MEC perde dinheiro, polícias cobram, sertanejos recebem

O presidente Jair Bolsonaro assinou, ontem à noite, um decreto bloqueando R$ 8,2 bilhões de verba dos ministérios para cumprir a regra do teto de gastos. As despesas, de acordo com a lei, não podem crescer mais do que a inflação do ano anterior. O valor não prevê o reajuste linear dos salários de todos os servidores públicos federais em 5% — caso o aumento seja confirmado, o bloqueio terá de aumentar e pode chegar a R$ 14 bilhões. Os ministérios da Educação, da Ciência e Tecnologia e da Saúde são os mais atingidos. (g1)

Então… A questão do reajuste se torna, lentamente, uma crise para Bolsonaro. Ontem, falando a agentes da Polícia Rodoviária Federal no Recife, tentou explicar por que não está conseguindo fazer um reajuste maior para as polícias, como havia prometido. “O grande problema não é o nosso lado”, afirmou. “São colegas, outros servidores, que não admitem reestruturar vocês sem dar aumento até abusivos para o outro lado. Está havendo ameaça de greve de outros setores.” (Folha)

Guilherme Amado: “A perda do apoio de policiais federais chega em um mau momento para Bolsonaro. A eleição não é o melhor momento para um presidente causar ira da categoria. Investigações antigas podem ser ressuscitadas, e agentes nem sempre diligentes podem passar a ser. Em especial contra algumas figuras do Centrão.” (Metrópoles)

Bolsonaro ainda hesita em anunciar o corte total. “O presidente demonstra estar contrariado em não poder destinar mais recursos para as forças de segurança”, conta Ana Flor. Os técnicos ainda aguardam anúncio de quanto, enfim, deverá ser contingenciado para garantir que tipo de aumento haverá — e para quem. (g1)

Isso não atrapalha, claro, que dinheiro distribuído por parlamentares via orçamento secreto continue chegando nas prefeituras. Elas receberão, durante o período de campanha eleitoral, até R$ 3,2 bi pela chamada ‘emenda Pix’. O Congresso, com aval do Planalto, criou essa modalidade de repasses que dribla a intenção das regras de controle do gasto de dinheiro da máquina no período eleitoral. O dinheiro cai direto na conta das administrações municipais e não é fiscalizado. Pode ser usado em tratores, ambulâncias — ou em shows de músicos sertanejos bancados pelos prefeitos. O pré-candidato à presidência, deputado André Janones (Avante-MG), mandou por este caminho R$ 7 milhões para sua cidade, Ituiutaba, em Minas. Daí sairão quase R$ 2 mi para bancar uma festa com o cantor Gusttavo Lima, uma semana antes do primeiro turno. (Estadão)

A farra dos shows milionários de sertanejos bancados por prefeituras com dinheiro público pôs Lima no centro do alvo das investigações. Ontem, ele chorou durante uma live. “É muito triste ser esculhambado, tratado como se fosse um criminoso, um bandido”, afirmou em sua conta no Instagram. Os ministérios públicos de Minas e Rio investigam se há irregularidade nos cachês que ultrapassam um milhão, pagos por governos locais sem licitação. Os músicos sertanejos se vangloriavam de não receber verba da Lei Rouanet. (Folha)

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Enquanto isso… O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), quer um subsídio para combustíveis. “Vamos apertar o governo”, disse em entrevista à Record News. “Os governos dos países mais avançados dão subsídios para a alta dos combustíveis.” O Ministério da Economia já acenou com a possibilidade de um vale-caminhoneiro que pode chegar a R$ 1,5 bilhão, este ano, próximo da eleição. (Estadão)

Na pressa eleitoral para diminuir o custo da energia, a Câmara pode, aliás, estar ferindo ainda mais a educação brasileira. O projeto aprovado que tornou os setores de energia e combustíveis essenciais, o que limita o ICMS a 17%, terá impacto no Fundeb. Os estados dedicam 8% de sua arrecadação ao fundo, que financia educação básica. Como o ICMS é um imposto estadual e a queda será brusca, a relação será imediata, conta Míriam Leitão. (Globo)

Hoje é o último dia para entregar a declaração de imposto de renda de pessoa física. Baixe o aplicativo, ainda há tempo.

Prêmio Nacional do Seguro

Prêmio Nacional do Seguro

A confiança é um elemento inerente às relações humanas e a base para qualquer tipo de relacionamento, inclusive nos negócios. Afinal, você compraria um produto de uma marca na qual você não confia? Pois é. No setor de seguros, a confiança se torna ainda mais importante, uma vez que adquirir um seguro de vida, de saúde ou automóvel vai muito além de comprar um produto, pois pode garantir a segurança para o nosso futuro. Nesse cenário, a figura do corretor de seguros, além de atuar como um consultor e intermediário entre os clientes e as seguradoras, é fundamental para entender as necessidades do cliente, orientar e oferecer a melhor opção de apólice. Nesta reportagem vencedora do Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros (2019), a jornalista Karin Fuchs, da Revista Cobertura, explica porquê a profissão do corretor de está longe de ser substituída por robôs. (Revista Cobertura)

Atenção! Termina hoje o prazo de inscrições para o Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros. Participe da maior premiação de jornalismo do Brasil e concorra a R$ 120 mil em prêmios em diversas categorias. Acesse o site: premiodejornalismo.ens.edu.br.

Viver

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda, 30, que o Brasil tem dois casos suspeitos de varíola dos macacos. Um paciente em Fortaleza, no Ceará, não esteve em locais contaminados nem teve contato com pessoas doentes. Em Santa Catarina, uma mulher de 27 anos apresentou sintomas como erupção cutânea, febre e dores musculares e precisou ser hospitalizada, segundo a secretaria de saúde do estado. (Folha)

Um possível terceiro caso está sendo investigado no Rio Grande do Sul, de uma pessoa com histórico de viagem a Portugal. A secretaria de saúde gaúcha informa que o paciente tem outro diagnóstico confirmado e avalia com o Ministério da Saúde se o caso será considerado suspeito. (g1)

Já são mais de 400 casos confirmados da doença pelo mundo. Conheça os sintomas e como se proteger. (g1)

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Clínicas particulares poderão oferecer doses de vacinas da AstraZeneca contra a covid-19 a partir de hoje, ao custo médio de R$ 350. O foco de mercado será o de brasileiros que ainda não se imunizaram pela rede pública e para quem recebeu prescrição médica de doses de reforço além do que recomenda o Programa Nacional de Imunizações. (O Globo)

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou nesta segunda, 30, o retorno das comissões de Direitos Humanos na Polícia Rodoviária Federal (PRF), extintas em abril deste ano, além da reinclusão da disciplina de direitos humanos no Curso de Formação da PRF. O pedido foi realizado após repercussão da morte por asfixia de Genivaldo dos Santos, em Sergipe, colocado numa espécie de ‘câmara de gás’ improvisada em uma viatura, na semana passada. A PRF terá 15 dias para informar se vai acatar as recomendações do MPF ou os motivos de uma possível recusa. (Metrópoles)

Panelinha no Meio. Com o preço dos alimentos nas alturas, vale buscar opções mais próximas da terra, ou melhor, debaixo dela. Estamos na época da mandioca — se preferir, aipim ou macaxeira —, o que deixa seu preço mais acessível. As galetes de mandioca, além de deliciosas, são muito versáteis. Servem como petiscos ou acompanhamentos em carnes de panela, moquecas e sopas.

Cultura

Ele foi Madame Satã. Esteve em Cinco Vezes Favela (íntegra), um dos filmes inaugurais do Cinema Novo. Como esteve no oscarizado O Beijo da Mulher Aranha (trailer). Atuou em Pecado Capital, Irmãos Coragem, Escrava Isaura, Roque Santeiro — mais de 40 novelas, dentre as quais boa parte dos principais títulos da história do gênero. Milton Gonçalves, que morreu ontem aos 88 anos, foi um dos grandes atores brasileiros no século 20. Ele havia sofrido um AVC em 2020, que levou a três meses de internação. Morreu em casa por consequências do acidente. O velório ocorre hoje, a partir das 9h30, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. (g1)

Flávia Oliveira: “Quase 50 anos depois, é comovente lembrá-lo como o Zelão das Asas, de O Bem Amado. Ele queria voar. Voou tão alto, que será lembrado pela altura que alcançou. Seu Milton habilitou gerações ao voo metafórico do sonhar grande, de exercer um ofício, de prosperar com arte. Em quase nove décadas de vida, não se deixou confinar nos papéis de escravizados nem de trabalhadores subalternizados. Foi advogado, político. Foi Papai Noel, a figura mítico-comercial monotonamente representada como um idoso branco. Participou intensamente da campanha pelas Diretas Já, em 1984. Subiu em palanques para derrotar a ditadura militar: ‘Eu tinha inveja da Revolução Francesa, Revolução Soviética. De repente, as Diretas Já vieram suprir essa falta de emoção. Aqueles mais jovens, com menos de 25 anos, não imaginam como foi a movimentação deste país em busca de democracia e liberdade’, declarou em sessão na Câmara dos Deputados, em 2014.” (Globo)

Inácio Araújo: “Milton Gonçalves surge do contato com o grupo de Augusto Boal, onde conheceria os seus parceiros constantes —Gianfrancesco Guarnieri, Flavio Migliaccio e Oduvaldo Vianna Filho. Não vem ao caso mencionar um por um os mais de cem filmes em que tomou parte. Entre eles, no entanto, não faltam os inesquecíveis. A começar de O Anjo Nasceu (íntegra), de Julio Bressane, lançado em 1969, ou Macunaíma (íntegra), do mesmo ano, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, em que Milton faz Jiguê. Um papel mais exigente viria em 1974, quando Gonçalves fez o marginal Madame Satã no notável A Rainha Diaba (trecho), de Antonio Carlos Fontoura. Ele conseguiu encontrar todas as nuances desse rei do crime carioca, famoso pelos modos delicados de homossexual e ao mesmo tempo pela violência e habilidade implacável no uso da navalha. Nenhum desses papéis é capaz de igualar a riqueza e a força de sua interpretação no quase ignorado Natal da Portela (íntegra), lançado em 1988, de Paulo Cesar Saraceni, onde faz o personagem-título, do bicheiro de Madureira e patrono da escola de samba Portela.” (Folha)

Os originais manunscritos da Clavis Prophetarum — Chave dos Profetas —, um tratado sobre justiça, paz e as condições para que cresça a sociedade escrito pelo padre António Vieira ao longo de 40 anos foram encontrados. Os três volumes estavam numa biblioteca na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, não haviam sido catalogados, e têm muito que não era conhecido. O padre Vieira deixou notas laterais que as cópias de época não registraram, e páginas foram coladas pela censura da Santa Inquisição — o texto vetado agora poderá ser conhecido. Nascido em Lisboa, criado no Brasil, Vieira foi um dos principais políticos do Império durante o século 17 e, por seus Sermões, é conhecido como um dos grandes escritores da língua portuguesa. Clavis Prophetarum foi escrito em latim. (Folha)

Cotidiano Digital

Os Estados Unidos recuperaram a liderança na corrida para construir o supercomputador mais rápido do mundo. Chamada de Frontier, a nova máquina está localizada no Oak Ridge National Laboratory, no Tennessee. O supercomputador tem capacidade de realizar um quintilhão de operações por segundo, gerando bilhões de cálculos rapidamente, o que é considerado um marco para a tecnologia. Construídos para decifrar códigos e projetar armas, esse tipo de equipamento também é importante para o desenvolvimento de vacinas, testes de projetos de carros e modelagem de mudanças climáticas. Cientistas acreditam, no entanto, que as máquinas produzidas na China podem ser ainda mais rápidas, mas o país não enviou os resultados de testes e ficou de fora do ranking este ano, conhecido como Top500. (The New York Times)

E os detalhes sobre o próximo smartphone da Apple, o iPhone 14, já começam a surgir. A companhia pode lançar o novo celular em versões Pro e Pro Max com o recurso de “always-on”, em que a tela de bloqueio dos dispositivos permanece sempre ativa. A função permitirá que os usuários executem uma série de ações em seus aparelhos sem desbloqueá-los. Além disso, o novo iOS 16 irá apresentar melhorias significativas para os celulares da gigante de tecnologia. Na tradicional conferência de desenvolvedores da Apple, que acontece no dia 6 de junho, os consumidores podem receber uma prévia do que a empresa está planejando para o próximo smartphone da marca. (Exame)

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