Como de praxe, o Meio não circulará no feriadão de Nossa Senhora da Aparecida. O Supremo, porém, deve definir hoje se parlamentares podem ser afastados de seu mandato sem aval do Congresso. A decisão afeta diretamente o senador Aécio Neves. Caso ocorra, circulará amanhã uma edição extra.

— Os editores

‘Foi surpresa para alguém?’

Foi só às 16h25 que o deputado Bonifácio de Andrada começou a ler seu parecer sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o presidente Michel Temer e seus dois lugares-tenentes, os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha. Segundo a Procuradoria-Geral da República, eles integram uma organização criminosa que recebeu pelo menos R$ 587 milhões nos últimos anos. Bonifácio não viu. “Não há nenhuma prova real ou concreta”, afirmou. Para ele, o problema do Brasil está noutro canto. “O Ministério Público”, disse o tucano mineiro, “domina a Polícia Federal, está mancomunado com o Judiciário, e trouxe o país para o desequilíbrio na relação entre os poderes da República.” A CCJ votará na terça, dia 17, seu relatório. (Estadão)

Rodrigo Maia: “Mas foi surpresa para alguém?”

A relação entre o presidente da República e o da Câmara está ruim. “Agora, tudo o que falo vocês dizem que é atrito com o governo”, se queixou Maia com a veterana repórter Vera Rosa. “Não é isso. Estou insatisfeito com o fato de combinarem uma coisa e depois, na última hora, tirarem o pé.” A disputa por parlamentares entre seu DEM e o PMDB de Temer continua, mas o deputado também quer distância da impopularidade que ronda o Planalto. (Estadão)

Ontem, o plano era votar uma medida provisória que autoriza o Banco Central a fazer acordos de leniência com empresas do setor financeiro. O governo orientou os parlamentares a não darem presença para que a sessão fosse encerrada rápido e a Comissão de Constituição e Justiça pudesse tocar a leitura do parecer de Bonifácio. Mas não era o plano inicial. Irritado, Maia diz que não votará mais MPs enviadas pelo Palácio. (Estadão)

E... Temer está com obstrução parcial de uma artéria coronária e precisa ser submetido a um cateterismo. Segundo a TV Globo, o presidente faria o procedimento na sexta-feira, mas preferiu adiar esperando o fim do trâmite da denúncia na Câmara. O Planalto nega a informação.

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A Segunda Turma do Supremo teve um dia agitado. Flexibilizou a prisão do empresário Eike Batista, que estava recolhido em casa e, agora, poderá sair durante o dia. Também confirmou a decisão de Gilmar Mendes, mantendo em casa os empresários de ônibus do Rio, incluindo Jacob Barata Filho e Lélis Marcos Teixeira. E não viu motivo para encaminhar denúncia contra o senador Renan Calheiros, acusado pela PGR por corrupção e lavagem de dinheiro na relação entre a empreiteira Serveng e a Petrobras. (Globo)

Enquanto isso... A Primeira Turma do Supremo negou recurso apresentado pelo deputado Paulo Maluf, mantendo sua condenação a sete anos, nove meses e dez dias de prisão. O ex-governador paulista ainda pode recorrer ao plenário do STF. (Globo)

Crimes dolosos cometidos por militares contra civis passarão a ser julgados pela Justiça Militar. A lei foi aprovada pelo Senado e segue a sanção presidencial. É uma reivindicação das Forças Armadas desde que começaram a ser chamadas para atividades de policiamento. (Estadão)

Lázaro Brandão, que está no comando do Bradesco desde 1981, anunciou sua aposentadoria. Tem 91 anos. Será substituído na presidência do Conselho de Administração por Luiz Carlos Trabuco. (Estadão)

Foi um momento estranho. “Assumo o mandato do povo para que a Catalunha se converta em um Estado independente em forma de República”, declarou perante o parlamento da província espanhola seu presidente, Carles Puigdemont. E, de presto, pediu ao Parlamento que suspendesse os efeitos de sua declaração até que um acordo possa ser travado com o governo espanhol. Aos olhos de Madri, a declaração não tem qualquer valor Jurídico. As consequências do ato ainda não estão claras.

Cultura

Não são muitos os óleos que ainda existem de Leonardo Da Vinci, o maior dos renascentistas. Apenas quinze são atribuídos a ele. E só um está nas mãos de um colecionador privado: chama-se Salvator Mundi, mede 66 por 45 centímetros. Um Cristo com os dedos da mão direita levantados e uma esfera de cristal à mão esquerda. Vai à venda em novembro. Quaisquer US$ 100 milhões levam.

Aliás... Não se sabe se Da Vinci tinha esta informação, mas Michelangelo não suportava Rafael. A história volta à tona por conta de Lucian Freud, o grande retratista inglês, morto em 2011. Ele não tinha lá muito apreço pelo trabalho de seu amigo e também pintor David Hockney. A opinião, revelada na imprensa britânica esta semana, levou o Guardian a desfiar algumas destas rivalidades históricas. Ingres, responsável por muitos neoclássicos oitocentistas do Louvre, considerava o romantismo de Delacroix imoral. É aquele da Marianne de seios nus, pavilhão francês ao braço, incitando a turma à revolução. “Seus quadros cheiram a enxofre”, dizia Ingres. Coisa do capeta. E Picasso, não exatamente conhecido pelo bom humor, detestava Modigliani. Alfred Munnings, pintor menor que odiava o modernismo, chegou certa vez a bater palmas perante uma escola de pintura contemporânea que havia lambido em chamas pelo cigarro de um aluno descuidado. O aluno, o jovem neto dum psicanalista austríaco. Lucian Freud.

O romance 4321, de Paul Auster, é favorito para o Man Booker Prize, que será anunciado no dia 17. Em quase 900 páginas, Auster conta quatro vezes a história de Archie Ferguson a partir dos anos 1950. Em todas, ele se apaixona pela mesma mulher, seu pai começa com o mesmo trabalho, mas, em cada uma, pequenas escolhas, ou alguns acidentes, vão construindo vidas inteiramente distintas. “No final de 4321”, escreve Martim Vasques da Cunha, “o fascínio com as coincidências da vida é substituído pela ilusão de que só a arte salva a quem se dedica a ela com todas as forças.” A Companhia das Letras lançará uma tradução em 2018. (Estadão)

Também concorrem ao maior prêmio da literatura em inglês pesos pesados como Ali Smith e George Saunders, o paquistanês Mohsin Hamid, assim como as estreantes Fiona Mozley e Emily Fridlund.

Galeria: Raghubir Singh é um dos grandes fotógrafos da segunda metade do século 20. Capaz de composições tão rigorosas quanto inusitadas, foi pioneiro do uso de cor num dos países mais coloridos do mundo. Sua Índia natal. Seu trabalho está exposto no Metropolitan de Nova York. (New York Times)

Viver

Por conta das mudanças climáticas, o nível do mar está subindo e o ar, por mais quente, fica também mais úmido. São, ambas, condições que favorecem a furacões. Este ano, foram quatro de grande porte entre Caribe e EUA. Também por conta das mudanças, há uma proliferação de insetos que matam árvores — e as deixam secas —, na costa pacífica americana. E, porque a natureza anda benquista, há mais casas e cidades próximas das matas da Califórnia, hoje, do que há vinte anos. Os incêndios que fazem parte do ciclo da região, ficarão mais comuns e atingirão mais pessoas. Em vídeo. (New York Times)

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Um projeto arquitetônico conjunto do escritório Perkins + Will com a Universidade de Cambridge está para ser erguido à margem do Rio Chicago. Se chama River Beech, terá 80 andares e está sendo encarado como um marco inovador do século 21. O prédio é feito de toras de madeira — a maior torre já erguida, com beechwood, ou madeira de faia. De todo sustentável. “As dificuldades não são técnicas”, explica o arquiteto Andy Tsay Jacobs. “Madeira pode ir até mais alto. As dificuldades estão na regulamentação municipal.”

Um novo estudo publicado por cientistas de Stanford indica que há vento o suficiente, nos oceanos, para produzir energia para toda a civilização. Em terra, construções, plantas, pedras e o próprio solo geram atrito que faz o vento perder sua potência. No mar, a velocidade do vento é 70% maior e as tempestades regulares transferem a potência dos ares altos para baixo, ampliando em muito sua capacidade. A produção triplica. O desafio é tecnológico: instalar e providenciar manutenção das torres com hélices potentes no meio do oceano. (Washington Post)

A Argentina venceu o Equador por 3 a 1 — os três gols de Messi — e, assim, garantiu sua vaga na Copa do Mundo russa. Além do Brasil, classificaram-se também Colômbia e Uruguai. O Peru, que empatou com a Colômbia em 1 a 1 — seu gol foi do rubro-negro Guerrero —, disputará a repescagem com a Nova Zelândia e tem chance de também ir.

O Brasil bateu com facilidade o Chile por 3 a 0, dois gols de Gabriel Jesus e um de Paulinho.

Veja todos os classificados para o torneio.

Cotidiano Digital

Muito discretamente, através de um tweet, o vice-presidente de Windows da Microsoft, Joe Belfiore, informou o que todos já sabiam. Não haverá um novo Windows Phone. E é um problema: afinal, o mercado de PCs está em declínio. A estratégia para manter seu Windows relevante no futuro é dar um salto dos celulares para óculos. É uma aposta que muitos na indústria fazem: óculos muito parecidos com os que usamos hoje comumente poderão projetar nas lentes as setas do GPS, a mensagem de WhatsApp ou até mesmo um filme. Dispensarão o constante sacar do smartphone para checar algo. Realidade aumentada é o plano B da empresa de Bill Gates. via Pioneiros

O Jornalivre, um dos sites mais populares entre simpatizantes do MBL, tem instalado um script que usa o computador do visitante para minerar moedas virtuais. Não é propriamente um vírus, tampouco é ilegal. Não danifica o computador, mas usa seus recursos e o torna particularmente lento. A Vice, responsável pela denúncia, sugere que o administrador usa a ferramenta para ganhar dinheiro às custas de seus visitantes ou um hacker se intrometeu no código, modificando-o em seu benefício.

Anna Levin é professora de Medicina da USP. Nathalia de Melo, dá aulas num colégio particular. Juntas, fazem remo. E, juntas, estão numa batalha: querem um emoji de capivara. Já têm uma sugestão de desenho e o argumento para o consórcio Unicode, que baterá o martelo: há tantas buscas pelo roedor brasileiro quanto pelo esquilo americano. Os esquilo já tem seu emoji. (Estadão)

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