Bolsonaristas pagam para distribuir fake news via Face e Insta

Políticos estão aproveitando brechas deixadas pela Meta para impulsionar informações falsas sobre as eleições nas duas principais redes sociais da empresa, o Facebook e o Instagram, apesar da proibição explícita do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo levantamento do laboratório NetLab, ligado a UFRJ, entre o 26 de junho e 31 de julho foram veiculados 21 anúncios por políticos bolsonaristas, com custo individual entre R$ 100 e R$ 600, com desinformação sobre o sistema eleitoral. A Meta não tem regras proibindo explicitamente a disseminação de informações falsas sobre as eleições. (Globo)

Em outra frente, deputados federais e seus assessores buscam lustrar as próprias biografias retirando da Wikipedia informações que consideram negativas. Pelo menos três parlamentares bolsonaristas, Luis Miranda (Republicanos-DF), Loester Trutis (PL-MS) e Bia Kicis (PL-DF), receberam notificações por tentarem mudar o conteúdo de seus verbetes, e sua colega Carla Zambelli (PL-SP) está processando a empresa que gere a Wikipedia para suprimir informações de sua página. Um assessora de Trutis tentou incluir informações que a enciclopédia digital classificou como propaganda e, meses depois, buscou apagar relatos de denúncias contra ele. (Estadão)

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Da porta para fora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do PT evitam fazer campanha ostensiva pelo voto útil entre os eleitores do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Nos bastidores, porém há um trabalho intenso para isolar e desidratar o pedetista, terceiro colocado em todas as pesquisas eleitorais, mas longe de Lula e do presidente Jair Bolsonaro (PL). No último Datafolha Ciro tem 8%, contra 47% do ex-presidente e 29% do atual. Na avaliação dos petistas, absorver ao menos parte dos votos de Ciro garantiria a vitória no primeiro turno e ainda permitiria eleger uma bancada robusta. (Veja)

Então... Pelo menos no Senado, quem aparece com mais chances de ampliar sua bancada é o atual governo. Candidatos do PL, partido do presidente Bolsonaro, e do PP, principal sigla do Centrão, lideram no número de candidatos nos estados, com 17 e 14, respectivamente. MDB e PSD têm hoje as maiores bancadas no Senado, que tem servido de freio a uma série de projetos da Câmara, controlada com mão de ferro por Arthur Lira (PP-AL) e aliado do Planalto. (Globo)

A primeira-dama Michelle Bolsonaro parece ter chamado para si a tarefa de consolidar o apoio evangélico ao marido. Ontem, durante culto com a presença do casal em Belo Horizonte, ela voltou a classificar a eleição como uma luta “entre o Bem e o Mal”. Michelle chegou a dizer que o Palácio do Planalto foi “consagrado a demônios” nos governos anteriores. (Metrópoles)

Jair Bolsonaro mudou o discurso em relação às manifestações do Sete de Setembro. Na convenção do PL, ele havia afirmado que o desfile militar no Rio aconteceria em Copacabana, mas o prefeito Eduardo Paes (PSD) manteve a parada no Centro, diante do túmulo do Duque de Caxias. A apoiadores, o presidente diz agora que estará “às 17h em Copacabana” sem associar a manifestação ao desfile oficial. (CNN Brasil)

Enquanto isso... O presidente passou o fim de semana com uma má notícia. Na sexta-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes negou o pedido da Procuradoria-Geral da República para arquivar uma investigação contra Bolsonaro por vazar uma investigação sigilosa da Polícia Federal. (g1)

Esquerda de um lado, bolsonarismo do outro e, em São Paulo, o PSDB no meio. Essa foi a tônica da primeira rodada de debates entre candidatos a governador, promovida na noite de ontem pela Bandeirantes. Fernando Haddad (PT) e o governador tucano Rodrigo Garcia foram alvos de Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas, embora reagissem, acabaram trocando mais ataques entre si. No Rio, Marcelo Freixo (PSB) soltou as baterias sobre o governador Cláudio Castro (PL) por conta da denúncia de que o estado mantém 20 mil cargos secretos sem transparência. Disputando a reeleição, Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR) faltaram aos debates e, como era de se esperar, viraram alvos dos adversários. (UOL)

Para ler com calma. Cassado em setembro de 2016 por denúncias de corrupção decorrentes da Lava-Jato e inelegível até 2024, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PTB) está de volta à corrida eleitoral graças ao atual ocupante do cargo, Arthur Lira (PP-AL). Em agosto do ano passado, durante o processo de cassação da deputada Flordelis, Lira mudou a regra vigente, fazendo com que o Plenário pudesse fazer emendas ao parecer do Conselho de Ética. Antes, os deputados aprovavam ou rejeitavam o parecer pela cassação; agora podiam aplicar penas intermediárias. Após 23 dias, Cunha entrou com uma ação, tendo Lira como principal testemunha, sob a alegação de que deveria ter sido julgado pela Câmara segundo a nova regra, adotada cinco anos após perder o mandato. No mês passado, o juiz Carlos Augusto Pires Brandão, do TRF-1, anulou por liminar a cassação do ex-presidente da Câmara. Enquanto o mérito não é julgado, Cunha quer voltar à Câmara por São Paulo. (Folha)

Espiadinha

Marcelo Martinez

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Viver

Nos últimos sete dias de julho, os testes positivos de farmácia para covid-19 chegaram ao menor patamar em 12 semanas, segundo novo levantamento da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Dos 62 mil exames realizados, 25% deram positivo. No total, foram 128 mil infecções confirmadas em julho, contra 350 mil um mês antes e 136 mil em maio. Apesar dos números favoráveis, a Abrafarma recomenda cautela, pela possibilidade de um novo pico de contaminações, caso as temperaturas caiam e aumentem as doenças respiratórias, característica de tempos mais frios. (Folha)

Para ler com calma. Uma análise de padrões de parentesco entre mais de 400 idiomas do ramo linguístico banto mostra que a migração pré-histórica que deu origem a boa parte dos povos africanos, incluindo os ancestrais afro-brasileiros, como Congo e Angola, começou há cerca de cinco mil anos. É o que concluiu um estudo realizado pelo Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionista, na Alemanha. Nas regiões identificadas pelos pesquisadores, as línguas dominantes têm muitas semelhanças entre si, tanto no vocabulário quanto na estrutura gramatical, de maneira parecida com que encontramos em línguas latinas, como português, espanhol e francês. Os bantos teriam lançado mão de estratégias diversificadas para utilizar as florestas e as margens dos rios para se expandir pelo continente. (Folha)

O chefe do departamento de pesquisa da Comissão Francesa de Energia Atômica, Étienne Klein, postou no Twitter uma imagem em que disse ser da estrela mais próxima do Sol, captada pelo telescópio James Webb. Na reprodução, é possível ver uma circunferência vermelha com manchas esbranquiçadas e laranjas em seu interior, num fundo preto. Pois é: na verdade, a foto era de um salame do tipo chouriço ibérico, divulgado pelo cientista como uma brincadeira. “Diante de alguns comentários, sinto-me obrigado a esclarecer que este tuíte que mostra uma suposta foto da Proxima Centauro foi uma forma de diversão. Vamos aprender a desconfiar tanto dos argumentos de autoridades quanto da eloquência espontânea de certas imagens”, escreveu após repercussão. Segundo ele, o tuíte era uma forma de questionar a credibilidade das vozes de especialistas nas redes sociais. (g1)

Inspirado “na garra e na beleza da onça” — é a descrição dada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) — jé é público o uniforme que será utilizado pela seleção brasileira na Copa do Mundo em novembro, no Catar. (UOL)

Cultura

Caetano Veloso completou 80 anos ontem com direito a uma live acompanhado dos filhos e netos e da irmã Maria Bethânia (veja a íntegra na Globoplay). Mas não se trata da homenagem saudosista a um veterano aposentado. O aniversariante segue ativo e, mais importante, relevante para praticamente todas as vertentes da música brasileira. São mais de cinco décadas desde seu autointitulado disco de estreia, em 1968 (havia divido um LP com Gal Costa no ano anterior), sempre quebrando barreiras, misturando vanguarda e ritmos internacionais (Alegria, Alegria) com clássicos quase esquecidos do cancioneiro brasileiro (Coração Materno, de Vicente Celestino) ou adotando gêneros normalmente rejeitados pelos ouvintes mais puristas da MPB, como Sonhos, de Peninha. Para Gilberto Gil, quase seu gêmeo musical, Caetano segue sendo “um mestre” de sua formação; fã confesso, David Byrne, líder do Talking Heads, diz ser impossível descrever Caetano. Verdade. Só nos cabe dar parabéns e seguir apreciando sua obra. (Globo)

Embora seja ele mesmo um intérprete notável, Caetano Veloso já teve suas canções gravadas por outros artistas quase duas mil vezes e em diversos países. Seus intérpretes mais recorrentes são os parceiros Doces Bárbaros: Gal Costa, com 223 interpretações; Maria Bethânia, com 197; e Gilberto Gil, com 117. (UOL)

Descrever Caetano pode ser impossível, mas, em seu octogésimo aniversário, uma lista com 80 canções, elaborada pelo jornalista Mauro Ferreira, ajuda a entendê-lo. De Coração Vagabundo, lançada no disco com Gal em 1967, a Sem Samba Não Dá, canção-manifesto que lançou no ano passado. (g1)

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Qualquer coisa com os nomes Lennon e McCartney rende um bom dinheiro, mesmo que não haja exatamente harmonia, pelo contrário. Está em vias de ser leiloada a um preço inicial de US$ 40 mil (R$ 206 mil) uma carta enviada por John em 1971 ao jornal inglês Melody Maker em resposta a uma entrevista de Paul, na qual o baixista dava sua versão para o fim dos Beatles, um ano antes. Os termos estão longe do pacifismo de Imagine: “Se você não é o agressor (como você disse), quem foi que nos levou ao tribunal e ‘cagou’ em nós publicamente?”, indaga, referindo-se a uma batalha judicial pelo controle dos negócios dos Fab Four. Lennon também acusa McCartney de tentar voltar George Harrison e Ringo Starr contra ele e de ser conservador, mas termina dizendo não ter ressentimentos. Claro. (UOL)

Conhecida por filmes como Mera Coincidência (trailer), Seis Dias, Sete Noites (trailer) e a infeliz refilmagem de Psicose (cena com nudez), a atriz americana Anne Heche está internada na UTI de um hospital de Los Angeles, após um acidente de carro na noite de sexta-feira. Segundo relatos de autoridades, ela dirigia em alta velocidade no bairro da Mar Vista, em Los Angeles, quando perdeu o controle de veículo e bateu numa casa, provocando um incêndio. De acordo com os médicos Heche teve queimaduras graves e vai encarar uma longa recuperação. (CNN)

Cotidiano Digital

O Twitter confirmou na semana passada uma falha de segurança que expôs os dados de 5,4 milhões de contas. Em comunicado, a empresa disse que o problema foi corrigido em janeiro deste ano, embora as informações roubadas por criminosos ainda permaneçam à venda na internet. A vulnerabilidade permitia a qualquer pessoa identificar o titular da conta ao informar o número de telefone ou um endereço de e-mail nos sistemas da rede social. Depois disso, o Twitter apresentava a conta em que esses dados estavam vinculados, expondo perfis privados e pseudônimos. (g1)

Enquanto isso... Elon Musk disse que o acordo para comprar o Twitter pode prosseguir se a empresa conseguir comprovar seu método de averiguação de contas reais. O bilionário também desafiou o CEO da rede social, Parag Agrawal, para um debate público sobre a porcentagem de bots na rede social. O número de contas falsas foi o principal argumento de Musk para o fim do acordo com a plataforma. O Twitter entrou com uma ação contra o empresário para exigir que ele mantenha a aquisição. (Valor)

E a Amazon anunciou na sexta-feira a compra da iRobot, fabricante de aspiradores-robô Roomba, por US$ 1,7 bilhão. Os equipamentos da marca farão parte da linha de robôs domésticos da gigante de tecnologia, já composta pelo Astro e os dispositivos Alexa, entre outros. O negócio ainda depende de aprovação dos diretores da fabricante de aspiradores e de autorizações regulatórias. Criada nos anos 1990, iRobot trouxe para o mercado o Roomba em 2002, um dos primeiros produtos do segmento. (Estadão)

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