídeo um tributo.

José Paulo Kupfer: “A imagem que me vem à mente agora é a de um Boechat sempre irrequieto, nunca se levando pessoalmente muito a sério, o tempo todo com um telefone em cada ouvido ao mesmo tempo e um terceiro com alguém à espera para falar com ele. Até onde sei e acompanhei, isso nunca mudou. Boechat foi um jornalista à antiga — e isto é um elogio —, mas não um jornalista antigo. Engraçado, barulhento, temperamento forte, mas humilde e solidário, reinventou-se a vida toda, atuando com talento e competência em todas as mídias. Era profissional até a raiz dos cabelos que já não tinha desde antes dos 40 anos.” (Estadão)

Ancelmo Gois: “Peço licença para falar de dois Boechats. O primeiro: o colega e amigo. O Boechat boa gente, embora de temperamento difícil, até mesmo explosivo, mas que, no fim das contas, sempre pedia desculpas. Quando assumi o seu lugar, em 2001, no meio de uma crise, Boechat foi de extrema generosidade comigo. O outro Boechat, o Brasil conheceu. O seu amor pela notícia levou alguns amigos, eu entre eles, a inventarem que ele tinha até um calo na orelha de tanto ficar pendurado ao telefone, à cata de novidades. É difícil dizer, neste momento, o que ele era: um colunista inovador, um grande repórter, um ótimo apresentador de telejornal ou um estupendo homem do rádio. Na verdade, era tudo isso.” (Globo)

Nem todas as reações, porém, foram de respeito e pesar. Seguidores de igrejas evangélicas usaram as redes sociais para relacionar a morte de Boechat a um comentário altamente negativo que ele fez em relação ao pastor Silas Malafaia.

Para ler com calma: Após 40 anos da revolução islâmica, iranianos driblam as rígidas normas religiosas para levar uma vida menos restritiva. (New York Times)

Democratas e republicanos anunciaram um acordo “de princípios” sobre segurança na fronteira sul, o que deve evitar uma nova paralisação do governo federal. A oposição aceita liberar US$ 1,375 bilhão para “cercas e outras medidas”, bem abaixo dos US$ 5,7 bilhões que Trump queria para murar a fronteira com o México. (Washington Post)

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HealthTech

Comprovando seu interesse crescente pela área da saúde, gigantes da tecnologia prometem invadir a conferência anual da Sociedade de Gerenciamento de Sistemas de Informação sobre Saúde (HIMSS, em inglês), que acontece na semana que vem, na Flórida. Só o Google vai participar de 20 painéis. Amazon, Microsoft e diversas startups vão apresentar seus produtos e soluções — de algoritmos e caixas de som inteligentes a aplicativos na nuvem — para médicos, administradores de hospitais e agentes públicos. Outro momento esperado é a fala de Seema Verma, diretora do Medicare e do Medicaid, iniciativas governamentais de saúde social e seguro para população de baixa renda nos EUA. Verma deve falar sobre compartilhamento de dados de saúde e controle pelos pacientes de suas informações médicas. Como em tudo o resto que envolve o setor de TI, controle de informação é dinheiro.

Entre as startups que prometem usar a tecnologia para melhorar a saúde das pessoas está a Healthy.io, do israelense Yonatan Adiri. Seu produto é apelidado de “selfie médico” e o primeiro deles permite analisar amostras de urina para detectar doenças como diabetes, infecção urinária e problemas nos rins. Os dados são capturados pelo smartphone, avaliados na nuvem e enviados para o médico da pessoa. O curioso nessa história foi de onde Adiri tirou a ideia para seu produto. Anos atrás a mãe dele sofreu um acidente durante uma viagem à China. Os médicos locais fizeram exames de imagem, diagnosticaram somente fraturas nas costelas e já iam embarcá-la para Hong Kong quando o marido teve a ideia de fotografar os exames com o celular e enviá-los para um especialista, que identificou imediatamente uma perfuração no pulmão.

Se um celular salvou uma vida, drones podem salvar muitas mais. As maquininhas, que provocaram uma paixão do público por fotos aéreas, estão sendo adaptadas para levar suprimentos médicos a áreas de difícil acesso. Uma das empresas que atuam nesse segmento, a Zipline, fez um acordo com o governo de Ruanda, na África, para transportar sangue, plasma e plaquetas para 21 hospitais no interior do país. Em um ano e meio, foram 4 mil voos, percorrendo 300 mil quilômetros e entregando o equivalente a 25% do suprimento de sangue do país fora da capital. A estimativa é que pelo menos 1.333 pessoas tenham sido salvas pela iniciativa.

Cultura

A BBC e a Discovery vão se juntar para lançar um serviço de streaming especializado em História e Vida Natural. A informação é do Financial Times. O serviço de transmissão de vida selvagem será de propriedade da Discovery, e a BBC licenciará toda a sua biblioteca de programação de história natural, incluindo os sucessos apresentados por David Attenborough.

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O álbum You're the Man, que foi gravado em 1972 por Marvin Gaye, passou décadas engavetado. Mas seu lançamento vai finalmente acontecer no próximo dia 29 de março. O disco foi planejado como o sucessor de What's Going On (Spotify), lançado em 1971, que é provavelmente o mais famoso de Gaye até hoje. O lançamento fará parte das comemorações dos 80 anos do cantor.

E no novo trailer de Aladdin, Will Smith aparece como o Gênio da Lâmpada.

Viver

A província argentina de Jujuy, que faz fronteira com a Bolívia, será a primeira do país a cultivar sem restrições legais maconha para uso medicinal. O governo local conseguiu a autorização nacional para importar sementes e iniciar testes piloto em uma fazenda de propriedade pública. Para isso, a província de 700 mil habitantes criou a empresa pública Cannabis Avatãra, a primeira de seu tipo no país. Mas o dinheiro e a experiência para tocar o projeto vem de uma empresa privada: a norte-americana Green Leaf International, subsidiária da Player Networks. Em 2017, o Congresso argentino aprovou uma lei que autoriza o uso medicinal da maconha, mas manteve a proibição do cultivo próprio e habilitou sua importação até o Estado reunir condições de produzi-lo. Como o Estado não pareceu muito interessado em avançar na produção nacional do óleo, os pacientes ainda pagam muito caro pelo produto. A previsão do governo de Jujuy é produzir 300 mil litros de óleo em cinco anos, suficientes para abastecer o mercado local e exportar os excedentes.

A futura colisão da galáxia Andrômeda com a Via Láctea tem há tempos chamado a atenção de astrônomos do mundo todo. Agora, as previsões são mais otimistas. Um novo estudo afirma que o fenômeno só acontecerá daqui a 4,5 bilhões de anos e não 3,9 bilhões como era previsto anteriormente, e que o Sistema Solar poderá sair ileso desse choque. (Globo)

Enquanto isso... A Nasa está planejando enviar astronautas para a Lua novamente. Só que desta vez quer mantê-los lá por tempo indeterminado. (Globo)

E a Mars One Ventures, a a empresa que afirmou que iria enviar centenas de pessoas com uma passagem só de ida para Marte, faliu. Não foi exatamente uma surpresa. Muitos especialistas suspeitavam que ela tenha sido uma farsa por anos, mirando nos desejos das pessoas de viajar para o espaço sem ter um plano real de como levá-las até lá.

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