Bolsonaro quer encerrar exigência de passaporte vacinal

Estados e municípios já exigem comprovante de vacinação para uma série de atividades, mas o presidente Jair Bolsonaro pretende, na prática, acabar com isso. Ele anunciou que enviará ao Congresso uma Medida Provisória determinando que somente o governo federal possa estabelecer esse tipo de exigência. “Tem uns itens (na lei) que falam das medidas a serem adotadas por qualquer agente sanitário, estado e município. Quero trazer para agente federal. Por mim, vacina é opcional. A lei era da pandemia, não falava de vacina ainda”, afirmou. Em abril de 2020 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que estados e municípios têm autonomia para aplicar medidas de combate à covid-19, e é certo que a MP, se for editada, vai ser levada à Corte. (Poder360)

A ofensiva de Bolsonaro contra o passaporte de vacinação dentro do país torna ainda mais remota a chance de ele atender à recomendação da Anvisa, feita em 12 de novembro, para exigir o documento de estrangeiros chegando ao Brasil. Já existe uma ação no STF pedindo que o comprovante seja cobrado, e integrantes do governo tentavam convencer Bolsonaro a adotar a medida, mas ele parece mais inclinado a agradar sua base, onde ainda é forte o negacionismo. (Folha)

Enquanto isso... Os primeiros estudos que chegam da África do Sul e da Inglaterra indicam que a variante ômicron tem uma capacidade de burlar vacinas, o que a torna mais transmissível. Por outro lado, em três semanas, foram registrados pouco casos com sintomas mais sérios e nenhuma morte causada pela nova cepa. (Globo)

Mesmo assim, a vacina é fundamental. Desde março, com o avanço da vacinação, até novembro, as mortes por covid-19 caíram 94%. E mais, no mesmo período, 79,7% das vítimas fatais não haviam tomado qualquer dose de imunizante. Os dados são da plataforma de dados da USP e da Unesp. (UOL)

E, seguindo diversas outras capitais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, cancelou a programação oficial de Réveillon na cidade. No Twitter, ele anunciou que acompanharia a orientação “mais restritiva” do comitê científico estadual. (O Dia)

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Uma das últimas regiões do Amazonas sem atividades que envolvem desmatamento elevado, a Cabeça do Cachorro, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, corre o risco de ser ocupada legalmente por garimpeiros. O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, autorizou de forma jamais vista o avanço de sete projetos de exploração de ouro na região. Cabe a ele dar aval a projetos nas áreas de fronteira por meio do Conselho de Defesa Nacional. Em toda a Amazônia, já foram 81 autorizações de garimpo desde 2019. (Folha)

Para ler com calma. Às margens do Rio Madeira, a vila de Rosarinho, em Autazes (AM), tem 50 habitantes. Em terra. Nas mais de 400 balsas de garimpeiros que ocupam o rio naquele ponto, a população passa dos três mil. No dia a dia dessa atividade ilegal e predatória, o medo das autoridades se mistura à ideia de que a região não vive sem os garimpeiros. (Globo)

O STF começa a analisar hoje a liminar do ministro Luís Roberto Barroso prorrogando até março do ano que vem a proibição de ações de despejo e reintegração de posse em imóveis ocupados antes de março de 2020. Barroso atendeu a um pedido do PSOL e reiterou a urgência da medida, uma vez que 123 mil famílias em todo o país corriam o risco de ficar sem um teto durante a pandemia. (Poder360)

Política

Os técnicos e consultores do Congresso passaram o fim de semana em busca de uma fórmula que permita fatiar a proposta de emenda constitucional (PEC) dos Precatórios, aprovada pelo Senado na última quinta-feira. Como os senadores alteraram o texto aprovado na Câmara, a PEC teria de voltar para os deputados que precisam votar novamente duas vezes para que possa ser promulgada. A ideia anunciada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é promulgar os trechos mantidos pelos senadores e só mandar para comissões e Plenário o que foi mudado. “É muito normal que textos comuns possam ser promulgados”, afirmou Lira. Ele pretende se reunir hoje com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para decidir o fatiamento. A PEC dos Precatórios parcela o pagamento de dívidas transitadas em julgado e libera recursos para, entre outras finalidades, elevar a R$ 400 o Auxílio Brasil, visto como principal trunfo do presidente Jair Bolsonaro na busca pela reeleição. Não está certo que a promulgação parcial seja legal. (CNN Brasil)

Aliás... Arthur Lira já avisou, conta o Radar, que não se deve esperar mais qualquer votação de impacto na Câmara este ano. “O ano acabou”, disse o deputado numa reunião com prefeitos. “Não votamos mais nada relevante neste ano. Só vamos tapar buracos.” (Veja)

Apesar da declaração de Lira, o Congresso se reúne amanhã com a proposta de fazer bem mais que tapar buracos. Os parlamentares querem derrubar vetos do presidente Jair Bolsonaro a medidas como o fundo eleitoral de até R$ 5,7 bilhões para o ano que vem, a distribuição de absorventes a mulheres em situação de vulnerabilidade e a trechos do projeto que revogou a Lei de Segurança Nacional. (Globo)

Em 2018, o eleitorado evangélico fechou quase inteiramente com Jair Bolsonaro (PL), mas hoje é alvo de cobiça de praticamente todos os candidatos, que modulam seu discurso para tirar esses votos do presidente. O próprio Bolsonaro procura fidelizar esse público com ações como a indicação para o STF de André Mendonça, ex-ministro e pastor de uma igreja em Brasília. Mas a aproximação não se dá só pela direita. O ex-presidente Lula (PT), que teve apoio do segmento em seus dois mandatos, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) têm evitado tocar em pautas identitárias e questões como legalização de aborto e drogas, temas tabus para os evangélicos. (Globo)

Vencedor das prévias do PSDB, o governador paulista João Doria tem pela frente a difícil tarefa de pacificar o partido em torno de seu nome. Para isso, deixou de lado as críticas à ala bolsonarista da bancada tucana. “O comportamento de ontem e hoje não será necessariamente o de amanhã”, diz, ressaltando que o apoio a sua candidatura deve ser natural, não uma imposição. Ele defendeu a candidatura do apresentador José Luiz Datena (PSD) ao Senado e disse que, em 2022, estará “no mesmo campo” do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), embora “não necessariamente na mesma candidatura”. Enquanto isso, Moro foi visitar no sábado o governador gaúcho Eduardo Leite, derrotado por Doria nas prévias tucanas. (Estadão)

Eliane Cantanhêde: “O encontro, a foto e os sorrisos de Eduardo Leite com o candidato Sérgio Moro são o estopim para a dispersão no PSDB. Péssimo para o partido, ruim também para o próprio Leite, que é jovem, promissor, e deveria seguir uma velha regra: quem disputa prévias se compromete com o resultado. Pode até trair, mas tem de disfarçar.” (Estadão)

Guilherme Amado: “Há um clima de apreensão entre tucanos da velha guarda sobre como será a vida no PSDB com a candidatura de João Doria à Presidência. Na visão deles, o partido aos poucos perderá a imagem de defensor da social-democracia para se tornar uma sigla essencialmente de direita.” (Metrópoles)

Para ler com calma. O ex-presidente do BC Armínio Fraga crê que o presidente Jair Bolsonaro não se reelegerá por conta do “conjunto da não obra”. À disposição para ser ministro de um futuro governo, mas sem aderir por enquanto a qualquer candidatura, Armínio defende o modelo social-liberal do governo de Fernando Henrique Cardosos, mas reconhece que não há receita fácil para o Brasil. “Quem sabe o eleitorado melhor informado não entenda que é preciso buscar uma proposta que tenha reais condições de dar certo”, indaga. (Estadão)

O PL, novo partido do presidente Jair Bolsonaro, tem uma batata quente nas mãos: o deputado Josimar de Maranhãozinho (MA), muito ligado ao presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. Graças a uma câmera instalada — com autorização do STF — no escritório do parlamentar em São Luís, a Polícia Federal filmou Josimar manuseando caixas com dinheiro vivo, que, segundo a PF, é resultado de desvio de emendas. O deputado já foi alvo de duas operações de busca e apreensão. (Crusoé)

Morreu ontem, aos 98 anos, o ex-senador americano Bob Dole, republicano do Kansas. Veterano da Segunda Guerra e respeitado por políticos de ambos os partidos no Congresso, Dole concorreu à presidência em 1996, mas foi derrotado por Bill Clinton. Ele sofria de câncer no pulmão. (g1)

Cultura

A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) terminou ontem em grande estilo, com o líder indígena, filósofo e escritor Ailton Krenak e o sociólogo Muniz Sodré debatendo “cartografias para adiar o fim do mundo”, práticas e pensamentos que se contrapõem ao capitalismo que, na avaliação de Krenak, “quer fazer um mundo triste, em que operamos como se fôssemos robôs”. Mas essa não foi a única discussão a propor mudanças radicais. Caetano Veloso e o filósofo espanhol Paul B. Preciado propuseram “derrubar o teatro da masculinidade”, enquanto Conceição Evaristo e a americana Alice Walker discutiram a busca das próprias raízes na arte.  É possível rever todas as mesas no canal da FLIP no YouTube. (Folha)

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Em vez de acalmar, o espaço dedicado a Matrix Resurrections no encerramento da Comic Con Experience (CCXP) ontem à noite deixou os fãs ainda mais ansiosos. Um teaser anunciou para hoje o último trailer do filme, que estreia no dia 22. Mas claro, não foi só isso. Keanu Reeves falou sobre a experiência de viver um Neo mais velho, enquanto Jonathan Groff, famoso por musicais na Broadway, narrou a rotina de treinamento de lutas para seu papel no longa. A grande homenagem da CCXP esse ano foi para Laerte, que agradeceu com a certeza de que “tempos melhores virão”. Confira tudo o que rolou nos dois dias de festa geek. (Omelete)

Depois de brilharem no Instagram ao longo de 2020 e 2021, as agruras da influenciadora Fran e da empregada Ju, protagonistas da série de quadrinho Confinada, finalmente chegam ao papel. A história em 70 capítulos curtos é criação do desenhista Leandro Assis e da roteirista Triscila Oliveira e retrata a convivência forçada das duas personagens num condomínio de luxo ao lado de uma favela. “Às vezes alguém comentava algo na linha ‘nossa, nessa última tirinha forçaram demais’. Aí eu colava o link da notícia que tinha nos inspirado”, comenta Triscila.

Cotidiano Digital

Após a renúncia de Jack Dorsey como CEO do Twitter, o novo presidente da rede social, Parag Agrawal, anunciou como uma de suas primeiras ações uma grande reorganização na companhia. A mudança, que visa otimizar as operações da empresa e acelerar seu crescimento, inicia-se com o reposicionamento de funcionários e equipes. Além disso, o chefe de engenharia e o diretor de design do Twitter deixarão a empresa no final deste ano. O atual CEO vai promover uma série de outras alterações organizacionais e de liderança. “Todos nós discutimos a necessidade crítica de mais rigor e isso deve começar no topo”, afirmou. (The Washington Post)

Fora do Twitter, Jack Dorsey vai se dedicar como CEO da Square (que recentemente passou a se chamar Block), uma empresa de pagamentos fundada por ele em 2009 e que gerencia transações financeiras e bitcoin. (Yahoo)

Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai explicam o que se deve esperar de Parag Agrawal, novo CEO do Twitter. (YouTube)

Os dados de milhões de brasileiros estão à venda na internet em páginas criminosas. São cadastros vazados da Receita Federal, do INSS, da empresa Boa Vista e do Sistema Nacional de Armas, vendidos por R$ 200. Os vendedores disseram que puxam os dados por meio de logins de funcionários dos órgãos públicos, gerando acessos indevidos nos sistemas das instituições. Em resposta à Folha de S.Paulo, que fez a denúncia, os órgãos afirmaram que não identificaram vazamentos de dados. (Folha)

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