Equipe de transição de Lula mantém frente ampla da campanha

Mais do que preparar o terreno para o futuro governo, a equipe de transição que começou a ser anunciada ontem pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) mostra uma tentativa de manter unida a frente que apoiou no segundo turno o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ainda atrair um aliado cobiçado no Congresso, o PSD. Junto com nomes já esperados do PT e de outros partidos de esquerda, foram confirmados os economistas André Lara Resende e Pérsio Arida, os criadores do Plano Real, e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada no primeiro turno. Ela será uma das coordenadoras da área de desenvolvimento social. Ao todo, serão 31 grupos de trabalho. Após uma reunião com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Gilberto Kassab, que preside o PSD, indicou o deputado Antonio Brito (BA) para integrar o conselho político do governo de transição. Quatro senadores do partido devem também participar, formal ou informalmente, da equipe comandada por Alckmin. (Folha)

Resende e Arida, nomes muito associados ao governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, vão trabalhar em conjunto com os petistas Guilherme Mello e Nelson Barbosa, ministro do Planejamento de Dilma Rousseff. Indagado sobre a divergência de visões sobre as prioridades da economia dentro do grupo, Alckmin ressaltou que não são opiniões opostas, mas “complementares”. (Estadão)

A escolha das 31 áreas prioritárias na transição indica que o presidente eleito Lula deve realmente ampliar o número de ministérios em seu governo. Recriar a pasta da Cultura e instituir a dos Povos Originários foram algumas das promessas de campanha do petista. (Poder360)

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Integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) temem que o relatório a ser divulgado hoje pelo Ministério da Defesa sobre a auditoria nas urnas eletrônicas seja ambíguo e, com isso, dê fôlego a manifestações golpistas de extrema direita pelo país, conta o Painel. Não há preocupação de que o documento aponte alguma fraude na votação, algo que nunca aconteceu em décadas de uso das urnas, mas que não seja contundente o suficiente. (Folha)

Ontem, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, recusou-se a reconhecer numa entrevista a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo esperar o relatório dos militares, que, segundo ele “com certeza”, apresentará algo. Gleisi Hoffmann, presidente do PT e integrante da equipe de transição, classificou a declaração de Costa Neto como “golpismo”. (Metrópoles)

Míriam Leitão: “As Forças Armadas vão ‘fazer marola’, como me disse uma autoridade, e vão alimentar esse ambiente de instabilidade que o bolsonarismo quer manter no país, após a derrota nas urnas. Não há qualquer evidência de problemas nas urnas eletrônicas. Este foi um problema criado pelo governo Bolsonaro. E se as Forças Armadas fizerem isso que estão ameaçando, vão mostrar a sua pior face.” (Globo)

No Meio Político que chega aos assinantes premium a partir das 11h, o cientista político e colunista Christian Lynch analisa como a guerra bolsonarista continua depois da batalha eleitoral, vencida por Lula. Para que se vença o populismo reacionário, do qual Jair Bolsonaro é um expoente, é necessária uma combinação complexa que passa pelo sucesso de governos moderados no costume e exitosos na frente socioeconômica. Mas também é preciso que se submetam as plataformas digitais ao império da lei. Seja um assinante premium e leia esta e outras análises com exclusividade!

Os procuradores-gerais de Justiça de São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo disseram ontem haver indícios de que empresários estão organizando e financiando bloqueios de estradas e manifestações golpistas nas portas de quartéis. Eles se reuniram em Brasília com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, para relatar as manifestações de extrema direita em seus estados. “Na nossa visão há uma grande organização criminosa, com funções definidas, financiadores, arrecadadores. Tem várias mensagens com número do pix para que mais pessoas possam abastecer financeiramente”, afirmou Mario Luiz Sarrubbo, procurador-geral de Justiça de São Paulo. (Poder360)

Para ler com calma. Santa Catarina, um dos estados em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi mais votado, tornou-se uma área de risco para pessoas de origem nordestina desde a eleição de Lula (PT). São agressões verbais, ameaças físicas e exibição de símbolos racistas em diversos municípios do estado. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) acionou a polícia após a circulação no campus de uma carta pregando a destruição de “gays, negros, feministas e amarelos” e dizendo “Bolsonaro vai ganhar novamente e vai ser o fim de vocês”. (Piauí)

Os votos ainda estão sendo contados na maioria dos estados americanos, mas já ficou claro que a expectativa dos republicanos de uma “onda vermelha”, cor do partido, não aconteceu, embora a tendência seja que retomem o controle da Câmara. Os democratas conseguiram virar a disputa pelo Senado na Pensilvânia e precisam conservar mais três cadeiras (Nevada, Arizona e Georgia) para consolidar a maioria na Casa. Uma das principais vitórias republicanas foi a de um antigo tival de Donald Trump, na Flórida, onde o senador Marco Rubio recebeu 58% dos votos. Os democratas fizeram história ao elegerem, em Massachusetts, a primeira governadora lésbica do país, Maura Healey, e o primeiro governador negro de Maryland, Wes Moore. (Globo)

Após a Suprema Corte retirar a garantia constitucional ao aborto, cinco estados fizeram ontem plebiscitos sobre o tema, com três deles já decididos: Califórnia, Michigan e Vermont aprovaram emendas às constituições estaduais garantindo o aborto legal. No Kentucky, os eleitores vão decidir se o estado pode legislar proibindo a prática, enquanto Montana debate uma lei controversa punindo médicos que não protejam a vida de fetos que cheguem a nascer durante abortos. (CNN)

Escalando a equipe

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Viver

Com exceção da China, os países emergentes e em desenvolvimento precisarão de mais de US$ 2 trilhões por ano para combater as mudanças climáticas. É o que diz o relatório divulgado nesta terça-feira durante reunião da COP27, que ocorre na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, até o dia 18 de novembro. O valor anual necessário para financiar os objetivos climáticos até 2030 pode chegar a US$ 2,4 trilhões. Espera-se que US$ 1 trilhão chegue via investidores internacionais, nações desenvolvidas ou instituições multilaterais. O restante seria financiado pelos próprios países utilizando receitas públicas ou privadas. (Estadão)

Os desafios para os participantes da COP27 vão além das questões climáticas. Jornalistas, negociadores e membros da sociedade civil reclamam do caos logístico. “É tudo caríssimo, não tem água nem comida para todo mundo, tem pessoas dormindo na rua por falta de hotel”, relata Claudio Angelo, coordenador de comunicação do Observatório do Clima, que fala da desorganização do evento. “Pessoas que estão nas salas de negociação não conseguem escutar umas às outras porque tem um monte de ruído o tempo todo." (O Eco)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou nesta terça-feira a irmã de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Atual presidente da Associação Nacional de Universidades Particulares (Anup), Elizabeth Guedes terá quatro anos de mandato no órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC) que auxilia a formular e avaliar políticas públicas educacionais. Bolsonaro também escolheu para o cargo a ex-secretária da Educação Básica de seu governo, Ilona Becskehazy, que chegou a ser indicada para o MEC por Olavo de Carvalho, um guru do bolsonarismo. (Estadão)

Uma premiação inédita revelou nesta terça-feira os 40 melhores hospitais públicos do Brasil. O reconhecimento foi concedido às unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) mais eficientes e bem avaliadas pelos usuários. O vencedor foi o Hospital Estadual de Sumaré, no interior paulista, seguido pelo Hospital Geral de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, e o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcantara, em Fortaleza (CE). A iniciativa é realizada pelo Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), em parceria com instituições como a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). (O Globo)

Cultura

A terça-feira foi destaque paras as escritoras brasileiras na disputa por algumas das mais prestigiadas premiações literárias. A organização do Prêmio Jabuti, considerado o mais importante do país, divulgou a lista de cinco finalistas em cada uma de suas 20 categorias. Em uma das mais disputadas, romance, livros escritos por mulheres vão disputar o prêmio. O vencedores serão anunciados no próximo dia 24. (Estadão)

Quatro escritoras brasileiras – Micheliny Verunschk, Tatiana Salem Levy, Ana Martins Marques e Maria Fernanda Elias Maglio – foram anunciadas ontem como finalistas do Prêmio Oceanos, dedicado à produção literária de países de língua portuguesa. Elas vão competir com seis autores e autoras de Portugal e Moçambique, país que sediará pela primeira vez a entrega do prêmio, marcada para o dia 9 de dezembro. (Globo)

Enquanto isso... A poetas Elisa Lucinda e Roseana Murray são as convidadas de hoje na penúltima edição do ano do Clube de Leitura CCBB, no Rio. Elas vão ler e comentar o livro Americanah, publicado em 2013 pela nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, considerada uma das mais importantes vozes femininas na literatura negra. O evento acontece às 16h, com entrada franca mediante ingresso retirado no local, e a gravação estará disponível a partir do dia 11 no canal do BB no YouTube.

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A quinta e penúltima temporada da série The Crown chegou hoje à Netflix precedida de muita polêmica, não só pela morte de fato da personagem principal, a rainha Elizabeth II, em setembro. Políticos, jornalistas e até artistas reclamam do tom sensacionalista que as últimas temporadas deram aos escândalos da família real, especialmente porque, embora a série seja explicitamente uma obra de ficção, boa parte do público britânico a enxerga quase como um documentário. Esta temporada mergulha na separação do agora rei Charles III e da princesa Diana, vividos por Dominic West e Elizabeth Debicki. Os dois, claro, defendem a série, dizendo que as feridas envolvendo o casal ainda “devem ser cutucadas”. (Folha)

Cotidiano Digital

A novela da aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft continua. A Comissão Europeia anunciou uma “investigação aprofundada” envolvendo um dos maiores negócios do mercado de jogos, de US$ 69,7 bilhões. As averiguações são pelos possíveis efeitos sobre a concorrência no segmento. A Comissão alega que a Microsoft pode impedir o acesso aos jogos da fabricante dos jogos Call of Duty e Overwatch para outras distribuidoras, limitando o mercado. O negócio começou a ser analisado em setembro deste ano. Com a decisão de hoje, os órgãos reguladores da União Europeia têm até março de 2023 para decidir se aprovam ou não a aquisição. (The Verge)

Por falar em aquisição, a Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, fundada pelo chinês Changpeng Zhao, anunciou nesta terça-feira que chegou a um acordo para adquirir sua principal concorrente, a FTX. O anúncio da “transação estratégica" acontece em meio a um pânico que causou preocupação sobre a possibilidade de a FTX entrar em falência. A operação, no entanto, traz uma série de desconfianças por parte do mercado sobre os desdobramentos da transação, que pode esbarrar em questões regulatórias. Após o anúncio, o bitcoin voltou à mínima em mais de cinco meses, negociado na faixa dos US$ 18 mil. (Valor Investe)

Meio em vídeo. Mal se tornou dono do Twitter, Elon Musk conseguiu envergonhar mais que patriota agarrado em frente de caminhão. Demitiu e recontratou gente, bloqueou pessoas importantes e até suspendeu conta paródia de ator! Cora Rónai e Pedro Doria buscam entender (e explicar) o que o bilionário está fazendo. (YouTube)

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