Brasil em alerta para mais terror golpista

O Palácio do Planalto acionou no fim da noite de ontem o Supremo Tribunal Federal (STF) devido a um alerta de novos atos golpistas programados para hoje, revelou Malu Gaspar. O risco foi detectado pela Advocacia-Geral da União (AGU) após o monitoramento de grupos bolsonaristas nas redes sociais, onde eles convocam extremistas para uma “Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder” em todo o país às 18h desta quarta-feira. A AGU pediu ao ministro Alexandre de Moraes que determine a adoção de “medidas imediatas, preventivas e necessárias” pelas autoridades federais e estaduais para evitar invasão de prédios públicos e bloqueio de vias. (Globo)

Um dos sinais da nova onda golpista foi um vídeo compartilhado (e apagado duas horas depois) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, conta Natuza Nery. Na gravação, uma pessoa mente, dizendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não foi eleito”, e sim “escolhido pelo STF e pelo TSE”. A publicação foi interpretada como uma senha para novos distúrbios. (g1)

O risco de mais atentados golpistas aumenta a pressão sobre o ministro da Defesa, José Múcio, criticado pela postura apaziguadora em relação aos atos antidemocráticos nas portas de quartéis. Segundo o Painel, a cúpula do PT vê a situação de Múcio como insustentável e espera que ele peça demissão espontaneamente, poupando a Lula o desgaste de exonerá-lo (Folha)

Não é só. Servidores no Planalto alertam que parte da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência, segue trabalhando para Jair Bolsonaro, conta Vera Rosa. (Estadão)

A pesquisadora Michele Prado, autora de Tempestade Ideológica, monitora e estuda a extrema direita brasileira há tempo o suficiente para descrever, com didatismo, quem eram aquelas pessoas que depredaram a democracia brasileira e tentaram um golpe de Estado no domingo. E como elas — ou melhor, como nós chegamos aqui. No Meio Político de hoje, Michele explica que, para os extremistas, trata-se de um processo de radicalização que está cada vez mais acelerado e cujo objetivo é um só: a ruptura institucional. E engana-se quem minimiza o tamanho do extremismo de direita no Brasil ou acha que o terror já passou, Michele alerta. O Meio Político é exclusivo para assinantes premium. Assine!

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mandou prender o ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres e o ex-comandante da PMDF coronel Fábio Augusto. Os dois são acusados de omissão e conivência com os atos terroristas cometidos contra as sedes dos Três Poderes no dia 8. Torres, que teve a prisão pedida ainda no domingo pela Advocacia-Geral da União (AGU), está em Orlando, na Flórida, mesma cidade para onde viajou o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem foi ministro da Justiça, mas agentes da PF fizeram uma busca em seu endereço. Segundo pessoas próximas, ele deve voltar ao Brasil nos próximos dias e se entregar, conta Natuza Nery. Já o coronel foi preso em casa. Torres foi exonerado ainda no domingo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), depois afastado do cargo por Moraes. Augusto também foi exonerado, mas na segunda-feira, pelo interventor federal Ricardo Cappelli. (g1)

O Palácio do Planalto já tem informações de que Torres, ao contrário do que havia alegado, se encontrou com Bolsonaro em Orlando, revela Tales Faria. A reunião teria acontecido no sábado, véspera dos atos terroristas em Brasília. (UOL)

Já com a prisão decretada, Torres compartilhou uma mensagem no Instagram dizendo que seu WhatsApp havia sido clonado e recomendando que seus contatos não aceitassem mensagens nem ligações. Segundo Bela Megale, investigadores veem uma possível estratégia para justificar a ausência de mensagens no celular, que será apreendido quando ele for preso. (Globo)

Segundo o interventor na área de segurança do DF, Ricardo Cappelli, Anderson Torres demitiu titulares de cargos-chave na secretaria antes de viajar para os EUA, deixando a estrutura acéfala. “Houve desmonte do comando da secretaria. O secretário viajou por acaso? Essas ações são coincidência? Não me parece”, diz o interventor. (Globo)

Em outra frente, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse ontem, em entrevista à GloboNews, que 50 mandados de prisão devem ser expedidos contra organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos. Cerca de 200 pessoas foram presas em flagrante durante os ataques de domingo e outras 1.200 no dia seguinte, no acampamento montado em frente ao QG do Exército. (g1)

Ontem, a Polícia Federal liberou, por questões humanitárias, cerca de 600 manifestantes que estavam detidos em Brasília. Eram idosos acima de 65 anos, pessoas com comorbidades graves e mulheres com crianças. Todos foram interrogados e tiveram os celulares periciados antes da liberação. (Extra)

E as fake news nas redes bolsonaristas seguem à toda. Na mais recente, uma idosa teria morrido sobre custódia da PF em Brasília. A publicação usava uma foto de 2018 de um banco de imagens. A pessoa na foto é Deolinda Tempesta Ferracini, que morreu em outubro de 2022. “Fake news porca, nojenta”, disse Juliana Cuchi Oliveira, neta da idosa. (Metrópoles)

O Senado aprovou ontem a intervenção da União na área de segurança do Distrito Federal, que já havia passado pela Câmara. Decretada no domingo pelo presidente Lula, ela foi uma resposta aos atos terroristas que culminaram com a invasão e depredação do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto. Embora a votação tenha sido simbólica, sem contagem nominal, oito senadores fizeram questão de manifestar voto contrário: Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Carlos Portinho (PL-RJ), Styvenson Valentim (Podemos-RN), Plinio Valério (PSDB-AM), Eduardo Girão (Podemos-CE), Carlos Viana (PL-MG), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Zequinha Marinho (PL-PA), todos da base do governo Bolsonaro. A intervenção, a princípio, tem validade até o dia 31 deste mês. (UOL)

E o Plenário do STF julga hoje, de forma virtual, a decisão monocrática do ministro Alexandre de Moraes que afastou por 90 dias o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por suspeita de omissão e conivência com os atos terroristas de domingo. No formato virtual, não há debate entre os ministros; cada um deve registrar seu voto até as 23h59 desta quarta-feira. (Poder360)

Força-tarefa

Orlando Pedroso

Dois meses 560

Viver

Um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, mostra que as temperaturas globais em 2022 ficaram 1,2°C acima dos níveis pré-industriais, o oitavo ano consecutivo com temperaturas médias acima mais altas do que aquele tempo. O ano passado também ficou 0,3°C acima da média do período entre 1991 e 2020. O último verão europeu foi o mais quente já registrado, com ondas de calor castigando vários países do continente, além de nações asiáticas, como China, Índia e Paquistão. (UOL)

Corte de carne tipicamente brasileiro, a picanha foi eleita o segundo melhor prato do mundo em um ranking do TasteAtlas, plataforma croata de gastronomia global. A lista leva em consideração críticas e avaliações de usuários e profissionais de todo o mundo, classificando as comidas com notas de um a cinco. A picanha recebeu a nota 4,86 e superou pratos como a pizza marguerita e o ceviche, perdendo apenas para o Karê, uma espécie de curry, da culinária japonesa. Outras receitas brasileiras também entraram no top 50, com a vaca atolada, em 29º lugar, a moqueca, em 49º, seguida pelo feijão tropeiro na 50ª colocação. (Estadão)

No forno, na grelha, na panela ou no sanduíche. Conheça 42 receitas para preparar uma suculenta picanha. (Receiteria)

O corpo de Roberto Dinamite foi sepultado nesta terça-feira em Duque de Caxias, na Baixada fluminense. No mesmo dia, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, publicou um decreto modificando o nome do trecho da via que passa em frente ao estádio de São Januário, onde o ex-jogador fez história, passando a se chamar Avenida Roberto Dinamite. O número do estádio também foi alterado, de 131 para 10, o mesmo que o ex-atacante utilizava na camisa. Dinamite morreu no domingo, aos 68 anos, em decorrência de um câncer no intestino. (Estadão)

Cultura

Após um período de crise, o Globo de Ouro voltou a brilhar e servir como prévia do Oscar. Na festa da ontem à noite, dois filmes se destacaram. Os Fabelmans (trailer), obra semiautobiográfica de Steven Spielberg, levou melhor filme dramático e melhor diretor. Já Os Banshees de Inisherin (trailer) foi a melhor comédia e o melhor roteiro e deu a Collin Farrell o prêmio de melhor ator de comédia. A Casa do Dragão, da HBO foi a melhor série dramática; Abbott Elementary, a melhor cômica. A performance no papel-título de Elvis (trailer) garantiu o prêmio de melhor ator de drama a Austin Butler, com Cate Blanchett escolhida a melhor atriz dramática por Tár (trailer). Diferentemente do Oscar 2022, não houve pancadaria, mas por pouco. Quando tentaram cortar o discurso de Michelle Yeoh, melhor atriz em comédia por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (trailer), ela mandou a produção calar a boca. “Eu posso lhes dar uma surra! Estou falando sério”, disse. A plateia riu, mas é bom lembrar que a atriz malaia de 60 anos começou fazendo filmes de artes marciais e até hoje dispensa dublês. Vai quê... (Variety)

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Às vezes a vida imita a arte, às vezes a atropela. Foi o que aconteceu com extremistas.br, que estreia hoje na Globoplay. A série, que analisa os fatores que levaram à radicalização da direita brasileira, teve de ser atualizada na última hora devido aos ataques terroristas do último fim de semana, quando bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF. Com oito episódios, extremistas.br (trailer) aborda temas como armamentismo, uso da religião, negacionismo, manipulação da moral e dos costumes, engenharia dos algoritmos e o chamado marketing da indignação. Os três primeiros episódios estão disponíveis hoje, outros três no dia 18, e os dois últimos no dia 25.

Por falta de música nova, passei uma regravação na velha. O U2 anunciou para o dia 17 de março o disco de seu novo álbum, mas quem está esperando canções inéditas vai se decepcionar. As 40 faixas de Songs of Surrender são regravações de sucessos da própria banda irlandesa. Segundo o guitarrista The Edge, todos na banda eram muito jovens quando aquelas canções foram lançadas. “Algumas cresceram conosco. Outras não. Como podemos nos reconectar com essa essência depois de crescer e mudar tanto?”, indagou. (Rolling Stone)

Cotidiano Digital

A Microsoft deve investir US$ 10 bilhões na OpenAI, criadora da Inteligência Artificial (IA) ChatGPT. Segundo a Bloomberg, o acordo vem sendo discutido há alguns meses entre as empresas e deve durar por alguns anos. A gigante de tecnologia já havia feito um aporte em 2019, e atualmente vem trabalhando para integrar o ChatGPT ao seu buscador Bing, concorrente do Google. A tecnologia especializada na criação de textos da OpenAI ganhou popularidade ao responder a perguntas complexas feitas pelos usuários em um chat similar aos automatizados de atendimento ao cliente. (Bloomberg)

Recentemente, a Microsoft anunciou sua própria IA. Chamado de VALL-E, o mecanismo é capaz de usar apenas três segundos de áudio para imitar a voz de qualquer pessoa. (UOL)

O app de mobilidade 99, que pertence ao grupo chinês DiDi, iniciou nesta semana um processo de demissão de funcionários no Brasil. A lista de cortes inclui profissionais de áreas como experiência do cliente, recursos humanos, segurança, redes sociais e análise de dados. Atualmente, a 99 tem cerca de 800 funcionários no país. Em setembro de 2022, a companhia já havia demitido 80 pessoas. Na China, a controladora da 99 foi uma das 14 empresas de tecnologia investigadas pelo governo chinês por mais de dois anos por suspeita de abuso dominante no mercado local. (Metrópoles)

E a partir de hoje, os chineses estão proibidos de produzir e espalhar deepfakes que prejudiquem “a economia e segurança nacional”. O país estabeleceu uma série de regras para conter a disseminação de informações falsas criadas por softwares de IA, sendo o primeiro a tomar medidas nesse sentido. Além da proibição, o regulador da Internet e Ciberespaço chinês determinou que fornecedores de tecnologias deepfake devem rotular as imagens, vídeos e textos que foram gerados ou editados sinteticamente quando estes puderem ser interpretados como reais. (Gizmodo)

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