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O presidente Michel Temer pretende encarar o que descreve como uma agenda positiva quando a Câmara livrá-lo, pela segunda vez, de uma denúncia feita por Rodrigo Janot. Deve ser na quarta. A pauta começa com a Reforma da Previdência, e o governo quer salvar três pontos: a idade mínima que propôs, as regras de transição e o corte de alguns privilégios. “O ideal é que seja aprovado neste ano”, disse em entrevista a Fernando Rodrigues, do Poder360. Tem planos, ainda, de fazer uma simplificação tributária, embora não detalhe o que imagina.

Vai precisar combinar com o outro lado. A Câmara não tem qualquer plano de aprovar medidas impopulares em ano eleitoral. No seu conceito de impopular, naturalmente. (Estadão)

Temer também prometeu que, nos próximos dez dias, fará mudanças na portaria que mexeu no conceito de trabalho escravo seguindo orientações da procuradora-geral, Raquel Dodge. Segundo o presidente, fiscais interpretavam com liberdade excessiva o conceito de condições degradantes de trabalho, listando como análogo à escravidão casos nos quais não havia saboneteira ou pendurador de toalha nos locais de banho.

Tudo vale negociar. Valdemar Costa Neto, ex-deputado condenado no Mensalão que controla 37 deputados de seu PR, pediu ao presidente que não privatize o Aeroporto de Congonhas. Temer vai mantê-lo na Infraero. (Folha)

Ainda no vale tudo, o governo acenou para o deputado paranaense Dilceu Sperafico que pode rever a demarcação de terras indígenas no estado. Voto a favor de índio, afinal, só na oposição. (Globo)

Raquel Dodge pediu que o ex-ministro Geddel Vieira Lima siga preso. “A sua defesa não tem razão quando afirma que a apreensão destes quase R$ 52 milhões não é causa suficiente para um novo decreto de prisão. A elevada influência desta organização criminosa evidencia-se, aos olhos da nação, em seu poder financeiro: ocultou cinquenta e dois milhões de reais em um apartamento de terceiro, sem qualquer aparato de segurança, em malas que facilitaram seu transporte dissimulado. Este dinheiro seria apenas uma fração de um todo, ainda maior e de paradeiro ainda desconhecido.” Para a procuradora-geral da República, Geddel pode ser o líder de uma organização criminosa. (Estadão)

Investigação da Polícia Federal mostra que Aécio Neves e Gilmar Mendes fizeram 33 ligações pelo canal de voz do WhatsApp entre março e maio, logo após a gravação do senador pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista vir à tona. O uso do app foi técnica para evitar grampos. E o ministro é relator de quatro inquéritos que envolvem o tucano. Pelo menos uma das conversas, segundo o repórter Filipe Coutinho, ocorreu no dia em que Gilmar concedeu decisão favorável a Aécio.

Gilmar informa que as conversas eram sobre o projeto de lei de abuso de autoridade. (Estadão)

Pois é... Gilmar também concedeu, ontem, habeas corpus a Flavio Godinho, braço direito de Eike Batista, que poderá deixar a prisão domiciliar. O juiz carioca Marcelo Bretas foi sutil. Dispensou Godinho de comparecer em juízo periodicamente. Estando já solto, “se trata de medida ineficaz” para impedir abusos.

Aliás... Foi um dia duro para Bretas. Enquanto o juiz aceitava denúncia do Ministério Público dizendo que Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, é suspeito com Sérgio Cabral da compra de votos para trazer os Jogos para o Rio, o STJ lhe concedia liberdade. Nuzman deve entregar seus passaportes, não pode deixar o Rio, contatar outros investigados ou exercer qualquer atividade ligada ao COB.

Ciro Gomes sobre Marina Silva: “Não a vejo com apetite de ser candidata. Não vejo ela com a energia e o momento é muito de testosterona. Eu não elogio isso, é algo do Brasil. É um momento muito agressivo, e ela tem uma psicologia muito avessa a isso.”

Não custa lembrar... Quando um repórter lhe perguntou, em 2002, qual seria o papel de sua então mulher, a atriz Patrícia Pillar, na campanha, Ciro respondeu: “Tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo.” (Folha)