Manifestação organizada por Bolsonaro e Malafaia reúne 18,3 mil em Copacabana
O ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível, voltou a dizer neste domingo, durante ato na praia de Copacabana, que será candidato à presidência em 2026. Bolsonaro ainda se defendeu da acusação de golpe, da qual pode se tornar réu ainda neste mês. Disse ter apoios na Câmara dos Deputados para aprovar a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro de 2023. “Há poucos dias, tinha um velho problema e resolvi, com o (Gilberto) Kassab em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília”, afirmou. O ex-presidente também voltou a questionar sua derrota nas urnas, em 2022. Alegou que enchia manifestações “até maiores que essa”, que “estava com o agro 100% fechado” e que aumentou os valores do Bolsa Família para R$ 600. Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, também discursaram. “Qual a razão de afastar Jair Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição, e eles sabem que vão perder?”, disse Tarcísio. “Estamos aqui para lutar e exigir anistia de inocentes que receberam penas.” A campanha “Fora Lula” ficou em segundo plano, com a frase aparecendo em algumas bandeiras vendidas por ambulantes na orla da praia carioca.
O evento reuniu 18,3 mil manifestantes, segundo cálculo feito com base em imagens aéreas pelo grupo de pesquisa Monitor do Debate Político do Meio Digital, parceria da USP com a ONG More in Common, coordenado pelos pesquisadores Pablo Ortellado e Márcio Moretto. A mobilização foi bem menor do que esperava o ex-presidente, que, inicialmente, contava atrair um milhão de pessoas e, um tempo depois, já havia baixado as expectativas para 500 mil. A margem de erro do levantamento é de 2,2 mil pessoas para mais ou para menos.
O evento foi organizado pelo pastor Silas Malafaia. Além de Tarcísio e Cláudio Castro, os governadores de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), além de ao menos nove senadores e 43 deputados federais estiveram presentes, junto de deputados estaduais, vereadores e outras lideranças. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não foi ao ato por estar se recuperando de um procedimento estético. (Globo, Folha e g1)