Nem PMDB garante votos pró-Temer

A frase é do deputado petista Vicente Cândido e está ali pelo meio de uma reportagem do Estadão: “Ele quer ser presidente.” Trata de Rodrigo Maia, presidente da Câmara. “Sabe que a chance de isso cair no colo dele é alta, mas não vai fazer campanha.” Este é o clima no parlamento, que começa hoje a analisar se aceita ou não a denúncia contra o presidente Michel Temer. Maia não parou de se reunir com deputados um único dia. Entra e sai de conversas. Deixou de frequentar o Planalto. O presidente terá dez sessões para apresentar sua defesa. E, até agora, nem o PMDB fechou questão de votar contra a denúncia. A banca de negociações está aberta. (Estadão)

Nas contas do Globo, 121 deputados dizem que votarão por acatar a denúncia contra o presidente Michel Temer. São necessários 342. 44 afirmam que se posicionarão contra. Para a Folha, 130 se disseram a favor, e 45, contra.

O PMDB tenta convencer seus deputados a se posicionar. Temer, informa Mônica Bergamo, está abatido. (Folha)

Lula: “Se o procurador-geral da República tem uma denúncia contra o presidente da República, ele primeiro precisa provar. Tem que ter provas materiais.”

A Comissão de Constituição e Justiça deve analisar o relatório sobre a denúncia entre 10 e 20 de julho. Vota entre 12 e 25. O Plenário da Câmara, portanto, pode aprovar ou não o afastamento de Temer entre 13 e 26 deste mês. (Folha)

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Rodrigo Janot se defendeu da acusação de ter sido leniente no acordo feito com Joesley Batista. Segundo o procurador-geral da República, Batista já tinha a gravação com Temer quando o procurou e informou que só delataria se tivesse a garantia de liberdade; em caso contrário, ia preferir se defender desde a primeira instância. “Não faço o acordo e finjo que não vi e não tenho como investigar, se não for por esse bandido?” Ele foi entrevistado no palco, pela jornalista Renata Lo Prete, durante o congresso anual da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. “Enquanto houver bambu, vai ter flecha. Até o dia 17 de setembro estarei lá na PGR, a caneta está na minha mão, e vou continuar no mesmo ritmo que estou.”

Aécio Neves deve retornar hoje ao Senado, após ter sido reconduzido ao cargo pelo ministro Marco Aurélio Mello, na sexta. “Sempre acreditei na Justiça do meu país”, ele escreveu no Facebook.

João Doria pediu que Aécio deixe a presidência do PSDB e que se realize nova eleição para a Executiva do partido. É o primeiro grão-tucano a se posicionar. (Estadão)

O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures deixou a superintendência da Polícia Federal no sábado, após ter sua soltura autorizada pelo ministro Edson Fachin. Estava barbado e com o cabelo curto. Passou por Goiânia, onde instalou uma tornozeleira eletrônica, e seguiu para casa.

Aliás... Rumores de que Rocha Loures já fez acordo de delação circulam. (Globo)

Os advogados criminalistas Antonio Mariz de Oliveira (Temer), Cristiano Zanin (Lula) e Alberto Toron (Dilma e Aécio) estão articulando um manifesto conjunto contra o ‘Estado de exceção’ criado pela Lava Jato. Conversam em grupo do WhatsApp. (Folha)

Enquanto isso... Assim por via das dúvidas, o presidente Michel Temer mandou instalar uma série de vasos com plantas altas na entrada do Palácio do Jaburu, informa Matheus Leitão. É para dificultar saber que políticos entram e saem.

O PTN passa a se chamar Podemos. O PSL quer mudar para Livres. O PTdoB cogita adotar o nome Avante. As velhas legendas buscam marcas modernas, logos de impacto e um jeito todo novo. No Podemos, inspirados pelo francês Emmanuel Macron, não querem nem ser chamados de partido. São um ‘movimento’. O rebranding tenta reconstruir a imagem dos nanicos.

A Polícia Federal prendeu, ontem à noite no Aeroporto do Galeão, o empresário de ônibus do Rio Jacob Barata Filho. Acusado de pagar milhões em propina a políticos, ele vinha sendo acompanhado pela Lava Jato. Sua prisão foi antecipada: embarcava para Portugal com passagem só de ida.

Em tempo: quando sua filha casou, em meio aos protestos de 2013, em festa luxuosa no Copacabana Palace, o padrinho foi o ministro Gilmar Mendes.

Agora de manhã, na mesma operação, a PF prendeu o ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio, Rogério Onofre. (Globo)

Ruy Fausto: “Não sou contra a Lava Jato, a princípio sou favorável. Era corrupção em um nível que não sabíamos. Só serei contra se acabar dando numa ditadura militar. Há três perigos grandes. A extrema-direita, que utiliza a Lava Jato pensando em golpe, a direita que também usa, sem que a Lava Jato seja da direita, e a húbris dos próprios juízes, que vão, prendem, pegam o Lula para depor... É absolutamente errada a perspectiva daqueles que recusam a luta contra a corrupção, achando que é coisa da direita. Temos que apoiar todas as iniciativas contra a corrupção. Levou muito tempo, mas o Aécio e o Serra apareceram também.” (Folha)

Após uma série de perguntas sobre temas diversos, o Datafolha estabeleceu desta forma o perfil ideológico dos brasileiros: 10% de direita, 30% de centro-direita, 20% de centro, 10% de centro-esquerda e, por fim, 7% de esquerda. (Folha)

O traficante mais procurado da América do Sul, apelidado Cabeça Branca, foi preso no Mato Grosso. Ele era o maior fornecedor tanto do Comando Vermelho quanto do PCC. Na sua operação, a coca era plantada no Peru, Colômbia e Bolívia, processada, trazida para fazendas do Mato Grosso em pequenos aviões e despachada escondida em caminhões.

A al-Jazeera pode acabar hoje. Quando Arábia Saudita, Emirados Árabes, Bahrain e Egito impuseram ao Catar um violento bloqueio comercial, em 23 de junho, apresentaram ao emirado uma lista de 13 exigências. Entre elas, pôr fim à rede de notícias mais popular do mundo árabe, que é financiada pelo país. Foi a primeira experiência de jornalismo com razoável independência na região e certamente apresenta uma multiplicidade de vozes. Não era possível, antes da al-Jazeera, ouvir o ponto de vista de Israel ou assistir a um vídeo de Osama bin Laden.

Cultura

O clima de intolerância dos tempos atuais fez surgir nas editoras um novo profissional: o “leitor sensível”. Já conhecidos no mercado americano, eles são escolhidos segundo critérios como a cor da pele, a orientação sexual, a nacionalidade ou ainda pelo histórico de vícios ou traumas. Sua função: identificar, ainda nos manuscritos, pontos sensíveis aos grupos que “representam”, a fim de evitar boicotes aos livros. No Brasil, a profissão ainda engatinha. (Folha)

Aliás... O texto é parte de um longo especial, com entrevistas e reportagens, dedicado a entender os limites entre liberdade de expressão e discurso de ódio.

Conheça a nova editora de cartuns da New Yorker. Emma Allen tem apenas 29 anos e já trabalhava na casa, em outras seções, desde os 26. Substitui agora Robert Mankoff, que fez longa carreira no posto, um dos mais importantes cargos da redação. O cartuns, afinal, dão personalidade à revista. A jovem editora tem a missão de encontrar novas vozes e lidar com as cerca de mil sugestões que chegam semanalmente. São publicados por volta de 15 cartoons em cada edição.

Obra máxima de Isaac Asimov, a trilogia de ficção científica Fundação pode virar série de TV. E pelas mãos de dois nomes fortes: David S. Goyer, roteirista dos três Batman estrelados por Cristopher Nolan, e Josh Friedman, de Guerra dos Mundos e O Exterminador do Futuro: As Crônicas de Sarah Connor.

O Canal Curta estreia hoje, às 23h30, uma série de documentários sobre designers brasileiros. Veja o teaser.

O que a internet pode fazer por uma estrela no ostracismo? Gretchen, quem diria, ensina. Outrora dona do nobre título de “rainha do bumbum”, a cantora/dançarina passou recentemente ao posto de “rainha dos memes” nas redes sociais. Agora, ao que parece, voltou ao estrelato: está no novo clipe da cantora pop Katy Perry.

Viver

A mecanização dos canaviais criou uma legião de homens desempregados no Brasil. Eles são ex-boias-frias, substituídos por máquinas — hoje, existem 3.747 colhedoras nas lavouras, ante 753 há dez anos. Em longa reportagem, a Folha apresenta alguns desses “órfãos” da cana.

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Um a cada três brasileiros tem tanto medo da violência nas ruas quanto da Polícia Militar, aponta nova pesquisa do Datafolha, feita em 194 municípios do país. Vivemos, portanto, entre a sensação de vulnerabilidade e a de que não há a quem recorrer, como descreve a repórter Fernanda Mena, na Folha. Daí surgem o isolamento, a falta de coesão social e a busca individual por proteção.

O medo, aliás, é maior entre cidadãos de baixa renda: 55% temem a polícia, 62%, andar nas ruas de noite. E na estatística geral, os negros são maioria: formam 57% dos que têm medo da PM e das ruas.

A cada minuto, um milhão de garrafas de plástico são compradas em todo o mundo. E o número tende a crescer - saltará 20% até 2021, relata o Guardian. Para ativistas, o consumo gigantesco poderá gerar uma crise ambiental tão grave quanto a das mudanças climáticas. 

Em tempo: embora sejam recicláveis, como reporta o jornal britânico, as garrafas pet já são produzidas em tal número que superam os esforços para coleta e reaproveitamento.

Vídeo em 360º: no Havaí, a Nasa construiu uma base que simula a vida em Marte. Lá, vivem seis pessoas - isoladas, sem telefone ou internet, numa missão que deve durar oito meses. A pedido do New York Times, respondem a perguntas de leitores do jornal. 

A Alemanha se sagrou campeã da Copa das Confederações ao vencer o Chile por 1 a 0. Veja os melhores momentos. No sábado, Portugal chegou a terceiro na competição após bater o México por 2 a 1.

Cotidiano Digital

Especialistas em segurança digital têm uma nova teoria a respeito do mais recente ataque de ramsonware — os vírus que bloqueiam acesso aos dados no computador até que a vítima pague resgate. O novo vírus tinha um defeito e mesmo os poucos que conseguiram pagar a taxa não puderam recuperar seus dados. Não foi amadorismo dos hackers, segundo a teoria. O ataque, que atingiu inúmeras multinacionais, foi promovido pelos serviços de inteligência de algum país. E o objetivo do vírus é mesmo causar dano, apagar os dados, provocar prejuízos.

A Samsung pôs à venda três milhões de aparelhos Galaxy Note 7 recondicionados pela fábrica. Trata-se do modelo que explodia. Os aparelhos, que têm um novo modelo de bateria, vêm com o selo ‘fan edition’. Edição para fãs.

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