Fachin suspende trechos do decreto das armas e enfrenta Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin provocou fúria no Palácio do Planalto ao suspender monocraticamente trechos dos decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL) flexibilizando compra, posse e porte de armas de fogo por cidadãos, atendendo a pedidos de uma ação do PT e duas do PSB. Em sua decisão, Fachin sustenta haver risco de violência política nas eleições deste ano e questiona se o uso indiscriminado de armas de fogo realmente aumenta a segurança. O ministro também restringiu os efeitos de uma portaria conjunta dos ministérios da Justiça e da Defesa aumentando o limite de munição que pode ser comprado. (UOL)

Bolsonaro, conta Lauro Jardim, ficou muito irritado e com a sensação de que o Supremo, ou pelo menos Fachin, está agindo para provocá-lo às vésperas do 7 de setembro. Sem citar o ministro, ele disse em redes sociais que “abusos podem ser cometidos sob o pretexto de enfrentar abusos” favorecendo “verdadeiros tiranos”. Seus aliados foram no mesmo tom. O vice-presidente Hamilton Mourão disse em redes sociais que o Judiciário “extrapola suas atribuições”. Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além de atacar Fachin, lembrou que o próximo presidente indicará dois ministros para o STF e afirmou que, se o pai não for reeleito, os futuros indicados terão “mesmo pensamento militante e à margem da lei do ministro Fachin”. (Globo)

Nos bastidores do STF, a suspensão dos decretos foi vista como um recado para o ministro Kássio Nunes Marques. Primeiro indicado de Bolsonaro à Corte, ele interrompeu em 17 de setembro do ano passado, com um pedido de vistas, o julgamento em Plenário desse tema e não dá qualquer indicação de que vá liberar seu voto. Na decisão de ontem, Fachin mencionou o tempo que o processo já passou na gaveta do colega. (Folha)

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A pesquisa do Ipec, encomendada pela TV Globo e divulgada ontem, mostra estabilidade nos líderes da corrida presidencial e um discreto avanço do pelotão seguinte. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com os mesmos 44% dos dois levantamentos anteriores, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) recuou de 32% para 31%, dentro da margem de erro de dois pontos. Também dentro da margem, Ciro Gomes (PDT) foi de 7% para 8%, e Simone Tebet (MDB), de 3% para 4%. Em relação à pesquisa de 14 de agosto, os dois subiram dois pontos, no limite da margem. Num segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 52% a 36%. Bolsonaro lidera em rejeição: 49% dos entrevistados dizem que não reelegeriam o presidente sob hipótese alguma, dois pontos a mais que na última pesquisa. Já o percentual dos que não admitem votar em Lula se manteve em 36%. (g1)

Miriam Leitão: “No Sudeste, região mais populosa do país, Lula ampliou de seis para 11 pontos a diferença sobre Bolsonaro. Entre eleitores de renda até um salário-mínimo Lula tem 56% dos eleitores, 35 pontos de vantagem. De um a dois salários-mínimos, a vantagem de Lula cresceu de 16 para 23 pontos. E Bolsonaro achava que justamente aí ele cresceria com o programa social turbinado para as eleições. Isso indica que a estratégia do presidente não está funcionando, pelo menos na velocidade com que ele e seus aliados esperavam. O risco, na iminência de uma derrota, é que ele perca apoio na reta final da campanha.”

A Polícia Militar do Distrito Federal antecipou para a noite de ontem a interdição da Esplanada dos Ministérios para o desfile de 7 de Setembro, prevista para as 17h de hoje. A medida foi tomada para evitar que caminhoneiros bolsonaristas entrassem na via antes do bloqueio e participassem dos atos convocados pelo presidente. Nas redes, um vídeo mostrava um fila de caminhões e ônibus se dirigindo à esplanada. (Metrópoles)

Para ler com calma. A linha de frente da organização de protestos bolsonaristas para o 7 de Setembro conta com pelo menos 25 pessoas e canais em redes sociais fichados pela Polícia Federal por pregação antidemocrática, atos extremistas e difusão de notícias falsas. (Estadão)

Meio em vídeo. Na véspera de um 7 de setembro mais que radicalizado, uma das grandes questões é a postura das Forças Armadas diante de ameaças de ruptura institucional. Para entender esse processo, Mariliz Pereira Jorge, Christian Lynch e Pedro Doria recebem no #MesaDoMeio o diplomata e ex-ministro da Defesa e das Relações Exteriores Celso Amorim, um dos nomes da oposição com melhor trânsito entre os militares. Hoje, ao vivo, excepcionalmente mais cedo, às 17h. Em seguida, nosso trio faz um balanço exclusivo para assinantes premium. Assine! (YouTube)

A derrota da Constituição inclusiva chilena, rejeitada em plebiscito no domingo por 61,9% a 38,1%, não significa que o país queira continuar com a Carta Magna imposta em 1980 pelo ditador Augusto Pinochet. Segundo pesquisa do Instituto Ipsos, 78% da população deseja uma nova Constituição, com apenas 13% favoráveis à manutenção do texto atual. Para 41%, uma equipe de especialistas deveria redigir a nova Carta, enquanto 26% preferem uma comissão mista de parlamentares e constituintes eleitos. “Há um consenso de que o texto constitucional deve ser mudado. O que se rejeitou foi a proposta da Assembleia Constituinte”, disse Alejandra Ojeda, gerente de Estudos do Ipsos no Chile. (La Nación)

Meio em vídeo. Na violência da tentativa de assassinato de Cristina Kirchner e na derrota fragorosa da Constituição identitária chilena existem lições importantes para nós, aqui, no Brasil. Lições para sobreviver à eleição e para o governo que deve vir. Lições que podem nos ensinar a evitar a volta da extrema-direita. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Liz Truss foi escolhida ontem pelo Partido Conservador como sua nova líder e, por conseguinte, sucessora do primeiro-ministro demissionário Boris Johnson, que vai passar-lhe o cargo ainda hoje. A futura premiê, de 47 anos, é considerada uma “sobrevivente política”, começou a carreira no Partido Liberal-Democrata e participou de protestos nos anos 1980 contra Margareth Thatcher, cujo legado hoje jura defender, com cortes de impostos e redução do Estado. Entretanto, em seu primeiro discurso, ela prometeu priorizar a crise de energia que afeta o país, com medidas que incluem empréstimos governamentais a geradoras para subsidiar a redução nas contas — na contramão da cartilha thatcherista. Dada a gravidade da crise, os efeitos do Brexit e outros temas espinhosos, analistas acreditam que Truss não terá direito a uma “lua de mel” com o cargo. (BBC)

Viver

A Administração Nacional de Produtos Médicos da China (NMPA), semelhante à nossa Anvisa, aprovou a primeira vacina nasal contra a covid-19 do mundo. O imunizante não utiliza agulha, é de fácil armazenamento e seu spray é aplicado diretamente pelo nariz. Desenvolvida pela farmacêutica CanSino Biologics, a Convidecia será utilizada na China como dose de reforço. Segundo especialistas, vacinas nasais podem ajudar a acabar com a pandemia porque criam uma proteção contra o vírus na região da mucosa nasal, onde eles se multiplicam, inibindo sua ação logo na “porta de entrada”. Os atuais imunizantes injetáveis não são capazes de dar essa primeira proteção. (g1)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou, nesta segunda-feira, a lei que facilita o acesso à contracepção, permitindo que mulheres façam laqueadura e homens, vasectomia, sem a necessidade de autorização do cônjuge. O texto prevê o prazo máximo de 30 dias para que sejam disponibilizados métodos contraceptivos, e reduz a idade mínima para esterilização voluntária de pessoas com capacidade civil plena, de 25 para 21 anos. A nova legislação, que entra em vigor em seis meses, também permitirá a esterilização cirúrgica em mulher durante o período de parto, observadas as condições médicas. (Metrópoles)

Um relatório produzido por organizações do terceiro setor, divulgado nesta segunda-feira, indica uma série de medidas para o desenvolvimento sustentável e a segurança da Floresta Amazônica. Entre as principais providências estão a valorização dos servidores públicos, para atração e permanência em pontos mais críticos e afastados das capitais, além de investimentos em tecnologias de monitoramento remoto e análise automatizada. O documento ainda sugere que sejam revogadas as normas que limitam a fiscalização ambiental e impedem a responsabilização de infratores. (Estadão)

Panelinha no Meio. Canjica é aquela sopa doce que nos esquenta em festas juninas. Sim, mas não é só isso. O milho branco é um ingrediente versátil, como mostra este purê cremoso de canjica, um prato salgado com o aroma inconfundível da noz moscada. Acompanhamento perfeito para assados e grelhados.

Cultura

O filme Marte Um (trailer), de Gabriel Martins, foi escolhido representante do Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme em língua estrangeira. O roteiro conta a história dos Martins, uma família negra de classe média baixa que vive na periferia de uma grande cidade no momento que um presidente de extrema-direita é eleito. O título se refere ao sonho do filho caçula de estudar astrofísica e colonizar Marte. Já em cartaz por aqui, o longa estreou sob elogios no Sundance, um dos mais importantes festivais de cinema independente no mundo. (UOL)

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O funkeiro William Santos Souza, o MC William do Borel, foi preso pela Polícia Federal na noite de domingo em pleno Rock In Rio, onde acabara de fazer uma participação no show de Buchecha. Segundo a PF, a prisão ocorreu devido a uma “sentença judicial definitiva”. William, de 50 anos, havia sido preso em Curitiba, em 2013, por tráfico de drogas. O rapper fez sucesso nos anos 1990, quando fazia dupla com MC Duda, e chegou a gravar com Lulu Santos. (g1)

Ser aplaudido de pé por sete minutos no Festival de Veneza é algo reservado apenas para os grandes astros. Pois Brendan Fraser está nessa categoria. Antigo galã de filmes de ação como A Múmia (trailer) e comédias como Endiabrado (trailer), ele arrebatou a seleta plateia do festival com seu papel em Whale (Baleia), de Darren Aronofsky. Fraser, cuja carreira andava em baixa há anos, faz um professor online obeso mórbido que decide dar um novo rumo para a vida. “Foi o meu maior desafio, mas ele é o homem mais heroico que interpretei porque seu superpoder é ver o lado bom dos outros” diz o ator. (Estadão)

Desde que as regras de distanciamento da covid-19 foram relaxadas em Nova York, a Broadway retomou suas atividades com produções de alta qualidade. Só faltou combinar com o público. A média de espectadores da temporada recém-encerrada foi cerca da metade verificada antes da pandemia. “As pessoas se acostumaram a não sair de casa. Vamos enfrentar essa tendência por alguns anos ainda”, diz Jeremy Blocker, diretor-gerente do New York Theater Workshop. (Folha)

Cotidiano Digital

O Instagram foi multado nesta segunda-feira em US$ 402 milhões pela Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC) após uma investigação envolvendo o uso das informações pessoais de crianças. A ação, iniciada em 2020, investigava menores de 13 a 17 anos que tinham permissão para operar contas comerciais, o que facilitou a exposição de seus números de telefone, endereços e e-mails. Esta é a segunda maior multa do tipo já aplicada na União Europeia e ocorre quando a rede enfrenta uma forte investigação sobre segurança infantil. No ano passado, a empresa desistiu de lançar uma versão do Instagram para crianças, o Instagram Kids. (UOL)

A fabricante sul-coreana LG lançou ontem uma plataforma de compra e venda de NFTs para seus televisores. Chamado LG Art Lab, o serviço permite comercializar e exibir NFTs na tela da TV. O usuário também poderá mostrar sua coleção para outros, exibir em galerias oficiais ou comprar tokens. As compras podem ser feitas por meio de QR Code e conectadas automaticamente à uma carteira digital Wallypto. Por enquanto, a nova opção está disponível somente para os usuários nos Estados Unidos. (The Verge)

E o TikTok, o aplicativo mais baixado do mundo, negou nesta segunda-feira ter sofrido uma violação de segurança. Recentemente, um grupo de hackers publicou em um fórum que havia conseguido comprometer o código-fonte do aplicativo chinês, conseguindo coletar detalhes de contas de alguns bilhões de usuários. Entretanto, a rede social afirmou à Bloomberg não ter encontrado qualquer evidência de ataque. (Bloomberg)

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