GSI esvaziou segurança do Planalto no sábado

Visto com desconfiança pelo governo Lula, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) desmobilizou o esquema especial de segurança do Palácio do Planalto 20 horas antes dos atos terroristas de domingo. Por escrito, o órgão dispensou o pelotão de 36 homens que reforçava o Batalhão da Guarda Presidencial e deixou esta unidade praticamente sem equipamento de controle de tumultos, como bombas de gás e balas de borracha. O envio de reforços só aconteceu depois das invasões e por iniciativa do Comando Militar do Planalto. Aparelhado por bolsonaristas durante a gestão do general Augusto Heleno, o GSI ainda não teve sua estrutura atualizada pelo recém-empossado novo ministro, general Marco Edson Gonçalves Dias. (Estadão)

Em depoimentos prestados à Polícia Federal, golpistas presos no domingo e na segunda-feira disseram que os militares presentes no Palácio do Planalto lhes deram “sensação de segurança” durante os ataques. Lucas Costa Brasileiro, de Sobradinho (BA), conta que os militares acenaram para que se abrigassem no Palácio do Planalto e tentaram impedir que os terroristas fossem presos por policiais do DF. Oziel Lara, de Santa Catarina, diz que oficial do Exército os orientou a usar uma saída de emergência para escapar dos PMs, que só começaram a reprimir a ação terrorista após decretada a intervenção federal na segurança do DF. Procurado, o Comando do Exército não se manifestou. (g1)

O desrespeito ao dever de proteger a ordem não se limitou a Brasília. A Procuradoria-Geral do Amazonas acusa o Comando Militar da Amazônia (CMA) de ter dado apoio a golpistas acampados na porta de sua sede. Segundo os procuradores, os militares, por exemplo, cederam espaço dentro da unidade para que os extremistas guardassem seus pertences quando foi cumprida a ordem de desmonte do acampamento. (A Crítica)

Meio em vídeo. Quantas vezes na história o Exército brasileiro foi convocado a defender a pátria? Não foram muitas. O domingo foi uma delas e o Exército envergonhou o Brasil. Precisamos falar dos militares. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ontem ao STF a abertura de uma investigação contra três deputados eleitos bolsonaristas: Silvia Waiãpi (PL-AP), André Fernandes (PL-CE) e Clarissa Tércio (PP-PE). Eles são suspeitos de incentivar os atos terroristas de domingo por meio de publicações em redes sociais. (Metrópoles)

E o PL corre na Câmara para tentar aprovar um projeto, apresentado no fim do ano passado que concede anistia a todos que tenham participado, incentivado ou financiado bloqueios em rodovias, acampamentos em portas de quartéis e demais atos antidemocráticos após o segundo turno das eleições. Grupos de esquerda nas redes sociais já começaram um movimento para a rejeição ou mesmo o arquivamento do projeto. (Estadão)

Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo são, até o momento, os estados com o maior número de financiadores dos atos golpistas identificados pela Polícia Federal. Empresários, especialmente do agronegócio e do setor de transportes, e CACs (caçadores, atiradores e colecionadores de armas) são os grupos que mais deram apoio ao terrorismo. (g1)

É justo dizer que o Brasil repudia os atos terroristas que atingiram as sedes dos Três Poderes no último domingo. Pesquisa do Datafolha mostra que 93% dos entrevistados condenam os ataques golpistas, aprovados por apenas 3%, enquanto 2% se disseram indiferentes e 1% não soube responder. Há uma divisão maior quanto à punição dos envolvidos. Para 46%, todos devem ser presos, 26% acreditam que alguns devem ir para a cadeia, 15% acham que a prisão é o lugar da maioria, 9% defendem que ninguém seja preso e 4% não souberam opinar. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, 17% são contra qualquer prisão. Já os financiadores dos atos golpistas devem ser presos para 77% dos ouvidos, enquanto 18% são contra sua prisão. Outro ponto pacífico é a inação do governo do Distrito Federal, identificada por 63% dos entrevistados. Já 37% acham que o governo Lula fez menos do que deveria. (Folha)

Meio em vídeo. O Conversas com o Meio recebe Sergio Abranches para falar sobre a tentativa de golpe de Estado que ocorreu no último domingo, em Brasília. O cientista político comenta, no bate-papo com Pedro Doria, como se deu a ação violenta dos golpistas e a necessidade de se investigar o financiamento e os “arquitetos intelectuais” do 8 de janeiro. Abranches traz, ainda, uma preocupação quanto ao que chama de “semitutela militar”. “Enquanto o Brasil não enfrentar a questão militar, não vamos avançar”, diz ele. Qual a real participação das forças policiais no combate (ou na falta dele) aos terroristas? Como vemos Bolsonaro e os militares após isso tudo? A reação do presidente Lula foi acertada? Entenda. (YouTube)

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em votação eletrônica, manteve as decisões do ministro Alexandre de Moraes afastando por 90 dias o governo do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e prendendo o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres e o ex-comandante da PMDF Fábio Augusto Vieira. Os três são acusados de omissão e conivência nos atos terroristas do último domingo. Somente os dois ministros nomeados por Jair Bolsonaro divergiram. André Mendonça votou contra o afastamento de Ibaneis e a favor da prisão de Torres, que o sucedeu no Ministério da Justiça. Kássio Nunes Marques foi voto vencido nas duas decisões. (g1)

Radio Novelo

Rádio Novelo Apresenta

Nesta semana em que o Brasil mergulhou no caos, o Rádio Novelo Apresenta chega como um bálsamo. Desta vez, o episódio passa longe de questões políticas urgentes e mergulha na história de um encontro que mudou para sempre a vida de uma jovem. Maria Stockler Carvalhosa perdeu a visão na adolescência. Depois de anos de adaptação, cheios altos e baixos, ela recebeu um telefonema com uma notícia muito esperada, mas improvável: havia sido escolhida como candidata a parceira de um cão guia.

No episódio, Maria relata em primeira pessoa os momentos antes, durante e depois da chegada de Café, um labrador preto.

O Rádio Novelo Apresenta tem episódio novo toda quinta-feira. Ouça no site e em todas as plataformas de streaming.

Viver

As ministras dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, foram as últimas a tomar posse no governo Lula, em cerimônia concorrida realizada no Palácio do Planalto nesta quarta-feira. Primeira indígena a chefiar um ministério, Guajajara homenageou o indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Phillips, assassinados durante uma expedição no Vale do Javari, Amazonas, em junho de 2022. Em seu discurso, Anielle disse que “estamos aqui porque a gente tem um projeto de país, onde uma mulher negra possa acessar e permanecer em diferentes espaços de tomada de decisão da sociedade, sem ter sua vida ceifada com cinco tiros na cabeça”. Durante a solenidade, o presidente Lula sancionou o Projeto de Lei que tipifica a injúria racial como crime de racismo. (g1 e UOL)

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A Justiça de São Paulo concedeu progressão para regime aberto a Suzane von Richthofen, de 39 anos, que já deixou a cadeia. Ela estava presa desde 2002 pelo assassinato dos próprios pais em cumplicidade com o namorado Daniel Cravinhos e do irmão deste, Christian. O Ministério Público já anunciou que vai recorrer da decisão. (g1)

Um estudo publicado pela revista científica Advances in Atmospheric Sciences revela que 2022 foi o ano mais quente para os oceanos desde que os dados começaram a ser compilados, na década de 1950. Quatro das sete regiões marítimas quebraram recordes de calor no ano passado e, em todas as áreas do globo, 2022 está entre os dez anos mais quentes de todos os tempos. Além de aumentar mais rápido, o calor da água está atingindo profundidades cada vez maiores, podendo se tornar um fenômeno irreversível até 2100 e causar impactos negativos na vida terrestre. (Valor)

Panelinha no Meio. Quer impressionar convidados e, ao mesmo tempo, fazer algo leve? Nesta receita o filé de pescada é arrumado como uma roseta e assado em papilotes com azeite e vinho branco. E manga grelhada dá um frescor a mais.

Cultura

Morreu ontem, aos 78 anos, vítima de meningite, o guitarrista inglês Jeff Beck, um dos mais completos gênios do instrumento. Ele despontou para o estrelato em 1965 ao substituir outra lenda, Eric Clapton, no grupo The Yardbirds. Seu temperamento explosivo e a vontade de expandir seus horizontes musicais o levaram a investir na carreira solo. Seu álbum de estreia, Truth, de 1968, apresentou ao mundo tanto o jovem vocalista Rod Stewart quanto o blues rock hiper amplificado que, em pouco tempo, seria conhecido como heavy metal. Mas ele era grande demais para um estilo. Produzido pelo “quinto Beatle” George Martin, o álbum instrumental Blow by Blow, de 1975, demoliu as paredes entre o rock e o jazz, assim como sua parceria com o tecladista tcheco Jan Hammer. Pop, rock, hip-hop, fusion, pense em um estilo, e lá estava Jeff Beck brilhando. Ganhador de oito Grammys e integrante do Rock’n’Roll Hall of Fame, aposentadoria nunca esteve em seu horizonte, tanto que lançou seu trabalho mais recente no ano passado, 18, parceria com o amigo Johnny Depp, com quem planejava uma turnê. Não deu tempo. (BBC)

“Sua técnica era única; sua imaginação, aparentemente sem limites.” Foi assim que o amigo e várias vezes parceiro Jimmy Page, do Led Zeppelin, definiu ontem Jeff Beck. “Não consigo expressar toda a minha tristeza”, tuitou Ozzy Osbourne, que contou com a guitarra do amigo em seu último álbum, Patient Number 9. “A partir dos Yardbirds e do Jeff Beck Group, ele abriu um caminho incendiário impossível de igualar”, resumiu Paul Stanley, do Kiss. (LouderSound)

Um dia após vencer o Globo de Ouro, Os Fabelmans (trailer) chega em grande estilo hoje aos cinemas brasileiros. O longa é uma reminiscência semificcional da infância de seu diretor, Steven Spielberg, com destaque para a sempre ótima Michelle Williams. Quem quer rir tem Edmilson Filho, o Jackie Chan brasileiro, em Férias Trocadas. E os que apreciam uma biografia musical podem escolher entre os uivos de I Wanna Dance With Somebody — A História de Whitney Houston (trailer) e a reboladas de Me Chama Que Eu Vou (trailer), sobre o “cigano de araque” (obrigado, Rita Lee) Sidney Magal.

Confira a programação dos cinemas na sua cidade. (AdoroCinema)

E por falar... Em Globo de Ouro, os argentinos estão rindo de orelha a orelha. O obrigatório longa Argentina, 1985 (trailer), sobre o julgamento dos crimes da ditadura militar, ganhou o prêmio de melhor filme em língua estrangeira. “Depois da Copa do Mundo, é uma grande alegria”, disse o ator Ricardo Darín, protagonista da trama. Veja a lista completa de vencedores. (Folha)

Cotidiano Digital

O Twitter afirmou ontem que não há evidência de que dados recentemente vendidos online foram obtidos por meio da exploração de uma vulnerabilidade nos sistemas da companhia. A rede social disse que dados de 5,4 milhões de contas foram comprometidos por um bug descoberto no início do ano passado e que havia passado por correção. Nesta semana, o Procon de São Paulo notificou a companhia depois que contas e e-mails de mais de 200 milhões de usuários, a maioria brasileiros, foram expostos em um fórum após um ataque hacker descoberto por uma empresa de tecnologia. (UOL Tilt)

E as recentes rodadas de demissões feitas pela rede social do bilionário Elon Musk também atingiram os escritórios do Brasil. O setor mais afetado foi o de moderação de conteúdo, que praticamente não tem mais pessoal. A nova leva de demissões afetou pelo menos 10 pessoas. Atualmente, o Twitter segue com um time reduzido no país. (Tecmundo)

Anualmente, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulga sua tradicional lista 10 Breakthrough Technologies com os avanços tecnológicos que prometem ser destaques ao longo do ano. A edição de 2023 traz apostas em ferramentas que envolvem IA, biotecnologia, ciência espacial, mudanças climáticas e computação. A publicação também destaca as novas tecnologias que podem ter efeitos positivos em áreas como educação e saúde. Veja a lista. (MIT Technology Review)

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