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Ana de Armas até os dentes

Ana de Armas busca vingança pela morte do pai em “Bailarina”. Foto: Reprodução

A cubana Ana de Armas é uma estrela por si só. Aos 37 anos, leva na bagagem indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro e o peso de ter interpretado o mito Marilyn Monroe no controvertido Blonde. Ela já havia demonstrado talento para ação em 007 – Sem Tempo Para Morrer, mas era um papel pequeno. Agora, Ana comanda o tiroteio em Bailarina, ambientado no universo de John Wick. A diferença é que, enquanto o matador de aluguel de Keanu Reeves começa uma guerra para vingar o cachorro, Eve, a matadora de aluguel de Ana, quer vingar o pai, rompendo uma trégua entre duas facções de assassinos e se tornando um alvo universal. Tudo com muitos tiros, perseguições e cenas de luta que desafiam as leis da física, além de uma série de rostos familiares da franquia.

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Se você acha que a violência malabarista de Bailarina é muito fantasiosa, espera até ver a superprodução chinesa Terra à Deriva 2: Destino. No primeiro filme, de 2019, a Terra foi, graças à instalação de foguetes do tamanho de montanhas, transformada em uma nave para fugir da expansão do Sol e levar a raça humana a Alfa Centauri, o sistema estelar mais próximo, a “apenas” 4,4 anos-luz de distância. A parte 2, na verdade, se passa dez anos antes e explica como tudo isso aconteceu. É menos agitado que o anterior, mas nem por isso menos delirante. E se preparem, a parte três está prevista para 2027.

O veterano Richard Gere e o jovem Jacob Elordi dividem o papel do documentarista Leonard Fife, personagem principal de Oh, Canadá, escrito e dirigido por Paul Schrader. Sentindo a proximidade da morte, Fife decide gravar um depoimento sobre sua via, encarregando um ex-aluno de documentar sua jornada desde a década de 1960. Há dois problema, porém. Primeiro, o velho cineasta vai revelando segredos e mentiras de seu passado, pegando de surpresa até a esposa, vivida pela grande Uma Thurman. Segundo, e equipe começa a se questionar se o que está sendo dito realmente aconteceu ou é uma fantasia provocada pela doença.

A proximidade da morte também dá início à trama do brasileiro Os Três Reis, comédia de Steven Phil. No leito do hospital, uma mulher pede aos três filhos que encontrem e tragam até ela o marido que a abandonou, hoje um cantor e empresário famoso. O trio parte, não exatamente de bom grado e sem conflitos, em um road movie pelo interior de São Paulo, enfrentando as próprias diferenças. Ah, importante, o mais velho é um presidiário que havia sido autorizado a visitar a mãe agonizante, o que torna, assim… um foragido perseguido pela polícia.

Também para rir é o francês Daaaaaalí, de Quentin Dupieux, onde uma obstinada candidata a jornalista quer porque quer entrevistar pintor surrealista Salvador Dalí. A conversa, pautada pelos maneirismos do artista, tão surreais quanto seus quadros, se estende até virar um documentário, mas (sur)realidade vai sendo desafiada a cada instante.

Não se deve esperar humor em Ainda Não É Amanhã, de Milena Times. O filme acompanha Janaína, uma jovem periférica que consegue uma bolsa para cursar a faculdade e, quem sabe, mudar a vida da mãe e da avó, com quem vive em uma casa modesta. Até que um teste de gravidez pode jogar todos os seus planos por água abaixo.

Igualmente denso é A Procura de Martina, de Márcia Faria. A personagem-título é uma das Avós da Praça de Maio, mães de desaparecidos na abjeta ditadura militar argentina que buscam o paradeiro de seus netos, não raro criados como filhos pelos torturadores e assassinos de seus pais verdadeiros. Com os primeiros sintomas de Alzheimer, ela recebe um telefone que a faz viajar para o Rio de Janeiro a fim de descobrir o que aconteceu com sua filha, que estava grávida ao ser sequestrada pelo regime, e com o bebê antes que a doença apague sua memória.

Dirigido pelo alemão Veit Helmer, Teleférico do Amor conta a história de duas operadoras das gôndolas que ligam uma vila nas montanhas a uma cidadezinha em um vale na Geórgia (o país do Cáucaso, não estado americano). Iva e Nino se veem por alguns segundos a cada meia hora, quando suas cabines se cruzam no ar, mas vão desenvolvendo uma silenciosa relação de carinho e cumplicidade, até que têm a oportunidade de se encontrarem após o trabalho e entenderem melhor o que é aquele sentimento que une as duas.

Para quem acha que animação é coisa de criança, Memórias de um Caracol vai ser uma surpresa. O diretor e roteirista Adam Elliot usa a técnica de stop motion para adaptar a autobiografia de Grace Pudel, separada do irmão gêmeo na infância após a morte do pai, seu único parente. Sua vida solitária muda ao conhecer a excêntrica idosa Pinky, que vai tentar ensiná-la a viver a vida olhando para a frente.

Ambientado no passado francês, Vencer ou Morrer se passa em 1793, em plena Revolução. Charette (Hugo Becker) é um marinheiro decide voltar para sua cidade em busca de paz, mas tem de se tornar líder dos camponeses locais, tão oprimidos pela nova ordem revolucionária quanto eram pela nobreza e pelo clero.

Fantasia é a tônica do longa português Eu Sou Nada, de Edgar Pêra. O poeta Fernando Pessoa (1888-1935) trabalha em uma editora chamada O Clube do Nada, cercado de colegas muito parecidos com ele na fisionomia e no vestir, mas totalmente diferentes na personalidade. São nada mais, nada menos que seus célebres heterônimos, que ganham vida própria e vão disputar a proeminência na empresa, uma nada sutil metáfora para a mente do próprio poeta. Aos poucos, heterônimos começam a ser assassinados, ao mesmo tempo em que uma mulher misteriosa e sedutora surge para adicionar ainda mais caos.

Confira a programação completa nos cinemas da sua cidade. (AdoroCinema)

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