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Edição de Sábado

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Edição de Sábado: Trump, o Hamas e dois bebês

Foto: Mandel Ngan / AFP

1. O soldado

Edição de Sábado: Ser tão brasileiro

Gusttavo Lima emergiu nesta semana como presidenciável. Sem partido, sem atuação política para além da de soldado na linha de frente da guerra cultural bolsonarista, o cantor, que tem 12,5 milhões de ouvintes mensais no Spotify, surge como a mais nova força da direita na pesquisa Quaest divulgada na última segunda-feira. Se o presidente Lula aparece com folga na preferência dos eleitores nos quatro cenários que combinam como opositores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Gusttavo Lima (Sem Partido), Pablo Marçal (PRTB), Eduardo Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União), as intenções de voto no cantor mineiro radicado em Goiânia foram a maior surpresa do levantamento.

Edição de Sábado: O renascimento de um santuário

Foto: Fernando Facioli/Divulgação

Durante as queimadas recordes que atingiram o Pantanal no ano passado, o empresário e ambientalista Roberto Klabin teve consumidos pelo fogo mais de 40 mil dos 53 mil hectares de sua propriedade no município de Miranda, no Mato Grosso do Sul. A área incinerada equivale a 40 mil campos de futebol padrão Fifa. “Tive um prejuízo de mais de R$ 7 milhões, fora a perda de vida selvagem, que é incalculável. Foi uma coisa horrorosa ver aqueles bichos todos queimados”, lamenta o proprietário da pousada e refúgio ecológico Caiman, referência no turismo de observação de fauna selvagem.

Edição de Sábado: A criptocracia de Trump

Olhos grudados na tela do computador, movimentos rápidos do mouse, dez, vinte, quarenta, talvez mais de cem janelas abertas no navegador, 475 pessoas observam, analisam, comentam e começam a investir em uma nova moeda digital — uma memecoin — sendo divulgada em transmissão ao vivo por seu criador, um jovem americano de não mais que 15 anos de idade.

Edição de Sábado: Trump e as cortinas de fumaça

Foto: Kamil Krzaczynski/AFP

Quando tomar posse para seu segundo mandato na Casa Branca, na próxima segunda-feira, dia 20, Donald Trump promete fazer as “cabeças girarem”. Bastante afeito a bravatas, disse ao longo dos últimos meses que nas primeiras horas de governo irá anunciar mais de cem ordens executivas. Nos Estados Unidos, essas ordens não exigem aprovação do Congresso, têm força de lei e permanecem em vigor até serem canceladas, revogadas, interrompidas ou expirarem. Essas diretivas presidenciais para agências federais podem afetar tudo, desde imigração e política de fronteira até ação climática, energia e criptomoedas.

Edição de Sábado: Meta sem filtros

Mark Zuckerberg vestia uma corrente dourada, camiseta preta e um relógio de US$ 900 mil ao gravar um vídeo no qual anunciou mudanças profundas na forma como a Meta lida com desinformação em suas plataformas.

Edição de sábado: A esquerda e o trabalho

José de Souza Martins está para virar santo. Vá lá, seu homônimo português, José de Sousa Martins, médico do último rei de Portugal que atendia os desvalidos gratuitamente, dando-lhes saúde e, frequentemente, dinheiro. Filho de carpinteiro, morreu aos 33 anos e, não à toa, “com cheiro de santidade”, conta o xará. O Sousa Martins lusitano é de Alhandra, um lugar à beira do Rio Tejo, não muito longe de Lisboa, que era um reduto comunista, repleto de fábricas. “Os comunistas encamparam o santo local, fizeram dele seu patrono.” E dizem que ele era kardecista. Esse tipo de contradição em termos, de um santo comunista não católico, e que nos acostumamos a testemunhar no sincretismo daqui, é a essência do que estuda o nosso José de Souza Martins, esse um sociólogo bem brasileiro.

Edição de Sábado: Doze presentes

Estava com nove anos, pulei o muro do estádio para ver o jogo do Palmeiras, mas um guarda me flagrou, fui colocado para fora. Fiquei magoadíssimo. Por que eu não era como aqueles meninos cujos pais entravam com eles para assistir aos times de São Paulo que vinham à minha terra?

Edição de Sábado: Senhor Coragem

Foto: Alice Vergueiro/Acervo pessoal

Tem um caso que me angustia mais que todos. Heleny Telles Guariba. Ela era artista de teatro, era socióloga. E ela entrou para a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária. Foi presa. Heleny acabou se envolvendo com um rapaz da VAR-Palmares, uma organização próxima da VPR, que era o José Olavo Leite Ribeiro. Me tornei advogado do Zé Olavo, contratado pelo pai dele, e o Zé me pediu para defender também sua companheira. Eles se conheceram na clandestinidade, namoraram com nomes de guerra [Luci e Alcides]. A prisão dela foi relaxada. Ela era um encanto de pessoa. Eu era pombo-correio e levava cartinhas para o Zé Olavo, que seguia preso. A imposição era de que, nas cartas, não se falasse de política, só se fizesse amor. Alguns meses depois, eu estava na auditoria, e o procurador Durval Airton Moura Araújo, que era muito simpático, mas era um filho da puta, me falou que havia pedido a prisão de Heleny novamente. “Estou convencido de que ela voltou para a subversão“, ele disse. Telefonei para Heleny e disse que precisava falar com ela, com urgência. Falei para nos encontrarmos às oito em ponto. A palavra “ponto” significa encontro na linguagem subversiva. Ela sabia onde eu estava morando. Eu estava em casa com minha mulher, meus filhos, meus sogros. Oito em ponto eu desci. Havia uma Veraneio na porta — e todos os carros do DOI-Codi eram Veraneio. Aquele estava encomendado para nós. Seríamos presos. Quando eu olho, Heleny vem pela calçada e estava de cabelos vermelhos. Ela devia mesmo ter voltado pra clandestinidade. Eu dei um abraço nela e falei em seu ouvido: “Heleny, os homens estão aí. É possível que sejamos presos”. Ela quis ir embora. Pedi que tivesse calma. E que me telefonasse a cada três dias, ofereci dinheiro. Ela começou a chorar. Virou as costas e saiu correndo. Passou pelo Arena para conversar com o Gianfrancesco Guarnieri. Foi para o Rio, encontrou com Paulo de Tarso Celestino, da ALN, do Marighella. Heleny foi presa no Rio e levada para a Casa da Morte, em Petrópolis. Lá, ela foi morta.

Edição de Sábado: Nada será como antes

Foto: Yan Boechat

O antigo blindado americano sacoleja como se não tivesse amortecedores enquanto cruza uma pequena ravina nas vastas planícies do deserto sírio. Dentro dele, quatro soldados das forças especiais do YPG, a milícia curda apoiada pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, estão atentos, ainda que pareçam tranquilos. Têm os rostos cobertos por balaclavas e o corpo protegido por coletes à prova de bala capazes de resistir aos disparos de rifles automáticos, como os quase onipresentes AK-47.

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