Trump e Kim fazem encontro histórico hoje à noite

O presidente americano Donald Trump e o ditador norte-coreano Kim Jong-un já estão em Cingapura para o histórico primeiro encontro entre chefes de Estado de seus países. Eles se hospedam no luxuoso Hotel Capella, na ilha de Sentosa, e se tudo ocorrer conforme planejado se verão às 22h de hoje, em Brasília. Na Ásia já será 9h de amanhã, dia 12. Trump quer iniciar as conversas sem diplomatas: apenas ele, Kim, e os tradutores oficiais. Afirma que, no primeiro minuto, já saberá se seu adversário fala sério a respeito de buscar um acordo.

A missão do americano é difícil. Por um lado, apresentar um acordo de paz fará bem a seu governo. Sofre internamente uma investigação a respeito de conluio com o governo russo por conta da eleição, e sua política de guerras comerciais provoca conflitos com aliados e cria inimigos dentro de seu próprio partido, por tradição favorável ao livre mercado. Trump precisa de uma vitória. Mas classifica o acordo feito por Barack Obama com o Irã, que tirou do país dos aiatolás 90% de seu combustível nuclear, como um fracasso. Ou seja: vitória para Trump tem de ser um acordo que ele possa vender como melhor.

O jogo de Kim é a longo prazo. Seu país é muito pobre e o jovem ditador está abrindo a economia no modelo chinês. Já é possível fazer aulas de yoga em Pyongyang, há restaurantes de sushi e táxis circulam pela rua. Inimaginável uns anos atrás. Não basta ser só para a elite. Para que a ditadura sobreviva, o país precisará se abrir mais e paz com o ocidente se faz necessária. O poder nuclear, porém, é o que dá à pequena Coreia do Norte o que barganhar, além de manter Kim Jong-un no comando. Há limite no que pode ceder. Os dois, Trump e Kim, têm incentivos para arranjar algum acordo.

Aliás... É do alemão Jesco Denzel a fotografia da semana que passou. Ele flagrou sua chefe, Angela Merkel, debruçada sobre uma mesa olhando incrédula para um Donald Trump que, pelos braços cruzados, parece dizer ‘não arredo o pé’. O premiê japonês Shinzo Abe observa com mau humor. O flagrante foi do tenso encontro do G7, ocorrido no Canadá, no qual aliados tentaram reverter a política tarifária de Trump. Não deu.

Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC: “A ironia não é pequena quando, à medida que o comércio global cresce no ritmo mais saudável em anos, as tensões comerciais aumentam para níveis não vistos em décadas. Até agora, grande parte da atual retórica anti-comércio não se traduziu em ação. Mas a retórica em si pode ser prejudicial. A mera ameaça de sanções pode assustar os mercados, desviar os fluxos de comércio e afetar os preços de forma a reduzir o crescimento econômico, e algumas luzes de alerta já começam a piscar. Para entender o perigo intrínseco representado pelo aumento das tensões comerciais, temos de considerar a natureza interconectada da economia global de hoje. Quase dois terços dos bens comercializados têm componentes que foram fabricados em pelo menos dois países diferentes. Como argumenta o economista Richard Baldwin, erguer barreiras comerciais nessa economia é como construir um muro no meio de uma fábrica.”

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O Datafolha foi às ruas testar quatro cenários na disputa presidencial. Naquele mais provável, com Fernando Haddad ocupando a candidatura petista, 19% dos eleitores preferem Jair Bolsonaro e, 15%, Marina Silva. Ciro Gomes aparece em terceiro com 10%, seguido de Geraldo Alckmin, com 7% e Álvaro Dias, com 4%. Haddad estaria no bolo dos entre 0 e 1. Os números praticamente não mudam com Jaques Wagner em seu lugar. Lula teria 30% dos votos, com Bolsonaro o seguindo na casa dos 17%, no cenário em que o ex-presidente aparece.

Na pesquisa espontânea, quando os nomes não são sugeridos aos eleitores, Lula caiu de 15%, em junho de 2017, para 10% um ano depois. Um terço menor.

Não que seja novidade, mas Michel Temer é o presidente mais impopular da história. 82% dos entrevistados consideram seu governo ruim ou péssimo. (Folha)

Aliás... 69% dos brasileiros consideram que o movimento dos caminhoneiros trouxe mais prejuízos do que benefícios para o país. 72% acham que o país piorou economicamente nos últimos meses. (Folha)

Pois é. Os tucanos acompanham atentos as conversas entre Ciro Gomes com DEM e PP. Se a incrível aliança sair, além de deslocar a candidatura Ciro ao centro, pode matar Alckmin de vez. (Estadão)

Alckmin que, na semana passada, teve um encontro secreto com o presidente da Câmara Rodrigo Maia. Ainda tenta trazer de volta o DEM. (Globo)

Enquanto isso... FH acredita que Marina Silva é a candidata de centro ideal. (Estadão)

O Banco Central e o Tesouro Nacional atuaram juntos e, na sexta-feira, o dólar baixou. Fechou a semana a R$ 3,70, o maior recuo em um dia desde novembro de 2008. (Estadão)

Já a bolsa acumulou baixa de 5,56% na semana. No total, a perda do valor de mercado das companhias do Ibovespa foi de R$ 131,5 bilhões. (Valor)

E diante da incerteza e da instabilidade, algumas das principais instituições financeiras reduziram suas estimativas de crescimento da economia para menos de 2%, em 2018. (Folha)

Viver

O chef, escritor e apresentador Anthony Bourdain cometeu suicídio, na França, sexta-feira. O autor de Cozinha Confidencial (Amazon) tinha 61 anos.

Dorrit Harazim: “Seria pouco qualificar Bourdain apenas como o carismático ‘bad boy’ da culinária, de humor aguçado, estilo renegado e um viver sem freios. Ele foi um explorador voraz — da cultura, da culinária e da condição humana, tudo junto e misturado. Encarou sem preconceito receitas que não conhecia, fosse o prato um globo ocular de foca no Ártico, um ânus de javali na Ásia (detestou) ou testículos de carneiro no Marrocos. Mas não foi a busca do exótico que moveu Bourdain e tornou universais seus livros e programas de TV — foi sua honestidade em relação à própria vida. Conseguiu inspirar zilhões de bípedes a se interessar e compreender melhor seus pares distantes. O segredo? Fazendo perguntas simples às gentes de terras estrangeiras, do tipo ‘O que te faz feliz?’, ‘O que você come?’, ’O que você gosta de cozinhar?’ no Laos, na África, ou na Faixa de Gaza, as respostas formavam elos, abriam mais portas, permitiam sentar-se à mesa e começar a conversar. Explorou história e política com franqueza e real interesse.” (Globo)

O New York Times tem uma lista dos melhores textos e episódios e trechos de episódios de Bourdain. A Esquire tem outra.

Donald Trump afirmou que apoiará a decisão do Congresso americano de suspender a proibição federal ao comércio de cannabis. Hoje, os estados legalizam, mas a erva continua proibida nacionalmente, o que gera conflitos. Um grupo de parlamentares, tanto republicanos quanto democratas, estão se organizando para derrubar a lei atual. (Los Angeles Times)

Vencedora de 19 títulos de Grand Slam, Maria Esther Bueno morreu sexta-feira, em São Paulo, aos 78 anos. A maior estrela do tênis brasileiro tinha um câncer na boca.

Thales de Menezes: “Maria Esther Bueno era uma força da natureza. Se algum atleta brasileiro merece ser chamado de ‘fenômeno’, não é Ronaldo, mas a tenista paulistana que surpreendeu o mundo em 1959, sendo campeã em Wimbledon e no US Open pela primeira vez. O tênis brasileiro praticamente não existia. A simples inscrição em Wimbledon foi recebida com surpresa pelos organizadores. Difícil imaginar a reação deles ao ver o troféu nas mãos da brasileira. Aos 19 anos, era delicada. As jogadoras da época não eram atletas de alto desempenho, mas já dispunham de técnicos tentando dar um padrão de jogo. Maria Esther não era produto de uma escola, não recebeu ensinamento técnico e tático. Ela tinha um jogo de movimentos rápidos, sim, mas naturais. Seu objetivo era não errar, apenas jogar a bolinha para o outro lado da quadra, e fazia isso com graça, leveza. Maria Esther jogou décadas antes da transformação do tênis em um esporte milionário. Alguém que conquistasse agora os mesmos torneios vencidos por ela nos anos 1950 e 1960 teria acumulado pelo menos US$ 40 milhões (cerca de R$ 160 milhões). Mas o pior talvez tenha sido perceber que chegou a ser esquecida pela maioria dos brasileiros. Afastada das quadras, andava incólume por São Paulo. O fenômeno Maria Esther Bueno merece estar em todas as enciclopédias.” (Folha)

No último teste antes da Copa do Mundo, a seleção brasileira fechou sua preparação com vitória. Em Viena, com gols de Neymar, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus, o time venceu a Áustria por 3 a 0. Neymar, aliás, está agora a um gol de igualar Romário como quarto maior artilheiro da seleção. Deve fazê-lo na Rússia, para onde a equipe brasileira embarcou ontem em busca do hexa. Veja os melhores momentos.

Cultura

Aconteceu ontem a noite de premiação do Oscar do teatro americano, o Tony Awards 2018. O maior vencedor foi o musical The Band’s Visit, que retrata a passagem de um modesto grupo de músicos egípcios por uma vila israelense. A obra venceu em 10 das 11 categorias a que foi indicada — entre elas, melhor libreto musical, melhor trilha sonora escrita para o teatro e melhores atriz e ator de musical. Fora do mundo dos musicais, com seis troféus, o segundo destaque foi a montagem Harry Potter and the Cursed Child, que mostra o bruxinho 19 anos após o fim do sétimo livro da série. Levou o prêmio de melhor peça e mais outros cinco troféus — cenografia, figurino, iluminação, som e direção. (Folha)

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Tradicionalmente, o Spotify sempre assinou contratos com as gravadoras. Está mudando. A empresa começou a fazer acordos direto com artistas e seus produtores. Adiantam, às vezes, centenas de milhares de dólares pelas licenças de um certo número de faixas. Em troca, pagam 50% do dinheiro feito via streaming — ao invés dos 54% padrão que as gravadoras recebem. O pulo do gato: em geral, os artistas levam 20% depois de suas gravadoras abocanharem um naco. A desintermediação do negócio da música está em curso.

Vem spin-off por aí. A HBO deu sinal verde e encomendou o episódio piloto de uma série derivada de Game of Thrones. A nova saga se passará milhares de anos antes da época retratada hoje e nenhum personagem do elenco atual deve participar do spin-off — que também não estreará antes da oitava e última temporada de GOT, prevista para 2019.

Cotidiano Digital

A previsão é de que os modelos de iPhone a serem lançados este ano devem ser mais baratos do que o iPhone X. Pelo menos um dos modelos, segundo o analista Ming-Chi Kuo, da TF International Securities, deve ter a cara do X e custar na casa dos US$ 600 — e não o preço base de mil dólares do outro.

Saiu o trailer do Fifa Soccer 19. Com Cristiano Ronaldo narrando em português, o filmete mostra Neymar como o segundo jogador em destaque. Messi não aparece. O jogo será lançado mundialmente em 28 de setembro, com a Champions League no centro da narrativa. (O contrato do campeonato com o rival PES acabou.) O game estará disponível para PS4, Xbox One, PCs rodando Windows e Nintendo Switch. Tem mais: as plataformas PS3 e Xbox 360 ganharam sobrevida, e também receberão o novo Fifa.

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