CPI investiga superfaturamento de outra vacina pelo governo

A Covaxin não é a única vacina cuja negociação atrai suspeitas da CPI da Pandemia. Os senadores investigam também a compra, depois cancelada, de 60 milhões de doses da Convidencia, fabricada pelo laboratório chinês CanSino. A negociação era intermediada pela empresa Belcher Farmacêutica do Brasil, investigada por fraude na venda de testes de Covid-19 para o Distrito Federal. Cada dose sairia por US$ 17, ainda maior que os US$ 15 da Covaxin. A Belcher tinha um lobby poderoso: os empresários bolsonaristas Carlos Wizard e Luciano Hang. O negócio só não foi adiante porque o laboratório chinês descredenciou a Belcher ao saber das suspeitas de irregularidades. (CBN)

E a Belcher tem uma outra particularidade. Um de seus sócios é filho de Francisco Feio Ribeiro Filho, ligado ao líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Quando este foi prefeito de Maringá (PR), entre 1989 e 1992, Ribeiro Filho foi presidente de uma empresa pública. Depois, quando a mulher de Barros, Cida Borghetti, governou o Paraná, o empresário também teve um cargo público. (Metrópoles)

Barros foi parar nos holofotes na sexta-feira, quando, em depoimento à CPI, o deputado Luis Miranda (DEM-DR) confirmou ter ouvido do presidente Jair Bolsonaro que as irregularidades apontadas na compra da Covaxin eram “um rolo” do líder do governo. O deputado e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, afirmam ter apresentado a Bolsonaro, no dia 20 de março, provas que sustentavam as suspeitas sobre negociação, intermediada pela Precisa Medicamentos. Barros negou as acusações. (CNN Brasil)

A Precisa é um fenômeno. Seus contratos com a União cresceram 6.000% no governo Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) abriu as portas do BNDES ao dono da empresa, Francisco Maximiano. Ele, aliás, é dono de outra empresa, a Global, acusada de vender medicamentos de alto custo ao governo e não entregar. O ministro da Saúde da época era... Ricardo Barros. (Estadão)

Confira os principais pontos dos depoimentos e seu impacto sobre o governo Bolsonaro. (Folha)

Por falar nos irmãos Miranda, Luis Roberto teve cortado seu acesso ao sistema do Ministério da Saúde, onde é funcionário concursado. Integrantes da CPI querem acionar o Ministério Público e interpelar a Saúde sobre o corte no acesso. (Folha)

Então... Os irmãos insinuam terem gravado a conversa com Jair Bolsonaro. (Antagonista)

Lauro Jardim: “A ex-mulher de Eduardo Pazuello procurou a CPI da Covid se oferecendo para depor. Andréa enviou um e-mail elencando os pontos que poderia abordar num depoimento sobre atos que têm o ex-marido como protagonista.” (Globo)

A oferta de Andréa Barbosa dividiu os integrantes da comissão. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), diz que ela elencou somente fatos de sua vida pessoal com o ex-ministro, enquanto o vice, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), quer ouvi-la mesmo assim. (Estadão)

Em meio a esse tiroteio, a Precisa promete apresentar hoje à Anvisa o pedido de uso emergencial da Covaxin. (Poder360)

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O impedimento de Jair Bolsonaro já entra nas articulações corriqueiras. Segundo a Coluna do Estadão, João Amoêdo, ex-futuro candidato pelo Novo esteve com o governador gaúcho, o tucano Eduardo Leite, para discutir a importância do impeachment. Na avaliação de políticos de centro e de direita, retirar Bolsonaro do páreo seria saída para quebrar a polarização com Lula. (Estadão)

Pretos ou pardos, nordestinos de cidades pequenas, com baixa renda e escolaridade. Esse é, revela Lauro Jardim, o perfil dos eleitores que Jair Bolsonaro teve mas perdeu, segundo dados da última pesquisa do Ipec, instituto criado por ex-executivos do Ibope Inteligência. De acordo com o levantamento, 53% dos eleitores que elegeram o presidente em 2018 não pretendem repetir o voto. E 22% já migraram para Lula. (Globo)

Bandeira de Jair Bolsonaro, o voto impresso já é virtualmente carta fora do baralho. No sábado, presidentes de 11 partidos políticos fizeram uma reunião virtual na qual firmaram o compromisso de defesa do sistema eleitoral com urna eletrônica. Juntos, DEM, MDB, PSDB, PP, PSD, PSL, Avante, Republicanos, Solidariedade, Cidadania e PL são representados por 326 deputados federais e 55 senadores, praticamente dois terços do Congresso. Para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) como a que tramita para criar o voto impresso, seriam necessários os votos de 308 deputados e 49 senadores em duas votações em cada Casa. “O assunto está liquidado”, disse Paulinho Pereira da Silva, presidente do Solidariedade. (CNN Brasil)

À margem dos partidos, cerca de 200 bolsonaristas fizeram ontem uma carreata de 150 veículos em Brasília exigindo a adoção do voto impresso. No sábado, o próprio Bolsonaro participou de uma “motociata” em Chapecó (SC). (Poder360)

Painel: “Ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles pode não ficar muito tempo longe da vida política. Ele é primeiro suplente de deputado federal por São Paulo, posição que conseguiu ao disputar as eleições de 2018 pelo Novo. Ele foi expulso em 2020 do partido, que se opunha à condução da pasta pelo ministro. No entanto, como ele foi retirado por decisão da sigla, o entendimento é o de que a suplência continua com ele pela chamada ‘justa causa’. Salles mantém o direito mesmo se decidir se filiar a outro partido.” (Folha)

Na sexta-feira, atendendo a ordem da ministra do STF Cármen Lúcia, Salles entregou, por meio de seus advogados, o passaporte à Polícia Federal. Ele agora está impedido de deixar o país. (Jornal Nacional)

Viver

Uma mulher grávida de 42 anos foi a primeira vítima no Brasil da variante Delta do Sars-Cov-2, identificada inicialmente na Índia. Ela morreu no fim de abril no Paraná, mas a confirmação de que a Delta foi a causadora só veio neste fim de semana. A mulher, cujo nome não foi divulgado, esteve no Japão e apresentou sintomas logo após voltar ao Brasil, sendo internada oito dias depois. No dia 18 de abril, ela foi submetida a uma cesariana de emergência e morreu em seguida. O bebê, prematuro, testou negativo para Covid-19 e passa bem. (UOL)

E morreu também, no Maranhão, o tripulante de um navio chinês que trouxe os primeiros casos da Delta para o país. Ele estava internado havia 43 dias. (Veja)

Neste domingo o Brasil recebeu mais um lote de vacinas da Pfizer. Foram 936 mil doses, encerrando a remessa de 2,4 milhões prevista para a semana passada. O contrato da farmacêutica com o Ministério da Saúde prevê 200 milhões de doses até o fim do ano, dos quais 13 milhões já chegaram ao Brasil. (G1)

A maior variedade de imunizantes fez surgir uma figura tão caricata quanto nociva, o “sommelier de vacina”, a pessoa que vai de posto em posto procurando o medicamento de determinado laboratório. Em São Paulo, equipes são treinadas para convencer esses recalcitrantes do que afirmam os epidemiologistas: todas as vacinas autorizadas são boas, e a pessoa deve tomar a que estiver disponível. (Folha)

Neste domingo o Brasil registrou 725 mortes por Covid-19, o menor registro de óbitos desde 22 de fevereiro. A média móvel em sete dias também recuou, ficando 1.661 óbitos. Desde o início da pandemia o país já registrou 513.544 vítimas fatais da doença. (Estadão)

Nos Estados Unidos, adolescentes enfrentam mais um drama na pandemia: pelos mais diversos motivos seus pais não permitem que eles sejam vacinados. Além de dificultar o combate à doença, isso acaba provocando isolamento social desses jovens, num momento em que o país tenta retomar as atividades normais. Estados e condados conservadores estão discutindo leis para dificultar a imunização de menores sem o consentimento dos pais. (Globo)

Pecuaristas de Goiás estão usando ilegalmente inseticidas altamente tóxicos na alimentação do gado, segundo investigação da polícia goiana. São três produtos, todos com o princípio ativo diflubenzurom e autorizados para uso somente na pulverização de lavouras. De acordo com os policiais, os criadores de gado estão misturando os pesticidas ao sal na ração do rebanho para combater um parasita conhecido como mosca-de-chifre. Além de ilegal, a prática pode comprometer a saúde do animal e contaminar seus derivados, como carne e leite. (Metrópoles)

A agência espacial chinesa divulgou neste domingo novas imagens de Marte enviadas pelo veículo-robô Zhurong, que pousou com sucesso no planeta vermelho no dia 22 de maio. O vídeo e as fotos foram transmitidos à Terra pelo veículo orbital Tianwen 1, que acompanha a viagem do carrinho. Na semana passada, a China disse que pretende enviar uma missão tripulada a Marte até 2033. (Poder360)

Cultura

Morreu ontem no Rio de Janeiro, aos 69 anos, o jornalista e escritor Artur Xexéo. Ele estava internado desde quinta-feira para tratar de um linfoma e sofreu uma parada cardiorrespiratória no dia seguinte. Xexéo iniciou a carreira da década de 1970 no Jornal do Brasil, e, após uma passagem em revistas de São Paulo, voltou ao JB como subeditor do suplemento de Cultura Caderno B. Em 2001 se tornou editor de Cultura do Globo, cargo que ocupou até 2010, quando passou a atuar apenas como colunista. Também era comentarista da CBN e da GloboNews. Mas sua carreira não se resumiu aos jornais. Escreveu, traduziu e adaptou musicais de sucesso e biografou ícones da TV, como Hebe Camargo e Janete Clair. (Globo)

“Ácido”, “amigo” e “generoso”. Essas foram algumas das palavras usadas pelas pessoas que conviveram com Xexéo para descrevê-lo. Jornalistas, atores, escritores, cantores — diferentes talentos e o mesmo carinho ao falar dele. (G1)

Confira as colunas de Xexéo no Globo.

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O acervo do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP) recebeu uma adição de peso com a doação pelos colecionadores Fulvia e Adolpho Leirner de sua aclamada coleção de Art Decó Brasileiro. As 45 peças são consideradas a terceira mais importante doação ao MAC-USP, resultado de uma negociação que durou oito anos. Parte das obras doadas está exposta atualmente no MAM paulista, na mostra “Desafios da Modernidade - Família Gomide-Graz nas Décadas de 1920 e 1930” (Folha)

Amanhã chega finalmente ao Brasil – e ao resto da América Latina – a HBO Max, o turbinado serviço de streaming do canal a cabo americano. Com ele, são pelo menos 14 diferentes opções no mercado brasileiro, com pelo menos mais dois chegando até o fim do ano, o Star+ e o Discovery+. Há espaço para tudo isso no mercado? Ainda não é possível dizer. O consumo de filmes e séries por streaming cresceu 84% nos últimos três anos, em particular durante a pandemia, e o faturamento do setor por aqui deve passar de US$ 1,25 bilhão até 2025. (Estadão)

Cotidiano Digital

Um tipo de “fibra programável”, que pode ser usada no monitoramento de atividades do corpo e detecção antecipada de doenças. A inovação é de engenheiros do MIT, que explicaram que a nova fibra é feita de centenas de pequenos chips de silício que, ao ser costurada em uma camiseta, é capaz de, por meio de inteligência artificial, sentir, armazenar, analisar e identificar atividades. A expectativa é de que, no futuro, roupas de atletas possam analisar digitalmente eventuais quedas de ritmo respiratório ou desempenho esportivo, ou até problemas de longo prazo.

Por falar em inovação… Uma lista das 100 empresas emergentes de tecnologia feita pelo FMI. O Brasil não tem nenhum representante. Mas há avanços: 30% das startups são comandadas por mulheres. Confira.

Conversas em grupo por vídeo chegaram ao Telegram. Podem ser feitas tanto pelo smartphone quanto tablets e desktop. O app também incluiu várias outras funcionalidades, como o compartilhamento de tela.

Meio em vídeo. Na última quarta-feira, 23, John McAfee, criador do antivírus McAfee, foi encontrado morto em uma prisão em Barcelona, na Espanha. Ele tinha 75 anos e seria extraditado para os EUA, onde é acusado de fraudes fiscais. Suspeita-se de suicídio. Revolucionário no mundo digital, como era a vida do milionário e o que pode ter levado John a tirar a própria vida? Pedro Doria e Cora Rónai explicam no YouTube.

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