Flávia Tavares

Editora executiva de conteúdo premium do Meio. Jornalista com 20 anos de carreira, com passagens pelo Estadão, no caderno Aliás e como repórter especial de política e cidades; pela revista Época, como repórter em Brasília e editora de política em São Paulo; e na CNN, como editora-chefe do site. Ama escrever sobre política e direitos humanos.

Procuradoria eleitoral se manifesta por inelegibilidade de Bolsonaro por 7 de Setembro

A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) manifestou-se a favor de condenar Jair Bolsonaro (PL) e torná-lo inelegível por abuso de poder nas comemorações do Bicentenário da Independência. O parecer, do vice-procurador-geral Paulo Gustavo Bonet Branco, foi proferido ontem. Gonet afirma que Bolsonaro “preenche todos os pressupostos para a aplicação da pena de inelegibilidade” e que há provas de que o ex-presidente promoveu “desvio de finalidade no uso da estrutura da administração para obter vantagem eleitoral, elemento do tipo de abuso de poder político”. Os autores da ação acusam Bolsonaro de se aproveitar das cerimônias oficiais de 7 de Setembro para fazer campanha eleitoral. Bolsonaro já está inelegível por oito anos, pelos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022. O TSE ainda avalia outros processos contra o ex-presidente e já começou a julgar três deles. (Metrópoles)

Hezbollah aumenta ataques e cresce tensão entre EUA e Irã

O Hezbollah, grupo terrorista libanês apoiado pelo Irã, matou uma pessoa na cidade de Shtula, no norte de Israel. Caças israelenses bombardearam o Sul do Líbano e as Forças de Defesa de Israel (IDF) usaram mísseis antitanque em resposta, e soldados de ambos os lados se atacaram. Conforme os confrontos com o Hezbollah aumentam, Estados Unidos e Irã trocaram avisos sobre uma potencial escalada da guerra entre Israel e o Hamas. “Se a agressão sionista não parar, as mãos de todos os envolvidos estão no gatilho”, disse o chanceler Hossein Amir-abdollahian, segundo a imprensa estatal iraniana. Para a Al Jazeera, ele ainda disse que o Irã “não pode ser só um observador” e ameaçou: “Se o escopo da guerra se expandir, danos significativos serão infligidos aos EUA”. Em reação, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que os EUA procuraram o Irã por canais informais para alertar o país persa de que não deveria haver envolvimento na crise de Israel. “Há um risco de escalada, com a abertura de uma segunda frente no norte e, claro, o envolvimento do Irã”, disse à rede CBS.

Passagem entre Gaza e Egito será aberta, diz Blinken

Depois de um encontro com o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, prometeu que a passagem de Rafah entre Gaza e o Egito “será aberta”. Sisi foi bastante crítico da ação israelense. “A reação foi além do direito à legítima defesa, transformando-se em punição coletiva para 2,3 milhões de pessoas em Gaza”, afirmou. Mas o presidente egípcio disse que intensificou os esforços diplomáticos para que alguma ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza. Enquanto isso, toneladas de suprimentos vitais, enviados como ajuda humanitária, estão se acumulando no lado egípcio da fronteira. Voos da Jordânia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Organização Mundial da Saúde e Cruz Vermelha chegaram à cidade egípcia de El-Arish, a aproximadamente 45 quilômetros de Rafah, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal egípcia. Um oficial da fronteira palestina acusou o Egito de bloquear os portões da passagem com lajes de concreto. Já o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, afirma que a passagem estava aberta, mas os bombardeios israelenses tornaram as estradas “inoperáveis” no lado de Gaza.

Ao menos 12 jornalistas foram mortos no conflito entre Israel e Hamas

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) informou neste domingo que investiga os relatos de jornalistas mortos, feridos, detidos e desaparecidos na guerra entre Israel e Hamas. Até o momento, há a confirmação de pelo menos 12 jornalistas mortos, dois desaparecidos e oito feridos. Entre os mortos nos primeiros oito dias do conflito, estão 10 jornalistas palestinos e um jornalista israelense — Issam Abdallah, jornalista da Reuters, foi morto em um bombardeio no sul do Líbano. “O CPJ enfatiza que os jornalistas são civis realizando um trabalho importante durante tempos de crise e não devem ser alvo das partes em conflito”, diz Sherif Mansour, coordenador do CPJ para o Oriente Médio e Norte da África. (Folha)

Gaza: versões sobre fornecimento de água e ataques a civis divergem

Há pelo menos dois pontos em que autoridades israelenses e palestinas vêm divergindo nos relatos sobre os ataques à Faixa de Gaza. O primeiro é sobre o restabelecimento do fornecimento de água. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse à CNN hoje que havia liberado a água para o Sul de Gaza. Já o diretor da Autoridade Palestina de Água disse que não é possível checar se a declaração é verdadeira porque a eletricidade ainda não foi restaurada. O outro ponto é sobre o bombardeio de civis que tentam deixar Gaza. Israel foi acusada pelo Hamas de ter atingido um comboio e matado ao menos 70 civis. Vídeos obtidos pela BBC mostraram o ataque atingindo pelo menos 30 pessoas e 12 corpos, incluindo o de crianças. “É um relato falso. O Hamas está usando os seus próprios cidadãos como escudos humanos e espalhando fake news”, disse Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, em entrevista coletiva. O exército israelense diz, ainda, que o Hamas está impedindo palestinos de deixar o Norte de Gaza e divulgou um áudio de um morador relatando o bloqueio. (CNN, UOL e g1)

Filho de brasileiro morreu em rave em Israel; filha de brasileiros é refém do Hamas

A Embaixada do Brasil em Israel confirmou que o filho de um brasileiro que mora em Israel, o israelense Gabriel Yishay Barel, de 22 anos, foi um dos mortos no festival de música eletrônica atacado pelo Hamas em 7 de outubro. Gabriel é filho do brasileiro Jayro Varella Filho com uma israelense. Autoridades israelenses confirmaram, ainda, que Thelet Fishbein Zaaror, 18 anos, filha de brasileiros, é uma das reféns do Hamas. Ela estava no kibutz Be'eri, no Sul de Israel, com o namorado, Dor Haider, quando o grupo terrorista invadiu o local, deixando cerca de cem mortos. Desde então, os dois estão desaparecidos. Fishbein é filha e neta de brasileiros, mas nasceu em Israel. Na semana passada, o governo federal confirmou as mortes de três brasileiros que participaram da festa rave alvo do Hamas: Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, Ranani Glazer e Bruna Valeanu, ambos de 24 anos. (Globo)

Conflito já é o mais mortal da história para Gaza e em 50 anos para Israel

A atual guerra entre Israel e Hammas já fez 3,8 mil vítimas: 2,4 mil em Gaza e 1,4 mil em Israel, de acordo com as autoridades de cada local. Este já é o conflito com o maior número de mortos da história de Gaza e o pior em 50 anos para Israel. A maioria das mortes de ambos os lados são de civis. Em Gaza, o número de mortos ultrapassou o da terceira guerra entre Israel e o Hamas, ocorrida em 2014, quando 2.251 palestinos, incluindo 1.462 civis, foram mortos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Naquele confronto de seis semanas, 74 israelenses morreram, incluindo seis civis. Já para Israel desde a Guerra do Yom Kippur, com Egito e Síria, em 1973, não havia tantas vítimas. Mais de 2,6 mil israelenses foram mortos 50 anos atrás, com estimativas de que 15 mil egípcios e 3,5 mil sírios morreram do outro lado. (g1)

Israel se aproxima de operação terrestre em Gaza e evacua cidades ao Sul

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) informaram que estão prontas para realizar a operação terrestre de invasão da Faixa de Gaza. “Soldados e batalhões das IDF estão implantados em todo o país e estão aumentando a prontidão operacional para as próximas etapas da guerra, com ênfase em operações por terra significativas", anunciou um comunicado do exército, acrescentando que a ofensiva incluiria ainda ataques aéreos e marítimos e cobriria um “campo de combate expandido”. Conforme os militares israelenses se preparam para a operação, cidades ao Sul de Israel estão sendo evacuadas. Sderot, a menos de 4 km de Gaza, já retirou dois terços dos 30 mil habitantes, de acordo com afirmações do vice-prefeito, Elad Kalimi, ao jornal Times of Israel. Aqueles que escolhem deixar a região estão sendo hospedados em hotéis em Tel Aviv, Jerusalém e Eilat, com o apoio estatal.

Síria acusa Israel de bombardear aeroporto; israelenses dizem que sírios lançaram foguetes

As Forças de Defesa de Israel afirmaram que dois foguetes foram lançados pela Síria no norte do país e que reagiram com artilharia. O exército israelense informou que os foguetes caíram em uma área aberta e não há registros de feridos. Já a Síria acusa Israel de ter atingido novamente o aeroporto de Aleppo, ao norte do país. O Ministério da Defesa da Síria divulgou um comunicado em que afirma que “aproximadamente às 23h35, o inimigo israelense realizou um ataque aéreo vindo da direção do Mar Mediterrâneo, visando o Aeroporto Internacional de Aleppo, causando danos materiais ao aeroporto e colocando-o fora de serviço”. (Folha e Times of Israel)

Irã diz que, se Israel invadir Gaza com forças terrestres, terá de reagir

O Irã enviou uma mensagem a Israel, via Organização das Nações Unidas (ONU), reforçando que não quer uma escalada na guerra entre Israel e Hamas, mas que terá de intervir se a operação israelense em Gaza continuar, de acordo com duas fontes diplomáticas do Axios. O envolvimento do Irã no conflito, seja diretamente ou por apoio a grupos terroristas da Síria ou do Líbano, é um dos pontos de maior tensão regional. O governo de Joe Biden vem tentando dissuadir os iranianos e o Hezbollah de entrarem na guerra. Mas o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, reuniu-se com o enviado da ONU ao Oriente Médio, Tor Wennesland, hoje em Beirute e disse que, embora não queira que o conflito se transforme numa guerra regional e vá tentar ajudar na libertação de reféns israelenses, se a operação militar de Israel continuar — e especialmente se Israel cumprir a sua promessa de uma ofensiva terrestre em Gaza – o Irã terá de responder. Wennesland ligou para o conselheiro de segurança nacional israelense, Tzachi Hanegbi, e outras autoridades e transmitiu a mensagem do Irã, disseram as fontes. Ainda neste sábado, Amir-Abdollahian se reuniu com o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Doha, Catar, de acordo com a agência de notícias oficial do Irã, a Irna. Esta é a primeira reunião oficial entre autoridades iranianas e Haniyeh após a "operação Tempestade em Al-Aqsa”, como a Irna chama o atentado do dia 7 de outubro. (Axios e CNN)