Prezadas leitoras, caros leitores —

No próximo 7 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro quer causar impacto. Promove manifestações em dois pontos do país — na Avenida Paulista e na Esplanada dos Minstérios. Pelo WhatsApp, há farto incentivo para que armas sejam levadas a estas manifestações. No interior de São Paulo, ônibus estão sendo fretados de graça para levar policiais militares. Muita gente teme invasão do Congresso Nacional ou, principalmente, do Supremo Tribunal Federal.

Antes do bolsonarismo, só houve dois movimentos populistas de direita na história da República. Um não tinha nada de radical, embora fartamente demagógico. Foi o que levou Jânio Quadros à presidência. O outro era extremista tal qual o bolsonarismo. Foi o Integralismo, o fascismo brasileiro.

E um episódio da história integralista deveria servir de alerta aos novos fascistas do Brasil.

Em outubro de 1934, também em São Paulo, os integralistas decidiram promover uma passeata de impacto. Queriam, como Bolsonaro deseja agora, fazer uma demonstração de força. Partiram em marcha da mesma Avenida Paulista na direção da Praça da Sé — e, lá, tiveram uma surpresa ingrata.

Saíram daquele dia com o apelido que os ridicularizou dali para frente. Galinhas verdes. Fascista precisa botar medo, quando sua fraqueza é exposta, perde a força.

Esta é a história que contaremos na edição deste Sábado. E, como vocês sabem, os assinantes premium recebem com exclusividade estas edições.

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— Os editores

Após massacre, Biden jura vingança

“Vamos caçá-los e vamos fazê-los pagar.” Assim reagiu o presidente Joe Biden aos atentados a bomba que atingiram ontem os arredores do aeroporto de Cabul, matando ao menos 13 militares americanos e 95 afegãos, incluindo patrulhas do Talibã. O crime foi reivindicado por um braço local do Estado Islâmico. O clima na área era tenso havia dias. Tanto os países Europeus quanto o Talibã orientavam as pessoas a não tentarem chegar ao aeroporto, onde milhares de estrangeiros e afegãos já se amontavam tentando deixar o país desde que a milícia fundamentalista retomou o poder. (UOL)

Era um desastre anunciado. Mais cedo, EUA, Reino Unido e Austrália haviam pedido que seus cidadãos deixassem a área devido ao “risco iminente” de um atentado. Depois das explosões, o Talibã divulgou uma nota condenando o ataque a civis dentro de uma área “controlada pelos Estados Unidos”. A despeito das mortes, Biden mantém o prazo de retirada total do Afeganistão até o dia 31, negociado com o Talibã. (G1)

O atentado foi reivindicado pelo Estado Islâmico-Khorasan, uma célula local do grupo extremista que chegou a controlar parte do Iraque e da Síria no fim da década passada. Uma agência ligada aos terroristas informou que dois suicidas com cinturões de bombas explodiram no Hotel Baron, em frente ao aeroporto, e em um dos portões do terminal. O ISIS-K, como é conhecido, é ainda mais radical que o Talibã, do qual é inimigo. (Poder360)

“Parecia o Juízo Final”, disse um dos sobreviventes do atentado em Cabul. Era um fim de tarde quente e tenso, e várias pessoas desistiam de tentar entrar no aeroporto e voltavam para casa. Mas a multidão ainda era grande quando as duas explosões ocorreram quase em seguida. “Eu vi uma bebê muito ferida”, conta um intérprete afegão que estava a poucos metros. “Peguei-a no colo e levei-a ao hospital, mas ela morreu nos meus braços.” (Guardian)

Para ler com calma. Após duas décadas de guerras, o Estado Islâmico e a al-Qaeda ainda são capazes de espalhar destruição. (New York Times)

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Após a enfática defesa da democracia feita na quarta-feira pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o núcleo duro do governo Bolsonaro discute usar a Força Nacional para “manter a ordem” à revelia dos governadores, conta Leonardo Sakamoto. A ideia de que a FN, formada majoritariamente por policiais militares, pode ser usada sem pedido prévio dos estados já foi derrubada pelo STF. Entretanto, a ligação do governo com o comando dessa tropa é estreita. Seu comandante, o coronel da PM do Ceará Antônio Aginaldo de Oliveira, é marido da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), e o ministro da Justiça, Anderson Torres, a quem caberia a convocação, é umbilicalmente ligado ao presidente e a seus filhos. (UOL)

A radicalização dos PMs e a adesão aos atos bolsonaristas preocupam o Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares. O presidente da entidade, coronel Euller de Assis, comandante da PM paraibana há dez anos, diz que os policiais da ativa têm “individualidades e preferências políticas”, mas devem respeito às hierarquias internas. (CNN Brasil)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vetou uma manifestação antibolsonarista no Vale do Anhangabaú no Sete de Setembro, mesmo dia de um ato de apoio ao presidente na Avenida Paulista. Doria acha que os 5,6 quilômetros que separam os dois locais são pouco para evitar confrontos com alto potencial de violência. A Paulista já foi liberada para protestos contra o governo no dia 12. (Metrópoles)

Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura paulista no ano passado, protestou: “Nem Bolsonaro é dono do Brasil, nem Doria de São Paulo. 7 de setembro será dia de lutar por Democracia e contra Bolsonaro!”. (Twitter)

Meio em vídeo. Nunca o bolsonarismo trabalhou tanto para promover manifestações. Existe o risco de muita gente armada. Há possibilidade de invasão do prédio do Supremo. Pode ser o 6 de janeiro brasileiro. Confira o Ponto de Partida no YouTube.

O Centrão, que de bobo não tem nada, já vê distante a chance de reeleição de Jair Bolsonaro. Mais, uma parte do bloco acha que ele perde no primeiro turno, com vitória de Lula ou ascensão de um terceiro nome. Cada vez mais gente do PP, principal partido do grupo, negocia diretamente com o ex-presidente petista. (Estadão)

Enquanto isso... A reforma do Código Eleitoral ataca a Lei da Ficha Limpa. Pela regra atual, político que renuncia a mandato para fugir da cassação fica inelegível por oito anos, punição que desaparece na nova legislação. A previsão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é votar a nova lei até quinta da semana que vem. Ela precisa estar sancionada no início de outubro para valer em 2022. (Globo)

Após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitar o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre Moraes, o presidente da Corte, Luiz Fux, disse que tais iniciativas contra integrantes do Supremo tem “roupagem de ameaça” e reafirmou que é inadmissível uma “ditadura sectária no Brasil”. (G1)

Numa vitória da CPI da Pandemia, o juiz Anderson Santos da Silva, da 2ª Vara Federal Cível de Brasília, suspendeu o sigilo do processo administrativo sobre a compra de vacinas da Covaxin no Ministério da Saúde. (Poder 360)

Bolsonaro é nau sem rumo

Tony de Marco

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Cultura

A despeito da morte de Charlie Watts esta semana, os Rolling Stones vão manter as datas de sua turnê americana, que começa no dia 26 de setembro em St. Louis. A informação da empresa que promove a excursão era esperada. Semanas atrás o próprio Watts anunciara que não participaria dos primeiros shows devido a uma cirurgia e seria substituído pelo antigo colaborador Steve Jordan. Em 1993, quando o baixista original da banda, Bill Wyman, pediu demissão, os Stones não trouxeram um substituto oficial, preferindo desde então usar músicos contratados. O mesmo deve ser feito agora na bateria. (Globo)

O cantor e compositor Erasmo Carlos, de 80 anos, anunciou ontem nas redes sociais que contraiu Covid-19, embora procurasse seguir ao máximo as regras de distanciamento social e tenha tomado a segunda dose da vacina em maio. “Já estou no 3º dia de confinamento como mandaram meus médicos. Peço para que todos torçam para passar rápido”, disse. Estamos torcendo, Tremendão, não tenha a menor dúvida disso. (Poder360)

Entenda por que idosos já vacinados estão contraindo Covid-19. (Veja)

Confira a agenda cultural

Com foco em artistas negros, indígenas e LGBTQI+, a série de minidocumentários Artérias estreia hoje no SescTV, tanto na televisão como em streaming. Dividida em 26 episódios, a produção dirigida por Helena Bagnoli e Henk Nieman mergulha no universo criativo de nomes como Sonia Gomes, Rosana Paulino, Jaider Esbell, Emanoel Araújo e Lyz Parayzo, movida pelo “objetivo de contribuir para neutralizar abordagens etnocêntricas e estereotipadas”.

A regente chinesa Xian Zhang conduz a Osesp hoje em concerto com sinfonias de Schumann e Brahms. Nesse fim de semana, Jed Barahal e Christina Margotto tocam a integral das sonatas para violoncelo e piano de Beethoven na Sala Cecília Meireles; o recital de sábado será transmitido online. Na quinta, a Filarmônica de Minas Gerais recebe a soprano Marly Montoni e o barítono Leonardo Neiva, que cantam árias de Mozart sob a regência de Fabio Mechetti.

O grupo Nova Raiz do Samba convida a cantora Teresa Cristina em show amanhã no canal das Redes da Maré no YouTube. No repertório, clássicos de Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Leci Brandão.

Para ver a agenda completa, clique aqui.

Viver

A quinta-feira trouxe um marco importante na pandemia de Covid-19. O Brasil teve ontem média móvel em sete dias de 696 mortes pela doença, a menor marca do ano. Foram contabilizados 875 mortos, elevando o total a 577.605. Na comparação da média móvel com o período anterior houve redução de 20%, o que aponta a tendência de queda. Somente o Distrito Federal, Rio de Janeiro, Acre e Sergipe apresentaram tendência de alta nas mortes. (G1)

No que se refere à primeira dose de imunizantes, o Brasil ultrapassou os EUA no percentual da população vacinada: 61,01% nossos contra 60,06% deles. Uma das explicações é o extremo negacionismo entre os estados conservadores e religiosos do Sul americano. Quando o assunto é a imunização completa, porém, os EUA ganham de lavada: 51,36% da população com segunda dose ou dose única, contra apenas 26,64% dos brasileiros. (Globo)

A Pfizer anunciou ontem um acordo com o laboratório brasileiro Eurofarma para produzir aqui sua vacina contra Covid-19. O imunizante, cuja produção deve começar no ano que vem, seria comercializado somente na América Latina. Atualmente, das quatro vacinas em uso do Brasil, só duas, CoronaVac e AstraZeneca são produzidas no país. (CNN Brasil)

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Começou na tarde desta quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento de uma questão crucial para os povos indígenas brasileiros, o marco temporal na demarcação de terras. Por esse princípio, só seriam reconhecidas como indígenas terras ocupadas até outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição. A tese surgiu em 2009 na Justiça Federal de Santa Catarina e foi mantida em 2013 pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O que está em julgamento no STF é um recurso da Funai contra essa decisão. O relator, ministro Edson Fachin, suspendeu liminarmente o marco temporal em junho. A sessão foi interrompida após a leitura do relatório e será retomada na quarta-feira. Pelo menos 30 entidades estão inscritas para falar antes que os ministros votem. Uma multidão de representantes de 110 etnias está acampada na Praça dos Três Poderes acompanhando o julgamento por telões. (G1)

Ser bicampeã paralímpica não é para qualquer um. Foi o que Silvânia Costa conseguiu na noite de ontem no salto em distância T11, para deficientes visuais. O dia (em Tóquio) já havia começado em grande estilo, com Yeltsin Jacques trazendo para o Brasil a primeira medalha de ouro no Atletismo da Paralimpíada nos 5 mil metros, também T11. Cátia Oliveira garantiu medalha ao avançar para a semifinal no tênis de mesa para cadeirantes – não há disputa pelo bronze. Com três ouros, três pratas e cinco bronzes, o Brasil está em sétimo no quadro de medalhas, à frente dos EUA. (UOL)

O Brasil tem hoje 213.317.639 habitantes, segundo estimativa do IBGE. São Paulo continua o estado mais populoso da União, com 46.649.132 pessoas. (G1)

Cotidiano Digital

A Honda lançou a U-BE, uma scooter elétrica urbana. O preço do veículo tem chamado a atenção: custa menos do que muitos celulares disponíveis no mercado, sendo vendido a US$ 475, o equivalente a R$ 2.481. Para se ter uma ideia, o iPhone 8, da Apple, custa R$ 2.500 no Brasil. O Honda U-BE tem velocidade máxima de 25 km/h e foi feito para ser usado em ciclovias. Além disso, serve como um veículo econômico, ecologicamente correto e para uso em grandes centros. Por enquanto, a novidade será lançada apenas na China. (Estadão)

 

Golpes envolvendo a transferência Pix tornaram-se cada vez mais comuns para esvaziar contas bancárias de vítimas de sequestros-relâmpagos ou roubos a mão armada. De acordo com dados de inteligência do governo paulista, foram registrados 202 crimes desse tipo no estado de São Paulo desde dezembro do ano passado. Nessa modalidade criminosa, apesar de as transações deixarem rastros, a polícia tem dificuldade em localizar o assaltante, pois, na maioria das vezes, a quantia roubada é enviada a contas de laranjas. (Folha)

Veja dicas para se proteger desse crime. (Terra)

 

E quem não aceitar as políticas de privacidade para usuários do WhatsApp pode não conseguir falar com empresas pelo aplicativo. Segundo o site WABetaInfo, a plataforma vai manter o seu uso total mesmo para quem não aceitou os Termos de Serviço atualizados. No entanto, quem precisar se relacionar com perfis empresariais pode ter sua habilidade de falar com alguns perfis comerciais reduzida. Em nota, o WhatsApp esclareceu que continuará lembrando os usuários de tempos em tempos para que eles aceitem a atualização. (Canaltech)

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