Programas sociais podem ir parar no Orçamento Secreto

O Orçamento Secreto, recurso pelo qual parlamentares destinam recursos a suas bases eleitorais sem se identificarem, entrou na mira da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como alternativa para custear programas sociais e promessas de campanha. O assunto foi um dos principais temas da reunião de ontem entre Lula e o vice Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da transição pelo lado do futuro governo, junto com integrantes da bancada petista. Mesmo deixando para 2024 a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, programas sociais e investimentos que estimulem o desenvolvimento demandariam R$ 175 bilhões extras. Alckmin se reúne hoje em Brasília com o relator do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI) e com o presidente da comissão de orçamento, Celso Sabino (União-PA), e um dos temas será o remanejamento de emendas do relator — o dito Orçamento secreto — para esses programas. O principal mecanismo para conseguir esses recursos, entretanto, continua sendo a chamada PEC da Transição, que a equipe de Lula gostaria de ver aprovada até 15 de dezembro, mas que implica negociação com o Centrão. O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG), defende que a PEC retire em definitivo do teto de gastos o Auxílio Brasil, que deve voltar a se chamar Bolsa Família. (Globo)

E a equipe de transição do próximo governo vai ser anunciada hoje por Alckmin. Alguns nomes, porém, já são conhecidos. Ontem o deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) anunciou que atuará na área de cidades e habitação. Outra função já decidida é a da futura primeira-dama, Rosângela da Silva. Conhecida como Janja, a socióloga dever ser a responsável pela organização da cerimônia de posse. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ontem que todos os partidos aliados já fizeram suas indicações para a equipe de transição e que esses nomes não têm relação com a futura composição do Ministério de Lula. (Folha)

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O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou ontem que as polícias estaduais, a PF e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviem dados dos caminhões e outros veículos que participaram de bloqueios de estradas e de atos golpistas nas portas de quartéis. No despacho, ele cobrou que as forças de segurança “informem se identificaram líderes, organizadores e/ou financiadores dos referidos atos antidemocráticos” e deu prazo de 48 horas para resposta. Moraes entende que as manifestações afetaram “a segurança pública em todo o território nacional, inclusive por meio de crimes contra as instituições democráticas”. (Metrópoles)

E agentes da PRF foram alvo de violência por parte de manifestantes de extrema direita em pelo menos dois estados. Em Novo Progresso (PA), bolsonaristas que bloqueavam a BR-163 atiraram contra as viaturas, ferindo pelo menos um policial. Já em Santa Catarina, agentes foram agredidos com barras de ferro quando tentavam identificar participantes de um bloqueio na BR-470, em Rio do Sul. Dois policiais ficaram feridos, e um suspeito foi preso. (UOL)

Meio em vídeo. Tem um fenômeno novo na praça, o bolsonarismo está se metamorfoseando numa espécie de religião política. Num culto. São pessoas que se descolaram completamente da realidade. Isso pode ser muito mais perigoso do que parece. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

O Ministério da Defesa anunciou ontem que entregará nesta quarta-feira ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório sobre a auditoria nas urnas eletrônicas no pleito deste ano. O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, e o Tribunal de Contas da União haviam cobrado o envio do documento logo após o primeiro turno, mas os militares alegaram que o resultado seria incompleto, prometendo o relatório para depois da segunda rodada de votação. (CNN Brasil)

Meio em vídeo. Uma semana após a eleição, temos dois países. Um deles, democrático, prepara o caminho para um novo governo, sob a égide de um novo presidente eleito. O outro, o Brasil paralelo, está em frente aos quartéis e nas estradas, bloqueando rodovias em nome de uma fraude que só os apoiadores mais extremados de Jair Bolsonaro conseguem enxergar. Neste #MesaDoMeio, Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge e Flávia Tavares discutem a rápida escalada golpista no país, puxada pelo silêncio que vem do Palácio do Planalto. Ao vivo, às 19h. (YouTube)

Os eleitores americanos vão hoje às urnas para as eleições legislativas que marcam a metade do mandato presidencial. Segundo pesquisas, o Partido Democrata, que hoje possui tênues maiorias na Câmara e no Senado, enfrenta um cenário de pesadelo. A percepção de mau desempenho na economia ofuscou o debate sobre o aborto e os riscos à democracia, dando aos republicanos, radicalizados sob o comando do ex-presidente Donald Trump, a chance de controlar o Legislativo e virtualmente paralisar o governo Joe Biden. (CNN)

Viver

O Brasil conheceu na tarde desta segunda-feira os 26 nomes dos jogadores convocados
pelo técnico Tite para disputar a Copa do Mundo no Catar pela Seleção brasileira. A lista teve poucas surpresas, como a convocação do lateral-direito Daniel Alves, que joga no Pumas, do México, e tem sido criticado pela torcida do clube. No ataque, Roberto Firmino, atualmente no Liverpool, da Inglaterra, e Gabigol, do Flamengo, ficaram de fora. A oportunidade ficou para o jogador do Arsenal, da Inglaterra, Gabriel Martinelli, que jogou 92 minutos nos três amistosos em que participou pela seleção. (Folha)

Claro que a internet não iria perdoar a lista de Tite, principalmente a convocação de Daniel Alves, e provocou uma chuva de memes nas redes sociais. (UOL)

Enquanto isso... Uma publicação da diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, Angela Rollemberg Santana Landim Machado, pode custar caro ao clube. Após o segundo turno das eleições, ela publicou comentários preconceituosos em relação ao Nordeste, onde o presidente eleito Lula (PT) venceu. O MP do Distrito Federal quer que o Banco de Brasília suspenda o patrocínio ao Flamengo com base numa cláusula do contrato que proíbe “práticas de discriminação”. Angela é casada com Rodolfo Landim, presidente do clube e apoiador de Jair Bolsonaro (PL). (Meio)

No segundo dia de reuniões da COP27, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para o momento crítico pelo qual o planeta passa com as mudanças climáticas e disse que estamos próximos de chegar a um caos “irreversível”. Segundo Guterres, “estamos em uma estrada no caminho para o inferno climático com o pé no acelerador". Mais tarde, o presidente francês, Emmanuel Macron, demonstrou o desejo de pressionar os países ricos não europeus, como Estados Unidos e China, para que façam sua parte no auxílio dos mais pobres a lutar contra as mudanças do clima. Ele também pediu que os países emergentes abandonem rapidamente o uso do carvão como fonte de energia. (g1)

Pesquisadores do Reino Unido deram início ao primeiro teste clínico de transfusão de sangue criado em laboratório do mundo. O estudo tem como objetivo saber como o fluido recebido pelos voluntários do experimento se comporta dentro do corpo humano. O sangue é produzido com a utilização de células-tronco flexíveis, que são direcionadas a se tornarem glóbulos vermelhos, responsáveis por levar oxigênio por todo o corpo. O propósito dos cientistas britânicos é fabricar sangue para pessoas cujos grupos sanguíneos são muito raros, que dificilmente conseguem obter doadores. (BBC Brasil)

Panelinha no Meio. Descascar abacaxis é quase um hábito nacional. Vamos fazer isso por uma boa causa, preparando um picadinho oriental com lombo e abacaxi. A receita é abrasileirada, com couve e pimenta dedo-de-moça, mas conserva uma característica do Oriente: você leva mais tempo cortando os ingredientes — e deve fazer isso com esmero — do que no fogão.

Cultura

Em 1991, não havia banda de rock em atividade mais popular que o Guns N’Roses, que saíra do anonimato apenas quatro anos antes. Confiantes no sucesso, Axl Rose e companhia decidiram que seu terceiro trabalho não seria um, mas dois álbuns, Use Your Illusion I e II, com 30 músicas inéditas — incluindo sucessos como November Rain, You Could Be Mine, Civil War, além de Knockin’ On Heaven’s Door e Live And Let Die, covers de Bob Dylan e Paul McCartney, respectivamente. A aposta rendeu, com os dois ocupando o topo das paradas e vendendo até hoje 7 milhões de cópias cada. Agora, 31 anos depois, chega às plataformas e lojas uma edição comemorativa mastodôntica trazendo 97 faixas, sendo 63 inéditas. Entre as curiosidades estão gravações ao vivo e versões de Don’t Cry e You Ain’t the First com a participação de Shannon Hoon, vocalista do Blind Mellon, morto em 1995. (Estadão)

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A Academia de Hollywood anunciou ontem que o comediante Jimmy Kimmel será o apresentador da cerimônia de entrega do Oscar 2023, marcada para o dia 12 de março. Será a terceira vez que ele comandará a festa. O fato de ser um veterano do Oscar e ainda comandar um dos talk shows mais populares dos EUA pesou na escolha, já que a Academia tenta recuperar a audiência da cerimônia, que vem caindo ano a ano. Em um comunicado após a oficialização de seu nome, Kimmel brincou: “Sou grato à Academia por me convidar rapidamente assim que todos os bons disseram não”. Ao que se sabe, somente Chris Rock, esbofeteado no palco por Will Smith na edição deste ano, foi sondado e recusou. (UOL)

A máquina de desinformação contra o processo eleitoral brasileiro não poupa ninguém. As “vítimas” da vez foram duas cantoras célebres: a americana Lady Gaga e a sueca Agnetha Fältskog, uma das vocalistas do lendário grupo ABBA. Uma publicação golpista que circula nas redes de extrema direita traz uma montagem com o presidente Jair Bolsonaro (PL) “conversando” com “a ministra Stefani Germanotta”, nome de registro de Lady Gaga, sobre uma intervenção militar. Já Agnetha aparece em um vídeo em sueco falando sobre a própria carreira, mas a identificando como uma “renomada juíza” e com legendas falsas levantando dúvidas sobre a derrota de Bolsonaro. As cantoras se juntam à ex-atriz pornô Mia Khalifa, apresentada em outro vídeo falso como “diretora antifraude eleitoral do Tribunal de Haia”. Há uma certa fixação com Mia, que já havia sido mostrada falsamente como cientista por bolsonaristas na CPI da Pandemia. (Globo)

Cotidiano Digital

Com o avanço da Covid-19 na China e a demanda fraca pelo novo iPhone 14, a Apple deve reduzir a produção de novos celulares. A companhia espera produzir pelo menos três milhões de aparelhos a menos do que o previsto originalmente este ano. Com isso, serão 87 milhões de celulares ou até menos, ante a meta de 90 milhões. A demanda pelos modelos 14 e 14 Plus, alternativas mais baratas às versões Pro, foi a que mais caiu. Além disso, a política de “covid zero” na China vem impactando a produção da Foxconn, principal fabricante de produtos da Apple no mundo, que enfrenta o lockdown imposto em Zhengzhou. (Bloomberg)

Após a aquisição do Twitter por Elon Musk, pessoas insatisfeitas têm buscado plataformas alternativas. Entre elas está o Mastodon, que bateu a marca de 1 milhão de usuários mensais ativos e ganhou quase 500 mil novos inscritos depois que a compra do Twitter foi oficializada. Criada há seis anos, a rede social é semelhante ao Twitter, permitindo que os perfis escrevam postagens, recebam curtidas e publicações. Entretanto, o Mastodon é uma rede coletiva formada por diferentes servidores temáticos, divididos por cidade, país ou interesse, mas são de propriedade de diferentes indivíduos e organizações. (BBC)

E o YouTube anunciou que agora é possível visualizar os vídeos curtos da plataforma, conhecidos como Shorts, na tela de televisores inteligentes, dispositivos de streaming e consoles de videogames lançados a partir de 2019. Os vídeos serão reproduzidos no próprio aplicativo do Youtube, sem a necessidade de um app adicional. (Canaltech)

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