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O entrevistado do próximo dia 2 é o editor-executivo Leonardo Pimentel, que explica como fazemos a edição diária do Meio, dos princípios editoriais à redação das notas, passando, claro, pela seleção das notícias. Essa newsletter especial é exclusiva para os integrantes do Pioneiros, nosso programa de membros.

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Covid chega à sua maior taxa de transmissão, no Brasil

A taxa de transmissão da covid-19 no Brasil atingiu o pior patamar desde, pelo menos, julho de 2020. Os dados são do Imperial College de Londres. Nesta semana, o número chegou a 1,78. Isso significa cada 100 pessoas com a doença contaminam outras 178, e indica descontrole na proliferação do vírus. (g1)

Enquanto isso.. O pior cenário com o avanço da ômicron, o colapso no sistema de saúde, parece cada vez mais próximo. Na manhã de ontem, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal anunciou que a ocupação de leitos de UTI para covid-19 chegou a 100%. Dentre os internados, 90% não se vacinaram ou estão com a imunização incompleta. Em seis estados — ES, GO, MS, PE, PI e RN —, a ocupação está acima de 80%. (Estadão)

A Pfizer anunciou nesta terça-feira que está testando uma vacina específica contra a variante ômicron do sars-cov-2. Um grupo de 1.420 pessoas entre 18 e 55 anos receberá o novo imunizante. Embora a vacina atualmente em uso já previna em grande parte os casos graves e mortes, a empresa quer estar preparada, caso essa proteção diminua com o tempo. (Poder360)

Diante de uma avalanche de críticas e ações no STF, o Ministério da Saúde fez um semi-recuo na nota técnica que defendeu tratamentos ineficazes, como a hidroxicloroquina, e atacou as vacinas. Foi retirada uma tabela que comparava o medicamento e os imunizantes, mas a nova versão mantém menções ao requerimento que aponta vacinas como “sem efetividade e segurança comprovadas” e diz o oposto a respeito do kit-covid. Em entrevista a uma rádio, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti disse que decidiu tirar a tabela, “embora não esteja errada no contexto em que ela se encontra”. (Globo)

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A Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb) do Inep, responsável pelo Enem, mudou de mãos. Anderson Soares Furtado de Oliveira entregou o cargo, alegando motivos pessoais, mas acrescentou seu compromisso nos oito meses à frente da diretoria foi garantir “robustez técnica aos trabalhos”. Oliveira entrou em choque diversas vezes com o presidente do Inep, Danilo Dupas, e vai ser substituído por Michele Cristina Silva Melo. Ela é considerada braço-direito de Dupas e acusada de interferir em decisões técnicas do órgão. (Globo)

Atrasado pela pandemia e quase cancelado por falta de verbas, o censo nacional previsto para 2020 vai começar no dia 1º de agosto, informou ontem o IBGE. Até outubro, os 183 mil recenseadores, que estão sendo contratados temporariamente, devem visitar 70 milhões de domicílios em todo o país. Como não é possível prever em que pé estará a pandemia, o IBGE desenvolveu um protocolo de segurança para a pesquisa, testado em setembro do ano passado na Ilha de Paquetá, na Baía da Guanabara. Os dados do censo são importantes para a elaboração de política públicas e para o repasse de verbas a estados e municípios. (CNN Brasil)

Política

Apontada como uma medida para combater a disseminação de notícias falsas e o disparo em massa de propaganda eleitoral irregular, a suspensão no Brasil do aplicativo de mensagens russo Telegram encontra resistência na cúpula da Procuradoria-Geral da República. Sem as restrições do Whatsapp e do Twitter, o Telegram permite grupos de até 200 mil integrantes e atraiu a militância de extrema-direita em todo o mundo, incluindo os bolsonaristas. O TSE estuda suspendê-lo porque a empresa responsável não tem representação no Brasil nem atende a notificações da Justiça. Para aliados do procurador-geral Augusto Aras, no entanto, a inciativa equivaleria a censura. “Desinformação se combate com informação de qualidade”, diz um deles. (Veja)

Em outra frente, o TSE resiste à pressão de partidos para ampliar o prazo de formação das federações, previsto para terminar em 1º de março. Nelas, as siglas se unem nacionalmente e têm que atuar como uma só por quatro anos, o que protege os nanicos da cláusula de desempenho. Mas a dificuldade de fechar palanques regionais está atrasando as negociações. (Globo)

Além de lamentar prontamente no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou ontem luto oficial de um dia pela morte de Olavo de Carvalho. O ex-astrólogo e escritor, um dos gurus do bolsonarismo, morreu na noite de segunda-feira, nos EUA, aos 74 anos. (CNN Brasil)

Então... Desde o início de seu mandato, Bolsonaro tem sido seletivo nas demonstrações de pesar. Aos aliados, o luto; aos outros, o silêncio. Confira as mortes que o presidente lamentou e ignorou. (Poder360)

Há uma polêmica em torno da causa da morte de Olavo. Heloísa Carvalho, filha com quem ele estava rompido, disse nas redes que o pai morreu de covid-19, diagnosticada há cerca de dez dias. Já o médico particular dele, Ahmed Youssif El Tassa, afirmou a Bela Megale que uma “insuficiência respiratória aguda” causada por enfisema pulmonar matou o escritor. Olavo estava com covid, confirma o médico que não o examinou, morreu por sintomas de covid, mas a covid nada teve com a causa. (Globo)

Thomas Traumann: “Olavo de Carvalho morreu, mas o olavismo vai continuar influenciando a política brasileira por anos. Mesmo com o desapontamento do líder pelo presidente Jair Bolsonaro não ter fechado o Supremo e, pior!, ter negociado os principais ministérios com o Congresso, o olavismo deu ao bolsonarismo um modo de pensar e agir que se tornou a alma do governo.” (Veja)

João Pereira Coutinho: “Olavo não passa de um detalhe. Ele interessa como sintoma, e não como causa, da divisão que existe dentro da direita entre conservadores liberais e conservadores reacionários. Conservador reacionário, Olavo apontou para um caminho ruinoso e sem futuro. A modernidade política não é uma opção; é um fato histórico.” (Folha)

Após os acenos de Lula (PT) ao “PSDB histórico”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi às redes sociais ontem reafirmar seu apoio à candidatura do governador de São Paulo, João Doria, ao Planalto. “Já tive a oportunidade de manifestar o meu apoio ao candidato João Doria à presidência e que foi respaldada pelo meu partido”, tuitou. (Estadão)

O Podemos, partido de Sérgio Moro, vai formalizar hoje a filiação de integrantes do MBL e espera fortalecer o palanque do ex-ministro em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. Os deputados estaduais Arthur do Val, hoje no Patriota, e Heni Ozi Cukier, do Novo, devem ser os candidatos ao governo e ao senado, respectivamente. Val muda de partido agora, autorizado pela atual legenda, enquanto Cukier vai esperar a janela de trocas, entre março e abril. (Folha)

Enquanto isso... O Subprocurador Lucas Rocha Furtado quer que o TCU peça ao Banco do Brasil e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) informações sobre o salário que Moro recebeu da consultoria americana Alvarez&Marsal. A empresa, que atua na recuperação judicial da Odebrecht e contratou Moro entre 2020 e 2021, já se recusou a fornecer esses números. (Poder360)

Meio em vídeo. Leonel Brizola (1922-2004), que faria cem anos em 22 de janeiro, foi um dos nomes mais marcantes da esquerda brasileira. Em 1961, comandou a Campanha da Legalidade, que garantiu a posse de Jango. Com o golpe, foi cassado e exilado. Na volta, elegeu-se duas vezes governador do Rio, participou das Diretas Já e da campanha para a eleição de Tancredo e concorreu à presidência duas vezes. João Trajano, que é sociólogo, cientista político e professor da UERJ, conhece o Brizolismo como ninguém. Neste Conversas, falamos de sua importância na história brasileira e seu legado nos dias de hoje. (YouTube)

Cultura

O veterano roqueiro Neil Young notificou sua gravadora para que retire do Spotify todo seu repertório. São cinco décadas de sucessos como Rockin' In The Free World (YouTube) e Cortez The Killer (YouTube). O ato é um protesto contra o conteúdo negacionista e antivacinas do podcast The Joe Rogan Experience, comprado pela plataforma por US$ 100 milhões. “Eles podem ter Joe ou Young. Não os dois”, disse o músico canadense, de 76 anos. (Poder360)

Young, aliás, está lançando disco novo, Barn (Spotify, por enquanto). Segundo Ivan Finotti, é seu melhor trabalho na última década, mergulhando fundo nas baladas rurais e no country rock que fizeram dele uma lenda. (Folha)

Para ler com calma. Enquanto patriarcas como Young e Bob Dylan vendem seus catálogos para fundos, uma nova geração de artistas da música pop está assumindo controle completo de sua produção. Nova sensação americana, Lauren Spencer-Smith, por exemplo, colocou sua canção Fingers Crossed (Spotify) no topo das paradas sem qualquer relação com gravadoras. Dá trabalho, mas os artistas celebram a liberdade para criar e o lucro. (BBC)

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Cecília Meireles (1901-1964) se definia como “uma pastora de nuvens”, dado o caráter etéreo de sua poesia, e chegava a dizer que seu defeito como poeta era “uma certa ausência de mundo”. Na sua prosa, porém, a história era bem outra. O livro Um País no Horizonte de Cecília mostra seu lado jornalista, trazendo nove ensaios e reportagens publicadas entre 1939 e 1940. A repórter Cecília mergulha na indústria da carne, na participação feminina no mercado de trabalho e em outros temas que revelam uma mulher com os dois pés no chão e os olhos atentos ao mundo a sua volta. (Globo)

Como um pastoreio de nuvens sempre faz bem, confira esta lista com dez dos mais importantes poemas de Cecília Meireles. (Bula)

Se há uma coisa que países com forte racismo estrutural fazem é jogar no esquecimento grandes marcos da cultura negra — é o caso de Brasil e EUA. Mas já imaginaram esconder embaixo do tapete todo um festival de música que reuniu 300 mil pessoas em seis fins de semana na mais importante cidade do planeta? O documentário Summer of Soul (trailer) resgata o Harlem Cultural Festival, que aconteceu em 1969, mas não recebeu o mesmo destaque de seu contemporâneo Woodstock. Pelo palco passaram deuses da música negra americana, como Stevie Wonder, Gladys Knight, B.B. King, Sly & The Family Sone, Mahalia Jackson e dezenas de outros, mas a revolução estava na plateia, o povo ali do Harlem mesmo. Premiado no Sundance, o filme é favorito ao Oscar e ajuda a escrever uma história mais honesta. (Estadão)

Cotidiano Digital

E o Google está mudando a forma como rastreia usuários na internet. Ontem a companhia anunciou uma nova proposta para manter a publicidade direcionada na web e ao mesmo tempo proteger a privacidade das pessoas. Em vez de identificar individualmente as pessoas na rede, elas serão mapeadas por interesses em um curto período de tempo. Chamada de Topics, o recurso funcionará como um software integrado ao navegador Chrome. (Estadão)

Depois de várias marcas cancelarem participações presenciais durante a CES 2022, a Mobile World Congress (MWC) deve passar por algo semelhante. Sony e a Lenovo já desistiram de ir ao evento, que costuma reunir várias gigantes de tecnologia para apresentação de suas novidades mais recentes. A edição deste ano será realizada na cidade de Barcelona entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março. O motivo para o cancelamento das companhias é o aumento de casos de covid-19 causado pela disseminação da variante ômicron. Entretanto, a organização do evento apontou que os encontros devem permanecer marcados normalmente, com mais de mil palestrantes e outros 1,5 mil expositores. Enquanto isso, companhias como a Sony farão suas apresentações apenas de forma isolada e virtual. (Canaltech)

Meio em vídeo. As empresas de aviação americanas dizem que o 5G pode atrapalhar os instrumentos de uma aeronave, como falaram coisa do 3G e do 4G. Será mesmo que a nova frequência tem o poder de interferir nos altímetros? É um risco real a proibição ou histeria? Pedro Doria e Cora Rónai respondem. (YouTube)

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