Garantir reeleição motiva reforma política

Falando em um evento promovido pelo Estadão, os relatores da reforma política na Câmara e no Senado concordaram em um ponto: “Ela está sendo feita para atender aos interesses da reeleição”, nas palavras do senador tucano Ricardo Ferraço. “A única coisa que unifica o Congresso é a vontade de se reeleger”, continuou o petista Vicente Cândido.

Cada qual tem sua proposta. Cada dia, uma ideia diferente. Ontem, o presidente defendeu o que chama de ‘semipresidencialismo’. Seria uma República parlamentarista — mas não no modelo francês ou português em que o presidente tem um papel secundário. O primeiro-ministro, no comando do Congresso, tem a função de chefe de governo. E o presidente ocuparia um ‘poder moderador’. (Globo)

Por coincidência, o ministro Gilmar Mendes também defendeu o semipresidencialismo. (Globo)

A Câmara marcou para hoje votação da reforma política. Segundo Lydia Medeiros, as chances de tudo ficar como está são altas. (Globo)

Luís Roberto Barroso: “O Brasil precisa desesperadamente de uma reforma que, no sistema eleitoral, tenha três objetivos: baratear o custo das eleições, aumentar a representatividade no Legislativo e facilitar a governabilidade. O voto distrital misto divide a circunscrição em quantos distritos forem o número de cadeiras na Câmara. São Paulo, por exemplo, terá 70 distritos, e aí o político faz campanha num espaço delimitado. Acredito que pode ser a salvação da política no Brasil. Barateia a eleição e você pode verificar como foi o desempenho do seu candidato. O distritão é péssimo. É caro, enfraquece mais ainda os partidos e empodera os deputados para um tipo de negociação individual que vai tornar o sistema mais corrupto.” (Folha)

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo que declare o ministro Gilmar Mendes suspeito no caso que envolve o empresário dos ônibus cariocas Jacob Barata Filho. Janot quer que as decisões de Gilmar — o habeas corpus que lhe garantiu a soltura — sejam anuladas. Gilmar é padrinho de casamento de uma filha de Barata, é cunhado de um sócio de Barata e sua mulher é sócia do escritório de advocacia que defende Barata. Para o ministro, “as regras de impedimento e suspeição não estão preenchidas no caso”.

Otacílio de Almeida Monteiro, um dos beneficiados pelo habeas corpus de Gilmar, tinha R$ 2.274 milhões em casa. Em dinheiro. Dentro de malas. Lauro Jardim conta. (Globo)

Aliás... Gilmar foi hostilizado por um pequeno grupo em um evento do qual participou, ontem.

Pedro Doria: “Quanto mais Gilmar Mendes age sem que nenhum de seus pares o questione publicamente, aponte o evidente conflito de interesses em suas ações, mais livre ele fica.”

Janot teve trabalho, ontem. Denunciou também o senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, por conta da Operação Zelotes. Ele é acusado de ter beneficiado o Grupo Gerdau alterando uma medida provisória em troca de doações eleitorais. (Estadão)

O doleiro Lúcio Funaro foi transferido do presídio da Papuda para a carceragem da Polícia Federal. De novo. Segundo fontes, falta pouco para que seu acordo de delação premiada seja fechado. Defesa e Ministério Público discutem ainda o tempo de cadeia que ele deve pegar. Seu depoimento pode atingir até Michel Temer. (Globo)

O ex-diretor da área de Serviços da Petrobras, Renato Duque, foi condenado a 10 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro. Deixará ao completar cinco por conta do acordo de delação. (Globo)

E... O empresário Alexandre Accioly, amigo inseparável de Aécio Neves, começou a conversar sobre uma delação premiada. Sócio da academia Bodytech e padrinho de um dos filhos do senador mineiro, se oferece para falar dos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro. (Folha)

O governo pretende privatizar a Eletrobrás num modelo em que o governo permanece acionista. A estatal, controladora também de Furnas e responsável pelo setor elétrico, vale hoje R$ 20 bilhões na Bolsa. Além de levantar caixa, o objetivo declarado é de melhorar a qualidade da gestão. Também se cogitou privatizar a Infraero, mas não houve consenso. (Estadão)

Ao todo, o Planalto pretende colocar à venda ou conceder ao setor privado 58 projetos. Entram blocos de transmissão de energia, terminais portuários, rodovias, aeroportos, as Docas de Espírito Santo e Maranhão, e até o Parque Olímpico do Rio. (Globo)

Donald Trump classificou, durante a campanha, como inútil o esforço americano no Afeganistão. Mudou. “Me convenci de que uma saída apressada criaria um vácuo para terroristas, incluindo Isis e al-Qaeda”, disse em discurso pela TV. O governo americano enviará mais soldados para o país. (New York Times)

O que Trump viu ao olhar para o sol durante o eclipse?

Tony de Marco

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Cultura

Não foi preciso um grande plano de marketing, nem um clipe com celebridades ou uma estrela jovem pop badalada. Bastou um eclipse, e eis que um hit de 1983 saltou direto do ostracismo para o topo. Total Eclipse of the Heart tornou-se a música mais tocada ontem, dia do eclipse total nos EUA. Desbancou Despacito e ainda foi a mais baixada no iTunes. A cantora Bonnie Tyler deu uma forcinha: prometeu e cantou seu sucesso enquanto o fenômeno acontecia. A bordo de um cruzeiro. Em Miami.

Isto posto… Veja a performance de Tyler, em vídeo gravado no navio.

Game of Thrones passou de melhor programa da TV ao mais tolo. É como o Guardian avalia a sétima temporada da série, que terá seu último episódio exibido no domingo próximo. Segundo o jornal britânico, o problema principal reside na decisão de cortar os episódios, de 10 para sete, número que não deu conta de tantas minúcias da trama e, embora tenha criado capítulos eletrizantes, acabou expondo problemas do roteiro. Alerta: o texto contém spoilers. 

Feito uma saga eterna, Star Wars não para: tem a caminho alguns spinoffs, nome dado aos filmes ou produções que são desdobramentos do produto original e que focam em personagens específicos. Está por vir, por exemplo, um longa só sobre Han Solo, ou ainda outro sobre Obi-Wan Kenobi. Mas… existem limites para os spinoffs? Sim, clama o Guardian, que até faz uma lista de personagens da saga que não deveriam virar filme.

Há controvérsias… Como não desejar um longa só sobre Chewbacca?

Pensando bem... Melhor não.

O Facebook se aventura no negócio da música. A empresa anunciou ontem uma plataforma que reúne, na mesma interface, canções, vídeos, cifras e até fotos em 360º, entre outros recursos. O lançamento do chamado Hand Album é vinculado à volta dos Tribalistas, trio que, 15 anos depois do primeiro álbum, usou o Facebook para anunciar seu novo disco. A nova plataforma terá informações técnicas, quase como os encartes dos discos físicos, com letras e dados sobre as canções, algo que “sempre ficou a desejar”, como disse Marisa Monte, nos dispositivos de música da era digital. O Hand Album, porém, ainda só está disponível na versão do Facebook para smartphones. 

Viver

Os Estados Unidos pararam para olhar o céu ontem. O eclipse solar total fez do dia noite, de costa a costa, fenômeno que não ocorria no país havia quase um século. Durou uma hora e meia ao todo, tempo suficiente para se tornar um espetáculo. Houve quem alugou quarto de hotel para ter melhor vista. Houve quem nada gastou e quem pagou quase US$ 600 por um lugar exclusivo sob o céu. O New York Times narra o dia em que o país ficou às escuras.

Vídeo: o eclipse em diferentes momentos e lugares dos EUA, tanto no céu como na terra, num belo e breve clipe do NYT, que, aliás, também registrou o fenômeno em 360º

  

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Nasser Al-Khelaifi foi tenista por quase dez anos. A carreira de atleta, porém, não engrenou. Fez pouco mais de 20 mil euros com parcas vitórias — uma ninharia se comparados aos 221 milhões de euros que o Paris Saint German, do qual é presidente, bancou para ter Neymar no clube. Aos 43 anos, Al-Khelaifi é peça-chave nas relações do Catar com outros países, segundo o El País, que perfila o empresário. Tido como o terceiro entre os cinco mais poderosos do emirado, Al-Khelaifi circula entre políticos, como Nicolas Sarkozy, e celebridades, como Leonardo DiCaprio. Ocupa cargos em federações esportivas, está no comitê da Copa do Mundo do Catar, é ministro (sem pasta específica) no emirado e ainda dirige as emissoras esportivas da rede Al Jazeera.

Vídeo: um minuto com altíssima concentração de ternura — uma girafa-bebê dá os primeiros passos.   

Uma bicicleta que pode ser reduzida ao tamanho de… um guarda-chuva. Invenção de um designer italiano, a magrela dobrável se diferencia de outras do tipo por permitir que as rodas sejam desconectadas do quadro, que, dobrado, fica portátil.

O Big Ben parou. O relógio ícone da arquitetura de Londres teve seus famosos sinos silenciados ontem. E assim ficarão, mudos, até 2021. O motivo: uma reforma que vai custar US$ 37 milhões.    

Cotidiano Digital

Oreo é o nome da nova versão do Android que foi disponibilizada pelo Google. Durante os testes, estava sendo chamada de Android O. Apesar de o anúncio ter sido feito ontem, o sistema ainda está sendo testado pelas operadoras de telefonia e não foi enviado para nenhum aparelho. A expectativa é que os celulares Pixel e Nexus comecem a receber a nova versão nos próximos dias.

E falando em Google, segundo analistas do mercado financeiro, a empresa vai pagar neste ano US$3 bilhões para manter seu buscador como a opção padrão nos iPhones.

Para ler com calma: como a Velodyne, tradicional fabricante de caixas de som, se transformou num dos principais fornecedores de tecnologia para a indústria de carros autônomos. A empresa se especializou na fabricação de um sensor que dispara milhares de feixes de laser por segundo. Estes, por sua vez, permitem que os carros autônomos 'enxerguem' ao seu redor.

O novo CEO da Uber deve ser definido nas próximas duas semanas. Segundo a veterana jornalista de tecnologia Kara Swisher, Jeff Immelt, ex-presidente da GE, é o favorito ao cargo pelo conselho da empresa. Apesar de não ser conhecido como executivo de tecnologia, Immelt, que sucedeu o lendário Jack Welsh na GE, liderou o amplo processo de mudança de foco do conglomerado para os negócios digitais. Ele é visto como um executivo experiente para liderar o processo de IPO da Uber e, também, para lidar com os diversos desafios agravados com o afastamento de seu fundador, Travis Kalanick, por conta de seguidas denúncias de assédio sexual na empresa.

Enquanto isso, o FBI vem se reunindo com empresas americanas para recomendar que deixem de usar produtos de segurança desenvolvidos pela Kaspersky Labs. Sugere que a empresa tem ligações obscuras com a inteligência russa.

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