Azedou a relação: Haddad fala em “Justiça pelo Brasil” e Motta em “nós contra eles”
Depois de várias derrotas no Congresso, o governo decidiu partir para o ataque. A ideia é comunicar que o Parlamento legisla pros mais ricos enquanto cobra sacrifícios dos mais pobres. O ministro Fernando Haddad disse que “chegou o momento de fazer justiça pelo Brasil”. O presidente da Câmara, Hugo Motta, reagiu. Publicou um vídeo dizendo que o discurso do Governo era “fake news”. Motta criticou o que chamou de discurso do “nós contra eles” e defendeu a derrubada do decreto presidencial que aumentava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras. E a questão segue pro Judiciário. O ministro Alexandre de Moraes será o relator de uma ação proposta pelo PSOL para retomar o decreto com as mudanças no IOF. O Central Meio de hoje recebe o cientista político e diretor do Livres, Magno Karl.
Placas-mães, chips e processadores: NVIDIA volta a ser a empresa mais valiosa do mundo
No Pedro+Cora do dia 1 de julho de 2025, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre o crescimento das ações da NVIDIA que voltou a ser a empresa mais valiosa do mundo . No papo, falam sobre o valor da NVIDIA dentro do mercado, o recorde de valor dentro da história do capitalismo, a concorrência entre Microsoft e Apple e o monopólio das placas-mães, chips e processadores que a empresa produz e são utilizados quando trabalhamos com alguma plataforma de inteligência artificial.
O Livro da Cora: “Membrana” de Jorge Carrión.
O STF não resolveu as redes
Tem certas coisas que são fáceis de imaginar. Se você é de esquerda, adorou o fato de que o Supremo Tribunal Federal enquadrou as redes sociais. Talvez até sonhe com inúmeros youtubbers e influenciadores de direita sendo proibidos de seguir se manifestando, calados, talvez um ou outro até sendo preso. Se você é de direita, está horrorizado com mais um episódio grotesco de censura generalizada pelo Supremo e, quem sabe, está tentando imaginar o que fará agora que o Brasil se tornou uma ditadura. Claro, eu sei que são caricaturas das duas posições. Mas tenho uma proposta para vocês. É a seguinte: talvez a gente não consiga chegar, neste momento, num acordo sobre a solução. Mas sabe uma coisa que pode ajudar muito na conversa? Se tivermos um acordo a respeito de qual é o problema.
Um país de aiatolás e outro de maquiadores
No Ponto de Partida desta sexta-feira (27), Yasmim Restum e Pedro Doria respondem as perguntas de vocês sobre a participação dos Estados Unidos no conflito do país persa com Israel. O papo aborda também o teocrático regime iraniano e o hipotético cenário catastrófico de enriquecimento de urânio no Irã para produção de uma bomba atômica ter sido apenas adiado pelo bombardeio norte-americano.
A conversa também navega pelas polêmicas declarações do presidente Lula e da deputada federal Erika Hilton. No podcast Mano a Mano, Lula conta que não usa redes sociais e não tem celular e Pedro e Yasmim problematizam essa fala do chefe do Executivo em meio à discussão latente de uma regulamentação das redes. Erika, por sua vez, comentou que seus assessores parlamentares também são seus maquiadores e Pedro explica como isso fere a constitucionalidade. É assunto que não acaba mais e um só Ponto de Partida.
Yasmim Restum e Pedro Doria te guiam nessa jornada com uma seleção dos comentários que vocês enviam nas redes sociais e canais do Meio. Participe! Assista em vídeo no Youtube, e acompanhe em áudio no seu tocador de podcasts preferido
Novela sobre o aumento do IOF termina em tragédia para o governo Lula
Tanto a Câmara quanto o Senado aprovaram ontem o decreto que anula o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras, ampliando ainda mais a crise fiscal pela qual passa o país. Na Câmara, o governo viu partidos de sua base aliada, muitos com ministérios na Esplanada, rebelarem-se e apoiarem a oposição. A votação foi humilhante para o Planalto: 383 votos a favor e apenas 98 contra. O Senado seguiu a Câmara e confirmou a derrota. O governo estima que já neste ano a derrubada das medidas vai impactar a arrecadação em ao menos R$ 10 bilhões. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que vai ser preciso ampliar o contingenciamento de gastos para fechar as contas no azul. Desde a gestão Fernando Collor de Mello o Congresso não derrubava um decreto presidencial como fez na noite de ontem. O Central Meio recebe o jornalista Breno Pires, repórter da revista piauí. Ele também fala sobre a estratégia traçada pela Polícia Federal desde o início das investigações no INSS, que consistiu em dividir a apuração em vários inquéritos, em vários estados. Entenda quais foram os objetivos da PF.
Os maquiadores, Erika e Lula
A deputada federal Erika Hilton precisa provar que paga por fora, a seus dois assessores, pelos serviços que lhe prestam de maquiagem. Não é difícil. Basta mostrar os depósitos, os pix. E pronto, resolve-se o problema. Se não há pagamento, é só o bom e velho patrimonialismo. Mais uma pessoa, uma política profissional, usando o que é público para um benefício privado.
Israel x Irã: a guerra que todos ‘venceram’, mesmo sem saber onde está o urânio
O primeiro dia do cessar-fogo entre Irã e Israel produziu uma situação inusitada: todos os envolvidos no conflito se declararam vitoriosos. No lado israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que os combates trouxeram uma “vitória histórica” para o país contra seu maior inimigo na região. Já em Teerã, protestos organizados pelo governo contra os EUA e Israel celebravam o que o regime também chamou de uma vitória no conflito. Mas isso não significa que a guerra acabou de vez. Ontem veio a confirmação de que o programa nuclear iraniano não foi destruído, como afirmaram Trump e Netanyahu no final de semana. Um relatório sigiloso preparado pela inteligência americana diz que o programa foi apenas atrasado em alguns meses.
Israel acusa Irã de violar cessar-fogo de Trump, que diz que Israel também violou
Poucas horas depois de anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a trégua entre Irã e Israel foi logo interrompida. O governo israelense acusou o Irã de violar o acordo e ordenou novos bombardeios a Teerã, que nega a violação. Já Donald Trump disse hoje que os dois países desrespeitaram o cessar-fogo. Independente de quem violou o acordo, já se fala sobre uma mudança de regime no Irã, provavelmente diferente da imaginada por Trump ao falar do assunto. Uma reportagem da revista The Economist associa o ataque iraniano a uma base americana no Catar a uma repentina mudança no equilíbrio de poder em Teerã. Militares de linha dura estariam substituindo os clérigos xiitas no comando do país.
O cenário do pesadelo no Irã
O cenário do pesadelo é o seguinte: nós sabemos que o Irã enriqueceu urânio a 60%. Não são os Estados Unidos que sabem. Não é Israel que sabe. São técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica que estiveram tanto em Natanz quanto em Fordow que mediram o urânio produzido lá. Esta é informação oficial que o governo do Irã não nega. Diz que foi acidente. Cascata pra boi dormir. Nem ingênuo acredita.