Bolsonaro quer convencer mundo de que protege Amazônia

Embora o foco das críticas internacionais ao Brasil seja a política ambiental, o presidente Jair Bolsonaro deve levar hoje à Cúpula do Clima uma versão reciclada do discurso de quem executa essa mesma política, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em seus três minutos de fala, Bolsonaro deve reafirmar, sem dar detalhes ou estratégias, a promessa de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 que manifestou na carta enviada semana passada a Joe Biden, que convocou a cúpula. (Folha)

Acontece que os Estados Unidos querem ação. Fontes do governo americano disseram ontem, embora seja nítido que haverá um esforço internacional para ajudar o Brasil, o país terá que avançar sozinho antes de terceiros se envolverem. (G1)

Pois é... Em encontro virtual com empresários, Salles insistiu que o Brasil deve receber fundos para evitar o desmatamento. Ele quer, entre outros recursos, US$ 1 bilhão por créditos de carbono derivados da redução do desmatamento entre 2006 e 2017, antes do governo Bolsonaro. (Globo)

Salles quer dinheiro mesmo tendo R$ 2,9 bilhões parados há dois anos nos cofres do governo para proteção do meio ambiente. São doações da Noruega e da Alemanha ao Fundo Amazônia, que não financia nenhum projeto desde o início do governo Bolsonaro. (Estadão)

Entenda o que é e como vai funcionar a Cúpula do Clima. (G1)

Com a cabeça a prêmio entre políticos e parte do empresariado, Salles ganhou um almoço de desagravo com a presença de Bolsonaro e de outras autoridades, na casa do ministro das Comunicações, Fábio Faria. Com muitas autoridades e nenhum distanciamento social, o evento teve até foto oficial com a hashtag #FicaSalles. (Folha)

A menção no Twitter foi uma reação ao #ForaSalles que viralizou após o ministro bater boca com a cantora Anitta. Salles não gostou de a artista dizer que ele era um “desserviço para o meio ambiente” e reagiu chamando-a de Teletubbie, sem explicar a referência. Após uma longa troca de gentilezas (#ironia), Anitta se desculpou por não responder tão rapidamente porque trabalha. Até Marcelo Adnet entrou na confusão. (UOL)

Num tom de maior maturidade e contundência, o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, afastado da superintendência da corporação no Amazonas, acusa Salles e o senador Telmário Mota (PROS-RR) de favorecerem madeireiros na região. (Globo)

Gabriela Prioli: “O Brasil e a Amazônia apareceram como motivo de grande inquietação. O Itamaraty, recentemente livre de Ernesto Araújo, aconselha que a Cúpula do Clima seja uma virada de discurso e de prática. Nada mais difícil para um governo que se recusa a melhorar.” (Folha)

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O governo federal está preocupado com investigações e relatórios de diversos órgãos e instituições sobre sua conduta durante a pandemia. Jair Bolsonaro teme que documentos produzidos pelo TCU, pelo MP Federal e pela USP, entre outros, deem munição e mais legitimidade aos trabalhos da CPI da Covid, que deve ser instalada na próxima terça-feira. E o filho Zero Um, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), admite que o governo “perdeu o timing” na composição da CPI e espera mudar o colegiado com decisões na Justiça. (Globo)

Mesmo os ministros do STF simpáticos à Lava-Jato dão como certo que a Corte vai confirmar hoje, ainda que por placar apertado, a decisão da Segunda Turma que julgou (e decretou por 3 votos a 2) a  parcialidade de Sérgio Moro nos processos contra Lula, mesmo após o ministro Édson Fachin anular as condenações. Fachin afirma que, com a anulação, o julgamento da parcialidade perdeu objeto. (UOL)

Piorou o estado de saúde do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que enfrenta um câncer no aparelho digestivo com metástase em outras partes do corpo. Segundo especialistas do Hospital Sírio-Libanês, onde ele está internado há uma semana, Covas tem líquido nos pulmões e no abdômen. (Poder360)

Condenado em três acusações diferentes pela morte de George Floyd, o ex-policial Derek Chauvin teve divulgada ontem, como é praxe no EUA, sua foto com roupa de presidiário. Em maio do ano passado, Chauvin, um policial branco, pressionou com o joelho, durante nove minutos, o pescoço de Floyd, homem negro acusado de tentar passar uma nota falsa, até que ele sufocasse. A pena ainda não foi anunciada, mas pode chegar a 75 anos de prisão. (UOL)

Embratel

Tech no próximo nível

Para além do acesso a informações, os ataques cibernéticos também causam muito prejuízo as companhias. Relatório recente do FBI apontou que em 2020 aconteceram quase 20 mil reclamações de esquemas de comprometimento de e-mail corporativo (BEC, na sigla em inglês) que resultaram em perdas de US$ 1,8 bilhão. Esses ataques focaram principalmente na falsificação de contas de e-mail de CEO, CFO e outros C-Levels. Todas elas, no nome desses executivos, solicitavam aos colaboradores uma transferência de dinheiro para alguma conta. Com mais colaboradores trabalhando de casa, os hackers ainda têm aproveitado as vulnerabilidade de dispositivos móveis, espalhando malware por SMS ou outros aplicativos de mensagens. O Brasil não tem dados específicos sobre golpes BEC, mas a consultoria Cybersecurity Ventures estima que os ataques cibernéticos devem custar US$ 7 milhões à economia brasileira em 2021.

Fernando de Noronha pode se tornar a primeira ilha brasileira inteligente. Para alcançar sua meta de se tornar o primeiro território carbono zero do Brasil, lançou, ano passado, decreto que proíbe a partir de 2022, a entrada de automóvel convencional no arquipélago e, a partir de 2030, a frota existente deverá ser apenas de veículos elétricos. Montadoras e empresas já têm parcerias com a administração local para fornecer os veículos e para o desenvolvimento de iniciativas como garagens públicas com geração solar, nas quais o excedente de energia pode ser direcionado ao consumo da população local. (Estadão)

As cidades brasileiras também têm avançado no conceito smart city. Belo Horizonte acabou de concluir projeto que segue o conceito de internet das coisas na iluminação pública e as capitais São Paulo e Porto Alegre também têm investido na área. (Estadão)

Pela primeira vez, mais da metade da área rural no Brasil tem acesso à internet. Segundo o IBGE, entre 2018 e 2019, o percentual de domicílios em que a internet era utilizada aumentou de 49,2% para 55,6%, na área rural, e passou de 83,8% para 86,7%, em área urbana. O percentual da população brasileira que usa a internet vem crescendo desde 2016 e atingiu 82,7% em 2019. (Valor)

que o campo brasileiro continua atrás em outras tecnologias. Hoje tem apenas 1,5 mil drones de uso agrícola — um centésimo da China. (Valor)

Viver

Os grupos prioritários para receberem a vacina contra CoronaVac só devem estar totalmente imunizados em setembro, disse ontem o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Isso representa um atraso de quatro meses no cronograma do Programa Nacional de Imunização. Queiroga culpou o atraso nas entregas de insumos e vacinas prontas, mas disse que não era hora de “ficar contando doses”. (Globo)

Então... O Instituto Butantan retomou, após duas semanas, o envase de doses da CoronaVac, interrompido pela falta de material importado da China. A instituição recebeu insumos para produzir cinco milhões de doses, que devem ser entregues no início de maio. Esse lote ainda é parte do primeiro pacote de 46 milhões de doses que o instituto deveria entregar até o fim deste mês ao Ministério da Saúde. (Veja)

Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) adiou para sexta-feira a entrega de 4,7 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca prevista para ontem. Em compensação, o lote que será entregue amanhã terá 300 mil doses a mais. (UOL)

O Brasil ultrapassou os 380 mil mortos por Covid-19. O total agora é de 381.687, incluindo os 3.157 óbitos registrados na quarta-feira. A média móvel diária de mortes em uma semana foi de 2.787, 1% a menos que no período anterior, o que indica estabilidade. Também ontem foram confirmados 71.231 novo casos, elevando o total a 14.122.116. Até o momento, 27.523.231 pessoas (13% da população) receberam ao menos uma dose de vacina. (G1)

Enquanto isso... O presidente americano Joe Biden comemorou ontem a aplicação de 200 milhões de doses de vacina nos EUA, meta que estava prevista apenas para o dia 30 de abril. (UOL)

Por falar em abril, ainda faltam oito dias para o mês acabar, mas ele já é o mais letal em São Paulo desde o início da pandemia. Até ontem foram contabilizadas 15.975 mortes por Covid-19 no estado, contra 15.159 de todo o mês de março, o pior até então. (G1)

E foi confirmada a primeira morte no país por reinfecção com uma variante brasileira. A vítima foi um homem de 39 anos no município gaúcho de Campo Bom. (Folha)

Para ler com calma. O sentimento predominante nos tempos de pandemia tem nome: definhamento. (Folha)

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Panelinha no Meio. Quer melhorar a qualidade da sua alimentação, mas manter a sensação de estar, como diz toda a mãe, “comendo porcaria”? Uma boa alternativa é fazer em casa condimentos que normalmente são ultraprocessados, cheios de conservantes, acidulantes, corantes e outros antes. Tire um tempinho e faça seu ketchup caseiro, que pode ser congelado e usado nas mais variadas receitas. Entre outras vantagens, você pode adaptá-lo a seu paladar, botando mais pimentas, alho ou ervas.

Cultura

O cantor inglês Morrissey, de 61 anos, famoso nos anos 1980 como líder do grupo The Smiths, criticou duramente os produtores da série Os Simpsons, por conta de um personagem que seria inspirado nele. No desenho, Lisa Simpson rouba dinheiro dos pais para ver um show de Quilloughby, da banda The Snuffs, apenas para descobrir que ele se tornou um velho cínico, distante do que pregava em suas letras. Os produtores dizem que Quilloughby é uma mistura de vários artistas da geração pós-punk inglesa, o que não impediu o cantor de classificar, por intermédio de seu empresário, a representação como “racista”. Paradoxalmente, nos últimos anos Morrissey tem aparecido na mídia não pela música, por declarações de cunho racista e xenófobo. (Folha)

Publicado pela primeira vez em 1959, o romance Crônica da Casa Assassinada, do mineiro Lúcio Cardoso, ganhou uma nova edição, acrescida de análise crítica, e será adaptado para o cinema pela segunda vez, agora sob a direção de José Luiz Villamarim. Numa época em que o Brasil buscava um salto para a modernidade, os anos JK, o livro de Cardoso relatava a decadência de uma tradicional família mineira representada por sua própria chácara. (Estadão)

Cotidiano Digital

A briga entre os aplicativos e a Apple chegou ao Congresso americano. Ontem, em audiência no Senado, na frente de executivos da big tech, o Spotify e o Match Group, a empresa por trás do Tinder, acusaram a Apple de abusar de seu poder sobre os desenvolvedores que dependem da App Store para alcançar os usuários. No centro das críticas está a comissão de 30% cobrada sobre todas as transações que acontecem no marketplace. Ano passado, essas empresas mais 11 membros criaram o Coalition for App Fairness, grupo para defender mudanças nas regras da App Store e do Google Play. O comitê antitruste americano também investiga o Google, mas ontem marcou o começo da pressão na Apple, que até agora vinha sendo deixada de lado em comparação com outras big techs — o Google, por exemplo, já enfrenta ameaças antitruste em várias frentes. Segundo a Bloomberg, o Departamento de Justiça já começou a investigar as práticas da App Store.

Então… A Apple ainda enfrenta processo da Epic Games, que teve o seu app Fortnite banido dos marketplaces após burlar o sistema de pagamentos.

Por falar na Apple… Todos os lançamentos apresentados em seu primeiro evento do ano, que aconteceu na terça (20). Teve desde novos iPads, iMacs coloridos até serviço de assinatura de podcasts e iPhone roxo. Confira.

Por uma hora, o Google perdeu o registro do domínio do seu buscador na Argentina. A big tech conseguiu retomar o google.com.ar após um usuário ter aproveitado a expiração do contrato e registrado no seu nome. A troca, mesmo que rápida, não veio sem reclamações e memes, claro.

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