Bolsonaro e mais sete são réus e penas podem chegar a 43 anos
Pela primeira vez na história do Brasil, uma investigação por tentativa de golpe torna réus um ex-presidente e militares. Jair Bolsonaro e sete dos seus aliados mais próximos agora respondem a um processo penal que pode levá-los à prisão por até 43 anos. A decisão unânime foi proferida nesta quarta-feira pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os agora réus, há cinco oficiais das Forças Armadas – os ex-ministros e generais do Exército Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante da Marinha e almirante de Esquadra Almir Garnier e o ex-ajudante de ordens e tenente-coronel do Exército Mauro Cid –, além de Bolsonaro, do também ex-ministro Anderson Torres e do deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem. O Central Meio recebe o professor da FGV Direito Rio, Álvaro Jorge.
Jornalista é incluído por acidente em grupo da equipe de segurança nacional dos EUA
No Pedro+Cora do dia 27 de março de 2025, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista The Atlantic, que foi incluído acidentalmente em um grupo e teve acesso a dados sigilosos das questões de segurança dos Estados Unidos e ataques no Iêmen. No papo falam sobre os riscos de vazamentos de dados, o que de fato era secreto ou não e o que o jornalista publicou na revista e a cobertura do caso pela imprensa americana.
Começa o julgamento que pode tornar Bolsonaro réu por golpe de Estado
O Supremo Tribunal Federal começa hoje a decidir se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete. A tendência é que se tornem réus por organização criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de Estado. Além de Bolsonaro, são acusados Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Almir Garnier, Mauro Cid, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira e Alexandre Ramagem. A decisão deve ser tomada amanhã. O Central Meio recebe o jurista Rafael Mafei, professor de Direito USP e ESPM.
Adolescência, nova série da Netflix, viraliza falando dos riscos das redes sociais
No Pedro+Cora do dia 25 de março de 2025, os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre a nova série da Netflix “Adolescência”. No papo, falam sobre a história da série e sua construção cinematográfica, a agressividade e descontrole dos adolescentes, a questão das bolhas digitais e redes sociais dentro da infância e o grande problema da violência contra a mulher e sua relação com homens héteros e seus ressentimentos.
Essas penas estão corretas?
Débora Rodrigues Santos foi condenada, na semana passada, a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal. Ela é cabeleireira e tem dois filhos, um de 6, o outro de 11 anos. Foi ela a moça que escreveu, em batom, “Perdeu, Mané” na estátua A Justiça, de Alfredo Ceschiatti. Era um dos grandes escultores modernistas e esse é seu trabalho mais conhecido. Está fincada na frente do Supremo. Débora fez parte do ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A condenação ainda não é definitiva. O ministro Luiz Fox pediu vistas, então algo pode mudar. Por enquanto, está nesse pé.
“O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula”, diz Gleisi sobre “Crédito do Trabalhador”
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para divulgar um novo programa de crédito, que ela chamou de “empréstimo do Lula”. A medida, oficialmente chamada de “Crédito do Trabalhador”, estabelece alterações para a modalidade de empréstimo consignado. O modelo permite que até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória sejam utilizados como garantia. Isso reduz o risco de inadimplência e permite taxas menores. No vídeo, Gleisi afirma que a nova linha de crédito é uma alternativa para quem enfrenta dificuldades financeiras e usa frases de efeito como “apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula”.
Duas esquerdas, um mesmo erro
No Ponto de Partida desta sexta-feira (21), Yasmim Restum e Pedro Doria falam sobre os equívocos na esquerda brasileira e por parte dos democratas americanos, passando pelos argumentos do Pedro para explicar o que o governo quer com o programa Prospera Brasil - incentivo de crédito que mira um dos trunfos da extrema direita: homens, jovens, evangélicos, de classe média, e que estudaram até o ensino médio.
Lula aposta em segurança pública, religião, “prosperidade” e IR para atrair eleitor
Com a expectativa de aprovação no Congresso da isenção do IR para contribuintes que ganham até 5 mil reais por mês, o Governo mira numa mudança de discurso para atingir ainda mais o público de classe média, sem CLT. A Comunicação prevê o lançamento de uma marca para abarcar as iniciativas sociais do governo que tenham apelo entre empreendedores, jovens e evangélicos, o “Prospera Brasil”. O termo foi escolhido justamente para se conectar ao conceito da teologia da prosperidade, caro entre os evangélicos. Além disso, em agendas nesta semana, Lula adaptou o discurso: pediu a reza de um “Pai Nosso” ao lado de um líder religioso e afirmou que não vai permitir que “a república de ladrão de celular” assuste as pessoas nas ruas do país. O Central Meio de hoje recebe a jornalista e colunista do Meio, Ana Carolina Evangelista.
O Planalto achou o homem
Em 2024, 55% dos homens americanos votaram em Donald Trump. No Brasil, em 2022, 50% dos homens votaram em Jair Bolsonaro. Em ambas as eleições, 45% das mulheres votaram nos candidatos de extrema direita. 47% das pessoas de 30 a 44 anos votaram em Trump. 50%, em Bolsonaro. 52% de quem tem renda média, nos Estados Unidos, votou em Trump. 54% votou em Bolsonaro. É neste eleitorado, ali bem no meio, que os dois políticos são particularmente fortes. No Sul e no Sudeste do Brasil, Jair Bolsonaro teve 60% dos votos de quem tem ensino médio. Se incluir o Nordeste na conta, Bolsonaro e Lula até empatam, mas se isolar o Nordeste e colocar o resto do país, essa faixa de educação é pesadamente bolsonarista. Nos Estados Unidos, 56% dos eleitores com ensino médio votaram em Trump.