Viagem à China: nova data mostrará importância do Brasil

Com a permanência do presidente Luís Inácio Lula da Silva em Brasília, devido a uma pneumonia e ao vírus da influenza A, que adiaram por tempo indeterminado à viagem presidencial à China, a grande dúvida agora é quando a nova visita ocorrerá, já que a decisão depende do governo chinês. A rapidez da definição de uma nova data e sua proximidade com o período original serão um indicador do interesse da China no Brasil. Em abril, Lula já tem viagem marcada para Portugal e Espanha. Integrantes do governo e empresários do agronegócio sugeriram que ele viaje em meados de maio para aproveitar uma feira de alimentação local, que costuma ter a presença do presidente Xi Jinping. Lula poderia emendar a visita com a ida à cúpula do G7, no Japão. Diplomatas, no entanto, avaliam potenciais sensibilidades chinesas e a disponibilidade na agenda de Xi. Ontem, o governo chinês enviou mensagem a Lula desejando sua recuperação, além de manifestar o desejo de uma visita do brasileiro “o mais cedo possível”. Roberto Kalil, médico do presidente, disse que seu estado de saúde geral é bom, ele “apresenta melhora a cada dia” e deve retomar as atividades nesta semana. “Daqui a 15 dias, ele teria condição de fazer qualquer viagem”, explicou. (Globo, g1 e Estadão)

Em Pequim, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e único membro do alto escalão na China, minimizou os efeitos do adiamento da visita. Mas os empresários ficaram frustrados. “Não bastasse a ausência do presidente, os ministros também não virão. Poucos empresários cancelaram a vinda, até porque não deu tempo, muitos já estavam aqui, e entre eles, muitos do agronegócio que chegaram antecipadamente”, afirmou Henry Oswald, presidente da BraCham, associação que representa 130 empresas brasileiras na China. Fávaro afirmou que a nova data será remarcada em breve e que, então, serão anunciados os acordos bilaterais que já estavam alinhados. O Itamaraty havia informado que ao menos 20 acordos seriam assinados. (O Globo e Estadão)

Com o adiamento da viagem, dois temas essenciais para o Palácio do Planalto devem ter destaque na agenda desta semana: o arcabouço fiscal e a aprovação das medidas provisórias no Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve negociar os detalhes que faltam da nova regra fiscal para obter o aval de Lula e fazer a divulgação ainda nesta semana. (CNN Brasil e Bloomberg Línea)

O desempenho de Lula nos três primeiros meses de governo foi criticado pelo escritor Paulo Coelho, que citou a situação recente envolvendo o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e a tensão com o Banco Central devido aos juros altos. Apoiador do presidente, ele postou no Twitter que seu mandato está “patético” e não devia ter se empenhado na campanha em 2022. (Estadão)

Para ler com calma. Mais prejuízos políticos que diplomáticos, indica análise sobre a viagem à China. (Valor)

PUBLICIDADE

A pneumonia que impediu o presidente Lula de viajar à China também atingiu os planos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para vencer a queda de braço com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o rito de tramitação de medidas provisórias. O senador, que determinou a abertura de comissões mistas para analisar as MPs editadas por Lula, deveria ter viajado com a comitiva, mas preferiu ficar no país. Caso Pacheco tivesse viajado, a presidência do Senado seria assumida por Marcos Pereira (Republicanos-SP), aliado de Lira, que poderia anular a convocação das comissões. A suspensão das comissões devido à pandemia expandiu em muito o poder do presidente da Câmara. Embora seja um assunto do Legislativo, a briga ameaça programas do Executivo criados por MPs. (Poder360)

Os militares que pediram licença das Forças Armadas para concorrer às eleições do ano passado — a maioria alinhada a Bolsonaro — voltaram ao serviço, mas não desistiram de se manifestar politicamente. Dos 56 militares da ativa que se candidataram, 30 retornaram aos quartéis, dois foram para a reserva e 21 não responderam ao levantamento. Os regulamentos disciplinares vedam manifestações de natureza político-partidária, mas as críticas ao governo e ao processo eleitoral seguem em redes sociais de militares da ativa. (Globo)

Enquanto isso... a Justiça Militar vem reforçando o discurso de que tem julgado e punido membros das Forças Armadas que cometeram irregularidades, fugindo da imagem de ser permissiva. Em linha com mensagens semelhantes dos comandantes militares, a Justiça indica que não vai tolerar manifestações político-partidárias ou ameaças ao Estado democrático de Direito. (Folha)

Novos protestos e uma ameaça de greve geral explodiram em Israel após o premiê Benjamin Netanyahu demitir ontem o ministro da Defesa, Yoav Gallant, por este ter sugerido no sábado interromper a tramitação da polêmica reforma do Judiciário. O projeto, em parte já aprovado, diminui o poder da Suprema Corte, particularmente em casos de corrupção envolvendo o primeiro-ministro. Netanyahu responde a uma série de processos, e segundo seus críticos, a reforma tem como objetivo evitar sua prisão, mesmo que a custo da democracia. Uma das consequências imediatas é concentrar no Poder Executivo o controle do Estado. (CNN)

Complô

Spacca

complo 560

Viver

O ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal ao pagamento de indenização no valor de R$ 5 milhões por falas racistas e homofóbicas contra o piloto britânico Lewis Hamilton. A ação foi movida após Piquet chamar o heptacampeão de “neguinho” e que Hamilton “devia estar dando mais cu naquela época”, quando comentava sobre a temporada de 1982, em uma entrevista de 2021. (Poder360)

O Ibama anulou o despacho publicado no governo Bolsonaro que abria brecha para que os pagamentos de 183 mil multas ambientais no valor de R$ 29,1 bilhões fossem cancelados. A medida assinada pelo então presidente do órgão, Eduardo Bim, criava uma controvérsia sobre as penalidades ao considerar que elas fossem invalidadas quando as notificações aos infratores fossem feitas por meio de edital para apresentação de alegações finais. Na semana passada, o advogado-geral da União, Jorge Messias, aprovou dois pareceres que rejeitavam a prescrição das infrações porque a regra adotada pelo Ibama já era prevista em lei desde 2008. (g1)

Chuvas intensas atingiram ao menos seis estados do Norte e Nordeste no fim de semana. No Maranhão, 21,2 mil famílias foram afetadas direta ou indiretamente, deixando 49 cidades em estado de emergência, com seis mortos e 5,8 mil desabrigados. No Pará, outros 1,8 mil moradores tiveram de ser enviados a abrigos. No Amazonas, uma casa de palafita foi arrastada pela correnteza, e 172 famílias perderam suas moradias. 32 mil pessoas também foram prejudicadas com as inundações no Acre. Ontem, os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, estiveram no estado para avaliar a situação das áreas atingidas e declararam ajuda federal às vítimas do desastre. (Estadão)

Para ler com calma. Em 2022, as inundações causaram devastação em diversas partes do planeta e a tendência é de piora. Para se proteger, é comum que as cidades criem barreiras de concreto, como paredes e represas, para manter a água fora. Com a crise climática remodelando os litorais, arquitetos e urbanistas têm criado projetos em que as áreas urbanas trabalhem a favor - e não contra - a água. Conheça cinco casos na Ásia e na Europa. (CNN)

Cultura

Morreu na noite de sábado em Salvador, aos 84 anos, o cantor, compositor, humorista e crítico Juca Chaves. Em nota, o hospital em que ele estava internado disse que o artista não resistiu a complicações respiratórias, mas não informou a causa da morte. Apelidado de Menestrel Maldito por Vinícius de Moraes, Jurandyr Czaczkes Chaves nasceu no Rio, filho de imigrantes judeus vindos da Europa. Estudou música erudita e começou a carreira em 1955, na TV Tupi. Ficou famoso alternando modinhas românticas, como Por Quem Sonha Ana Maria (Spotify) com sátiras políticas ferinas. JK virou o Presidente Bossa Nova (Spotify), a compra do porta-aviões usado Minas Gerais rendeu Brasil Já Vai à Guerra (Spotify), e Carlos Lacerda quase ganhou uma rima desqualificante em Dona Maria Tereza (Spotify), dedicada à primeira-dama Maria Tereza Goulart. Com o golpe de 1964, passou seis anos exilado na Europa. Casou-se em 1975 com o a modelo Yara, para quem compôs A Cúmplice (Spotify), um de seus maiores sucessos. Seus shows de música e humor lotavam teatros em todo o país e rendiam discos quase sempre proibidos. Na melhor tradição do humor judaico, era personagem das próprias piadas, rindo da própria pouca estatura e do narigão. Juca, Yara e as duas filhas viviam na Bahia, onde ele tentou, sem sucesso, se eleger senador em 2006. (g1)

PUBLICIDADE

O Lollapalooza Brasil 2023 começou na sexta-feira com uma artista sem plateia – Gab Ferreira cantou para apenas dez pessoas – e terminou ontem com uma plateia sem artista. O rapper canadense Drake cancelou seu show horas antes da abertura dos portões, o que frustrou milhares de fãs e revoltou outros artistas. Ele foi substituído pelo cantor e DJ americano Skrillex, uma das referências do gênero dubstep na década passada. Apesar de boas apresentações, o festival foi marcado por problemas, como a falha nos telões durante o show de Billie Eilish, atração principal de sexta. Mas o pior foram as violações generalizadas de direitos trabalhistas flagradas por fiscais ao longo do evento. (UOL)

Horas antes de cancelar o show, Drake flanava despreocupado numa boate de strip tease em Miami, onde viu um show do colega 50 Cent. (CNN Brasil)

Após 31 anos de bons serviços à música, o Skank encerrou oficialmente sua carreira ontem diante de 50 mil fãs no Mineirão. Samuel Rosa e companhia desfiaram sucessos de toda a carreira, a começar com Dois Rios e incluindo Garota Nacional, Pacato Cidadão e muitos outros. Mas o momento de maior emoção foi o bis, quando o quarteto voltou ao palco acompanhado de Milton Nascimento. Bituca fez uma pausa na aposentadoria para cantar Resposta ao lado do grupo. (Estado de Minas)

Cotidiano Digital

Morreu na sexta-feira, aos 94 anos, Gordon Moore, cofundador e ex-presidente da Intel, uma das maiores fabricante de semicondutores do mundo. Ele era engenheiro de formação e ajudou a fundar a companhia em 1968. A Intel, com sede em Santa Clara, na Califórnia, foi conhecida em seus primeiros anos por sua constante inovação até se tornar uma das mais importantes empresas de tecnologia, cujos processadores estiveram presentes em mais de 80% computadores pessoais do mundo. Gordon Moore também é creditado na teoria de 1965, apelidada de “Lei de Moore”, na qual previa que o poder do computador dobraria a cada ano durante uma década, uma teoria que ele modificou em meados da década de 1970 para a cada dois anos. A teoria permaneceu por décadas no jargão da indústria e tornou-se sinônimo do rápido avanço tecnológico do mundo moderno. (Washington Post e UOL)

A Justiça de São Luís, no Maranhão, condenou o Facebook a pagar R$ 500 por danos morais a cada usuário da rede social que teve dados pessoais vazados em 2021, quando informações sobre 530 milhões de pessoas, sendo 8 milhões brasileiros, foram publicadas em um fórum de hackers. O Facebook afirmou que o vazamento não foi fruto de uma invasão aos seus sistemas, mas que “atores maliciosos” coletaram os dados por meio de uma técnica que usa robôs para armazenar informações que ficam públicas. A Justiça também determinou que o Facebook pague R$ 72 milhões por danos morais coletivos. A empresa ainda pode recorrer da decisão. (g1)

Imagens do Papa Francisco vestindo um casaco branco gigante viralizaram nas redes sociais. Mas, na verdade, as fotos não existem e foram criadas por um Inteligência Artificial (IA) semelhante ao ChatGPT, mas para criação de imagens extremamente realistas. Essas fotos foram geradas através do Midjourney, uma IA que cria artes a partir de uma descrição textual. Em outras imagens falsas, o Papa aparece cantando enquanto segura um microfone e usa um óculos amarelo. Na semana passada, também viralizaram imagens falsas geradas pela mesma plataforma que mostraram o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sendo preso. (g1)

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.