Planalto insiste em Cristiane Brasil, mas posse depende do STF

O Planalto tinha tanta certeza de que cassaria a liminar impedindo a posse de Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho que chegou a arrumar o espaço para a cerimônia. Só que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) rejeitou o recurso da AGU, que agora vai apelar ao STF. Conforme o tempo passa, novas denúncias aumentam o constrangimento em relação à futura ministra. O nome de Cristiane foi incluído no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT) por ela não ter quitado ainda a dívida com um ex-motorista que a processou. Além disso, ela não teria recolhido o INSS do funcionário após o acordo. Fontes do Executivo dizem que o ideal seria que ela desistisse da nomeação, mas Roberto Jefferson, pai de Cristiane, diz que ‘não há plano B’, e que a filha vai mesmo para o ministério.

Eloísa Machado de Almeida (FGV): “Não há nenhuma vedação constitucional a que condenados no âmbito civil ou trabalhista ocupem cargos ministeriais. Pode-se afirmar que o Judiciário vem impondo uma agenda de moralização judicial da política, muitas vezes à revelia do que diz a lei.” (Folha)

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Com as pesquisas eleitorais polarizadas entre esquerda e direita, o centro continua tentando achar um nome. Geraldo Alckmin, que luta para empolgar os tucanos, se disse favorável à presença de outros candidatos desse campo, como Luciano Huck e Rodrigo Maia. Maia segue se articulando, embora analistas vejam sua candidatura como ‘possível, mas improvável’. O DEM, que já foi PFL, estuda até mudar de nome para lança-lo candidato. Enquanto isso, o Planalto vê como ‘gesto político’ da TV Globo a idade Luciano Huck ao Domingão do Faustão, o que é negado pela emissora.

Diante da forte reação no Legislativo, o governo deve retirar da MP sobre a reestruturação do setor elétrico o artigo que revogava lei proibindo a venda da Eletrobrás. A ideia é tocar os estudos para a privatização e, mais tarde, encaminhar o assunto ao Congresso como projeto de lei, ideia já defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. A mudança impede a venda de distribuidoras de energia.

Possível candidato tucano ao governo de São Paulo, o senador José Serra foi acusado pelo ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis de ter recebido R$ 52,4 milhões entre 2002 e 2012. R$ 23,3 milhões teriam ido diretamente para Serra, enquanto o restante teria sido repassado ao PSDB como caixa 2 para as campanhas eleitorais do período. Procurado pela imprensa, o senador disse que as acusações são falsas.

O TST quer que a regra da sucumbência, pela qual o trabalhador que perder uma ação na Justiça do Trabalho deve pagar as despesas do processo, só passe a valer para litígios iniciados após a reforma trabalhista. Essa é uma das 34 propostas elaboradas por uma comissão do tribunal. Para que elas entrem em vigor, é preciso que 18 dos 27 ministros as aprovem numa reunião marcada para o dia 6 de fevereiro.

A BRF anunciou a criação de uma nova linha de carnes, a Kidelli, com preços 15% abaixo dos praticados pela média do mercado de processados. Será feita a partir de excedentes de carnes usados na fabricação dos produtos da Sadia e Perdigão e atuará em nove categorias, entre elas, presunto, empanados, mortadela, linguiças e hambúrguer. (Folha)

E o empresário Carlos Wizard Martins, que já havia comprado a rede de varejo Mundo Verde em 2014, comprou da Yum! Brands as operações das marcas Pizza Hut e KFC no Brasil. Tornou-se, assim, máster franqueado das duas redes no país. A Sforza, gestora dos investimentos da família de Wizard, já detém no Brasil o controle da operação da Taco Bell. Também controla as marcas Rainha e Topper, e possui fatia da rede de idiomas WiseUp. (Folha)

Não ficou só no esporte o encontro entre as duas Coreias. Além de acertarem a participação de atletas do Norte nas Olimpíadas de Inverno no Sul, a reunião tratou também de relaxamento de tensões militares e da redução das sanções contra o regime de Pyongyang.

O livro Fire and Fury (Amazon), de Michael Wolff, fez sua primeira vítima. Stephen Bannon, ex-assessor  e hoje desafeto de Trump, deixou a direção do Breitbart News, site de extrema-direita que comandava desde 2012. O próprio Breitbart deu a notícia, sem entrar em detalhes. Já o New York Times diz que a saída de Bannon foi uma exigência da bilionária Rebekah Mercer, uma das principais financiadoras do site. No livro de Wolff, Bannon levanta dúvidas sobre a saúde mental de Trump e classifica como traição um encontro do filho mais velho do presidente com russos durante a campanha. Ele depois se retratou, mas não foi o bastante para salvar-lhe o emprego.

Cotidiano Digital

Para além dos grandes movimentos da indústria — a briga Google vs Amazon, o avanço dos carros autônomos, a busca por nitidez e maleabilidade nas TVs —, a CES é também espaço das pequenas experiências tecnológicas. Robôs que dançam pole dance. Um chuveiro que ajusta a temperatura por comando de voz. Um número incrível de vitrolas. Preparamos um vídeo com algumas das coisas que vimos.

No final de dezembro a Apple admitiu que a atualização do sistema operacional deixava deliberadamente mais lentos os modelos antigos do iPhone. A explicação era que isso evitava que as baterias antigas sobrecarregassem e apagassem o aparelho de repente. Bastava ao usuário trocar a bateria por uma nova. O governo da França, porém, abriu inquérito contra a Apple para apurar se a empresa estaria fazendo obsolescência programada para induzir os consumidores a trocarem os aparelhos, o que é ilegal no país.

E o aquecimento da bateria de um iPhone deixou uma pessoa levemente ferida e fez a polícia evacuar uma loja da Apple em Zurique, na Suíça. Um funcionário da loja queimou sem gravidade as mãos ao abrir o aparelho para retirar a bateria, que soltava muita fumaça.

Paulo Veras, fundador da 99: “As captações que fizemos foram duras, demoradas. Sempre sofremos muito mais do que os concorrentes para levantar dinheiro. Vários investidores disseram: 'Você, uma 'start-upizinha tupiniquim', quer dinheiro para brigar com a Uber?'. Para a Didi, isso não será um problema.” (Folha)

O projeto de lei que anula a decisão da Comissão Federal de Comunicações dos EUA pelo fim da neutralidade na Internet conseguiu o apoio de 30 senadores, número necessário para ir a votação direto no plenário do Senado, sem passar por comissões. Os republicanos controlam as duas casas do Legislativo, mas democratas e ativistas acreditam que a votação em plenário os deixará mais expostos a pressões populares.

Viver

A atriz Catherine Deneuve e outras cem artistas, escritoras e acadêmicas francesas compraram uma briga com o movimento #metoo, nascido nos EUA, que estimula mulheres a denunciarem abusos sexuais. Em manifesto publicado no Le Monde (leia a íntegra em francês no Reddit), elas afirmam que o estupro é um crime, mas classificam a onda de denúncia de assédio como um movimento puritano que trata mulheres como ‘vítimas eternas’ e ‘crianças com rosto de adulto’. ‘Defendemos a liberdade de (o homem) importunar, indispensável à liberdade sexual’, dizem elas.

No Globo, brasileiras se dividem quanto ao manifesto francês.

Danusa Leão: “É doloroso saber que uma mulher pode fazer uma acusação e tirar o emprego de um homem. Mas isso é coisa de americano. Lá eles não têm noção de sexo.”

Mirian Goldenberg: “Lutar pelo fim do silêncio feminino não tem nada a ver com ter ódio dos homens ou ser contra a liberdade sexual. O tempo do sofrimento silencioso acabou! Não vamos nunca mais calar!”

Sônia Corrêa: “O que a gente quer é deserotizar a sexualidade, estabelecer regras de autorização e padrões rígidos de conduta para as abordagens sexuais?”

Marlise Matos: “Ninguém está falando de paquera, de sedução. Entre a liberdade para fazer isso e a violência há uma distância. Qual o termômetro? O sentimento da mulher.”

E o nome de Stan Lee foi adicionado à extensa lista de celebridades acusadas de assédio sexual nos últimos meses. O principal nome por trás dos heróis dos quadrinhos da Marvel recebeu uma série de denúncias anônimas de má conduta por enfermeiras que trabalharam em sua casa, em Los Angeles. Elas afirmam que foram tocadas diversas vezes por ele, que costumava andar nu pela mansão e ainda teria pedido para receber sexo oral. (Globo)

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Está nevando no deserto do Saara. É a quarta vez nos últimos 40 anos que o fenômeno acontece na região conhecida como Portal do Deserto do Saara. Segundo a meteorologia, o acontecimento foi provocado por uma rara conjunção de fatores, que inclui uma forte onda de frio na Europa e a presença de umidade suficiente no ar. (Globo)

Enquanto isso... Na Austrália, tartarugas verdes deixaram de criar machos. Mais um fenômeno causado pelo aumento da temperatura no planeta. O sexo dos animais é determinado pela temperatura de incubação dos ovos, e são as fêmeas aquelas que se incubam em um ninho mais quente. A comunidade é uma das mais importantes do mundo. Agrupa cerca de 200 mil fêmeas reprodutoras e poderia entrar em colapso sem a presença de mais machos. (Estadão)

Para ler com calma. A Casa Branca disse à NASA que quer voltar a pisar na Lua. Não se sabe, no entanto, quando, como, qual a escala da operação e quanto ela custará. Tampouco quais são as pretensões. Robert Lightfoot, atual administrador da agência, afirmou ao The Washington Post que vai se associar com outros países para a empreitada, mas não disse quais. Disse também que o plano será uma parceria público-privada, mas não nomeou empresas que possam estar envolvidas. Uma volta à Lua pode atrasar os planos da NASA para Marte — que incluem, na década de 2030, uma missão para orbitar o planeta, seguido de aterrissagens de astronautas em uma data futura não especificada. "Nós sempre somos convidados a mudar de direção toda vez que recebemos um novo presidente, e isso só faz com que você faça um trabalho negativo", disse o ex-astronauta Scott Kelly. Enquanto isso, as empresas espaciais comerciais — como a Blue Origin, do fundador da Amazon, Jeff Bezos, a Boeing e a SpaceX — estão pegando impulso.

Cultura

Natalie Portman não deixou passar, no Globo de Ouro, a oportunidade de lembrar que nenhuma mulher foi indicada ao prêmio de melhor direção. Pois é. Uma pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, analisou uma base de dados de 1.100 filmes populares produzidos de 2007 a 2016. Dos 1.223 diretores envolvidos, apenas 4% são mulheres. A situação é ainda mais grave em relação à continuidade: a maioria das mulheres trabalha em apenas um filme (84%), enquanto entre os homens esse número é muito menor (55%). E há ainda um viés racial: apenas 3 mulheres negras, duas asiáticas e uma latina trabalharam como diretoras nos 1.100 filmes analisados.

Após ganhar os prêmios de melhor direção e melhor trilha sonora no Globo de Ouro, o filme A Forma da Água, do diretor mexicano Guillermo del Toro, liderou as indicações para a premiação britânica de cinema Bafta. Garantiu 12 nomeações. (Folha)

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