Petrobras extingue paridade e reduz preço de combustíveis

Como prometido em campanha, o preço da gasolina foi “abrasileirado”. Ontem pela manhã, a Petrobras anunciou uma nova estratégia de definição de preços, substituindo a Política de Paridade de Importação (PPI), criada em 2016, no governo Temer. A PPI era baseada nas oscilações do dólar e do mercado internacional de petróleo, contabilizando também custos logísticos. No novo modelo, a estatal ainda leva em conta o mercado externo, mas com base em outras referências. Além disso, incorpora elementos internos, considerando o “custo alternativo do cliente” — os preços de outros fornecedores de produtos iguais ou similares — e o “valor marginal para a Petrobras” — as melhores condições obtidas para produção, importação e exportação. “Essa nova política, além de servir a uma política comercial adequada, que é competir internamente e tornar os preços mais atrativos para o consumidor, vai diminuir o impacto na inflação. E vai ajudar a sensibilizar o BC para diminuir a nossa taxa de juros”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que “esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas, sem se afastar absolutamente da referência internacional dos preços”. Prates também anunciou a redução, a partir de hoje, dos preços, na refinaria, da gasolina (-12,6% ou R$ 0,40), do óleo diesel (-12,8% ou R$ 0,44) e do gás de cozinha (-21,3% ou R$ 8,97). E Lula comemorou: “Vocês estão lembrados que nós iríamos abrasileirar os preços da Petrobras, e começou a acontecer”, disse em vídeo. (g1 e Agência Brasil)

O mercado financeiro recebeu bem a mudança e as ações da petroleira fecharam em alta de mais de 2%. No geral, os analistas consideraram que o novo modelo é mais brando do que o esperado. Mas o não detalhamento da nova estratégia foi considerado falta de transparência. (Bloomberg Línea e Estadão)

Maria Cristina Fernandes: “A política de preços mudará para ficar igual, mas o governo espera que o alarde provocado pelo ‘cumprimento’ de uma promessa de campanha, repetido à exaustão pela base governista, pelos ministros e pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguido da redução de preços, afete, de fato, o humor de extratos significativos da população.” (Valor)

Leonardo Sakamoto: “Para surpresa de ninguém, a Petrobras anunciou sua nova política de preços, cumprindo uma das conhecidas promessas de campanha de Lula. Você pode discordar da mudança. Mas é essa proposta que foi a mais votada nas eleições. Democracia é isso.” (UOL)

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Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou na noite de ontem o registro de candidatura — por conseguinte, o mandato — do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Os ministros interpretaram que o ex-chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba tentou burlar a Lei da Ficha Limpa ao pedir exoneração do cargo de procurador da República enquanto ainda respondia a 15 processos disciplinares internos. Os 344 mil votos que ele recebeu reverterão para o partido. (g1)

Deltan classificou a cassação como “vingança sem precedentes”. O senador Sérgio Moro, que foi o juiz da Lava-Jato, lamentou a decisão do TSE, enquanto políticos ligados ao governo comemoraram. (Poder360)

A Operação Lava-Jato quebrou simultaneamente os sistemas judicial e o político brasileiros. Talvez seja irônico, mas Deltan Dallagnol é a mais nova vítima desta fratura, analisa Pedro Doria, no Meio Político de hoje, exclusivo para assinantes premium. Assine. Os assinantes recebem a partir das 11h de hoje.

O governo precisou ceder para abrir caminho para a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita em uma vitória com folga. O Bolsa Família, no entanto, ainda pode ser um entrave. O relator do projeto, Cláudio Cajado (PP-BA), não aceitou excluir o benefício das travas que impedirão novos gastos em caso de descumprimento das metas fiscais. Nesse caso, explicou, o Bolsa Família só poderá ter reajuste acima da inflação se o presidente solicitar ao Congresso e apresentar uma compensação. Vera Magalhães destaca que isso pode impedir o acordo para votação do texto na semana que vem, fazendo com que “Lula bata o pé e não autorize o fechamento de questão”. (Globo)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ontem, em depoimento à Polícia Federal, que tivesse mandado seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, inserir dados de vacinação falsos no sistema do SUS, mas admitiu que o militar gerenciava sua conta no ConecteSUS. Cid e outros antigos auxiliares do ex-presidente estão presos por inserção fraudulenta dessas informações em dezembro passado. Os dados foram apagados após a emissão de certificados de vacinação para Bolsonaro, sua filha Laura e outras pessoas. O ex-presidente depôs por quase quatro horas e, segundo Natuza Nery, parecia “tenso” e “desconfortável”. Sua estratégia, conta Ana Flor, foi jogar toda a responsabilidade de eventuais crimes nas costas do antigo braço direito. (g1)

Veja a íntegra do depoimento de Bolsonaro à PF. (Poder360)

Um dos ex-assessores de Bolsonaro presos quer fazer um acordo de não persecução penal com o Ministério Público Federal, conta Guilherme Amado. O capitão da reserva Sérgio Cordeiro trabalhou no gabinete do então deputado e depois foi seu segurança na presidência, além de ceder um imóvel para transmissões de lives eleitorais de Bolsonaro no ano passado. Cordeiro quer confessar a participação na fraude com dados de vacina, mas não se sabe que outras informações daria aos procuradores. (Metrópoles)

Enquanto isso... O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, defendeu ontem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que, segundo a PF teve despesas pagas em dinheiro vivo, supostamente oriundo de empresa fornecedora do governo. “Eu saco dinheiro da minha conta todo mês e dou o dinheiro para a minha mulher. Ela paga as contas. Eu não faço PIX e não usava cartão também”, disse. Ele avaliou que as acusações contra Michelle são “bobagem”. (g1)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou ontem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que anistia os partidos políticos pelo uso indevido dos fundos partidário e eleitoral e pelo descumprimento de cotas raciais e de gênero. Apenas a federação PSOL-Rede e o Novo orientaram seus representantes na CCJ a votarem contra a medida, que foi aprovada por 45 votos a 10. A PEC vai agora para uma comissão especial e depois passará por duas votações no Plenário, antes de seguir para o Senado. (g1)

Meio em vídeo. Não dá para cobrar que o TSE puna os crimes absurdos de Jair Bolsonaro na campanha de 2022 e vote pela anistia aos partidos políticos por irregularidades em prestação de contas e por não cumprir as cotas de gênero e raça nas candidaturas. É irreconciliável, diz Flávia Tavares na coluna Cá Entre Nós. (YouTube)

O presidente Lula comemorou ontem os 11 anos de vigência da Lei de Acesso à Informação (LAI) comparando-a a uma criança, dizendo que ela foi “estuprada pouco tempo atrás”. “Nós estamos hoje recuperando para que o povo brasileiro veja essa criança se transformar em adulta”, completou. A analogia foi retirada da versão do discurso distribuída depois à imprensa. Lula criticou os sigilos de cem anos impostos por Jair Bolsonaro a diversas informações de seu governo. “O sigilo de 100 anos, algo que deveria ser uma exceção, para proteger justificados interesses do Estado ou os direitos fundamentais do cidadão, foi banalizado e profanado”, afirmou. (Poder360)

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Orlando Pedroso

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Viver

Tomografia do crânio do dinossauro nordestino Irritator Challengeri permitiu a cientistas alemães e franceses concluir que o animal era um caçador mais rápido e versátil do que se imaginava. A pesquisa, porém, abriu um debate sobre ética na ciência, já que o fóssil foi comprado pelo Museu de História Natural de Stuttgart em 1991, após ser contrabandeado do Brasil anos antes. Desde 1942, fósseis encontrados no país são propriedade do Estado. O artigo contém uma “declaração de ética”, na qual os autores reconhecem o possível status problemático do espécime. A comunidade paleontóloga brasileira demonstrou indignação, cobrando a repatriação do fóssil. (g1)

Quase o último do ranking. Esse foi o desempenho do Brasil no Progress in International Reading Literacy Study (Pirls), ficando à frente de apenas de Jordânia, Egito, Marrocos e África do Sul. Na primeira participação na avaliação internacional de alfabetização, aplicada em 2021 a 65 países e regiões, 4.941 estudantes do 4º ano do ensino fundamental fizeram a prova, com média de 419 pontos. O resultado reflete o impacto da pandemia de covid-19 e do fechamento de escolas. Quase quatro em cada dez estudantes brasileiros não dominavam as habilidades básicas de leitura, como recuperar e reproduzir informação explícita no texto. Apenas 13% podem ser considerados proficientes em compreensão leitora. (Folha)

O uso de câmeras nos uniformes dos policiais militares de São Paulo reduziu em 52% as denúncias de corrupção, segundo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Fundo das Nações Unidas para a Infância. Em 2019, a Corregedoria e a Ouvidoria registraram 273 denúncias de corrupção e concussão. Em 2022, o número caiu para 132. O Programa Olho Vivo começou em 2020, com gravação automática e ininterrupta. Nos batalhões onde já está implementado, reduziu o número de mortes durante operações policiais em 76%. (UOL)

Cultura

Lançada na Netflix na última sexta-feira, a série coreana Black Knight (trailer) está sendo acusada de plagiar o aclamado videogame Death Stranding (trailer com imagens fortes), do diretor e designer Ideo Kojima. Em ambos, mensageiros são a única conexão entre as pessoas em um hostil mundo pós-apocalíptico. A plataforma se defende dizendo que sua série é baseada em um webtoon do mesmo nome lançado em 2016, três anos antes do jogo. (Estadão)

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Em sua primeira participação em um grande evento após a vitória na justiça contra a ex-mulher Amber Heard, Johnny Depp foi ovacionado pelo público ontem na abertura do festival de Cannes. O evento se viu cercado de polêmica desde que escolheu como primeiro filme a ser exibido Jeanne du Barry (trailer), estrelado por Depp e pela também diretora Maïwenn, acusada de agressão por um jornalista. Nas redes, fãs de Heard lançaram um movimento de boicote ao festival, acusado de “celebrar abusadores há 76 anos”. Nada disso tirou o charme da festa, uma das mais importante do cinema, com direito ao célebre tapete vermelho. (Variety)

Capitaneados por Tom Jobim, grandes nomes da Bossa Nova apresentaram o estilo ao mundo em novembro de 1962 com um show no prestigioso Carnegie Hall, em Nova York. Agora, mais de 60 anos depois, um show em outubro no mesmo local vai celebrar aquela noite lendária. Seu Jorge e Daniel Jobim, neto de Tom, serão os mestres de cerimônias, recebendo artistas brasileiros de diferentes gerações, como Carol Biazin, Carlinhos Brown e Roberto Menescal, que esteve na apresentação de 1962. (g1)

Cotidiano Digital

O CEO da OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, Sam Altman, participou ontem de uma audiência no Senado dos Estados Unidos sobre as possibilidades - e armadilhas - da inteligência artificial (IA). Em seu primeiro depoimento no Congresso, ele disse que a tecnologia poderia “causar danos significativos ao mundo” e pediu aos legisladores a regulamentação da IA. Também defendeu a criação de uma agência governamental para licenciar empresas de IA e expressou sua vontade de trabalhar com legisladores para lidar com os riscos do ChatGPT e outras ferramentas tecnológicas. O CEO, no entanto, afirmou que sua empresa continuará a lançar a tecnologia, apesar dos prováveis perigos. (BBC News)

O Google anunciou ontem que vai excluir da plataforma contas que estão há dois anos ou mais sem uso. Segundo a empresa, serão deletados e-mails e o perfil do Google; conteúdo do Google Workspace (Gmail, Docs, Drive, Meet, Agenda); YouTube e Google Fotos. A medida se aplica apenas a contas pessoais e tem como objetivo ampliar a segurança na internet, uma vez que “contas abandonadas são vulneráveis e, uma vez comprometidas, podem ser usadas por agentes mal-intencionados para diversas ações, desde roubo de identidade até disseminação de spam”. A exclusão das contas inativas será a partir de dezembro. (g1)

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