Senado derruba veto de Bolsonaro por aumento de servidores

O voto foi apertado, 42 a 30, mas o Senado Federal derrubou o veto feito pelo presidente Jair Bolsonaro ao aumento de despesas com carreira, reajustes, concessão de vantagens ou criação de cargos e funções de servidores públicos. A medida faz parte do Programa de Enfrentamento ao Coronavírus, que foi sancionado pelo presidente em 27 de maio, mas que bloqueou reajuste salarial aos servidores diretamente envolvidos no combate à pandemia. A preocupação é simples: num momento em que o governo está procurando dinheiro por toda parte, em meio à crise, um aumento agora se tornaria um gasto adicional de entre R$ 121 e R$ 132 bilhões. “É possível que estejamos, na derrubada desse veto, impossibilitando a população do Brasil inteiro de receber a sexta parcela do auxílio emergencial”, chegou a dizer o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes. Ainda falta a Câmara dos Deputados votar — as duas Casas legislativas precisam derrubar um veto para que ele seja suspenso. “O Senado deu um sinal muito ruim”, afirmou o ministro Paulo Guedes, “permitindo que justamente os recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salário.” (Valor)

Pois é... Bolsonaro está contando as moedas e começa a falar abertamente de prorrogar o auxílio emergencial até o final do ano, embora com valor menor. “R$ 600 é muito”, ele afirmou. “Alguém falou da economia em R$ 200. Eu acho que é pouco, mas dá para chegar num meio-termo e nós buscarmos que ele venha a ser prorrogado por mais alguns meses, talvez até o final do ano.” A manifestação ocorreu durante a cerimônia de sanção da medida provisória que institui o Programa Emergencial de Suporte a Empregos, uma linha de crédito para ajudar empresas a pagar salários. (Poder 360)

Cristiano Romero: “No país das reformas que nunca são concluídas, a administrativa é inadiável. Sem que se reforme o Estado brasileiro, o gasto público continuará sendo alto e pouco efetivo. A carga tributária (em torno de 33% do PIB), uma das maiores dos países em desenvolvimento, terá que ser sempre elevada para bancar despesas crescentes. O Brasil tem um Estado caro e um serviço público de baixa qualidade. Isso torna irrefutável a necessidade de reforma. Tem algo errado e, sem demonização do funcionalismo público, a sociedade precisa acordar para o problema. Tome-se o caso da educação: apesar dos avanços ocorridos desde a promulgação da Constituição, em 1988, especialmente no que diz respeito à universalização do ensino básico, o gasto chegou a 6% do PIB, mas a qualidade não acompanhou.” (Valor)

Bruno Boghossian: “Antes de oferecer banquetes aos líderes do Centrão, Bolsonaro gostava de culpar o Congresso pela incompetência de seu governo. Desde então, Bolsonaro e seus auxiliares pararam de chamar os políticos de patifes e chantagistas. Abriram a máquina pública a novas indicações partidárias e serviram chá para seus novos amigos no Planalto. A carteira de motorista, no entanto, continua com a mesma validade. O governo pagou pelo apoio dos partidos, mas continua levando um baile atrás do outro no Congresso. Na terça, o Senado decidiu retirar de pauta o projeto de estimação de Bolsonaro para mudar o Código de Trânsito. Votaram contra o governo até parlamentares do PSD, que já ganhou um ministério, e do MDB, que namora o Planalto. No dia seguinte, a derrota foi ainda mais feia. Por 42 votos a 30, os senadores derrubaram o veto ao aumento de salários de servidores envolvidos no combate ao coronavírus. O presidente fracassou no primeiro teste de articulação política desde que topou dar o braço ao Centrão. O balanço mostra que o presidente continua sem força para aprovar até medidas simbólicas. Na terça, o presidente da Câmara fez uma provocação sobre as propostas econômicas do Planalto. ‘O governo tem base para fazer isso? Isso é que precisa avaliar primeiro’, disse Rodrigo Maia. O resultado parcial está aí.” (Folha)

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Relatora do caso, a ministra Cármen Lúcia votou pela suspensão da produção de qualquer tipo de dossiê pelo Ministério da Justiça que trate sobre interesses pessoais ou políticos de servidores públicos. “Nem a órgão estatal, nem sequer a particulares, não compete fazer dossiês contra quem quer que seja, nem instaurar procedimentos de cunho inquisitorial”, ela afirmou. “O uso ou abuso da máquina estatal para colheita de informações de servidores com postura contrária ao governo caracteriza sim desvio de finalidade.” Ainda faltam os votos de nove ministros, que se manifestarão a partir de hoje. O decano, Celso de Mello, está de licença médica. (Globo)

De acordo com nova pesquisa PoderData, 38% dos brasileiros consideram que o trabalho do presidente Jair Bolsonaro é ótimo ou bom. Outros 35% o consideram ruim ou péssimo — e, 23%, regular. Sua popularidade é maior na região Norte (59%), entre eleitores de 25 a 44 anos (45%), entre homens (46%) e entre os brasileiros que não têm renda fixa (46%). (Poder 360)

O escritório do advogado Frederick Wassef recebeu R$ 9 milhões da JBS, o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Wassef cuidava dos interesses de Bolsonaro e de seu filho Zero Um, Flávio, até a descoberta de Fabrício Queiroz em sua casa, na cidade de Atibaia. Advogados ligados à JBS não sabem que tipo de atendimento Wassef prestava à empresa. O registro dos pagamentos foi descoberto pelo Ministério Público. (Crusoé)

Os irmãos Germán e José Efromovich foram presos, na manhã de ontem, na 72ª fase da Operação Lava Jato. Donos da Avianca, são investigados por sua atuação no Estaleiro Ilha. De acordo com delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, os irmãos lhe pararam R$ 40 milhões em propinas. O estaleiro recebeu da estatal R$ 857 milhões para a fabricação de quatro navios — apenas um foi entregue. (G1)

Viver

Pela primeira vez, a taxa de contágio no Brasil entrou em desaceleração. Segundo o Imperial College, o Rt registrado no país, na semana que começou no domingo (16), foi de 0,98 — abaixo de 1,0. O valor significa que cada 100 pessoas contaminadas contagiam outras 98. Esta também é a primeira vez desde abril que o Brasil deixou de ser o líder em estimativas no número de mortes semanais. Agora, o primeiro lugar está com a Índia, onde são estimadas 7,2 mil mortes por semana. Mas a boa notícia demanda cautela: a situação brasileira ainda não está classificada como estabilizada. (Globo)

Então… Uma plataforma com as taxas de contágio por estado brasileiro.

Para o pesquisador da UFMG, Renato Santana, o vírus no Brasil tem dado mostra de se propagar com ferocidade, explodir em casos e depois perder força, sem deixar de provocar doença, como aconteceu no Rio de Janeiro e Manaus, por exemplo. Os pesquisadores da universidade estudam se o país tem uma linhagem mais contagiosa em circulação, que explicaria porque têm encontrado em algumas pessoas assintomáticas uma carga viral muito grande. Em tese, elas seriam mais contagiosas. Pois, não só têm mais vírus quanto ainda, por não se sentirem doentes, circulam mais e podem espalhar. (Globo)

Foram registradas 1.170 mortes pela Covid-19 confirmadas nas últimas 24 horas, chegando ao total de 111.189 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 989 óbitos, uma variação de -5% em relação aos dados registrados em 14 dias. Em casos confirmados, já são 3.460.413 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 48.541 desses confirmados no último dia. (G1)

Uma em cada três pessoas hospitalizadas com síndrome respiratória aguda grave por Covid-19 morre, segundo o Ministério da Saúde. Das 295.950 pessoas que foram hospitalizadas pela SRAG, 104.065 morreram até o dia 16 de agosto. Em 72,6% dos casos, a vítima tem 60 anos ou mais, apresenta alguma comorbidade, é do sexo masculino e parda. (Folha)

Sobre a volta às aulas… A OMS alertou que só pode ocorrer com rastreamento de contatos. Para a entidade, é necessário identificar e isolar casos suspeitos para que o retorno não piore a transmissão. (Estadão)

O governo sancionou MP que dispensa as escolas de cumprirem o mínimo de dias letivos. Mas vetou previsão de apoio federal. Estados e municípios, que concentram 39 milhões de matrículas da creche ao ensino médio, não têm recebido apoio federal financeiro ou técnico durante a paralização. (Folha)

O governo do Rio de Janeiro confirmou que as aulas presenciais nas escolas privadas do Estado estão previstas para serem retomadas em 14 de setembro, enquanto a rede estadual deve reabrir as portas para os alunos em 5 de outubro.

Enquanto em São Paulo, o governo ampliou o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais e de serviços de 6 horas para até 8 horas diárias em municípios que estão na fase 3 amarela do plano de flexibilização. A mudança passará a valer a partir de amanhã. (Estadão)

Hora de Panelinha no Meio. Perfeita para esta época, comida conforto, jantar leve, receita para aquecer: a sopa é um preparo que mexe com a nossa emoção – acredita que ainda tem quem ache que não é jantar? Na série Rita, Help! Me ensina a cozinhar na quarentena, Rita mostra o preparo de uma sopa de legumes e também a fórmula para criar sua própria receita. E veja aqui receitas, dicas e truques para caprichar ainda mais por aí.

Cotidiano Digital

A Apple se tornou a primeira empresa a ultrapassar US$ 2 trilhões em valor de mercado. Por volta das 11h40 de ontem, o preço da sua ação atingiu US$ 467,63. Esse é o segundo recorde da big tech, que também foi a primeira a chegar em US$ 1 trilhão em 2018.

Pois é… A alta nas ações das big techs está dando resultados. Depois da Tesla subir 13% na segunda (17), Elon Musk se tornou a quarta pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna de US$ 84,8 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index. Os ganhos de Musk só estão atrás do líder do ranking, Jeff Bezos — no ano, o fundador da Amazon acumulou US$ 73 bilhões. Veja a lista.

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Sucesso dos anos 2000, o Blackberry está de volta. Após ter encerrado sua fabricação com a TCL, a canadense ganhou uma nova licenciada da marca, a novata Onward Mobility. Ainda não se tem muitas informações, mas os novos aparelhos, serão desenvolvidos pela subsidiária da Foxconn, FIH Mobile, e chegarão em 2021, com 5G - e o clássico teclado.

Outra novidade é o Nintendo Switch, que chegará oficialmente no Brasil ainda este ano. O console saiu daqui em 2015 devido às altas tarifas sobre produtos importados na época, mas a redução dos impostos sobre a importação de jogos em agosto do ano passado surtiu efeito. A Nintendo, no entanto, ainda não deu detalhes como preço, versões do console ou uma data de lançamento específica.

Cultura

Por sete votos a favor e seis contra, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou um projeto de lei que proíbe exposições com nudez ou que atentem contra símbolos religiosos. O texto ainda será levado a segundo turno, mas o Distrito Federal é a primeira unidade da federação a editar uma matéria deste tipo. No ano passado, várias manifestações artísticas foram proibidas ou causaram debates acalorados por sua temática, como a Literatura exposta, na Casa França-Brasil no Rio de Janeiro, e La bête, no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo.

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