Ciclo eleitoral se encerra hoje com diplomação de Lula e Alckmin

O processo das eleições presidenciais de 2022 termina hoje com a diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB). O diploma sacramenta o resultado do pleito de certifica que eles estão aptos a tomarem posse no dia 1º de janeiro. Ao contrário de outras eleições, porém, a diplomação este ano vai contar com um esquema de segurança inédito, devido aos atos golpistas que acontecem pelo pais. Além da costumeira varredura dentro do prédio do TSE, o grupamento antibombas da PF vai examinar as imediações do local, que estará isolado pela PM do Distrito Federal, e haverá duas barreiras com detectores de metais para todos os convidados, incluindo autoridades. Somente Lula e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, vão discursar, mas a plateia terá convidados como a presidente do STF, Rosa Weber, todos os integrantes da Corte Eleitoral, as mulheres dos diplomados e os ministros já apontados por Lula. (UOL)

Na véspera da diplomação de Lula, o presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu na porta do Palácio da Alvorada e cumprimentou apoiadores. Desta vez, porém, não discursou, ao contrário do que aconteceu na última sexta-feira. Logo após a derrota do Brasil para a Croácia, Bolsonaro, que não se manifestava em público desde o dia 2 de novembro, falou por cerca de 20 minutos, misturando exaltações ao patriotismo com ameaças não muito veladas. “E hoje estamos vivendo um momento crucial, uma encruzilhada. Um destino que o povo tem que tomar. Quem decide o meu futuro, por onde eu vou, são vocês. Quem decide para onde vai (sic) as Forças Armadas são vocês”, afirmou. (Metrópoles)

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O presidente eleito Lula passou a tarde de ontem tratando dos dois assuntos mais urgentes da transição: o Orçamento da União e a composição de seu ministério. Ele e Alckmin se reuniram com o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), com os futuros ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Aloísio Mercadante. No centro da discussão, a PEC da Transição, aprovada no Senado e que deve ser votada esta semana pelos deputados. Cumprindo um acordo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a apensou a outra PEC já aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), permitindo que o assunto vá diretamente ao Plenário. Na segunda parte da reunião, Lula traçou as linhas da composição de seu gabinete. Segundo Costa, serão recriados ministérios seguindo, em linhas gerais, o organograma do segundo mandato do presidente, entre 2007 e 2010. (g1)

Sobre o Orçamento, a Coluna do Estadão conta que Castro pretende apresentar seu parecer hoje já incluindo os R$ 145 bilhões para o Bolsa Família que devem ser destravados pela PEC. (Estadão)

Embora só pretendesse anunciar seus ministros após a diplomação hoje, Lula antecipou para a última sexta-feira a divulgação de cinco ministros-chave: além de Fernando Haddad e Rui Costa, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) na Justiça e Segurança Pública, o ex-presidente do TCU José Múcio na Defesa e o embaixador Mauro Vieira para as Relações Exteriores. (Poder360)

Eliane Cantanhede: “Ao anunciar o coração do seu governo, com Fazenda, Justiça, Defesa, Itamaraty e Casa Civil, o presidente eleito Lula dá cara, coração e alma ao seu novo mandato, demonstra maturidade e pragmatismo, sem improviso e concessões, e sinaliza que quer pacificação, não guerra. E vem mais por aí, incluindo mulheres, negros e indígenas muito competentes. Lula está começando bem.” (Estadão)

Bernardo Mello Franco: “Lula cumpriu a promessa de indicar um civil para o Ministério da Defesa, mas o futuro ocupante do cargo não inspira muito otimismo. José Múcio Monteiro será nomeado com a bênção dos generais que cercam Jair Bolsonaro. Os mesmos que deram retaguarda a suas ameaças contra a democracia.” (Globo)

Durante a campanha, Lula prometeu revogar todos os pródigos sigilos de cem anos decretados por Bolsonaro. Agora, a equipe de transição estuda como fazê-lo sem ferir a Lei Geral de Proteção de Dados, que veda a divulgação de determinadas informações pessoais de cidadãos. Além de estabelecer, via decreto ou norma técnica, regras mais objetivas para o sigilo, a equipe defende divulgação dos documentos com tarjas ocultando informações protegidas de fato pela LGPD. (Globo)

Outro problema que Bolsonaro deixa é o procurador-geral Augusto Aras, cujo mandato vai até setembro. O novo governo estaria impondo uma condição para trabalhar com ele: o afastamento da vice-procuradora Lindôra Araújo, vista como bolsonarista convicta. (Folha)

O PL de Jair Bolsonaro elegeu a maior bancada na Câmara, com 99 deputados, mas pode não desfrutar desse número. Há no TSE quatro processos por fraude no cumprimento da cota de 30% de candidaturas de mulheres, e três dessas ações se referem a chapas estaduais e federais do partido do presidente. O quarto processo corre contra o PRTB. “Os partidos precisam atender uma cota mínima de candidaturas e, como as mulheres são excluídas desse processo partidário, há a estratégia de convocação apenas para cumprir a lei”, diz a cientista política da UFPI Luciana Santana. (Globo)

Preso após uma tentativa frustrada de autogolpe de Estado, o ex-presidente do Peru Pedro Castillo alega agora que foi dopado antes de anunciar a dissolução do Parlamento e a intervenção no Judiciário. Segundo seu advogado Guillermo Oliveira, ele recebeu minutos antes “uma substância” que deveria ser água, mas que continha alguma droga. “Todo mundo viu que ele lia de forma trêmula”, falou o advogado. “Suponho que também estivesse um pouco sedado.” Segundo um aliado que o visitou na prisão, Castillo diz não se lembrar do pronunciamento em cadeia nacional. (Poder360)

Ressaca no Qatar

Marcelo Martinez

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Viver

A delegação da seleção brasileira chegou ao Rio de Janeiro na manhã de ontem, após ser eliminada da Copa do Mundo do Qatar. Mas não houve uma grande recepção. As cerca de 50 pessoas que aplaudiram os jogadores e comissão técnica estavam no saguão para recepcionar familiares ou em serviço. O Brasil perdeu para a Croácia nos pênaltis por 4 a 2, após empatar por 1 a 1 na prorrogação. (Estadão)

Quem também foi eliminado do Mundial, mas segue no Qatar, foram Cristiano Ronaldo e outros nove jogadores portugueses, que preferiram ficar no país com suas famílias. Portugal se despediu da competição após a vitória surpreendente do Marrocos por 1 a 0, que se tornou o primeiro país africano a chegar em uma semifinal de Copa do Mundo. Os marroquinos enfrentarão a França, que derrotou a Inglaterra por 2 a 1, enquanto os croatas buscam uma vaga na final contra a Argentina, que venceu a Holanda por 4 a 3 nos pênaltis, após empate emocionante de 2 a 2 no tempo regulamentar. (Estadão e Globo Esporte)

A Nasa concluiu a missão Artemis I neste domingo com o retorno da cápsula Orion, que caiu em segurança na costa oeste americana às 14h40, no horário de Brasília. A agência espacial vai verificar os dados produzidos pela cápsula para avaliar a possibilidade de enviar astronautas na próxima fase da missão, em meados de 2024, que tem como objetivo levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra para a Lua ainda em 2025. A missão Artemis I percorreu mais de dois milhões de quilômetros e deu várias voltas no satélite da Terra desde que foi lançada, em 16 de novembro. (g1)

O Brasil recebeu 1,4 milhão de doses da vacina bivalente da Pfizer contra covid-19 nesta sexta-feira. A farmacêutica deve entregar outros lotes ainda hoje, somando um total de 4,5 milhões de doses do imunizante que utiliza a cepa original do Sars-CoV-2 e da variante ômicron, BA.1. Ainda estão previstas mais 4,4 milhões de doses até 19 de dezembro. A Pfizer também planeja entregar outras 27,4 milhões de vacinas contra as subvariantes BA.4 e BA.5, totalizando 36,3 milhões de doses em dois meses. Mesmo com a chegada dos imunizantes, o Ministério da Saúde ainda não divulgou orientações sobre sua distribuição ou quem poderá receber as aplicações. (Folha)

Após um esforço de recuperação da espécie, o ICMBio soltou 12 ararinhas-azuis, consideradas extintas na natureza, no sertão baiano de Curuçá no último sábado. Esta foi a maior soltura da ave desde março de 2020, quando outros 52 exemplares retornaram a seu habitat. (g1)

Cultura

Para ler com calma. Seja pela influência do streaming, seja para “marvelização” dos filmes, o cinema feito para adultos nos Estados Unidos está morrendo por falta de público. Por dois anos seguidos, filmes dramáticos de roteiros densos e atuações maduras, o tipo que faz o gosto do Oscar, têm fracassado nas bilheterias. E nem nomes a quem se atribuía um toque de Midas estão imunes. O autobiográfico Os Fablemans (trailer), de Steven Spielberg, custou US$ 40 milhões, fora as despesas de marketing, e faturou somente US$ 5,7 milhões em quatro semanas de exibição. (New York Times)

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A cantora baiana Margareth Menezes deve ser anunciada nesta semana como titular do recriado Ministério da Cultura. Na sexta-feira, Malu Gaspar revelou que ela foi convidada pelo presidente eleito Lula e aceitou. O nome de Margareth foi patrocinado pela futura primeira-dama, Janja da Silva, que defendia um artista para o cargo e já havia convidado a cantora para o show da posse do marido. Margareth será, ao mesmo tempo, a primeira mulher e a primeira pessoa negra anunciada no ministério de Lula, além de vir de um estado onde ele teve uma vitória expressiva. (Globo)

O convite a Margareth foi recebido com festa entre artistas como Caetano Veloso, Maria Gadú e Elisa Lucinda. Mas políticos e produtores culturas manifestaram preocupação com a pouca experiência política e administrativa da cantora. O produtor Luiz Carlos Barreto foi um dos que criticaram abertamente a escolha. “Foram seis anos de demolição. Esse ministro tem que ser um grande gestor, que conheça bem as entranhas de Brasília”, escreveu. Já Elisa Lucinda lembra que Gilberto Gil, ministro da Cultura na primeira gestão de Lula, se cercou de técnicos competentes no ministério. (Folha)

Cotidiano Digital

E o Twitter Blue está de volta. A rede social anunciou o relançamento do seu programa de assinaturas para esta segunda-feira. O serviço terá um custo mensal de US$ 8, sendo US$ 11 por mês para usuários do sistema iOS, para iPhone. Ao assinar o programa, o usuário poderá editar tweets, baixar vídeos em 1080p, terá acesso a um modo leitor e, além disso, receberá um selo de verificação azul depois que sua conta for revisada. Essa é a segunda tentativa do Twitter de lançar o novo formato. No início de novembro, pouco depois de Elon Musk concluir a compra da empresa, o programa de assinaturas foi lançado, mas teve de ser suspenso pelo grande número de contas falsas. (g1)

E nem a mobília da sede do Twitter ficou de fora da reestruturação da empresa. A rede social vai leiloar móveis, eletrodomésticos e itens de decoração do escritório principal, em São Francisco. O lance mínimo é de US$ 25 e o leilão será aberto em 13 de janeiro. (Business Insider)

A startup japonesa ispace lançou neste domingo uma missão espacial para a Lua com o objetivo de pousar o primeiro módulo de caráter privado no satélite natural. Em um foguete Falcon 9, da SpaceX, o módulo decolou às 2h38 (4h38 de Brasília) da base de Cabo Canaveral, na Flórida. A startup de cerca de 200 funcionários espera que esse seja o primeiro passo para o lançamento de “um serviço de transporte frequente e de baixo custo para a Lua”. Caso a missão seja bem-sucedida, o Japão pode ser o quarto país a conseguir o feito, atrás de Estados Unidos, Rússia e China. (Olhar Digital)

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