Apesar de pressão, BC mantém taxa de juros

Em meio à crise bancária internacional e à forte pressão do governo pela redução dos juros, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu, por unanimidade e pela quinta vez consecutiva, manter a taxa básica, a Selic, em 13,75% ao ano. Além disso, não deu indícios de que vai baixá-la e sinalizou que, se necessário, pode elevar os juros. Em nota, o Copom afirmou que ainda há alguns fatores de risco para a inflação: a maior persistência das pressões inflacionárias globais; a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública; e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos. O Copom indicou que vai perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Também afirmou, no comunicado, que os passos futuros da política monetária “poderão ser ajustados” e que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”. (Globo e g1)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o comunicado é preocupante, mas ressaltou que relação com o BC deve ser de harmonia. “Eu considerei o comunicado muito preocupante, porque hoje (ontem) divulgamos relatório bimestral mostrando que nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas”, afirmou, esperando que o texto seja amenizado pela Ata do Copom, que será divulgada na semana que vem. “No momento em que economia está retraindo, o Copom chega a sinalizar uma subida da taxa de juros. Lemos com muita atenção, mas achamos que realmente o comunicado preocupa bastante.” Pouco depois da decisão, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a decisão em sua conta no Twitter. (g1 e Valor)

Vinícius Torres Freire: "Sim, é bem possível que a economia vá ter falta de ar em breve. Maio? Vamos para um arrocho provavelmente exagerado por causa de querelas e ideias tolas e ignaras. (Folha)

Já o Federal Reserve (Fed, banco central americano) aumentou a taxa de juros de referência em 0,25 ponto percentual, para um intervalo de 4,75% a 5%. Essa é a maior faixa desde 2007. A decisão está em linha com as expectativas dos analistas e é a primeira desde o início da crise bancária. Segundo comunicado, o “sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente” e o comitê “antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo”. (Bloomberg Línea)

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A Polícia Federal prendeu ontem nove suspeitos de integrarem o Primeiro Comando da Capital (PCC), que planejava a morte e o sequestro de ao menos 11 pessoas, incluindo autoridades como o ex-juiz, ex-ministro da Justiça e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR). O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga o grupo desde os anos 2000, estava entre os alvos. O PCC investiu quase R$ 3 milhões no plano de atentado contra Moro, para montar uma estrutura na região metropolitana de Curitiba, com chácaras, veículos blindados e armas. A retaliação era motivada por mudanças no regime de visitas em presídios. Também havia a ideia de sequestrar o senador para negociar a liberação de Marcola. Moro foi alertado em janeiro por Gakiya e pelo procurador de Justiça de São Paulo Mário Sarrubo. Todas as informações foram repassadas à direção-geral da PF, que abriu uma investigação. Moro e sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro, passaram então a ter reforço na segurança pessoal. (g1 e UOL)

No plenário do Senado, Moro disse que o Congresso precisa enfrentar o crime organizado e sugeriu a aprovação de projeto que criminaliza o planejamento de atentados contra autoridades. “Se eles vêm para cima da gente com uma faca, a gente tem que usar um revólver; se eles usam um revólver, nós temos que ter uma metralhadora; se eles têm uma metralhadora, nós temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal, mas nós precisamos reagir às ações do crime organizado.” (Poder360)

Bolsonaristas usaram a fala infeliz de Lula, em entrevista na véspera ao Brasil247, para associar o presidente ao atentado frustrado e à facção criminosa. Lula disse, na conversa, que enquanto estava na prisão em Curitiba e se perguntado se estava tudo bem, respondia: “Não está tudo bem. Só vai ficar tudo bem quando eu f* esse Moro”, disse. O agora senador Sergio Moro criticou o termo usado e disse que “quando o presidente fala que pretende se vingar, ele expõe a mim e à minha família, de certa maneira, a risco". (Brasil247 e CNN)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, criticou as tentativas de politização da operação da PF. Ele cobrou seriedade de políticos que foram às redes após a ação. “Fico espantado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria, que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador que é oposição ao nosso governo”, afirmou. (Estadão)

Meio em vídeo. A extrema direita já tem um plano: focar as críticas na área da segurança. Por isso, o ministro Flávio Dino está apanhando e o circo foi armado com os homens presos porque queriam matar Sergio Moro. Com as declarações desastradas de Lula, o governo acabou dando munição ao bolsonarismo. Saiba mais no Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube)

Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, e Arthur Lira, da Câmara, não chegaram a um acordo sobre a tramitação das Medidas Provisórias nas casas, que foi alterada durante a pandemia. Por conta do impasse, MPs editadas pelo presidente Lula estão travadas no Legislativo. Lira disse a aliados que está disposto a deixar os textos caducarem se o rito não for alterado para contemplar a Câmara. O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, declarou, por sua vez, que o Planalto não descarta transformar as medidas em projetos de lei para tramitar em caráter de urgência. (Folha)

Responsável pelas apurações dos atos de 8 de janeiro, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico dos Santos disse a Carolina Brígido, do UOL, que não há motivo para pedir a prisão cautelar de Jair Bolsonaro neste momento. “Se não estão ocorrendo fatos que possam ameaçar a investigação ou a ordem pública, não há motivo para prisão preventiva.” (UOL)

O ex-presidente deve desembarcar em maio em Lisboa para participar de um encontro de representantes de extrema direita. A reunião está sendo organizada pelo Chega, partido do deputado português André Ventura. O deputado foi contatado pela equipe de Bolsonaro e decidiu convidar representantes europeus da extrema direita para um encontro, como Marine Le Pen (França). (Correio da Manhã e Correio Braziliense)

Enquanto isso... O TCU reformulou a decisão da semana passada e determinou que Bolsonaro devolva as joias recebidas de autoridades sauditas à Caixa e as armas, à Polícia Federal, em Brasília. Inicialmente, as peças seriam entregues à Secretaria-Geral da Presidência da República. (Globo)

Viver

Panelinha no Meio. Sofisticação não necessariamente tem a ver com complexidade. Prova disso é essa costelinha assada com goiabada e melado, cujo trabalho maior é o do forno e o prazer da refeição é todo seu. Como entrada, tem esse figo caramelizado com presunto cru, uma delícia de se ver e comer.

O governo do Rio Grande do Norte confirmou que o número de ataques criminosos no estado chegou a 300 nos primeiros oito dias. Segundo a polícia, os atentados, que ocorrem em 56 cidades desde o dia 14, são comandados por uma facção. Ontem, uma operação policial prendeu 15 suspeitos de integrarem o grupo e cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em dez municípios. No nono dia de ataques, bandidos incendiaram na madrugada de ontem uma garagem de ônibus em Canguaretama, a 70 km da capital potiguar. (g1 e UOL)

O número de multas por desmatamento e outras infrações na Amazônia, entre janeiro e meados de março, aumentou 169% em relação à média para o mesmo período durante os últimos quatro anos. Segundo o Ibama, também cresceram 157% as apreensões de bens e produtos relacionados a essas infrações, além de 85% dos embargos. Essas medidas impedem que os infratores consigam financiamento para os atos criminosos e restringe o comércio de produtos ilegais. (Estadão)

Enquanto isso, o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, disse ontem que a próxima doação para o Fundo Amazônia vai depender dos resultados que o Brasil apresentar sobre o combate ao desmatamento neste ano. Em encontro com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, Eide disse que o Brasil está retomando a liderança global que já teve na questão ambiental. (g1 e Metrópoles)

Cotidiano Digital

O WhatsApp anunciou um novo aplicativo para computadores com Windows, da Microsoft. Além de mais agilidade no bate-papo, com melhor navegação e velocidade no carregamento das conversas, o app permitirá fazer chamadas de vídeo com até oito pessoas e de áudio com até 32. Até o momento, o WhatsApp poderia ser acessado pelo desktop a partir de navegadores na web, mas o recurso não permite recebimento de chamadas de áudio nem vídeo nem visualizações de fotos únicas. Segundo a Meta, controladora do WhatsApp, as conversas no novo app seguem protegidas com criptografia de ponta a ponta. (Estadão)

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Em meio à pressão para banir o TikTok do país, o CEO da plataforma de vídeos curtos, Shou Zi Chew, terá uma audiência hoje com legisladores americanos. O executivo terá de responder como a rede social lida com os dados de usuários americanos. No mês passado, o Senado dos EUA aprovou um projeto de lei que permite ao presidente Joe Biden banir aplicativos que apresentem risco à segurança nacional. O argumento central da Casa Branca e dos legisladores é que o TikTok expõe as informações dos americanos ao governo de Pequim. A plataforma, que é da chinesa ByteDance, nega as acusações. (Época Negócios)

Quatro anos depois do anúncio global, os óculos de realidade mista HoloLens 2, da Microsoft, finalmente chegam ao Brasil. O dispositivo, equipado com câmeras e sensores, tem como objetivo atender a indústrias, hospitais e escolas, com a promessa de mais eficiência e produtividade. Por aqui, o produto está disponível em duas versões: o convencional custa US$ 7.729 (R$ 40.499). Já o Industrial Edition, para ambientes altamente controlados, está à venda por US$ 10.973 (R$ 57.446). (g1)

Cultura

Keanu Reeves retorna às telas com John Wick 4: Baba Yaga (trailer), que explora a dor metafórica e as consequências da vingança do protagonista. Na trama, dirigida por Chad Stahelski, o lendário assassino de aluguel descobre um caminho para derrotar a Alta Cúpula, mas precisa enfrentar um novo inimigo com alianças em todo o mundo. Outro destaque é o terror Skinamarink (trailer), que chamou a atenção nas redes sociais, como TikTok. Do diretor Kyle Edward Ball, o filme de baixo orçamento conta a história de crianças atormentadas por monstros dentro de suas próprias casas. E tem ainda a estreia de Um Filho (trailer), que dá sequência a Meu Pai (2022), indicado ao Oscar, com Hugh Jackman no papel de Peter.

Confira a programação completa nos cinemas da sua cidade. (AdoroCinema)

Morreu, ontem, Roberto Negreiros Faria Júnior, um dos mais talentosos e conhecidos cartunistas e ilustradores brasileiros. O anúncio foi feito na página pessoal do desenhista no Facebook. A causa da morte não foi divulgada. Nascido em 1955, em São Paulo, Negreiros era formado em Produção Visual Gráfica, Artes Plásticas e Jornalismo, e reconhecido pelo seu traço marcante e bem-humorado. Realizou centenas de ilustrações e colaborou com os mais importantes jornais e revistas do país, como o extinto Jornal da Tarde, Veja São Paulo, Piauí e Playboy. Em 2006, recebeu o 51º Prêmio Esso de Jornalismo em Criação Gráfica na categoria Revista.

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