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Diversas regiões do Chile, entre elas a capital Santiago, passaram esta última noite sob toque de recolher e sob comando das Forças Armadas. Foi a segunda noite seguida em que foi proibida a circulação de pessoas nas ruas, uma imposição usada pela última vez em 1987, quando o ditador Augusto Pinochet ainda estava no comando. O Estado de Emergência decretado pelo governo do presidente Sebastián Piñera é uma tentativa de controlar os violentos protestos que tomaram conta do país desde que foi anunciado um aumento das passagens do metrô. Na quinta-feira, 40 pessoas foram detidas ao longo da linha dos trens subterrâneos por atos de vandalismo. Na sexta e sábado, o número de detidos já havia passado de 716 — destas, 241 por violação do toque de recolher. É mais grave: já são pelo menos dez os mortos em incêndios provocados pelos protestos. A movimentação popular, descentralizada e envolvendo principalmente jovens, começou com atos de recusa de pagar a passagem com milhares pulando as roletas. Desde então, há depredação do metrô, saques a supermercados, e na cidade de Valparaíso a sede do jornal El Mercurio de Valparaiso, o mais antigo em circulação na América Latina, lambeu em chamas. Ontem, a Câmara dos Deputados se reuniu em sessão de emergência e suspendeu a alta do valor da passagem, que havia ido de 800 para 830 pesos — uma diferença equivalente a 16 centavos de real. O aumento, argumentam as autoridades, foi causado pela subida internacional do preço do petróleo e pela disputa comercial entre Estados Unidos e China. (El País)

Ontem à tarde, Piñera reuniu no Palacio de La Moneda os presidentes do Senado, Jaime Quintana, da Câmara, Iván Flores, e da Corte Suprema, Haroldo Brito. Queria demonstrar unidade dos Três Poderes perante a repentina onda de protestos. “Faço um clamor por unidade nestes momentos difíceis”, afirmou. “Unidade contra a violência, contra o vandalismo e a delinquência, unidade pela democracia e pelo Estado de Direito.” Quintana, que é da oposição e membro do Partido pela Democracia, de centro-esquerda, evitou os floreios políticos. “Não há dúvida de que esta é a mais complexa crise envolvendo protestos sociais que nossa democracia já enfrentou”, disse. “Frente a uma situação desta magnitude, não cabe outro caminho que não colaborar com o governo, deixando de lado nossas diferenças.” Agora de manhã, foram postos para circular mais 425 ônibus num plano de contingência para servir à capital. Os pontos estavam cheios, mas tranquilos. (El Mercúrio)

Veja fotos dos protestos em Santiago do Chile. (G1)

Marcada para 23 de novembro, a Conmebol anunciou que, ao menos por enquanto, manterá no Estádio Nacional de Santiago a final da Taça Libertadores da América. (El Mercúrio)

O premiê britânico Boris Johnson tentou forçar no sábado que a Câmara dos Comuns desse sim ou não a seu acordo com a União Europeia para execução do Brexit. Os parlamentares o driblaram, impondo por 322 a 306 uma emenda que obriga o primeiro-ministro a, antes, votar a legislação completa que regulamenta a saída da União. Mesmo alguns dos deputados favoráveis ao Brexit desconfiam que Johnson poderia usar um voto pelo sim para executar a saída no próximo 31 de outubro sem regulamentar e, portanto, disparando um Brexit duro sem qualquer medida para arrefecer o impacto econômico. A não ser que BoJo encontre uma filigrana jurídica, a emenda aprovada no sábado o obriga a requisitar de Bruxelas que se postergue mais uma vez a saída do Reino Unido do mercado comum. Ao invés deste 31, passaria a 31 de janeiro do ano que vem. Seria romper com sua principal promessa aos eleitores. Ele enviou, pois, uma carta ao presidente do conselho europeu, Donald Tusk. Uma carta pedindo a postergação, porém sem sua assinatura. Numa segunda carta, esta devidamente assinada, Johnson afirma para Tusk considerar ruim mexer na data e que pretende correr com a Legislação cobrada pelos deputados esta semana. Nesta segunda, ele pretende repetir o mesmo voto feito no sábado. Ainda não está claro se poder fazê-lo. Os britânicos seguem com o Parlamento rachado e sem condições de prever o que ocorrerá. Ao menos por enquanto, a União Europeia esperará para ver o que ocorre hoje antes de tomar qualquer decisão. (Guardian)

O presidente boliviano Evo Morales deverá enfrentar pela primeira vez um segundo turno, dados os resultados das eleições de ontem. Em sua disputa pelo quarto mandato, Morales recebeu 45,3% dos votos e o ex-presidente Carlos Mesa, 38,2% — com 84% das urnas apuradas. Filho de intelectuais respeitados, presidente do Congresso, historiador, cientista político e cineasta, Mesa é candidato de uma coalizão de centro-esquerda que questiona o direito a um quarto mandato para Morales. (G1)

Patina, no Congresso, e enfrenta dificuldades para ser aprovada em comissão, a proposta de reforma da Previdência dos militares. Atrelada pelo presidente Jair Bolsonaro a uma reestruturação de carreira que ao fim aumenta a remuneração e não elimina privilégios na hora da aposentadoria, está difícil defende-la perante a reforma feita na Previdência dos outros funcionários públicos federais. Esta, aliás, pode ser aprovada enfim esta semana, no Senado. (BBC)