Nas redes, entrevista de Bolsonaro tem mais críticas que elogios

Ao longo de 40 minutos de entrevista a William Bonner e Renata Vasconcellos no Jornal Nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu mentiras tradicionais e acrescentou novas, além de condicionar o apoio ao resultado das eleições de outubro. Bolsonaro negou ter xingado ministros do STF, dizendo que “atacou apenas um”, apesar de ter ofendido publicamente Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes – com quem, agora, diz que a relação “parece pacificada”. Disse que as urnas eletrônicas não são auditáveis, quando elas são, e entidades como a Polícia Federal participam das auditorias. Voltou a falar de um ataque hacker ao sistema do TSE em 2018, embora a ação não tivesse tocado nos sistemas de contagem de votos ou segurança das urnas. Negou que tivesse mandando suspender a compra da CoronaVac em 2020, embora a ordem esteja registrada em vídeo. Sobre a defesa que alguns de seus apoiadores fazem de um golpe de Estado, disse que são exercício de liberdade de expressão e defendeu a aliança com o Centrão para a aprovação de projetos. “Se eu deixar de lado, vou governar com quem?”, respondeu. “Você está me estimulando a ser um ditador.” Hoje é o candidato do PDT, Ciro Gomes, que será submetido à sabatina do Jornal Nacional. (g1)

Segundo análise da Quaest com base em comentários nas redes, o presidente foi melhor percebido quando falou sobre ofensas contra Moraes, quando se comprometeu com o resultado da eleição e no momento em que tratou do Centrão. O compromisso com a eleição, bom reiterar, veio na condicional que ele sempre impõe — “se as eleições forem limpas e transparentes”. Seus piores momentos de avaliação foram os em que tratou das urnas eletrônicas e golpe, pandemia e corrupção. Ao todo, 35% das menções foram positivas e, 65%, negativas. (Twitter)

Enquanto Bolsonaro era entrevistado, foram registrados panelaços em Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. (UOL)

Ao sair dos estúdios da Globo, Bolsonaro voltou a convocar apoiadores para os atos marcados para Sete de Setembro. Embora negue que seja um evento militar, ele confirmou a participação das bandas do Exército, da FAB e dos fuzileiros e anunciou uma apresentação de paraquedistas. (Metrópoles)

Igor Gielow: “Bolsonaro foi Bolsonaro, evitando ajoelhar no altar da democracia ao renovar os ataques às urnas eletrônicas que embasa sua campanha golpista, voltando a falar barbaridades sanitárias acerca do manejo da pandemia, praguejando contra um lockdown inexistente e defendendo os médicos da cloroquina. Para quem não vota nele, nenhuma novidade em termos de repulsa. Para quem vota, o reforço positivo de suas convicções. O problema para o presidente é que ele está em segundo lugar na corrida das eleições de outubro.” (Folha)

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O eleitor do Sudeste desponta como um dos alvos prioritários da campanha presidencial. A propaganda voltada para a região consumiu boa parte do quase R$ 1 milhão que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já gastou com anúncios no YouTube, segundo dados do Google. Só a propaganda voltada para São Paulo consumiu R$ 175 mil. De acordo com a empresa, Jair Bolsonaro ainda não usou essa modalidade de publicidade, mas o PL, seu partido, gastou R$ 801 mil em anúncios antes do início do período eleitoral. (Globo)

Enquanto isso... Lula vem sendo ameaçado por adversário implacável: ele mesmo. Como mostra Matheus Leitão, a declaração de que se um homem quisesse bater em mulher, o fizesse “longe de casa” foi mais uma gafe resultante de sua recusas em preparar discursos. Ao longo da pré-campanha, ele falou do eleitorado evangélico dizendo não ser “candidato de uma facção religiosa”, termo que esse segmento odeia. E teve de pedir desculpas a policiais após afirmar que “Bolsonaro não gosta de gente, só de polícia”. (Veja)

Mais uma pesquisa de intenção de votos, a FSB/BTG, mostra o encurtamento da distância entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera com 45%, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem em segundo com 36%. Em relação ao levantamento de uma semana atrás, Lula continuou onde estava, mas Bolsonaro subiu dois pontos, no limite da margem de erro. Ciro Gomes (PDT) recuou de 8% para 6%, Simone Tebet (MDB) foi de 2% para 3% e Vera Lúcia (PSTU) e Pablo Marçal (Pros) chegaram a 1% cada. O Pros, porém, já anunciou a retirada da candidatura de Marçal. Num eventual segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 52% a 39%. (UOL)

Meio em vídeo. Nosso convidado do #MesaDoMeio desta semana é o deputado Rodrigo Maia, presidente do PSDB no Rio de Janeiro. Responsável pela aprovação da Reforma da Previdência, Maia se tornou uma das mais fortes vozes de oposição ao governo Jair Bolsonaro. Mariliz Pereira Jorge, Christian Lynch e Pedro Doria vão conduzir a entrevista, ao vivo, às 19h, com participação da audiência no chat. (YouTube)

Meio em vídeo. Vamos falar de maconha? Se não parece, essa discussão tem tudo a ver com o momento da política nacional. Quando um candidato a governador progressista afirmou ter mudado de ideia e agora ser contra, recebeu muitas críticas. Mas ele está certo.  E não é por ter mudado de ideia que está certo. Confira a análise de Pedro Doria. (YouTube)

O Ministério Público da Argentina pediu ontem que a ex-presidente e atual vice Cristina Kirchner seja condenada a 12 anos de prisão por supostos casos de corrupção quando comandava o país, entre 20017 e 2015. O veredito deve sair até o fim do ano, e, caso seja condenada, ela perderá os direitos políticos, embora possa recorrer a instâncias superiores. (g1)

A agência Tass, porta-voz do governo russo, acusou abertamente as forças especiais da Ucrânia pelo assassinato da comentarista política Darya Dugina, de 29 anos, filha do ideólogo ultranacionalista Alexander Dugin, que deveria estar com ela no carro que explodiu. Ontem, numa cerimônia religiosa, ele disse que a filha era “uma estrela em ascensão” e que os “inimigos da Rússia” a mataram. O governo de Kiev voltou a negar envolvimento com o crime. (CNN)

Viver

O Brasil ultrapassou o Reino Unido e a Alemanha, se tornando o terceiro país com mais casos de varíola dos macacos no mundo. No domingo, o Ministério da Saúde contabilizou 3.788 infecções, enquanto analisa outros 4.175 casos suspeitos. Os Estados Unidos seguem liderando o ranking, com 14.594 testes positivos, segundo levantamento mais recente do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês). A Espanha vem em seguida, com 5.792 pessoas contaminadas até quinta-feira. Na sexta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, por unanimidade, a importação de medicamentos e vacinas contra a monkeypox que ainda não têm registro no Brasil, mas já foram aprovados em outros países, e terão prioridade no processo de avaliação. (g1)

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Península com professores de escolas públicas e privadas de todo o país mostra que apenas 11% dos entrevistados disseram que seus alunos vão aprender o que estava previsto para este ano. Em 2020, a mesma afirmação correspondia a 26% das respostas, contra 14% no ano passado. Especialistas avaliam que, além das escolas fechadas durante a pandemia, a falha no aprendizado também está relacionada a problemas de saúde mental e de relacionamento dos alunos. Professores relatam o convívio com estudantes desconcentrados, desmotivados e com dificuldades para lidar com os colegas. (Estadão)

O governador do Rio Grande do Sul Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) prometeu, nesta segunda-feira, implementar mil câmeras nos uniformes dos policiais militares, começando pela capital, Porto Alegre. O anúncio foi feito após Gabriel Marques Cavalheiro, um jovem de 18 anos, ser encontrado morto na cidade de São Gabriel, na sexta-feira. Ele tinha sido abordado, algemado e colocado em uma viatura, uma semana antes de seu corpo ser localizado em um açude. Os três PMs que fizeram a abordagem no dia do desaparecimento estão presos preventivamente, enquanto um inquérito militar investiga o caso. (Folha)

Panelinha no Meio. Sopa é jantar, sim. Ainda mais nesse frio tardio do inverno. Mas é um prato que demora para ficar pronto, certo? Errado. Essa deliciosa e levemente picante receita de sopa de tomate não passa pela panela. Os legumes são tostados no forno e vão direto para o liquidificador com água fervente. Com folhas de manjericão para dar um perfume, ainda é um prato ideal para quem não quer proteína animal na mesa.

Cultura

Mesmo sendo um dos lançamentos mais badalados da Netflix este ano, The Sandman não está com a segunda temporada garantida. No Twitter, o escritor inglês Neil Gaiman, em cujos quadrinhos a série é baseada, pediu que os fãs maratonem os 11 episódios para que obter “um desempenho incrivelmente bom”, explicando que os capítulos, repletos de efeitos especiais, são muito caros. “Então, sim, nós fomos o melhor show do mundo nas últimas duas semanas, mas ainda pode não ser suficiente”, disse. Respondendo a um fã, ele explicou que a plataforma mede o sucesso de uma produção em parte pelo ritmo que ela é assistida, daí as maratonas contarem mais. (Rolling Stone)

Voltando ao universo criado por George R.R. Martin, A Casa dos Dragões estreou no domingo na HBO com tudo aquilo a que os fãs de Game of Thrones se acostumaram: fantasia, violência, nudez gratuita e, claro, dragões, além de referências mais ou menos escondidas à série original. Como os episódios são liberados semanalmente, a HBO deu uma palhinha do que está por vir em um novo trailer, liberado ontem. (Omelete)

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A ditadura chinesa retirar de filmes trechos contrários a suas políticas já é corriqueiro. Agora, o governo de Pequim edita obras para acrescentar cenas. Foi o que aconteceu com a animação Minions 2: A Origem de Gru, que estreou no país, que ganhou “fotos” e uma narração para mudar o final. Em vez de o vilão Will Karnage fugir após simular a própria morte, ele é preso e condenado. Já Gru, que deveria acompanhar o mestre na fuga, volta para o “bom caminho”, o que é incompatível com primeiro filme da série, nos qual ele aparece adulto e, claro, malvado. (Estadão)

Cotidiano Digital

E a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou ontem um pedido de adiamento dos prazos máximos de liberação da faixa de 3,5 gigahertz (GHz) e lançamento da quinta geração de telefonia, o 5G, em todas as capitais. Com isso, a ativação da tecnologia deve ser concluída até 27 de novembro. O prazo máximo de lançamento do serviço já havia sido adiado anteriormente por falta de equipamentos para instalação. Desta vez, o motivo é a necessidade de “desocupação da faixa e mitigação de eventuais interferências na recepção das estações”. (g1)

E ontem foi a vez de Florianópolis (SC), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES) receberem a rede 5G. Ao todo, são 12 capitais do país com a tecnologia. (CNN Brasil)

O bilionário Elon Musk negocia um acordo com a startup americana Synchron para uma possível aceleração na Neuralink, empresa fundada por ele para desenvolver chips implantados no cérebro de humanos. Fundada em 2016 em Nova York, a Synchron tem como objetivo ajudar pacientes paraplégicos a manusear objetos eletrônicos com a mente. Para isso, a companhia não exige uma incisão no crânio humano, ao contrário da Neuralink, de Musk. A startup já realizou um implante com sucesso em um paciente humano nos Estados Unidos, com aval da agência reguladora do país. Já a Neuralink ainda não obteve aval regulatório para realizar testes em humanos. (Estadão)

Enquanto isso... O fundador da Tesla segue na batalha judicial contra o Twitter depois de ter desistido de adquirir a plataforma. Musk pediu ao cofundador do Twitter, Jack Dorsey, dados sobre usuários ativos da rede social para usá-los no processo contra a empresa. O empresário alega que o Twitter não o informou corretamente sobre a quantidade de contas falsas em sua plataforma. Dorsey, que apoiou a negociação de Musk com o Twitter, foi presidente-executivo da empresa até novembro de 2021. (g1)

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