Haddad e Padilha tentam convencer Lula a baixar o tom com o BC
As críticas constantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, podem agradar a base petista, mas já incomodam integrantes do governo. Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, vêm tentando, com apoio de assessores, convencer Lula a baixar o tom. A avaliação é que o confronto vem contaminando agendas positivas do governo, como as medidas para reduzir a fila de cirurgias pelo SUS. O silêncio do presidente sobre os juros nos últimos dias já seria resultado desse movimento dentro do governo. (Globo)
Thomas Traumann: “Odeio estragar a ilusão de alguns, mas a ideia de que Lula será ‘convencido’ por assessores para mudar o tom terá o mesmo destino das dezenas de cascatas em off sobre ‘Bolsonaro vai moderar discurso’.” (Twitter)
Já Roberto Campos Neto voltou a buscar um tom de conciliação. Ontem, durante cerimônia no Senado pelos 130 anos do TCU, o presidente do BC defendeu que o país concilie a “disciplina fiscal” com políticas sociais. “Hoje, a gente precisa se concentrar em ter uma disciplina fiscal, e entender que precisamos ter um olho mais especial no social. Quanto mais transparente e eficiente o público for, mais aptos estaremos para captar recursos privados”, disse. (Metrópoles)
A acusação de genocídio contra o povo ianomâmi representa hoje o mais sério risco de prisão para o ex-presidente Jair Bolsonaro, avaliam aliados e ministros dos tribunais superiores. Segundo Andréia Sadi, além do grave desgaste político, há uma farta documentação sobre como o governo agiu. A estratégia é “terceirizar a culpa”, jogando a responsabilidade para ministros e auxiliares. Em entrevista ao Wall Street Journal, Bolsonaro reafirmou a intenção de voltar para o Brasil em março, embora reconheça o risco de ser preso. (g1)
Os advogados do ex-presidente, conta Bela Megale, têm apenas uma preocupação no momento: mantê-lo fora da cadeia este ano. Na avaliação deles, se terminar 2023 “ileso”, Bolsonaro terá a chance de ver as acusações contra ele atenuadas e poderá voltar a ser uma peça relevante no xadrez político. A defesa reclama, porém, que não está recebendo subsídios suficientes para rebater as diversas acusações. (Globo)
Enquanto isso... Técnicos da Polícia Federal tentam identificar o equipamento no qual foi impressa a chamada ‘minuta do golpe’, o projeto de um decreto intervindo no TSE e anulando o resultado das eleições do ano passado. O documento foi encontrado pela PF na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres, que está preso. (g1)
Meio em vídeo. Quantos são fascistas no Brasil? Quão diferentes são os eleitores de Bolsonaro e os eleitores de Lula? A gente, como sociedade, está realmente dividido? Quando olhamos para o resultado das eleições, sim. Mas o retrato que as novas pesquisas da Quaest revelam é mais complexo. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)
A conta do apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara começou a chegar. O governo liberou ao deputado verbas de ministérios para que ele distribua como emendas aos 219 novos parlamentares — cada um terá cerca de R$ 13 milhões para obras e projetos em seus redutos. Como o Orçamento foi feito antes de assumirem seus mandatos, eles não tiveram direito a fazer emendas. (Folha)
Pegou muito mal entre os petistas a foto em que o vice-presidente do partido, o deputado Washington Quaquá (RJ), aparece de sorrisos e abraços com o colega de Câmara Eduardo Pazuello (PL-RJ), general da reserva e ministro da Saúde de Bolsonaro em alguns dos piores momentos da pandemia de covid-19. A presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PR), reclamou nas redes. “Foto do nosso companheiro deputado Quaquá com bolsonarista Pazuello é desrespeitosa com o PT e ofensiva às vítimas da Covid. Na vida e na política, tudo tem limites”, escreveu. Ao publicar a fotografia, o vice petista disse já esperar críticas. “A tarefa do governo Lula e da figura maior do nosso presidente é unir, pacificar e reconstruir o nosso país”, disse o deputado. (UOL)
Com apenas duas semanas de Congresso, o senador Sérgio Moro (UB-PR) já obteve uma vitória. Ele conseguiu as 27 assinaturas necessárias para desarquivar a proposta que estabelece a prisão após condenação em segunda instância. O tema fazia parte do pacote anticrime enviado por ele quando ainda ministro da Justiça no governo Bolsonaro, mas, como não avançou na última legislatura, foi automaticamente arquivada. Agora, a retomada do projeto deverá ser aprovada pelo Plenário, com maioria simples. Segundo Moro, a estratégia agora é aguardar o momento politicamente adequado para essa votação. (Folha)
Viver
Uma operação da Polícia Federal cumpriu ontem três mandados de prisão e 27 de busca e apreensão contra uma quadrilha acusada de contrabandear ouro extraído de garimpos ilegais na região amazônica. Segundo a PF, o grupo usava notas frias para falsificar a origem de 13 toneladas de ouro no valor de R$ 4 bilhões vendidos a países como Itália, Suíça e Emirados Árabes Unidos. Mais de cem policiais federais participaram das ações nos estados de Roraima, Pará, Amazonas, Mato Grosso, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. (Folha)
Mesmo distantes das terras ianomâmi, os peixes em Roraima estão sendo afetados pelo garimpo ilegal no território indígena. Uma pesquisa da Fiocruz em parceria com a UFRR e os institutos Socioambiental e Evandro Chagas revelou que dois em cada dez peixes em Boa Vista, a 246 km dos ianomâmis, eram impróprios para consumo em 2021. Segundo especialistas, 45% do mercúrio usado no garimpo ilegal é despejado em rios amazônicos, contaminando as águas e a terra, e afetando humanos e animais. (UOL)
O Ministério da Saúde informou que 14 das 19 crianças ianomâmis entre 6 meses e 5 anos acompanhadas pela Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista por causa da desnutrição grave já ganharam peso e passaram a quadros moderados. Elas estão sendo tratadas com uso de fórmulas. A pasta pretende ampliar esses tratamentos a outras crianças com quadros parecidos em outras regiões para que elas possam ser atendidas nas próprias aldeias, sem a necessidade de remoção. (Agência Brasil)
Uma mulher de 77 anos foi retirada com vida por equipes de resgate na Turquia 212 horas após o terremoto de magnitude 7,8 atingir o país e a Síria no último dia 6 e deixar mais de 41 mil mortos. Autoridades da ONU disseram que os esforços têm sido concentrados no auxílio a sobreviventes desabrigados e sem comida pela dificuldade de encontrar pessoas vivas debaixo dos escombros mais de uma semana após o tremor. (g1)
Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, o professor Guilherme Brito relata os momentos antes, durante e depois dos abalos sísmicos que devastaram a Turquia na última semana. Ele, que morava no sul do país, conviveu com algumas pessoas mortas na tragédia, incluindo crianças de pouca idade, às quais dava aulas de inglês. (YouTube)
Uma casa no Aglomerado da Serra, a maior favela de Minas Gerais localizada em Belo Horizonte, foi selecionada para um renomado concurso de arquitetura promovido pelo Archdaily, principal portal sobre o assunto no planeta. Construída com o mesmo material de outras moradias da comunidade, a casa teve o projeto assinado por dois arquitetos do Levante, coletivo de profissionais voluntários em favelas, como engenheiros, paisagistas e designers. (Estadão)
Cultura
Morreu ontem, aos 82 anos, a atriz americana Raquel Welch, eleita em 1998 pela Playboy a terceira mulher mais sexy do século 20. A causa da morte não foi divulgada. Nascida Jo Raquel Tejada, em Chicago, era filha de um engenheiro aeronáutico boliviano e prima de Lidia Gueiler Tejada (1921-2011), primeira mulher a governar a Bolívia. O sobrenome Welch veio do primeiro marido e foi mantido para evitar que ela fosse estereotipada como “atriz latina”. Após pequenos papéis em filmes e séries de TV, Raquel explodiu como principal (aliás, única) personagem feminina do clássico de ficção científica Viagem Fantástica (trailer) de 1966. No mesmo ano, estrelou Mil Séculos Antes de Cristo (trailer), e sua foto como “mulher das cavernas” se tornou uma das imagens mais marcantes dos anos 1960. Mas seu talento ia além da beleza. Em 1974 ganhou o Globo de Ouro por sua Mylady de Winter, vilã de Os Três Mosqueteiros (trailer), e voltou a ser indicada em 1987 pelo drama para a TV Direito de Morrer. Seu último trabalho foi a comédia Como se Tornar um Conquistador (trailer), de 2017. (CNN)
Indicado ao Oscar 2023 na categoria de Melhor Ator pela performance de Brendan Fraser, A Baleia (trailer) teve suas sessões antecipadas em salas selecionadas pelo Brasil. Dirigido por Darren Aronofsky, com roteiro de Samuel D. Hunter, o longa acompanha Charlie, um homem com obesidade severa que não consegue sair do sofá e precisa confrontar seu passado. Outro destaque da semana pós-carnaval é o drama Império da Luz (trailer), dirigido por Sam Mendes. E ainda tem a estreia do brasileiro Mato Seco em Chamas (trailer). Com direção de Joana Pimenta e Adirley Queirós, a obra acompanha duas irmãs que comandam uma refinaria clandestina em Ceilândia (DF) e precisam lidar com grupos que também tentam explorar a região.
Confira a programação completa nos cinemas da sua cidade. (AdoroCinema)
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), rejeitou ontem uma homenagem à cantora e compositora Ludmilla. Ela receberia, por iniciativa da deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), o Prêmio Cidadania, Direito e Respeito à Diversidade. Porém 24 deputados votaram contra, enquanto 17 foram a favor, e 13 se abstiveram. Segundo Alan Lopes (PL), um dos que advogou pela recusa à homenagem, a cantora faz “apologia às drogas". Ele chegou a ler no plenário trechos das músicas Verdinha e Socadona para sustentar sua opinião. Já Renata Souza (PSOL) reagiu, destacando que a cantora é um dos expoentes da cultura brasileira. Nas redes sociais Ludmilla falou sobre o assunto: “É uma pena que a Assembleia Legislativa do meu estado não reconheça meu trabalho e luta, paciência.” (Rolling Stone)
Cotidiano Digital
Durante um evento em Dubai nesta quarta-feira, Elon Musk disse que está se preparando para deixar a presidência do Twitter no final deste ano. Após a votação na rede social que perguntou se o bilionário deveria deixar o cargo — e da resposta positiva dos usuários —, o executivo afirmou que deve ter a operação da empresa estabilizada até o fim de 2023, quando poderá se afastar da liderança. “Acho que provavelmente no final do ano seria um bom momento para encontrar outra pessoa para administrar a empresa”, disse. (Bloomberg)
Aliás... O Twitter passou por instabilidades em todo o mundo na tarde de ontem. Usuários tiveram problemas para acessar o aplicativo, principalmente na versão iOS, apesar de algumas pessoas indicarem mau funcionamento da rede social também no site. No início da noite, a conta de suporte do Twitter pediu desculpas pela interrupção na rede social e disse que a plataforma voltou ao normal. (The Verge)
E sim, os engenheiros do Twitter desenvolveram um sistema especial no algoritmo da plataforma para que os tweets de Musk sejam impulsionados primeiro para toda a base de usuários. O bilionário tem estado chateado com o pouco engajamento que suas postagens estão recebendo em sua rede social. (Platformer)
O Instagram anunciou que vai encerrar o “live shopping”, ferramenta lançada em 2020 na qual permite que criadores de conteúdo marquem e vendam produtos durante transmissões ao vivo. O live shopping está entre os recursos criados pela Meta para incentivar compras online nas redes sociais - e que agora estão sendo descontinuados pela empresa. O “compras ao vivo” será encerrado em 16 de março. Outros recursos de compras do aplicativo permanecem inalterados. (TechCrunch)
