Brasil bate recordes seguidos de mortes por Covid

Foram 1.726 mortos em apenas um dia. O Brasil viveu nesta terça-feira o dia mais letal da pandemia, elevando o total de vítimas fatais da doença a 257.562. Para se ter uma ideia, os Estados Unidos, país com mais óbitos em todo o mundo, perdeu 1.567 pessoas ontem. A média móvel de mortes em sete dias no Brasil também foi a maior, 1.274 – aliás, o sexto recorde diário em uma semana. Na comparação com os 14 dias anteriores, a média móvel teve alta 23%, o que significa que a mortalidade pela doença está crescendo. A tendência de alta está presente no Distrito Federal e em 15 estados: PR, RS, SC, DF, SP, AC, PA, TO, AL, BA, CE, MA, PB, PI, RN e SE. (G1)

Além de dramática, essa situação reforça a posição brasileira na contramão do mundo. Enquanto a média de mortes no mundo recua cerca de 6%, no Brasil ela cresce 11%, segundo o informe epidemiológico semanal da Organização Mundial da Saúde. Mesmo nos EUA, que ainda não conseguiram reverter a tendência, a média de mortes subiu apenas 1%. (UOL)

Outra prova do avanço descontrolado da Covid no país é a taxa de transmissão, que chegou a 1,13, segundo o Imperial College, da Inglaterra, que monitora esse número no mundo. Significa que cada grupo de 100 infectados transmite a doença para 113 pessoas. Há uma semana o índice era de 1,05, o que já indicava descontrole. (Globo)

Os números não dão a dimensão da crise humanitária. Em Porto Alegre (RS), o Hospital Moinho de Vento precisou alugar um contêiner refrigerado para acomodar cadáveres de vítimas da Covid devido à superlotação do necrotério. E não são só os mortos que estão abarrotados. A unidade está operando com capacidade de 114%. Ou seja, há mais pessoas internadas do que leitos. (Zero Hora).

Em Santa Catarina, pelo menos 35 pacientes morreram antes de conseguirem um leito, fosse de UTI ou mesmo de enfermaria, embora tivessem recebido atendimento médico. (G1)

No Rio Grande no Norte, a região metropolitana de Natal não tem leitos vagos de UTI há uma semana, e Mossoró, segunda maior cidade do estado, está com a saúde oficialmente em colapso. (JN)

E praticamente não há mais vagas nas UTIs dos hospitais privados de São Paulo. Em alguns, como a Beneficência Portuguesa, o número de internados também supera o de leitos. (Folha)

O Senado aprovou por unanimidade a MP que permite ao governo comprar vacinas sem licitação e antes do registro pela Anvisa. Já a Câmara aprovou o texto base que permite a empresas privadas comprarem vacinas diretamente dos laboratórios. É preciso aval da Anvisa para os imunizantes, todo o material será doado ao SUS enquanto houver grupos prioritários a serem vacinados. Depois, 50% irão para o SUS e o restante poderá ser usado pelas empresas para imunizar funcionários. É proibida a venda dessas vacinas. (Poder360)

Com aval do STF e oposição do Planalto, governadores e prefeitos vêm se organizando para comprar vacinas. Confira como está esse movimento. (Globo)

Há uma briga em andamento dentro dos governos estaduais. Enquanto secretários de Saúde pedem a suspensão das aulas presenciais para tentar conter o vírus, seus colegas da Educação querem manter as escolas abertas. Rossieli Soares, secretário estadual de Educação de São Paulo diz que a decisão de mandar ou não as crianças para a escola deve ser da família. (Estadão)

Os EUA são os “campeões” em número de infectados e mortos, mas estão agindo coordenadamente contra a Covid-19. O presidente Joe Biden antecipou de junho para maio a previsão de vacinar toda a população adulta. (Poder360)

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O Mundo transformado pelo 5G

O automóvel movido por motor a combustão é uma tecnologia de quase 200 anos que dominou o século 20 e moldou cidades de acordo com sua necessidade. Nos próximos 10 anos, ele deve evoluir para um animal (ou melhor, animais) totalmente diferente. O mais popular é o carro elétrico. O carro autônomo vai abrir a possibilidade de empresas de tecnologia entrarem no gigantesco mercado automobilístico. Correndo — ou voando — por fora, temos o drone de passageiro, a realização do carro voador com quem a humanidade sonha desde os anos 50. Esses veículos já existem de uma forma ou de outra, mas ainda necessitam de um componente importante para deslanchar: o 5G. Uma rede que permite a comunicação em tempo real com um custo de acesso mais barato vai transformar cada carro em um computador/celular sobre rodas e fazer com que ele ande mais rápido e com maior segurança. Será o fim dos engarrafamentos. Quer compreender como funcionará? A gente explica.

Política

Após a intervenção de Jair Bolsonaro para trocar o comando da Petrobras, quatro membros do Conselho de Administração da estatal indicados pelo governo deixaram os seus cargos. Eles chegaram a serem convidados para a recondução de seus postos, mas recusaram. Um dos conselheiros, Osmar Carneiro, saiu atirando. Em carta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ele disse que “A mudança proposta pelo acionista majoritário (o governo), embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial.” (Globo)

Por falar em Petrobras… Com a interferência de Bolsonaro no comando, as ações da estatal derreteram na semana passada. Mas nem todo mundo saiu perdendo. A CVM vai abrir investigação para apurar quem lucrou milhões nas transações com opções de venda de ações da estatal. Segundo a coluna de Malu Gaspar, as negociações foram feitas pouco antes da live em que Bolsonaro anunciou que “alguma coisa” iria acontecer na petroleira. Os papéis foram comprados por R$ 160 mil e podem ter rendido a quem vendeu até R$ 18 milhões. (Globo)

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Em mais um golpe na Lava-Jato, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) voltou atrás e arquivou por 3 votos a 2 uma denúncia da Procuradoria-Geral da República já aceita contra o hoje presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e outros três políticos do partido, acusados de participar de desvios na Petrobras. Votaram contra o arquivamento o relator Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia. Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Nunes Marques deram os votos vencedores. Gilmar aproveitou para reiterar suas críticas à atuação dos procuradores da Lava-Jato. (G1)

Bela Megale: “A Polícia Federal finalizou o inquérito que apurou como o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) recebeu dois celulares quando estava preso na superintendência do órgão, no Rio de Janeiro. A investigação concluiu que os aparelhos foram entregues em audiências com o advogado e o assessor do parlamentar.” (Globo)

Deputado desde o início do ano passado, Silveira ainda recebe mensalmente um salário de R$ 33.763. Entretanto, sua mulher, a advogada Paola Daniel – que tem um cargo comissionado no Jardim Botânico –, recebeu pelo menos duas parcelas de R$ 300 do auxílio emergencial. Em vídeo numa rede social, ela diz que solicitou o auxílio antes de viver com o deputado e que não o cancelou porque seria “muito burocrático” e “bem complicadinho”. (Globo)

Além do imenso desgaste político para si mesmo e para o pai, a compra pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) de uma mansão de quase R$ 6 milhões em Brasília traz detalhes, no mínimo, incomuns no mercado imobiliário. A prestação inicial do imóvel, R$ 18.744,16, é mais da metade da renda comprovada do senador e da mulher, a dentista Fernanda Bolsonaro, R$ 36.957,68. Para levantar um financiamento igual no Banco de Brasília (BRB), um ser humano normal precisaria ganhar pelo menos R$ 46.401,25. Mas é importante lembrar que o BRB é controlado pelo governo do Distrito Federal, comandado por Ibaneis Rocha (MDB), aliado do clã Bolsonaro. (Folha)

Entenda os negócios e as transações imobiliárias do Zero Um. (Folha)

E explore (em vídeo) a singela mansão do senador. (Poder360)

A disputa pelo rótulo de “candidatura da esquerda” para 2022 já está em pleno andamento. PT e PDT trocaram caneladas ontem após Fernando Haddad, pré-candidato petista, em entrevista a uma rádio do Amazonas, ter incluído o pedetista Ciro Gomes no rol dos candidatos de direita ao falar da fragmentação da esquerda. “A direita tem o Ciro, Moro, Mandetta, Huck, Doria, qual é o problema?”, indagou Haddad. Carlos Lupi, presidente do PDT, reagiu com ironia: “Ciro tem um projeto de nação consolidado, profundamente nacionalista, defendendo os trabalhadores e os direitos sociais. Se isso não é ser de esquerda, o que é?” (Globo)

Elio Gaspari: “A guinada de Ciro, com o brado de que ‘minha tarefa é necessariamente derrotar o PT no primeiro turno’ pode parecer exagero, mas pode ser também um aceno para um pedaço da esquerda e também para a turma da Faria Lima, avenida por onde passam os carrões dos banqueiros e também 28 linhas de ônibus com a turma do andar de baixo. Para usar uma imagem corrente que ainda não tem claro significado, ele seria um nome do centro.” (Globo e Folha)

Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, o cientista político e diretor-executivo do Livres, Magno Karl, explica uma dúvida frequente: afinal, os liberais são de esquerda ou de direita? Ele também fala sobre meritocracia e desigualdade social no Brasil e comenta o posicionamento político do partido Novo e do governo de Jair Bolsonaro. Confira no Youtube.

Cultura

A partir de abril, o SoundCloud vai começar a pagar os artistas com base no tempo de reprodução das músicas e demais produtos. Atualmente, o método usado é o mesmo de Spotify e Deezer, que direciona maior remuneração aos artistas mais ouvidos pelos assinantes em geral. Já o novo modelo do SoundCloud se baseia nas reproduções individuais e, segundo a empresa, vai beneficiar cerca de 100 mil artistas independentes. (Estadão)

Um dos mais populares autores de literatura infantil dos Estados Unidos, Dr. Seuss, pseudônimo do escritor e ilustrador Theodor Geisel (1904–1991), teve seis livros retirados de circulação pela própria editora, após um comitê considerar que algumas ilustrações tinham conotações racistas. Numa delas, dois personagens africanos são desenhados descalços e sem camisa e carregando um animal exótico morto. ONGs americanas vêm exigindo que obras com conteúdo que consideram racista sejam banidas das escolas públicas. (Folha)

Quando se fala em reggae, logo vem à cabeça Bob Marley & The Wailers. Mas o nome do grupo era devido ao cantor e co-fundador da banda Bunny Wailer, que morreu ontem aos 73 anos. Wailer, que se chamava Neville O'Riley Livingston, e Marley eram praticamente irmãos – o pai de Bunny e a mãe de Marley viveram juntos e tiveram uma filha – e montaram os “Wailing Wailers” com o amigo Peter Tosh no início dos anos 1960. Mas a consagração internacional veio em 1973, com o disco Catch a Fire e o sucesso Stir It Up (Youtube). Bunny deixou o grupo ano seguinte e embarcou numa bem-sucedida carreira solo até sofrer um derrame no ano passado. (Globo)

Cotidiano Digital

O TikTok criou um conselho no Brasil para ajudar na sua moderação. Esse modelo já existe em outros países e a ideia é que os seis participantes especialistas em meios digitais deem apoio ao app em casos de discurso de ódio, bullying, desinformação e temas políticos. O Brasil é o terceiro no mundo com maior número de publicações excluídas por ferir os termos de uso do app. (Estadão)

Jack Ma não é mais a pessoa mais rica na China. Com o Alibaba sob pressão dos reguladores, o fundador da big tech caiu para quarto lugar. Após o fundador da big tech criticar o sistema regulatório da China, os reguladores suspenderam o IPO de US$ 37 bilhões do Ant Group e obrigaram a fintech a converter alguns de seus negócios em uma holding financeira para ser regulamentada como as instituições financeiras tradicionais.

Enquanto isso… Jeff Bezos recuperou o posto de mais rico do mundo, deixando Elon Musk para trás.

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