Presidente do BC acena com bandeira branca para Lula

Alvo de ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou ontem, em entrevista ao Roda Viva (íntegra no YouTube), da TV Cultura, que a instituição tenha viés político. “Se o BC quisesse fazer política, não teria aumentado os juros no ano eleitoral”, disse. A taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. “O Banco Central não gosta de juros altos. Óbvio que a gente quer fazer o melhor possível para ter o juro baixo. Então, a gente acredita que é possível fazer fiscal junto com o bem-estar social. Mas a gente acredita que é muito difícil ter bem-estar social com inflação descontrolada”, afirmou Campos Neto. (g1)

Vera Magalhães: “Já na primeira resposta, quando questionado a respeito de atos seus que feriram a institucionalidade e a independência esperadas de um presidente do BC autônomo, como fazer parte de grupo de WhatsApp com ministros do governo Jair Bolsonaro ou votar com a camisa da Seleção Brasileira, se esquivou da saia justa declarando que as eleições foram legítimas. Recado: Bolsonaro é página virada. Disse até que espera fazer ‘amigos’ no novo governo e quer trabalhar em harmonia com a equipe do petista.” (Globo)

O PT, entretanto, segue no ataque. Ontem, o Diretório Nacional do partido aprovou uma resolução para que Campos Neto explique ao Congresso sua política de juros. “O presidente do Banco Central prestaria um grande serviço ao país, se antecipando e vindo por conta própria ao Congresso”, escreveu o líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu (PR). Segundo pessoas presentes ao encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vinha mantendo um bom diálogo com Campos Neto, endossou as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos juros, dizendo que o chefe da autoridade monetária não pode estar acima do presidente da República nem da política de governo. (CNN Brasil)

Porém, cotado para assumir a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), conta a Coluna do Estadão, já sinalizou a aliados que não pretende dar tração a qualquer iniciativa contra Campos Neto. Segundo ele, a tensão entre BC e o Planalto é “coisa de momento”. (Estadão)

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A festa de 43 anos do PT, ontem à noite, manteve o clima de campanha eleitoral. Além de voltar a chamar de golpe o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, o presidente Lula agradeceu a José Dirceu o apoio no período em que esteve preso. Lula ainda brincou, pedindo a todos “uma rezinha” para que ele “durar um pouco mais”, lembrando que poucos sindicalistas fundadores do partido ainda estão vivos. Ontem, aliás, O PT decidiu renovar até 2025 o mandato na presidência do partido da deputada Gleisi Hoffmann (PR). (Poder360)

Meio em vídeo. E se a gente não pensasse em dividir as pessoas entre esquerda e direita. Será que se dividíssemos entre socialistas, liberais e conservadores a gente entenderia diferentemente o Brasil? Talvez. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

A Advocacia Geral da União pediu ontem à Justiça Federal do DF a condenação de 54 pessoas e três empresas, além de “uma associação e um sindicato”, acusadas de financiar os atos terroristas de 8 de janeiro. A AGU quer que eles paguem R$ 20,7 milhões à União para sanar os prejuízos causados pela depredação das sedes dos Três Poderes. Em outra ponta, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF um parecer pela soltura de 12 pessoas presas por envolvimento nos atos golpistas. A decisão cabe ao ministro Alexandre de Moraes, relator da matéria. Nos dois casos, os processos e investigações correm em segredo de Justiça. (UOL)

Para ler com espanto. Agredido e roubado por golpistas no dia 8 de janeiro, o repórter fotográfico Pedro Ladeira conseguiu recuperar o equipamento após ver sua câmera anunciada em um site de vendas. Um amigo do fotógrafo marcou um encontro com o “vendedor”, que foi detido pela Polícia Civil do DF. O homem, de 26 anos, disse ter “achado” o equipamento na Praça dos Três Poderes no dia dos atentados. Ele prestou depoimento e foi liberado, e Ladeira recuperou a câmera. (Metrópoles)

Meio em vídeo. De volta dos EUA, onde esteve com o par Joe Biden, o presidente Lula fez o que parecia inviável até o ano passado: colocou o Brasil de volta na diplomacia global. No #MesaDoMeio de hoje — ao vivo, às 19h —, Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge e Christian Lynch debatem os efeitos da retomada das conversas com países, antes, esnobados pelo governo brasileiro. Também na pauta estão o abatimento de objetos não-identificados no céu da América do Norte e o desenrolar da crise ianomâmi. Em seguida, o trio responde às perguntas do público no segmento exclusivo para assinantes premium. Assine. (YouTube)

WWF

Energia além do fóssil

Um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) indica que o Brasil bateu neste mês a marca de 25 gigawatts de energia solar produzida tanto em usinas de grande porte quanto em sistemas de geração própria em telhados e pequenos terrenos. Esse tipo de energia já equivale a 11,6% da matriz elétrica nacional, crescendo, em média, 1 GW por mês desde julho do ano passado. Em dez anos, o setor evitou a emissão de 33,4 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. (Um Só Planeta)

Comprometido com a temática sustentável desde a campanha eleitoral, o governo Lula encara um de seus primeiros testes ambientais. O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem interesse em abrir novas fronteiras exploratórias na margem equatorial brasileira, principalmente na foz do Amazonas. Com poucos estudos sobre os impactos de uma possível exploração de petróleo numa área socioambientalmente tão rica, especialistas alertam para os desastres causados por um eventual acidente na exploração, enquanto a estatal pressiona os órgãos reguladores para a permissão da atividade na região. (Sumaúma)

O relatório final da COP 26, ocorrida em 2021 na Escócia, pede que os países reduzam a produção de carvão e os subsídios a combustíveis fósseis. Naquele ano, grandes empresas do setor financeiro uniram-se em uma aliança comprometida em acelerar a descarbonização da economia. Mas, um relatório publicado pela organização Reclaim Finance aponta que 161 dessas instituições financiaram pelo menos 211 das empresas que mais produzem energia poluente. Para Fabio Alperowitch, especialista em investimentos ESG, é necessário o amadurecimento das questões climáticas entre os países, exercendo uma pressão importante para que os acordos sejam minimamente respeitados. Entenda.

Viver

No domingo, Pela primeira vez desde o início da pandemia, em 2020, o Brasil não registrou mortes por covid-19. Segundo o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), foram registrados naquele dia 298 novos casos da doença, com a média móvel de 45 mortes e 9.126 casos para os últimos sete dias. Vale lembrar que as notificações de casos e óbitos não ocorrem no mesmo dia em que os dados são divulgados e, por isso, não quer dizer que não houve mortes no domingo. Ainda assim, pode indicar uma desaceleração da doença. (Poder360 e Estadão)

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Previsto para terminar nesta segunda-feira, o prazo de liberação do espaço aéreo para a retirada de garimpeiros ilegais do território ianomâmi em voos privados foi prorrogado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para 6 de maio. Para facilitar a saída dos invasores, a FAB havia criado três corredores aéreos para que as aeronaves pudessem transitar pela região. Com a alta demanda por transporte para fugir das terras indígenas, o valor de um voo pode chegar a R$ 20 mil por pessoa. (Metrópoles)

Para ler com calma. Sem condições de pagar por um voo particular para sair das terras ianomâmi, garimpeiros caminham por dias pela floresta tentando escapar com seu equipamento da fiscalização. A partir daí, cada um segue seu destino: alguns voltam para casa, outros tentam a sorte na Guiana e na Guiana Francesa. (Folha)

Enquanto isso, um grupo com cerca de 20 ianomâmis vive às margens de um acesso à BR-174, em Boa Vista (RR), após fugirem da fome em sua comunidade. Sem redes para todos, alguns dormem sobre caixas de papelão como sem-teto. Em busca de alimento, mulheres e crianças pedem doações de comida ou dinheiro para quem passa em frente a uma padaria. (Agência Brasil)

Dados atualizados pelas autoridades turcas e sírias nesta segunda-feira mostram que mais de 37 mil pessoas morreram após o terremoto do dia 6. Foram registradas 31.643 mortes na Turquia e outras 5.714 na Síria. Segundo a ONU, a tendência agora é que as buscas por sobreviventes estejam próximas do fim, e o foco passe a ser garantir abrigo e condições básicas aos desabrigados. Mas ainda há esperança. Uma menina de quatro anos foi retirada viva na Turquia após mais de uma semana sob os escombros. No vídeo, o momento do resgate e a comemoração das equipes no local. (g1 e Metrópoles)

Panelinha no Meio. Comer peixe e gastar pouco. Duas coisas que todos devemos fazer. Uma opção ótima e simples são as sardinhas fritas com fubá. Ficam prontas num piscar de olhos, são uma delícia e servem tanto como proteína numa refeição, quanto como petisco. Tem coisa melhor?

Cultura

Foi anunciada ontem a morte, aos 54 anos, do cantor americano David Jolicoeur, integrante do trio de hip hop De La Soul. A causa da morte não foi divulgada, mas, segundo o New York Times, o artistas sofria de insuficiência cardíaca. Formando em 1987, o De La Soul, era conhecido por fazer um sampling eclético e inovador, versos peculiares e contribuições para a evolução do jazz rap e dos subgêneros alternativos do hip-hop. (Folha)

O Museu de Arte do Condado de Los Angeles (Lacma, na sigla em inglês) anunciou ontem que receberá uma doação de 22 obras de arte em blockchain. O doador, que atende pelo pseudônimo de Cozomo de’ Medici, seria o rapper Snoop Dogg, um entusiasta da Web3. A coleção inclui cinco obras gerativas da série Fragments da brasileira Monica Rizzolli, arte feita com inteligência artificial por Claire Silver e fotografias digitais de Justin Aversano. “A interseção de arte e tecnologia tem ocupado um papel central na programação do Lacma desde os anos 1960”, afirma Michael Govan, diretor do museu. (Art Newspaper)

Chico Buarque vai receber das mãos do presidente Lula o prêmio Luís de Camões, o mais importante da literatura de língua portuguesa, que lhe foi agraciado em 2019. A cerimônia, que acontecerá no fim de abril, em Lisboa, foi adiada diversas vezes por conta da pandemia e da recusa do então presidente Jair Bolsonaro em assinar no termo de concessão do prêmio, uma parceria dos governos de Brasil e Portugal. Na época, Chico declarou que ser boicotado por Bolsonaro equivalia a “ganhar o prêmio duas vezes”. Criado em 1988, o Luís de Camões paga a seu vencedor 100 mil euros (R$ 555 mil). (Globo)

Cotidiano Digital

Para ler com calma. Artistas acusam robôs de inteligência artificial de serem treinados com suas artes expostas online sem consentimento e um grupo decidiu desenvolver um aplicativo para dificultar essa apropriação. E cresce o argumento de que a inteligência artificial deveria pagar pelos direitos aos artistas quando usa seus trabalhos para treinamento. (New York Times e Folha)

Em postagem no Twitter nesta segunda, Elon Musk perguntou aos seus seguidores quais recursos que eles consideram importantes e quais correções precisam ser feitas no aplicativo. E completou informando que vai priorizar a sugestão mais curtida multiplicada pela facilidade de implementação. Usuários foram respondendo com opiniões diversas e alguns ganharam comentários de Musk, como, por exemplo, quando o CEO confirmou que a correção do algoritmo de recomendação de leitura é a prioridade atual. Elon Musk mantém-se ativo nas redes, como quando abriu uma enquete para saber se ele deveria deixar de ser CEO da plataforma e ao solicitar que seus seguidores engajem às propagandas das empresas anunciantes. (Twitter)

A Meta — dona do Facebook, Instagram e Whatsapp — está preparando uma segunda rodada de demissões, pois a primeira não teria sido o suficiente para atingir os planos de economia estipulados pela empresa, que ainda precisaria cortar mais custos. A companhia estaria, intencionalmente, deixando de finalizar vários orçamentos e planejamentos de diversos times, já pensando nessa possível nova leva de desligamentos. (TecMundo)

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