Andrea Freitas

Andrea Freitas é editora do Meio. Jornalista formada pela Uerj, é mestre em Relações Internacionais pela PUC-Rio. Com mais de 20 anos de experiência, a maior parte cobrindo economia, passou pelas redações de Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, EFE e O Globo. Nas horas vagas, ama viajar, jogar tênis e surfar.

Análise: Haddad sentiu o golpe, mas não deu o braço a torcer e culpou STF e Congresso

Eliane Catanhêde:Nem parecia o mesmo Fernando Haddad. Ar cansado, contrariado, impaciente e, enfim, mal-humorado, o ministro da Fazenda disse a jornalistas que prometeu déficit zero em 2024, mas sabe-se lá se vai cumprir. E não concordou nem discordou do chefe Lula, que lhe passou uma rasteira e anunciou o fracasso da promessa antes de discutir com ele os vários ângulos de uma questão tão sensível. Pior: no fim do ano, com Haddad correndo contra o tempo para aprovar suas pautas no Congresso. Sem ter como atacar o presidente da República, contar toda a verdade e apontar o dedo para o chefe da Casa Civil, Rui Costa, Haddad descarregou a culpa — e, possivelmente, a raiva— fora do governo: na Câmara, no Senado e no Supremo Tribunal Federal’. (Estadão)

Temor com situação fiscal do país faz Ibovespa recuar 0,68%

O temor do mercado em relação à situação fiscal do país, após as entrevistas do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a meta de déficit zero em 2024, levou o Ibovespa a fechar nesta segunda-feira em queda de 0,68%, aos 112.532 pontos. Já o preço do dólar subiu 0,69%, a R$ 5,05. Em Nova York, o Dow Jones subiu de 1,58%, o S&P 500 fechou em alta 1,20% e o Nasdaq avançou 1,16%. (Valor Investe)

Militar israelense sequestrada é resgatada, e Hamas exibe vídeo com 3 reféns

Uma militar sequestrada no último dia 7 pelo Hamas foi resgatada pelas Forças de Defesa de Israel e o Shin Bet, informou o Exército israelense nesta segunda-feira. Ori Megidishfoi foi salva durante uma operação terrestre noturna. A soldada estava em bom estado de saúde e já se reencontrou com a família. Já o Hamas divulgou nesta segunda-feira um vídeo em que aparecem três mulheres reféns: Elena Trupanov, Daniel Aloni e Rimon Kirsht. Esse é o segundo vídeo divulgado pelo Hamas desde o sequestro de mais de 200 pessoas. A gravação parece ter a intenção de minar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pois as mulheres fazem críticas contundentes ao seu governo. Elas aparecem sentadas em cadeiras de plástico de frente para a câmera e a que está no meio se dirige diretamente a Netanyahu com fúria crescente. “Você prometeu libertar todos nós”, diz ela, que termina gritando: “Agora! Agora! Agora!”. O premiê reagiu dizendo que o vídeo é uma “propaganda cruel”. (Haaretz e CNN Brasil)

Netanyahu descarta cessar-fogo e afirma que ‘este é um tempo para a guerra’

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta na segunda-feira que Israel não vai firmar um cessar-fogo e que, embora a Bíblia diga que há um tempo para a paz, “este é um tempo para a guerra”. “Quero deixar clara a posição de Israel em relação a um cessar-fogo. Assim como os Estados Unidos não concordaram com um cessar-fogo após o bombardeio a Pearl Harbor e após os ataques terroristas de 11 de Setembro, Israel não concordará com a fim das hostilidades contra o Hamas após os horríveis ataques de 7 de outubro”, disse. “Pedidos de cessar-fogo ou pedidos para que Israel se renda ao Hamas, que se renda aos terroristas, que se renda à barbárie, isso não vai acontecer”, acrescentou, dizendo que o futuro do seu país e de outros “países civilizados” depende disso. Ele refutou as acusações de que Israel está aplicando uma punição coletiva ao povo palestino, afirmando que o Hamas impede os civis de se deslocarem para a área segura no Sul de Gaza. “O Hamas está impedindo-os de partir, mantendo-os em áreas de conflito. Portanto, acho que você deveria direcionar suas perguntas ao Hamas”, respondeu o premiê a um repórter durante a entrevista coletiva. Ele disse que Israel tem tentado evitar vítimas civis. “Temos de fazer tudo o que pudermos para minimizar vítimas civis, mas não podemos desistir da luta.” Um porta-voz do Hamas disse que Israel não teve sucesso ao entrar em Gaza “exceto em algumas áreas limitadas” e descreveu a situação humanitária no enclave como “desastrosa”. (CNN)

Brasil cria 211.764 vagas com carteira assinada em setembro

Um total de 211.764 vagas de emprego formal foram criadas em setembro, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado ficou acima da expectativa dos analistas de 208,85 mil vagas. No mês passado, houve 1.917.057 contratações com carteira assinada e 1.705.293 demissões. De janeiro a setembro, 1.599.918 postos de trabalho formais foram criados. O salário médio de admissão foi de R$ 2.032,07, com leve queda de R$ 8,07 em relação ao mês anterior. São Paulo foi o estado que mais gerou novos postos de trabalho (47.306), seguido de Pernambuco (18.864) e Rio de Janeiro (7.998). O maior crescimento ficou com o setor de Serviços (98.206 postos), acompanhado de Comércio (43.465) e da Indústria (43.214). (UOL)

Análise: Haddad mostra irritação, foge do tema, mas mantém compromisso com equilíbrio fiscal

Míriam Leitão: “A equipe econômica vem trabalhando para fechar brecha por brecha dos ralos tributários pelos quais a União perde arrecadação. E nisso está certíssima. Mas a entrevista de Lula não foi sobre essas brechas, como deu a entender Haddad na coletiva de imprensa. Mas isso não explica as declarações de Lula. E esse é um tema importante até porque, se a meta for de fato mudada, será necessário enviar uma emenda modificativa da Lei de Diretrizes Orçamentárias ao Congresso o quanto antes. Pode ser que ele tenha vencido a discussão interna para que a meta não seja mudada, e irá buscar formas de encontrar o equilíbrio fiscal. Mas não foi isso que foi dito na entrevista por Haddad”. (Globo)

Após fala de Lula desacreditando déficit zero, Haddad diz que sua meta está ‘estabelecida’

Nada de respostas diretas sobre a manutenção do objetivo de déficit zero em 2024. Após a fala do presidente Lula da última sexta-feira, afirmando que dificilmente o governo cumprirá a meta para as contas públicas no ano que vem, em entrevista nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu pela tangente. Mas afirmou que a sua "meta está estabelecida". Disse também que pode antecipar medidas de arrecadação de receitas previstas para o próximo ano para perseguir o ajuste fiscal. “O que levei para o presidente foram os cenários possíveis, se tiver de antecipar medidas para 2024, eu encaminho. O meu papel é buscar o equilíbrio fiscal, farei isso enquanto estiver no cargo, não é por pressão do mercado financeiro, acredito que o Brasil, depois de dez anos, precisa voltar a olhar para as contas públicas”, afirmou. “A minha meta está estabelecida: vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que nós tenhamos um país melhor.”

Fala de Lula sobre meta fiscal faz Ibovespa cair e dólar subir

Ao minimizar a necessidade de cumprimento da meta fiscal nesta sexta-feira, o presidente Lula impactou o Ibovespa, que chegou a subir 0,49% pela manhã, mas fechou em queda de 1,29%. Já o dólar, que havia caído até 1,17% antes da fala do presidente vir a público, fechou em alta de 0,46%, a R$ 5,01%. Em Nova York, o Dow Jones fechou em baixa de 1,12%, o S&P 500 recuou 0,48% e o Nasdaq subiu 0,38%. (Valor Investe)

Sem citar Hamas, Assembleia Geral da ONU aprova resolução por trégua humanitária

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira por ampla maioria uma resolução que pede uma "trégua humanitária" na Faixa de Gaza. Com 120 votos a favor, incluindo o Brasil, 14 contra, entre eles o de Estados Unidos e Israel, e 45 abstenções, o texto não menciona o Hamas. O resultado tenta romper o imobilismo da ONU após 21 dias de guerra. A resolução, que não tem o mesmo peso de uma do Conselho de Segurança, serve apenas como recomendação. Além dos corredores humanitários, o texto pede a liberação imediata dos civis sequestrados, a revogação da ordem de evacuação do Norte de Gaza por Israel, condena "atos terroristas", mas não cita o direito a autodefesa de Israel e nem o nome do Hamas.

Moraes vota pela condenação de mais seis réus do 8 de janeiro

No plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes votou pela condenação de mais seis réus presos dentro do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro. O prazo de votação começou a zero hora desta sexta-feira e vai até 7 de novembro. Os seis respondem por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Moraes propôs penas que variam de 14 a 17 anos de prisão e destacou a necessidade de ressarcimento dos cofres públicos pelos réus. (Metrópoles)