Covid chega à sua maior taxa de transmissão, no Brasil
A taxa de transmissão da covid-19 no Brasil atingiu o pior patamar desde, pelo menos, julho de 2020. Os dados são do Imperial College de Londres. Nesta semana, o número chegou a 1,78. Isso significa cada 100 pessoas com a doença contaminam outras 178, e indica descontrole na proliferação do vírus. (g1)
Morre Olavo de Carvalho, ex-astrólogo que se fez guru extremista
Morreu no fim da noite de ontem, nos EUA, o escritor Olavo de Carvalho, principal guru do movimento bolsonarista e que teve particular influência durante as eleições de 2018 e na primeira metade do governo. Ele tinha 74 anos e saúde debilitada. A família não divulgou a causa da morte, mas Olavo foi diagnosticado com covid-19 há dez dias e estava internado. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou. “Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país. Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros”, escreveu. Após atuar como astrólogo e disputar o comando de uma comunidade mística de orientação islâmica nos anos 1970 e 80, Carvalho se autodeclarou filósofo e passou a escrever artigos, cada vez mais voltados à extrema-direita, em jornais. Em 2005, já cercado por oficiais de Justiça, radicou-se nos EUA de onde começou a ministrar cursos on-line, ampliando sua base de seguidores. Seu discurso de permanente guerra contra algo que chamava “marxismo cultural” se encaixou como luva no bolsonarismo, e ele era elogiado pelo presidente e por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Sua influência no início do governo era tanta que indicou dois ministros da Educação, Ricardo Vélez e Abraham Weintraub, além do ex-chanceler Ernesto Araújo. De temperamento beligerante, o escritor logo entrou em conflito com os militares e viu seus pupilos serem alijados do poder um por um. O último que ainda trabalha no Planalto, Filipe Martins, perdeu qualquer influência. Alternava entre afagos e ataques a Bolsonaro, especialmente após a entrada do Centrão no governo. Também criava polêmicas com celebridades, o que lhe custou condenações na Justiça. Com a pandemia, tornou-se prolífico difusor de notícias falsas sobre a covid-19 e militante antivacina. (Poder360)
Planalto veta dinheiro para minorias e libera para polícia e políticos
O presidente Jair Bolsonaro sancionou na noite de ontem, com vetos, o Orçamento da União, aprovado pelo Congresso. Os cortes, detalhados somente hoje no Diário Oficial da União, atingem principalmente as áreas de pesquisa, educação, saúde, sustentabilidade e proteção a povos indígenas e quilombolas. A Fiocruz, por exemplo, perdeu R$ 11 milhões que iriam para pesquisa e desenvolvimento tecnológico em saúde. Já o programa de saneamento básico rural teve corte de R$ 40 milhões. O controle de desmatamento perdeu R$ 8,5 milhões. Não houve veto à verba de R$ 1,7 bilhão para reajuste da área de segurança nem ao Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões.
TSE pode proibir Telegram no Brasil
Escaldada pelos disparos em massa de mensagens e pela disseminação de notícias falsas nas eleições de 2018, a Justiça Eleitoral estuda para este ano uma medida drástica: suspender o funcionamento no Brasil do aplicativo russo Telegram. A plataforma, presente em 53% dos smartphones no país, foi abraçada entusiasticamente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e por seus seguidores, diante das restrições impostas por aplicativos como WhatsApp e Twitter. O banimento do Telegram valeria até que a empresa instalasse uma representação no Brasil. Sem isso, por exemplo, a Justiça não tem como notificá-la em caso de abusos. O Telegram permite grupos de até 200.000 participantes e não limita o disparo de mensagens. Em dezembro, o presidente do TSE tentou contato com o CEO da empresa russa, Pavel Durov, para discutir estratégias contra a desinformação. Ainda não obteve resposta. (Veja)
Ômicron faz covid-19 bater novos recordes no Brasil
A alta transmissibilidade da variante ômicron pegou de jeito o Brasil: a média móvel diária de novos casos variou ontem 575% em relação aos 14 dias anteriores, ficando em 83.630. Um recorde - a máxima anterior era 77.295, de junho do ano passado. A média vem subindo acima de 500% todos os dias. E o país também registrou, nesta terça-feira, o maior número de novos casos de covid-19 desde o início da pandemia, 132.234, segundo apuração do consórcio de veículos de comunicação. Com 317 mortes ontem, a média móvel de óbitos foi a 185, com alta de 88%. (g1)
Com desmatamento recorde, Bolsonaro celebra queda de multas do Ibama
O desmatamento na Amazônia em 2021 foi o maior em dez anos, com crescimento de 29% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A região perdeu 10.362 km2 de mata nativa, o que equivale à metade do estado de Sergipe. Quase a metade, 47%, dessa destruição aconteceu em florestas públicas federais. Outro alvo dos desmatadores foram as unidades de conservação federais. Um dos motivos apontados por especialistas foi a redução desde 2019 das operações e multas de órgãos ambientais como Ibama. (Jornal Nacional)
Brasil começa enfim a vacinar suas crianças
O número devia ser maior, mas o governo federal está em campanha contra as vacinas infantis — de acordo com o Datafolha, 79% dos brasileiros apoiam a imunização de crianças entre 5 e 11 anos de idade. O processo começa, oficialmente, esta semana, mas a distribuição das doses de Pfizer infantil teve complicações no sábado e domingo. O Ministério da Saúde contratou uma empresa sem qualquer experiência com transporte de vacinas, e o resultado é que pelo menos quatro estados acusaram ter recebido o material em condições inadequadas. A IBL (Intermodal Brasil Logística) assinou um contrato com dispensa de licitação, no valor de R$ 62,2 milhões, em dezembro. O ministério afirma que não houve dano. (Folha)
Bolsonaro dá ao Centrão controle do Orçamento
A fim de garantir o apoio da base no ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou ao principal nome do Centrão no governo, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o controle total sobre o Orçamento da União. Um decreto determinou que a Casa Civil terá de dar aval a qualquer mudança feita nos gastos do governo em 2022. Com isso, dizem fontes no Planalto, cria-se um “filtro político” para garantir o cumprimento de acordos na distribuição de recursos e evita-se o corte de verbas que, embora determinado pela área econômica, provocou atrito entre os políticos da base aliada e a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda. Embora seja mais uma perda de poder do ministro Paulo Guedes, o Ministério da Economia tenta dar uma leitura positiva à mudança. Segundo o Painel, a tese é que Guedes deixará de ser o único alvo da ira dos políticos diante de inevitáveis cortes no Orçamento. (Folha)
Primeiras vacinas para crianças chegam ao Brasil
Chegou nesta madrugada o primeiro lote de 1, 2 milhão de doses da vacina pediátrica da Pfizer, que permitirá a estados e municípios iniciarem a imunização de crianças entre cinco e 11 anos. Até o fim do mês, o laboratório deve entregar 4,3 milhões de doses ao país. O governo de São Paulo abriu um pré-cadastro para a imunização dessa faixa etária. (g1)